Referência ao uso de IA na descrição dos produtos diminui intenção de compra
Estudo realizado por investigadores da Washington State University avalia a relação entre a menção à inteligência artificial e o comportamento do consumidor. Os resultados mostram que os que são associados a essa tecnologia tendem a ser menos populares
Daniel Monteiro Rahman
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O uso do termo inteligência artificial (IA) na descrição dos produtos pode afetar, ainda que involuntariamente, as vendas de bens que foram desenvolvidos com recurso a essa tecnologia, revela um estudo realizado por investigadores da Washington State University, nos Estados Unidos. Os resultados da investigação, elaborada a partir de um inquérito ao qual responderam mais de mil pessoas, mostram, de forma consistente, que os produtos descritos como utilizando IA são menos populares.
“Sempre que a IA é referida, a confiança emocional do consumidor tende a diminuir, o que, por sua vez, diminui as intenções de compra”, explica Mesut Cicek, professor assistente de marketing na universidade e principal autor do estudo. “Descobrimos que a confiança emocional desempenha um papel fundamental na forma como os consumidores percepcionam produtos alimentados por IA”, acrescenta ainda o responsável.
Nos inquéritos, os investigadores incluíram perguntas e descrições de diversas categorias de produtos e serviços. Nas entrevistas conduzidas, foram apresentadas aos participantes, repartidos por dois grupos, descrições idênticas de televisões inteligentes, com a única diferença de que o termo IA foi incluído num grupo e omitido no outro. O coletivo que foi confrontado com a referência à IA na descrição do produto indicou que tinha menos probabilidades de comprar essa televisão.
Os investigadores também descobriram que a resposta negativa ao uso da IA foi ainda mais sentida em produtos e serviços considerados de ‘alto risco’, aqueles em que as pessoas se sentem mais inseguras ou ansiosas em relação à compra, tais como aparelhos electrónicos caros, dispositivos médicos ou serviços financeiros. O que leva os autores do estudo a constatar que mencionar a IA neste tipo de produtos pode tornar os consumidores mais cautelosos e tendencialmente menos propensos a comprá-los.
“Testámos esse efeito em oito categorias diferentes de produtos e serviços e os resultados foram todos iguais: é uma desvantagem incluir esse tipo de termos nas suas descrições”, afirma o autor do estudo. “Os profissionais de marketing devem rever a forma como apresentam a IA ou desenvolver estratégias para aumentar a confiança emocional dos consumidores. O foco deve estar na descrição das características e benefícios do produto, evitando essa referência”, conclui Mesut Cicek.