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Estas cabeças estiveram a prémio em 2022

É tempo de virar os holofotes para as equipas, conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias de 2022 e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o novo ano

Pedro Durães
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Estas cabeças estiveram a prémio em 2022

É tempo de virar os holofotes para as equipas, conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias de 2022 e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o novo ano

Pedro Durães
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Após dois anos desafiantes, 2022 esteve longe de ser um ano sem obstáculos para superar. Mas é nestes momentos que fica (ainda mais) evidente o poder das grandes ideias. Isso ficou claro num ano com vários projetos que permitiram à criatividade nacional, não só brilhar nos principais festivais em Portugal, mas também regressar aos grandes palcos internacionais, com destaque para uma das melhores performances de sempre em Cannes. Motivos de sobra para conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias. Como já vem sendo tradição no M&P, é tempo de virar os holofotes para as equipas e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o próximo ano.

Criatividade
BAR Ogilvy
A agência liderada por Miguel Ralha e José Bomtempo venceu o principal troféu nos Prémios Criatividade M&P. O Grande Prémio foi alcançado graças a Breaking Sirens, campanha desenvolvida pela BAR Ogilvy para a Amnistia Internacional em parceria com o Meo, num trabalho que se afirmou como um dos projetos nacionais que mais se destacaram nos principais festivais de criatividade em 2022, não só em Portugal mas também a nível internacional, tendo chegado a leão de ouro no festival Cannes Lions.
“Começo por dizer que quando a essência do nosso trabalho é a criatividade, é bom que o nosso principal objetivo seja garantir que essa criatividade está sempre ao mais alto nível. Por isso, 2023 começa com o desafio de não baixarmos o resultado alcançado em 2022 pela criatividade portuguesa. Foi sem dúvida o nosso melhor ano de sempre, que, no mínimo, é para manter.
2023 vai ser também um ano desafiante para as marcas, onde se esperam tempos difíceis, com a ressaca da covid-19, com a guerra na Ucrânia, que não tem um fim à vista, e com toda a contração da economia, fruto do aumento galopante da inflação, das taxas de juro e da mais do que evidente redução do poder de compra. As marcas vão precisar de estar ao lado dos seus consumidores, com soluções e propostas de valor que acompanhem as suas necessidades. Para todos nós, que diariamente trabalhamos neste mercado, desejo que 2023 seja um ano cheio de criatividade e que consigamos, com essa criatividade, alcançar os nossos objetivos”, Miguel Ralha, CEO da BAR Ogilvy

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FCB Lisboa
Pela primeira vez na história do festival Cannes Lions, uma agência portuguesa ganhou o prémio máximo numa categoria. O primeiro grand prix em Cannes, feito alcançado pela FCB Lisboa na categoria de Design, seria o pontapé de saída para um palmarés internacional que não parou de aumentar até chegarmos ao final de 2022. O grande prémio foi repetido nos festivais Mad Stars, El Ojo e Eurobest, confirmando a FCB Lisboa como a agência nacional que mais se destacou nos palcos internacionais ao longo deste ano. Em causa está o projeto Reconstituição Portuguesa, desenvolvido para a Penguin Random House Portugal, que somou ainda ouro nos Epica Awards, além de um bronze nos LIA. No El Ojo, festival ibero-americano onde a FCB Lisboa se tornou igualmente a primeira agência portuguesa a vencer um Gran Ojo, o desempenho alcançado com este trabalho garantiu ainda à equipa liderada por Edson Athayde os principais prémios na categoria El Ojo Local, com as distinções de Melhor Agência no mercado português, Melhor Ideia e Melhor Criativo, para Viton Araújo e Diego Tórgo, com contributo decisivo para o prémio de Melhor Anunciante de Portugal, atribuído à Penguin Random House.
“No começo de 2022, respondendo a uma questão parecida com a de agora (o que esperar do novo ano), afirmei que era a hora do ‘Re’. Do ‘refazer’, ‘repensar’, ‘redescobrir’, enfim, de uma série de verbos bons para conjugar num mundo ávido para recomeçar. Tentámos colocar essa ideia em prática na nossa empresa. O que, como todos sabem, nunca é fácil. Rever coisas e processos dá trabalho. Redefinir o seu foco, a sua posição de mercado, os seus objetivos, gera stress, consome energias, obriga a sair da sua zona de conforto. Foi o que fizemos. É o que estamos a fazer. Estamos a preparar a FCB Lisboa de 2023, mas também a de 2033. Isto faz o ‘Re’ continuar a ser importante enquanto filosofia de vida. Essa visão acaba por ser muito parecida com o slogan mundial da FCB: #NeverFinished. ‘Nunca Acabar’, no caso, não quer dizer deixar por fazer. Ao contrário, significa não dormir à sombra da bananeira. Indica desejo de encontrar novas maneiras, novos jeitos de fazer as coisas. Ou de fazer outras coisas, usar outros saberes. Ou como diria o meu Tio Olavo: ‘Nada é permanente, a não ser a mudança’”, Edson Athayde, CEO e COO da FCB Lisboa

O Escritório
Pelo terceiro ano consecutivo, a agência fundada por Nuno Jerónimo e Tiago Canas Mendes saiu dos Prémios Eficácia com o título de Agência Criativa do Ano.
“Nada como uma edição especial sobre as agências mais premiadas para recordar que para uma agência os prémios não são o mais importante. Pelo menos para esta. Para O Escritório, o mais importante é termos boas pessoas, bons clientes e boas ideias. A nossa expectativa para 2023 é simplesmente continuarmos a ter ideias capazes de entusiasmar as nossas pessoas e os nossos clientes. Não somos de dar conselhos a ninguém, mas o desejo de ano novo que deixamos – não apenas às marcas mas a todos os protagonistas do mercado – é que, apesar dos algoritmos, do ritmos das redes sociais e da vontade de ter opinião sobre tudo, não subestimem aquele que é o bem mais valioso e escasso para a indústria criativa, mas também para a humanidade: o tempo para pensar”, Nuno Jerónimo e Tiago Canas Mendes, fundadores de O Escritório

Partners
A Partners conquistou, pelo terceiro ano consecutivo, o título de Agência Criativa do Ano nos Prémios Marketing M&P. Com o projeto The Unwanted Shapes – Covid Edition, a agência agora detida pelo grupo Dentsu fez o pleno nesta edição e conquistou também o Grande Prémio.
“2003 a 2022! 20 anos, duas décadas, uma Partners. Não temos espaço neste artigo para agradecer a todos os que aqui trabalham e trabalharam. Não temos espaço para dedicar muitas palavras a todos os nossos clientes com quem fizemos acontecer muita coisa boa. Nem para todos aqueles que foram e são nossos parceiros nesta fascinante indústria e que nunca tiveram medo de mudar, de nos mudar, de mudar o setor; que acreditaram e confiaram, uma e outra vez, no ‘fora da caixa’, no ‘unfollow’ e no ‘trust risk’. Não temos espaço para contar histórias, ideias, prémios, alegrias, tristezas, ansiedades, gritos, risos… Mas temos espaço de sobra para deixar uma palavra que significa tudo aquilo que, como fundadores, sentimos e queremos escrever nas várias línguas de todos os países por onde deixámos, e queremos continuar a deixar, a marca criativa da Partners: Obrigado, gracias, merci, thank you, danke, spacibo, xiéxie… arigatô”, Tomás Froes, CEO da Partners

Stream and Tough Guy
Três anos após ter sido fundada, a agência de João Ribeiro e Miguel Durão teve em 2022 o seu ano de afirmação no mercado ao somar dois títulos de Agência do Ano, um no festival do Clube de Criativos de Portugal e outro nos Prémios Criatividade M&P. Com vários trabalhos premiados, acabaria por ser o projeto CO2AT, desenvolvido em parceria com a This is Pacifica, a assumir maior protagonismo como um dos cases nacionais com melhores resultados a nível nacional e internacional ao somar dois Grandes Prémios, um nos Eficácia e outro nos APPM Marketing Awards, além de um ouro no festival Cannes Lions.
“A guerra, a inflação, a diminuição do poder de compra e a consequente angústia da incerteza que embrulha 2023 fazem com que se antecipe que o próximo ano venha a ser pior do que os anteriores. Mas não é assim todos os anos? Não nos recordamos de vez alguma termos lido ou ouvido projeções em que se previsse com convicção, mais do que por ténue esperança ou otimismo descabido, que os tempos que se avizinhavam fossem períodos de ostentação, folgas orçamentais ou margem para arriscar. As estratégias de marketing assentes em tendências tendem, passe a redundância, a ser demasiado conservadoras. Diz-nos a experiência que, algures no último trimestre, se tenta aproveitar o budget que (afinal) sobrou para uma iniciativa extra plano.
O desejo da Stream and Tough Guy para 2023 é que se siga mais o instinto, porque os relatórios de intelligence, pese embora sejam um conhecimento privilegiado, só o são até certo ponto, pois toda a indústria tem acesso aos mesmos dados, de uma forma ou de outra. Quanto ao instinto, ele não é copiável nem previsível. A melhor vantagem competitiva para os responsáveis de marca é a de fazerem algo que não se está à espera enquanto todos os outros estão na expectativa de uma certeza que nunca chegará em tempo útil de fazer a diferença. Por tudo isto, fazemos votos para que 2023 seja o ano dos e das Irresponsáveis de Marketing”, João Ribeiro, managing partner da Stream and Tough Guy

The Walt Disney Company Portugal
Após projetos como Estreia-te e Intervalo, a campanha Fox The Scroll valeu à equipa criativa in-house da The Walt Disney Company Portugal, pelo terceiro ano consecutivo, a distinção máxima nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções. Este ano, além do Grande Prémio, o trabalho desenvolvido pela equipa liderada por Hellington Vieira em diversos projetos, como Relicário e Cowboy Fashion Week, os únicos trabalhos nacionais distinguidos internacionalmente nos Promax Awards, levou a The Walt Disney Company a ser eleita Empresa de Media do Ano nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções & Inovação em Media.
“Temos apenas uma grande previsão para o próximo ano: 2023 será imprevisível. Algumas das mais bem reputadas previsões dos anos anteriores tiveram em comum o facto de que estavam erradas. Nada prevê que em 2023 isto seja diferente. Então, não será melhor aprendermos a lidar com a imprevisibilidade? Em vez de confiar em cenários rígidos, as marcas devem estar preparadas para a fluidez”, Hellington Vieira, creative director da The Walt Disney Company Portugal

Uzina
Tens-me na Mão, projeto criado pela Uzina para a Samsung, esteve na origem de um déjà vu para agência e anunciante no festival do Clube de Criativos de Portugal. Após terem conquistado no último ano o Grande Prémio com O Ídolo, voltaram a subir ao palco para receber o troféu para o melhor trabalho em competição na edição deste ano. A Uzina acabaria por ser eleita Agência do Ano nas categorias de Publicidade, Digital e Integração e Inovação, nesta última ex aequo com a Stream and Tough Guy, títulos a que somou ainda o de Agência Criativa do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards.
“Guerra na Europa, alterações climáticas, ODS, inflação, quebra do poder de compra, quebras de investimento, fragmentação dos media, global versus local, estratégico versus tático, ROI, propósito de marca, greenwashing, teletrabalho versus presencial, saúde mental, inteligência artificial, metaverso e NFTs, criptomoedas e Web 3.0, TikTok, o fim das redes sociais, branded content, content creators, influencers, performance, métricas, fuga de talentos e tanto mais. Como navegar por este mapa sem perder o Norte? Deixo aqui um desejo pessoal, que também pode ser útil para marcas e organizações. Que em 2023 nos consigamos adaptar à mudança, mas sem querer ser o que não somos. Como supostamente disse Oscar Wilde: “Seja você mesmo, porque todos os outros já existem.” E sermos uma boa versão de nós próprios já dá bastante trabalho”, Susana Albuquerque, partner e diretora criativa executiva da Uzina

Design
Deadinbeirute
Com o projeto Cadáver Esquisito, a agência esteve em destaque nos Prémios Design M&P ao conquistar o Grande Prémio. Pelo Clube de Criativos, a Deadinbeirute foi também eleita Agência do Ano na categoria de Design.
“As marcas mais valiosas arriscam. Não têm medo de seguir um caminho menos convencional. Não são iguais às outras. Distinguem-se pela sua vitalidade. Pela sua capacidade de se exporem nos contextos certos. Nos contextos onde podem exprimir o seu verdadeiro caráter. Onde a sua honestidade é plena. Onde são capazes de inspirar. Tornando-se importantes e ligadas às pessoas que as amam. Esta atitude não está, na maioria das vezes, ligada àquilo que a sociedade declara como conveniente, como exemplar ou até como expectável. Num mundo toldado pelo medo e pelo cancelamento, sabemos que é mais fácil ceder às tendências, à alegoria, à falácia do ‘fazer o bem’, deixando de lado a essência, a poesia e o caráter. Ter um impacto positivo na sociedade e no mundo não está limitado a códigos mais ou menos estipulados e previstos. Está antes circunscrito ao risco. Ao assumir a verdade, ou a busca pela mesma, com o fim de criar um valor intemporal. É aqui que reside o valor das marcas. É aqui que queremos estar em 2023. A assumir riscos e a criar marcas e produtos cujo valor resista ao tempo e que o seu impacto seja relevante, honesto e verdadeiro de acordo com o seu contexto”, Marko Rosalline, fundador e diretor criativo executivo da Deadinbeirute

This is Pacifica
CO2AT, projeto desenvolvido em parceria com a Stream and Tough Guy para a marca Azgard9, valeu à agência de design do Porto dois Grandes Prémios, um nos Eficácia e outro nos APPM Marketing Awards, além de um Pencil Award no D&AD, um ouro no The One Show e três leões, um deles igualmente ouro, no festival Cannes Lions.
“2022 foi um ano vintage e, tal como acontece no vinho do Porto, a definição vintage acontece num ano considerado monumental, de exceção, e para ser preservado para consumo nos próximos anos. 2022 trouxe-nos três leões no Cannes Lions International Festival of Creativity, trouxe o nosso primeiro Pencil Awards no D&AD e também o primeiro prémio no The One Show com um ouro. Trouxe também Grand Prix nos Prémios Eficácia e nos prémios da APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing) e, mais do que isso, consolidou e projetou o trabalho da This is Pacifica internacionalmente.
Mas, por muito que celebremos o ano que passa, estamos com uma enorme vontade de entrar no ano que aí vem. E já sabemos muito sobre 2023, porque já estamos a trabalhar há vários meses nele. Em 2023 vamos iniciar projetos que ficaram já adjudicados em 2022, alguns que, acreditamos, podem fazer deste um ano também de exceção. Em 2023 vamos apresentar projetos que ficaram prontos em 2022 (incluindo um com impacto europeu) e que só podemos mostrar no decorrer do ano. Em 2023 vamos começar projetos em que vamos poder transformar marcas, serviços e produtos ajustando-os às necessidades e exigências de desafios como o da sustentabilidade (em que estamos empenhados em marcar a diferença e investir em formação e implementação de eco-design). Em 2023 vamos fazer projetos da This is Pacifica que já não cabem dentro da This is Pacifica. Estamos a lançar um novo projeto chamado Prática of Pacifica, workshops desenhados para crianças com início em janeiro de 2023. Em 2023 queremos juntar equipas capazes de mudar o mundo, clientes, marcas, produtos e ideias de transformação, de ativismo, de causas, emoções e narrativas com nervo e coração”, Filipe Mesquita, fundador e diretor criativo da This is Pacifica

VMLY&R Branding
A unidade de design da VMLY&R Portugal foi eleita Agência do Ano nos Prémios Design M&P.
“Nos últimos anos, muito se tem falado de transformação digital e, para 2023, esse pensamento continuará na ordem do dia. Contudo, acreditamos que a palavra ‘digital’ deveria ser abolida do léxico da comunicação. Hoje em dia, a forma como se pensa, cria e desenvolve uma marca tem que passar por uma atitude transversal e consistente, independentemente de ‘onde’ se comunica. Sobretudo considerando que a comunicação está cada vez mais fragmentada entre meios tradicionais, digitais, virtuais, macro ou micro targets… Para 2023, e numa altura em que grande parte das marcas vive momentos de incerteza potenciados pela inflação, crise, guerra, o sistema de identidade das marcas, sustentado num posicionamento sólido e, sobretudo, verdadeiro, assume um papel preponderante no mundo multicanal em que vivemos. É a base que garante que todos os que respiram a marca, dos colaboradores aos parceiros, têm as ferramentas necessárias para comunicar de forma integrada, seja em que momento/meio for. Manterem-se fiéis ao compromisso do que cada marca representa e ao seu posicionamento permitirá aos decisores mais facilmente definir como se apresentam nos diferentes canais e em quais faz sentido estar. Venha 2023”, Rodrigo Freixo, CEO da VMLY&R

Meios
Havas Media
Para a agência de meios do grupo Havas, 2022 começou como 2021. E como 2020. Pelo terceiro ano consecutivo, a agência liderada por Rita Amzalak repetiu o titulo de Agência de Meios do Ano nos Prémios Marketing M&P.
“Estamos todos convocados! Entramos em 2023 conscientes e alinhados com o que se espera de nós. Temos todos de fazer mais e melhor, porque a sustentabilidade é hoje um pilar central na estratégia das marcas e um indicador de progresso, mas uma escolha menos óbvia para os consumidores quando entram em jogo crescentes restrições financeiras. Estudos recentes dizem-nos que as pessoas esperam mais das marcas, nesta transformação, do que aquilo que esperam do seu próprio governo. Efetivamente, e de acordo com dados MB, 83 por cento dos consumidores acreditam que as marcas devem estar ativamente envolvidas na resolução de problemas sociais e ambientais. As marcas estão a acelerar o seu contributo e a comunicação tem o seu papel no envolvimento das comunidades. É aqui que os desafios na área do talento e da data transitam para o novo ano com uma importância crescente. As marcas têm hoje uma pool de data diversificada que deveria permitir a extração de insights, gerando conhecimento. Porém, tornar esta data acionável continua a ser um grande desafio, mas também um caminho para tornar a comunicação mais relevante, permitindo conectar pessoas com comportamentos e padrões de consumo mais sustentáveis. Esta evolução exige também novos perfis e competências nas equipas, o que torna a requalificação e integração de novos talentos uma condição”, Rita Amzalak, managing partner da Havas Media

Initiative
A agência do grupo IPG/Mediabrands fez o bis este ano. Ao título de Agência de Meios do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards, somou no último mês a mesma distinção nos Prémios Eficácia, onde foi considerada a agência de meios mais eficaz no mercado nacional.
“2023 vai ser um ano de oportunidades para as marcas que decidirem manter a sua estratégia de investimentos e crescimento de negócio. Para as restantes, nomeadamente as que desinvestirem, vão acabar por ver a sua posição de mercado ‘ameaçada’. Teremos um ano muito condicionado pelo contexto macroeconómico, nomeadamente em função do nível de inflação e dos seus efeitos no consumo. Prevemos um crescimento global de três por cento vs 2022, proveniente do reforço de atividade de alguns setores tais como o retalho, alimentação, bebidas, higiene pessoal (para contrariar contenção consumo e trade down de marcas fabricante para marcas distribuidor), imobiliário, entretenimento, turismo, eletrónica de consumo/telco (para contrariar adiamento compras bens e serviços não essenciais e incentivar consumo fora de casa) e, por fim, banca/crédito/seguros (para responder à crescente competição entre os players). A tendência de investimento dos últimos anos deverá manter-se com a TV a captar a maior fatia dos budgets, o digital a continuar a ser o principal motor de crescimento. Nos meios offline, o exterior alavancado pela sua digitalização, e a rádio vão registar um crescimento moderado. Por fim, a imprensa a manter uma trajetória de decréscimo. Será um ano para as marcas serem ainda mais eficazes e mais inteligentes na forma como investem e medem o respetivo retorno, este tem sido o grande foco da Initiative nos últimos anos, premiado recentemente com a agência do ano nos Prémios Eficácia. 2023 será um ano onde ter parceiros que priorizem a eficácia vai fazer toda a diferença. Citando Churchil, “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”, Rui Freire, managing director da Initiative

Comunicação
Adagietto
A agência liderada por Miguel Moreira Rato foi eleita Agência de Comunicação do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards.
“Deixemo-nos de m****s. É este o mote da Adagietto para 2023. Num 2023 que traz uma grande dose de incerteza e uma pequena dose de novas tendências, a receita é simplificar. Não vale a pena reinventar a roda, procurar novos conceitos, redistribuir focos ou repensar visões. Deixemo-nos disso. Deixemo-nos de tentar encurtar ciclos por acharmos que o que aí vem vai ser transformacional. Deixemo-nos de m****s. Em 2023 queremos continuar a olhar para projetos de comunicação com uma visão holística, sem rótulos e sem preconceitos. Queremos continuar a ser ágeis e enxutos. Os clientes não querem, nem podem, esperar semanas por ideias que chegam formatadas a um canal específico. Nem podem continuar a falar com várias pessoas/agências para uma campanha só. Não há tempo para quem não for ágil, nem tempo para quem não for enxuto. Num mundo sem rótulos, que já se vive neste momento apesar de tantos não perceberem, qual a vantagem de uma marca lançar uma campanha e distribuir o seu briefing por várias agências dependendo da expertise que pensam que essas agências têm? Qual a vantagem, tanto para a marca como para o consumidor? Nenhuma, certo? Qual a vantagem para quem trabalha nas agências e tem a oportunidade de se tornar verdadeiramente completo? Todas, certo? Acreditamos muito nisto. E é por isso temos vindo a crescer. Sem rótulos. Enxutos e ágeis. Venha daí 2023”, Miguel Moreira Rato, CEO da Adagietto

Corpcom
O título de Agência do Ano nos Prémios Comunicação M&P voltou a ficar nas mãos da agência liderada por José Franco.
“2023 será o primeiro de alguns anos em que haverá uma crise económica transversal a todas as indústrias. Vai haver retração de consumo, mais custos e incerteza, pelo que será natural que as marcas comecem a redefinir os orçamentos, bem como a reorganizar e reestruturar equipas. Já começamos a ver os maiores empregadores do mundo a fazer cortes. Porém, no caso da comunicação, acredito que o exemplo dos dois anos anteriores, marcados por uma forte pandemia, permitiu que os decisores empresariais e gestores de marcas reconhecessem o poder da comunicação e das relações públicas, com todos os seus diferentes públicos, incluindo internos. Em épocas de crise, a comunicação é a ferramenta mais poderosa das empresas, não reagindo em modo de comunicação de crise, mas agindo e antecipando os problemas que possam vir a surgir, comunicando de forma estruturada e ágil com os diferentes stakeholders. Vai ser crítica essa antecipação e preparação. A nível de tendências, não será muito diferente, com a comunicação digital a ganhar mais força e o ESG a ter mais evidência em algumas empresas, provavelmente com o tema social mais em evidência pois a atual conjuntura não é, de todo, positiva: aumento do custo do dinheiro, inflação alta, aumento de custos para as empresas, desemprego e instabilidade nos mercados internacionais. Continuo a defender que, tal como na nossa vida, é nos momentos mais desafiantes que as marcas se podem evidenciar ao mostrar o seu valor e propósito. Sem comunicação e autenticidade na mesma, tal não será possível. É para isso que cá estamos, e é por isso que acho que será positivo para a indústria das relações públicas”, José Franco, managing partner da Corpcom

Produção
78
Pelo segundo ano consecutivo, a produtora, que tem como sócios João Marques e Nuno Alberto, saiu do festival do Clube de Criativos de Portugal com o título de Produtora de Imagem do Ano. Só que ao contrário do último ano, em que dividiu a distinção com a Krypton, desta vez ficou com todo o protagonismo e viria mesmo a repeti-lo na edição deste ano dos Prémios Criatividade M&P, onde foi igualmente eleita Produtora do Ano.
“2023 avizinha-se mais um ano incerto na produção de publicidade em Portugal. Mas que ano até agora não foi incerto? Já é típico no nosso meio chegarmos próximos do final do ano e depararmo-nos com essa questão, mas a verdade é que arranjamos sempre formas de adaptação ao mercado, seja ele com pouco ou muito trabalho. Tudo está mais caro e mais difícil, será sem dúvida mais um ano desafiante onde já estamos de mangas arregaçadas. Mais uma vez esperamos que as marcas não tenham medo de arriscar em termos de criatividade e que proporcionem espaço para ideias arrojadas e criativas às agências. Podemos ser um país de excelentes ideias e produções, temos bons criativos e boas produtoras, muito talento mesmo. Esperamos que as agências se divirtam a fazer filmes e estejam motivadas a filmar com um sorriso no rosto. Adoramos pessoas e desejamos a todos um ano incrível de 2023. Sejam arrojados e curtam a vida.
Queremos agradecer a todos os que têm feito da 78 uma produtora feliz. A toda a nossa equipa um grande abraço apertado muito sentido porque têm sido inesquecíveis”, João Marques e Nuno Alberto, sócios da 78

Núcleo
E vão quatro. A Núcleo, de Fred Pinto, conquistou pelo quarto ano consecutivo o título de Produtora de Som do Ano no festival do Clube de Criativos de Portugal.
“Para 2023 desejo que todas as marcas continuem a comunicar como têm feito e todas as agências, produtoras e as suas equipas possam trabalhar bem. Pessoalmente, será um ano de investimento para a nossa empresa, com criação de novos postos de trabalho e investimento em novo material, para dessa forma podermos continuar também a fazer o nosso melhor trabalho e prosseguir o desenvolvimento da empresa. Em nome da Núcleo, resta-me agradecer a todos pelas oportunidades de fazermos o que mais gostamos”, Fred Pinto, fundador da Núcleo

Sobre o autorPedro Durães

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Marcas investem €13,4 mil milhões na Fórmula 1

A renegociação dos direitos de exploração, o documentário ‘Drive to Survive’ e as redes sociais estão a impulsionar a F1. O aumento da popularidade desta modalidade entre mulheres e consumidores de tecnologia atrai patrocínios de empresas como a LVMH, MSC Cruises, Lenovo e KitKat

2025 é um ano de novos recordes para o campeonato mundial de Fórmula 1 (F1). Numa fase de grande popularidade, a competição automobilística, que arranca a 16 de março com o Grande Prémio da Austrália, consegue alguns dos contratos de patrocínios mais elevados de sempre (ver caixa), apresenta inovações tecnológicas e pode bater recordes de audiências.

Com Lewis Hamilton a trocar a Mercedes-AMG Petronas pela Scuderia Ferrari, Max Verstappen vê a luta pela conquista do penta campeonato mais difícil, gerando mais interesse na prova, que é vista anualmente por cerca de 750 milhões de espectadores em canais de televisão em aberto, segundo a Nielsen Sports.

Os lucros gerados pelos patrocínios têm vindo a aumentar cerca de 10% ao ano, com a F1 a iniciar o campeonato de 2025 com uma faturação estimada de 14,4 mil milhões de dólares (€13,4 mil milhões), em contratos anuais e plurianuais. O valor representa um aumento de 56%, face a 2019, segundo a Nielsen Sports, com a F1 a obter 6,6% do investimento global em patrocínios desportivos, na temporada anterior.

“Existe uma forte procura para fazer parte do ecossistema da F1, através de patrocínios, das transmissões e de parcerias para ativações, porque temos uma marca e uma base de fãs muito forte”, salienta Stefano Domenicali, CEO da F1, na conferência de imprensa de balanço da última temporada.

As marcas patrocinadoras da Fórmula 1 aproveitam os Grandes Prémios para promover eventos exclusivos

O contrato de patrocínio mais mediático desta temporada é o do grupo LVMH com a Liberty Media, empresa norte-americana que adquire os direitos de exploração do campeonato internacional de F1 em 2016. Numa altura em que as mulheres, o segmento que mais cresce, já representam 41% da audiência da competição, o grupo, que detém um portefólio de marcas que inclui a Dior, Bulgari, Givenchy, Kenzo, Loewe e Hublot, entre outras, compromete-se a investir 150 milhões de dólares (€144 milhões), por temporada até 2034.

“A volumetria da audiência traz o interesse das marcas, que veem na F1 uma oportunidade de se posicionarem e, no limite, de incrementar as vendas”, justifica ao M&P Frederico Correia, diretor executivo da agência de meios Wavemaker Portugal.

Em 2024, audiências televisivas cumulativas somam 1,6 mil milhões, incluindo o ‘streaming’, com o número de espectadores únicos a crescer acima de 9% ao ano. Este número inclui os 500 milhões de pessoas (230 milhões no YouTube) que, segundo a Seeing Alpha, acompanham as corridas nas plataformas de ‘streaming’.

“A F1, apesar de só ser viável com grandes investimentos das marcas e exigir um forte ‘know-how’ tecnológico na construção dos automóveis, atrai dezenas de milhares de espectadores nos autódromos e milhões a seguir pela televisão”, sublinha Pedro Dionísio, diretor da pós-graduação de gestão e marketing do desporto do Iscte Executive Education.

42% dos fãs têm menos de 35 anos

O grupo LVMH não é, no entanto, o único estreante na edição deste ano. A Nestlé aproveita o 90.º aniversário da KitKat e o 75.º aniversário da F1 para dar início a uma parceria que se estende até 2028.

Entre os patrocinadores habituais, a empresa de logística DHL e o fabricante de pneus Pirelli também prolongam o apoio à F1 até 2028. “Um grande prémio pode atingir audiências de 200 milhões de espectadores e gerar mais de mil milhões de euros de impacto económico”, diz Daniel Sá, diretor executivo do IPAM e autor do livro ‘Marketing Desportivo – Mais Do Que Um Jogo’.

Segundo a Nielsen Sports, o interesse mundial na F1 atrai 50 milhões de novos fãs desde 2021, com 42% da audiência de 750 milhões a ter menos de 35 anos. A faixa etária que cresce mais é a dos consumidores entre os 16 e os 24 anos, que são os maiores utilizadores de redes sociais, onde a F1 soma cerca de 97 milhões de seguidores, crescendo cerca de 38% ao ano.

A par da entrada da LVMH na F1 e da estreia de Lewis Hamilton na Ferrari, uma das novidades de 2025 é o regresso da TAG Heuer como cronometrista oficial, 22 anos depois, substituindo a Rolex, que desempenhava a função desde 2013.

O piloto Lewis Hamilton protagoniza a mudança de equipa da temporada

O acordo assinado entre os organizadores da prova e a LVMH, que detém a marca de relojoaria desde 1999, é válido por dez anos. Além da visibilidade nas linhas de partida, o contrato garante uma presença fora dos circuitos, através de ativações na ‘fan zone’ e no ‘paddock club’. O desenvolvimento de novas linhas de produtos inspirados na F1 também está contemplado no acordo.

“Enquanto desporto de alta performance e glamour, a F1 oferece às marcas uma plataforma única para construir experiências que vão para além do tradicional. Ao associarem-se à F1, mais do que patrocinar uma competição, estão a criar uma narrativa de inovação, prestígio e emoção”, refere Bruno Moreira, fundador e gestor da agência criativa Modal Brands & Digital e coautor do livro ‘Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios’.

A série ‘Drive to Survive’ da Netflix atrai uma nova legião de seguidores para a F1. A quinta temporada é vista por 6,8 milhões de espectadores

Em Portugal, a DAZN, que tem os direitos de transmissão do campeonato em Portugal, reforça a aposta na prova (ver caixa). Com as transmissões televisivas e as partilhas nas redes sociais, a visibilidade que as marcas conseguem não se limita aos países onde as empresas investem. “A escala é global, tal como as marcas hoje associadas à competição, como a Qatar Airways, a Heineken, a MSC Cruises, a DHL e a Amazon”, salienta Frederico Correia.

Empresas tecnológicas são as que mais investem

O interesse que a F1 desperta nos consumidores de tecnologia, também contribui para o crescimento da modalidade (ver caixa). Para além da aerodinâmica avançada, os novos sistemas de recuperação e de utilização de energia estão a atrair as novas gerações de espectadores e amantes do desporto, com as empresas tecnológicas, como a Amazon Web Services (AWS), a Leonovo e a Salesforce, a figurarem entre os principais patrocinadores da modalidade.

De acordo com a consultora Ampere, as empresas tecnológicas são as que mais investem na F1, representando 18% dos patrocinadores da prova em 2024. “A F1 é o desporto mais inovador e tecnologicamente avançado do mundo, tendo fãs com um perfil altamente tecnológico. A parceria permite-nos mostrar as nossas soluções de ponta num palco global”, argumenta Juan Carlos Fuster, diretor de marketing e comunicações da Lenovo, que aposta em ativações nacionais e internacionais para rentabilizar a parceria.

Com o estatuto de ‘global partner’ a partir desta temporada, a empresa vai ter ativações de marca em lojas e centros comerciais em todos os mercados, incluindo Portugal.

Frederico Correia, diretor executivo da agência de meios Wavemaker Portugal

Embora as marcas tecnológicas figurarem entre os principais investidores da prova, a visibilidade que a F1 recupera está a atrair novos tipos de patrocinadores, como o grupo LVMH, a MSC Cruzeiros e a KitKat, marca da Nestlé. “Continua a ser um desporto de e para elites, havendo uma componente aspiracional muito grande associada ao este desporto. A Liberty Media é muito criteriosa nas marcas que acolhe. A Louis Vuitton é uma marca elitista”, sublinha Frederico Correia.

O fundador e gestor da Modal Brands & Digital recorda, contudo, que o interesse pela F1 “foi sempre muito transversal do ponto de vista das classes sociais”, o que justifica o patrocínio de marcas mais massificadas. “Ainda que a competição tenha passado por duas décadas com alguma decadência, com uma perda acentuada de seguidores, a base de fãs foi sempre muito fiel”, relembra.

Marcas exploram oportunidades de negócio

A Lego e a F1 anunciam uma colaboração estratégica que, com início em 2025, prevê o lançamento de jogos de construção com alguns dos carros e dos circuitos de F1. A parceria é complementada com ativações de marca nas ‘fan zones’ e a divulgação de conteúdos exclusivos nas plataformas digitais das duas marcas. O forte crescimento de adeptos de F1 na faixa etária entre os oito e os 12 anos é uma das razões apontadas.

O propósito é sempre posicionar as marcas como inovadoras, dinâmicas e atrativas para gerar negócio. “A parceria com a F1 permite à KitKat uma exposição privilegiada junto de uma audiência diversificada, reforçando a perceção da marca como moderna e dinâmica”, revela Bruno Martiniano, diretor da unidade de negócio de confeitaria da Nestlé.

Na temporada de 2025, além de passatempos e de ofertas promocionais exclusivas, a KitKat vai ter ativações de marca, que serão complementadas com uma campanha publicitária omnicanal, em fase de preparação.

A visibilidade mediática que a F1 ganha nas redes sociais converte os pilotos em estreias globais que os fãs da modalidade seguem atentamente

A MSC Cruzeiros também está a preparar ativações de marcas nos navios. “A visibilidade é conseguida maioritariamente através da televisão, uma vez que a F1 é transmitida em centenas de países, aumentando o reconhecimento da marca em diferentes regiões e atraindo novos clientes”, refere Eduardo Cabrita, diretor-geral da MSC Cruzeiros.

A ligação à F1 permite à MSC Cruises promover eventos e experiências exclusivas nos navios nos dias das corridas, que geram conteúdos para as redes sociais, “incentivando a partilha de experiências, o que acaba por aumentar a visibilidade online”.

Mesmo nos países que não acolhem provas da competição, como é o caso de Portugal desde 2021, há fãs a acompanhar a F1. “Não termos grandes prémios limita as oportunidades de ativação no terreno, porque a nossa abordagem de marketing está globalmente ligada. Por enquanto, não temos campanhas exclusivas para Portugal, mas procuramos amplificar as iniciativas internacionais através de conteúdos localizados”, esclarece Mathias Wendholt, diretor de marketing global de desportos motorizados da Puma, outro dos patrocinadores da prova.

Na F1 há 40 anos, a marca desportiva tem uma das parcerias mais longas no ‘paddock’, com a Ferrari. À semelhança da Puma, há marcas que, em vez de investir no campeonato de F1, preferem patrocinar equipas, como é o caso da Xerox, que em 2025 patrocina a Aston Martin Aramco. O acordo prevê a gestão da impressão de dados de telemetria para os pilotos, o desenvolvimento de tecnologias de realidade aumentada – para permitir a assistência remota em pista – e a recolha de dados para o departamento de marketing da equipa.

A Adidas também anuncia em janeiro o apoio à Mercedes-AMG Petronas. O contrato plurianual, que marca a estreia da marca desportiva na F1, dá origem a uma nova coleção de calçado, roupa e acessórios. Em média, as equipas de F1 obtêm, esta época, 250 milhões de dólares (€233,8 milhões) em receitas anuais com patrocínios, mais 20% do que em 2024.

F1 com estatuto de espetáculo global

A perder 200 milhões de espectadores entre 2008 e 2016, a F1 volta a despertar o interesse das audiências a partir do momento em que a Liberty Media adquire o Formula One Group por 4,4 mil milhões de dólares (€4,2 mil milhões), em 2017.

As negociações com a Netflix levam a plataforma de ‘streaming’ a desenvolver ‘Drive to Survive’, em 2019, documentário que reposiciona a modalidade. Para atrair as novas gerações, sem paciência para assistir às duas horas de corrida, a Netflix converte-as em dez episódios de 40 minutos, que são vistos por cerca de 6,8 milhões, segundo o relatório ‘YouGov Sports Whitepaper 2023’.

Daniel Sá, diretor executivo do IPAM, especialista em marketing desportivo

“Fizeram estudos a nível global para entender a perceção dos diferentes tipos de consumidores, introduziram alterações na competição, deram espaço a novos circuitos e modificaram o consumo de F1, com a Netflix a trazer uma dimensão ‘hollywoodesca’ que alterou completamente o interesse mundial pela competição”, salienta Daniel Sá.

Segundo o site Thesportsrush.com, cerca de 16,9 milhões de pessoas viram a quinta temporada do documentário, emitida entre fevereiro de 2023 e junho de 2024, levando os organizadores e anunciantes a confirmar a dimensão que o fenómeno ganha.

A Lego lança uma coleção de jogos de construção com os carros da F1

“Este conteúdo aproximou o desporto das pessoas, através de uma quase ‘novelização’ do dia a dia dos pilotos e das equipas. Ao estilo dos ‘reality shows’, capturou uma nova geração de fãs que, ao longo da época, quer seguir aquelas personagens da vida real, por causa das rivalidades, da competição e da tecnologia”, considera Frederico Correia.

A ascensão de Stefano Domenicali, ex-diretor executivo da Lamborghini, a CEO da F1 e a existência de três grandes prémios nos Estados Unidos, um dos países onde as audiências da prova mais cresceram, também contribui para a atratividade que a F1 recupera.

“O apelo resulta da transformação para um espetáculo global. Este desporto automobilista tornou-se numa plataforma de entretenimento que alia a adrenalina da competição a um estilo de vida cheio de glamour e histórias humanas fascinantes. A F1 está a oferecer um produto que vai para além das pistas”, salienta Bruno Moreira.

Bruno Moreira, fundador e gestor da agência criativa Modal Brands & Digital e coautor do livro ‘Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios’, em parceria com a consultora de marketing Ana Canavarro

Portugal acompanha a tendência. A partir de 2003, com as corridas a deixarem de ser transmitidas em sinal aberto e sem provas em Portugal nem pilotos portugueses em competição, a F1 foi caindo no esquecimento. Mas, após 2019, o interesse gerado pelo documentário da Netflix estende-se às redes sociais, com os portugueses a recuperarem as emoções de seguir a prova.

“Há um incremento do número de perfis dedicados à modalidade e, se pensarmos no áudio, o podcast ‘F1 na Sport TV’ chegou a estar no top de podcasts mais ouvidos em Portugal durante a última época”, salienta Frederico Correia. Para as agências de meios dos países onde não se realizam corridas, como Portugal, as marcas podem desenvolver iniciativas de comunicação e ativações paralelas.

“Numa perspetiva local, passa por associar a marca às corridas, bem como à restante programação ligada ao desporto em si, através de patrocínio na plataforma que detém os direitos de transmissão”, refere o diretor executivo da Wavemaker Portugal.

Os dez maiores patrocínios a equipas de F1
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1.º Red Bull/Oracle e Ferrari/HP
A Red Bull e a Ferrari vão receber cerca de 100 milhões de dólares (€96,1 milhões) cada em 2025 dos principais patrocinadores, a Oracle e a HP, respetivamente. Estes acordos colocam as duas equipas no topo da lista dos maiores ganhos com patrocínios na Fórmula 1 para 2025, de acordo com a Sports Illustrated.

3.º Aston Martin/Aramco
O grupo petrolífero saudita não só é parceiro oficial da F1 como é o principal patrocinador da Aston Martin. De acordo com a RacingNews365, a Aramco paga à equipa britânica 75 milhões de dólares (€69,1 milhões) por ano.

4.º Mercedes/Petronas
O grupo empresarial malaio, que patrocina a Mercedes-AMG Petronas desde 2010, investe em força na parceria. O novo acordo, que se prolonga para além de 2026, rende à equipa 70 milhões de dólares (€64,4 milhões) na próxima temporada, segundo a RacingNews365.

5.º Alfa Romeo/Stake
A empresa de criptomoedas australiana, que também patrocina o clube de futebol Everton X, investe anualmente 50 milhões de dólares (€46 milhões) na Stake F1 Team, comprada pela Audi no ínicio de 2024, segundo a RacingNews365.

6.º McLaren/Mastercard
Apesar de nunca ter sido divulgado o montante do patrocínio, executivos do setor da F1 estimam que a Mastercard vai pagar à McLaren entre 30 e 40 milhões de dólares (€27,6 e €36,8 milhões) por ano, segundo o Sports Business Journal.

7.º Alpine/Best Water Technology
A empresa tecnológica austríaca investe anualmente 25 milhões de dólares na Alpine (€24,1 milhões), desde fevereiro de 2022.

8.º Haas/MoneyGram
Em vigor desde 2022, o contrato de parceria com a MoneyGram rende à equipa 20 milhões de dólares por ano (€19,2 milhões), revela o PlanetF1.com.

9.º Scuderia AlphaTauri/AlphaTauri
A marca de moda austríaca que dá o nome à equipa desembolsa 15 milhões de dólares (€14,4 milhões) por ano, tendo na temporada de 2023 patrocinado 15 equipas

10.º Williams/Duracell
Apesar da visibilidade que tem na grelha de partida, está longe de ser o negócio mais lucrativo. Segundo a GlobalData, a equipa de James Vowles só recebe seis milhões de dólares (€5,8 milhões) da Duracell.

 

DAZN lança subscrição para fãs de desportos motorizados
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A DAZN, que detém os direitos de transmissão da FIA Formula 1 Championship no triénio 2025-2027, aproveita o entusiasmo em torno da prova para lançar a DAZN Motores, plataforma de ‘streaming’ para os fãs de desportos motorizados.

O novo serviço de subscrição está disponível desde 18 de fevereiro, com a transmissão de ‘F1 75’, cerimónia inédita que reúne, em Londres, todas as equipas da F1 para a apresentação dos carros da nova temporada.

O serviço DAZN Motores, que tem uma subscrição autónoma a partir de €6,99/mês, vai acompanhar as provas de F1, Fórmula 2, Fórmula 3 e Fórmula E, além da Porsche SuperCup e da F1 Academy, disponibilizando transmissões em direto, análises especializadas e reportagens.

As conferências de imprensa dos pilotos também passam a ser acompanhadas em direto, à semelhança dos testes de pré-temporada, no Bahrein.

A DAZN também vai divulgar conteúdos exclusivos da Flying Lap, a maior comunidade digital de fãs portugueses de F1, que conta com cerca de 60 mil seguidores, nas redes sociais da plataforma. Com o reforço da aposta da empresa no automobilismo, o canal DAZN 5 passa a ser exclusivamente dedicado ao desporto motorizado.

 

A corrida aos direitos de transmissão
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O mercado norte-americano é uma prioridade para o crescimento da Fórmula 1 (F1), devido ao sucesso da série ‘Drive to Survive’, da Netflix, lançada em 2019. Mas a relação entre a Netflix e a F1 pode estar prestes a estender-se, com a plataforma a ponderar uma proposta para adquirir os direitos de transmissão da F1 nos Estados Unidos, detidos pela ESPN até ao final de 2025.

O valor atual, 90 milhões de dólares (€83,5 milhões) por ano, é considerado baixo para uma modalidade com 24 corridas anuais e o céu é o limite no que toca aos valores a que o próximo acordo pode ascender. No Reino Unido este valor é de 250 milhões de dólares (€231,8 milhões) por ano, num acordo até 2029 com a Sky Sports. “O preço é tão baixo que só pode subir substancialmente”, considera François Godard, analista da consultora de pesquisas de mercado Enders, ao The Athletic.

A renovação com a ESPN garante à F1 um alcance e uma estrutura que só uma rede televisiva consegue fornecer, mas a concorrência das plataformas de ‘streaming’ promete aquecer as negociações. Netflix, Amazon (Prime Video), Apple (Apple TV) – que está a produzir o filme ‘F1’, com Brad Pitt (na foto) e a lançar em junho – e NBC (Peacock) têm investido fortemente em transmissões desportivas.

Adquirir os direitos da F1 marcaria uma mudança estratégica para estas plataformas, sobretudo para a Netflix, que tem privilegiado eventos pontuais. “Claro que a Netflix está interessada”, revela Pierre Maes, consultor especialista de direitos de media, ao The Athletic, ressalvando que, “no entanto, a Netflix não quer entrar em leilões contra a ESPN, a Apple ou a Amazon”.

Existem dúvidas acerca da capacidade e sustentabilidade a longo prazo dos serviços de ‘streaming’ de transmitirem uma temporada inteira de F1, devido ao modelo de negócio e às audiências. A F1, focada na construção da reputação e audiência nos Estados Unidos, pode não querer arriscar desfazer esse progresso ao apostar num serviço de ‘streaming’.

Certo é que independentemente do vencedor, seja uma estação tradicional ou uma plataforma de ‘streaming’, o próximo contrato de transmissão nos Estados Unidos promete ter um impacto determinante no futuro da F1, tanto a nível financeiro como estratégico.

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Polémicas de Elon Musk estão a destruir a marca Tesla

Apesar de ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck (na foto), a empresa de Elon Musk desvaloriza-se, com as vendas a cair e as ações a perder €737,2 milhões em bolsa em três meses. Marcas e influenciadores associam-se aos boicotes dos consumidores

A cotação da Tesla perde 800 mil milhões de dólares (€737,2 mil milhões) em bolsa em apenas três meses. Só no dia 10 de março, o prejuízo foi de 29 mil milhões (€26,7 mil milhões). Elon Musk, CEO da Tesla e maior acionista da empresa, tem-se envolvido em sucessivas polémicas pelo seu papel no departamento encarregue de cortar os gastos do Estado norte-americano (DOGE, na sigla em inglês).

Embora continue a ser considerado o homem mais rico do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, os boicotes à marca, que se multiplicam nos Estados Unidos e na Europa, estão a afetar o negócio e a sua fortuna. Segundo estimativas da Forbes, desde dezembro, a fortuna pessoal de Elon Musk cai 7,1 mil milhões de dólares (€6,5 mil milhões) desde janeiro, para os 347,7 mil milhões de dólares (€320,4 mil milhões).

“A retenção de clientes é um desafio crítico para a marca em 2025, uma vez que o número de condutores que procura uma alternativa à Tesla está a aumentar”, refere Matthias Schmidt, analista de mercado do setor automóvel, citado pelo The Guardian. Um estudo divulgado pela CNBC revela que 85% dos norte-americanos considera que as declarações públicas de Elon Musk estão a impactar a Tesla “negativamente” ou “muito negativamente”.

“O impacto das visões políticas de Elon Musk nas vendas da Tesla pode estar a ser empolado, mas a Tesla está gradualmente a perder a sua posição como vendedor dominante de veículos elétricos no Reino Unido, à medida que outros fabricantes de automóveis trazem modelos mais atualizados e baratos para o mercado”, salienta Ben Nelmes, diretor executivo da publicação especializada New Automotive, ao The Guardian. A consultora JP Morgan estima que, em 2025, as previsões de lucro desçam 70% face a 2022.

Vendas em queda em todo o mundo

No mercado europeu, em janeiro, as vendas da Tesla caem cerca de 50%, com quebras na ordem dos 75% em Espanha, 63% em França e 59% na Alemanha, país onde as vendas de carros elétricos crescem 31%. Na China, a queda é de 49%, face a 2024. Na Austrália, recua 72% em fevereiro, face a fevereiro de 2024. Apesar de ainda ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck, a empresa tem dificuldade em manter a faturação. A marca aposta, agora, no lançamento de um modelo mais económico para inverter a situação, o Tesla Model Y.

“Estimamos que menos de 5% das vendas globais da Tesla venham a ser afetadas devido a estes problemas, apesar da narrativa global draconiana que envolve Elon Musk, que reconhecemos que é um problema para a marca”, assume Dan Ives, analista da consultora financeira Wedbush Securities, ao The Guardian.

Numa inédita ação de marketing na Casa Branca, Donald Trump anuncia a compra de um Tesla em apoio a Elon Musk e declara que atacar stands da marca poderá ser considerado ‘terrorismo doméstico’. Declarações que não impedem os acionistas da empresa, como Jerry Avenaim e Dave Portnoy, de questionarem publicamente a continuidade de Elon Musk como CEO da empresa, ou o investidor Robyn Denholm, presidente do conselho de administração da Tesla, de vender cerca de 112.400 ações da empresa.

Embora as taxas impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à China, de onde vêm muitos dos componentes usados pela Tesla, venham a afetar o negócio, o descontentamento atingiu um novo pico em janeiro de 2025, quando Musk gerou polémica ao fazer a saudação nazi após a tomada de posse de Donald Trump. Musk, no entanto, rejeitou as acusações acerca do gesto nazi, alegando que estava a ser alvo de um “golpe sujo”.

Este mês, o empresário volta a causar polémica ao sugerir uma semana de 200 horas de trabalho para os funcionários públicos norte-americanos.

Os clientes da Tesla recorrem às redes sociais para mostrar a sua oposição a Musk e alguns chegam ao ponto de vender ou trocar o veículo por outro de outra marca para mostrar o seu desagrado em relação ao empresário. Figuras públicas também se juntaram ao movimento.

Nos Estados Unidos, a cantora Sheryl Crow, a jornalista Alisyn Camerota ou o senador Mark Kelly engrossam a lista de personalidades que colocaram à venda o Tesla que conduziam. Em Portugal, a mesma decisão foi tomada por João Manzarra. “Ele investe em ideias que me parecem perigosas para o mundo, e eu não quero compactuar com isso”, justifica o apresentador de televisão em declarações ao Público.

Marcas reagem às polémicas de Elon Musk

Um pouco por todo o mundo, os protestos e boicotes à Tesla sucedem-se. Nos Estados Unidos, além de manifestações de protesto em vários estados, um stand da marca foi baleado em Portland e postos de abastecimento de veículos elétricos foram incendiados em Boston e Chicago.

No Reino Unido, foram colocados cartazes contra a marca em várias cidades. Em Milão, um grupo de ativistas invadiu uma loja da Tesla. Os autocolantes com a inscrição ‘I bought this car before I knew Elon was crazy’ [‘Eu comprei este carro antes de saber que Elon era doido’], comercializados por empresas como a MadPufferSticker, já circulam na Europa e nos Estados Unidos.

Além dos consumidores, também as marcas reagem à postura de Elon Musk. A Kia provoca o empresário com um anúncio sarcástico, entretanto apagado, onde exibia um dos autocolantes da MadPufferStickers. A empresa de aluguer de carros Hertz pôs 30 mil veículos da Tesla à venda, desvalorizando ainda mais a marca. Apesar de continuar a ser uma das empresas mais valiosas do setor automóvel, para muitos consumidores, a Tesla tornou-se um símbolo político.

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Saúde financeira melhora, mas ainda há 69% de portugueses com dificuldades em pagar contas

Para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, revela o Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas

Entre 2023 e 2024 houve um alívio nas despesas dos portugueses, segundo os principais resultados do Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas. A maioria (69%) dos quase 5.700 inquiridos, porém, revelam ter dificuldades para pagar as contas em 2024 e para 11% a situação é de sufoco.

Estes resultados, divulgados em comunicado de imprensa quando se assinala o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor a 15 de março, indicam que em sete anos de barómetro nunca Portugal teve um índice tão elevado como o registado em 2024, com exceção de 2020, quando ocorre a pandemia.

“Apesar disso, apresenta um dos índices mais baixos entre os países analisados no Barómetro da Deco Proteste, o que evidencia a necessidade de medidas que promovam a melhoria da situação financeira das famílias portuguesas e que permitam convergir com os níveis de bem-estar financeiro dos seus parceiros europeus”, refere a Deco em comunicado de imprensa, avançando que em 2025 os portugueses anteveem uma queda do poder económico.

Apenas um quinto dos portugueses estão otimistas em relação a este ano e acreditam que a situação financeira irá melhorar. Em 2024, a manutenção da casa é a única despesa que sobe, face a 2023, mas são as férias grandes e os tratamentos dentários que representam o maior peso financeiro.

O estudo revela ainda disparidades regionais, com o centro e a Madeira a destacarem-se como as regiões onde as famílias enfrentam maiores dificuldades. Em contraste, Beja é o distrito com maior desafogo financeiro.

A poupança, um importante indicador da saúde financeira das famílias, continua também a ser um desafio para a maioria dos portugueses: para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, “o que demonstra a necessidade de medidas que incentivem a poupança e promovam a educação financeira”, salienta o comunicado de imprensa.

A Deco Proteste sublinha ainda a importância de garantir que todos os consumidores, independentemente da sua situação socioeconómica, tenham acesso a bens e serviços essenciais a preços justos e acessíveis. “Os resultados do Barómetro Deco Proteste reforçam a urgência de implementar medidas que protejam os consumidores mais vulneráveis e promovam a justiça social e a igualdade de oportunidades”, refere o comunicado.

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CEO da FCB New York revela o que faz para gerir a agência mais premiada do mundo

Em cinco anos, Emma Armstrong (na foto) implementa uma estratégia que converte o que era “uma boa agência” na agência criativa mais premiada do mundo. A campanha ‘Dreamcaster’, que cria para a Michelob Ultra, é a mais premiada de sempre

Emma Armstrong gere a agência mais premiada do mundo, segundo os World Creative Rankings 2025 do The Drum, a FCB New York, que é também responsável pela campanha ‘Dreamcaster’, da marca de cerveja norte-americana Michelob Ultra que é a mais premiada de sempre, de acordo com a publicação.

“A nossa função é criar trabalhos que se destaquem, que nunca tenham sido vistos antes, que surpreendam pela originalidade. Essa missão pode parecer muito assustadora, uma vez que exige uma atitude corajosa. O nosso trabalho é fazer as coisas com segurança, por considerarmos que essa é a estratégia certa para o negócio”, esclarece Emma Armstrong, CEO da FCB New York desde 2019, em entrevista ao The Drum.

Na altura em que assume o cargo, depara-se com o que descreve como “uma boa agência”, mas longe de ser aquilo que é hoje. Em apenas cinco anos, entre 2019 e 2024, a FCB New York triplica o volume de negócio e, só no ano passado, conquista 12 novos clientes, incluindo as marcas Cheez-It, Pringles, Rice Krispies Treats e Eggo.

“Qualquer agência pode ter um ano de sucesso ou um trabalho que se destaque num determinado momento. Mas [nos últimos cinco anos], tentámos realmente focar-nos na excelência criativa sustentada no sucesso dos nossos clientes e tem sido realmente gratificante ver essa estratégia ganhar vida e a ser bem sucedida”, admite a dirigente.

A importância de estreitar relações com os clientes

Para além da criatividade diferenciadora, fundamental numa era onde muitas marcas voltam a ter medo de arriscar, por receio das reações negativas que as campanhas mais arrojadas possam vir a gerar nas redes sociais, o sucesso da agência americana deve-se, na opinião de Emma Armstrong, à relação de confiança que a agência tem vindo a estabelecer com os clientes.

“Não se atinge o nível de crescimento que tivemos nos últimos cinco anos se perdermos clientes tão rapidamente como os ganhamos. Tivemos a sorte de ter pessoas excelentes que atraíram clientes excelentes, que querem fazer um trabalho criativo incrível, e que faça a diferença no seu negócio”, reconhece a responsável, que também aposta na valorização contínua dos colaboradores da agência, pertencente ao Interpublic Group (IPG).

“Temos muita autonomia para gerir a agência da melhor forma para os clientes, para o trabalho e as pessoas, e para os criativos talentosos que temos na agência. Mas também de termos todos os recursos da ‘holding’ à nossa disposição, desde os dados da Axicom a vários recursos provenientes de parcerias incríveis”, salienta Emma Armstrong.

Apesar a boa fase que a FCB New York atravessa e das conquistas que tem conseguido nos últimos cinco anos, a fusão iminente entre o IPG e a Omnicom, anunciada na primeira semana de dezembro de 2024, deixa o futuro da agência criativa em aberto. “Acreditamos firmemente que é possível ser uma agência criativa de muito sucesso com o apoio de uma ‘holding’. Acho que esse suporte nos favorece”, considera.

A campanha que 10,4 milhões de telespectadores viram

Para além de ser a agência mais premiada do mundo, a FCB New York é também a autora da campanha mais premiada de sempre. Concebido para a marca de cerveja Michelob Ultra, o anúncio acompanha o desenvolvimento de uma nova tecnologia que permite a cidadãos com deficiência visual sentir as emoções dos jogos de basquetebol da National Basketball Association (NBA).

O filme publicitário, que conquista 32 prémios no festival One Show 2024, 15 nos ADC Awards 2024, quatro nos The ANDY Awards 2024 e sete no Cannes Lions 2023, é produzido pela DaHouse Audio, pela Helo e pela Nepyru, com o propósito de tornar a modalidade desportiva mais acessível.

Protagonizado por Cameron Black, um cego que realiza o sonho de comentar um jogo da NBA em direto na televisão, o ‘spot’ mostra os preparativos para o grande dia, numa partida que opõe os New York Knicks aos Cleveland Cavaliers, terminando com gravações de telespectadores que elogiam o trabalho do comentador. O anúncio foi visto por 10,4 milhões de pessoas.

O impacto gerado leva a Michelob Ultra a investir 115 milhões de dólares (€105,4 milhões) em iniciativas de promoção da inclusão. “O cliente ficou de imediato entusiasmado com a ideia. Desenvolvemos a tecnologia, que está patenteada, para criar uma experiência que envolvesse os adeptos com deficiência visual, permitindo-lhes compreender um jogo de basquetebol ao vivo sem o ver”, explica Alexandre Abrantes, vice-presidente e diretor criativo executivo da FCB New York, em declarações ao The Drum.

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48% dos portugueses comparam preços antes de realizar uma compra

47% dos consumidores dizem que o poder de compra permanece estável, enquanto 12% dos portugueses admitem que a capacidade financeira diminui consideravelmente face ao ano anterior, revela um estudo da Escolha do Consumidor

Grande parte dos consumidores compara os preços, na maioria das vezes, antes de realizar uma compra (48%), analisando as diferentes opções para garantir a melhor escolha possível, revela um estudo da Escolha do Consumidor.

Por outro lado, 5% dos entrevistados fazem essa comparação apenas em compras de valores mais elevados, considerando esse fator mais importante em decisões financeiras significativas, enquanto 2% revelam ainda que raramente comparam os preços, enquanto 1% nunca realizam essa comparação, optando por outros critérios na sua decisão de compra.

Quanto ao tempo despendido na comparação de preços dos diferentes produtos ou serviços disponíveis no mercado, a maioria dos consumidores dedica entre cinco e 15 minutos a esta ação antes de realizar uma compra (42%), garantindo um equilíbrio entre análise e rapidez na decisão.

Já 30% dos participantes investem mais de tempo a avaliar as diversas opções e encontrar a melhor oferta no mercado, entre 15 e 30 minutos. Apenas 13% dedicam mais de 30 minutos ao processo, demonstrando um perfil mais detalhista e criterioso.

Em contrapartida, 14% dos inquiridos realizam essa comparação de forma mais rápida, levando menos de cinco minutos para decidir o que vão adquirir. Uma pequena percentagem afirma também não ter o hábito de comparar os preços antes de comprar qualquer tipo de produto ou serviço no seu dia a dia (1%).

Sites comparadores de preços

Quando questionados sobre as ferramentas utilizadas para fazer a comparação de preços, 33% recorrem a websites comparadores de preços para assegurar a melhor escolha antes de comprar, 23% visitam lojas físicas para comparar os preços presencialmente e 21% aproveitam os folhetos promocionais para identificar ofertas e descontos.

De realçar que 48% dos participantes recorrem a estas promoções frequentemente, mas apenas quando realmente precisam de um determinado produto ou serviço, sendo que 33% tentam aproveitar todos os descontos disponíveis sempre que possível.

As aplicações especializadas em comparação de preços e a análise entre diferentes ‘marketplaces’ também são mencionadas por alguns dos consumidores (8% e 7%, respetivamente). Além disso, 4% baseiam-se em redes sociais, como grupos online e recomendações de influenciadores. Os restantes inquiridos preferem recorrer outros métodos para comparar os preços antes de fazerem uma compra (4%).

Poder de compra dos portugueses

O top 3 dos produtos ou serviços mais consumidos reúne o setor da alimentação no primeiro lugar (31%), seguindo-se roupa/calçado e saúde e bem-estar (20% em ambos), o que reflete a importância destas três áreas no orçamento pessoal e consumo diário. Em oposição, os artigos eletrónicos e de tecnologia são os menos priorizados pelos entrevistados (22%), logo depois as viagens e turismo (21%) e a educação e formação (16%).

No que diz respeito ao poder de compra no decorrer dos últimos meses, 47% dos portugueses declaram que este permaneceu estável e sem grandes variações no orçamento. Contudo, 26% verificam uma ligeira redução, sentindo até algum impacto nas despesas.

Por outro lado, 15% relatam um aumento no poder de compra, mantendo ou inclusive melhorando o padrão de consumo, em comparação com o ano passado. Para 12%, a capacidade financeira diminuiu consideravelmente, levando alguns dos participantes a enfrentar maiores dificuldades para manter os mesmos hábitos de consumo.

15 de Março: Dia Mundial dos Direitos do Consumidor

No âmbito do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, assinalado já no próximo sábado, a Escolha do Consumidor vai implementar algumas ações, nomeadamente a criação de um espaço interativo onde os consumidores poderão experimentar produtos e serviços das marcas eleitas Escolha do Consumidor em 2025. O evento terá lugar no centro comercial Ubbo, na Amadora, de 14 a 16 de março.

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Falta de objetividade e de feedback útil está a prejudicar a criatividade

Apenas 30% dos criativos e 27% dos ‘marketers’ revelam ter formação adequada para avaliar ideias, um processo em que há demasiadas pessoas envolvidas e que é descrito como “inconsistente, lento, subjetivo e doloroso”

Apenas 30% dos criativos e 52% dos ‘marketers’ dizem que fornecem feedback claro e construtivo relativamente aos projetos em que estão envolvidos, de acordo com o estudo ‘The BetterIdeas Project’, da consultora de marketing BetterBriefs.

A análise revela que 89% dos criativos e 84% dos profissionais de marketing concordam que a opinião tem um grande impacto na tomada de decisões, o que conduz à falta de objetividade no processo criativo.

Neste sentido, o estudo conclui que é necessária mais formação sobre como avaliar ideias e dar um melhor feedback. De facto, apenas 30% dos criativos e 27% dos profissionais de marketing referem ter formação adequada para avaliar ideias, com os investigadores a descobrirem que são necessárias cinco rondas de desenvolvimento criativo para aprovar uma ideia, em comparação com três rondas registadas numa investigação do Institute of Practitioners in Advertising (IPA) no Reino Unido, em 2007.

A análise, desenvolvida com o IPA e a World Federation of Advertisers, tem por base as respostas de 1034 profissionais criativos e de marketing de 54 países, abrangendo os setores B2C e B2B, e revela a necessidade de simplificar o processo de aprovação de ideias, de modo a garantir que apenas as pessoas realmente responsáveis sejam incluídas no processo de tomada de decisões.

“A criatividade é uma ferramenta poderosa que aumenta a eficácia da publicidade. Embora muitas ideias sejam elaboradas, apenas algumas são aprovadas e concretizadas. Este estudo mostra que a avaliação das ideias é crucial para o nosso setor. Se os ‘briefings’ servem de orientação para o raciocínio das agências, então as ideias são o veículo que impulsiona a eficácia no mundo da publicidade”, argumenta Matt Davies, cofundador da BetterBriefs.

A análise indica que são demasiadas as pessoas, ou as pessoas erradas, envolvidas no processo de tomada de decisão, descrito como “inconsistente, lento, subjetivo e doloroso”. Apenas 23% dos criativos e 56% dos ‘marketers’ concordam que o atual processo de aprovação funciona bem, e apenas 43% dos criativos e 62% dos profissionais de marketing referem que as pessoas que aprovam as ideias são as mais indicadas para tomar a decisão.

O estudo alerta ainda para o facto de as pessoas não avaliarem as ideias criativas em função do ‘briefing’ e dos critérios-chave da marca. Apenas 23% dos criativos e 15% dos ‘marketers’ concordam que os ‘briefings’ são utilizados pelas organizações para avaliar as ideias e somente 10% dos inquiridos concordam que as ideias são avaliadas em função de critérios claramente definidos nas respetivas empresas.

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Coca-Cola revê conta de meios nos Estados Unidos. WPP e Publicis são finalistas

Se a empresa de bebidas escolher o Publicis, terá mais uma vez as contas de meios divididas entre várias ‘holdings’, dissociando os meios da criatividade nos EUA. As contas de criatividade, meios, dados e tecnologia de marketing da The Coca-Cola Company estão avaliadas em cerca de €3,7 mil milhões

O WPP e o Publicis Groupe estão na final do processo de revisão das agências de meios da The Coca-Cola Company nos Estados Unidos, noticia a Ad Age. Se não sair vencedor, o WPP perderá a conta de meios conquistada em 2021.

Além dos meios, o WPP detém as contas de dados e tecnologia de marketing, bem como de criatividade da empresa de bebidas, em cerca de 200 países e avaliadas num total de cerca de 4 mil milhões de dólares (€3,7 mil milhões), mas estas não estão em consideração.

Quando conquista a conta da The Coca-Cola Company, o WPP cria a unidade OpenX, dedicada a servir as cerca de 200 marcas da empresa a nível mundial. O Publicis fica em segundo lugar na revisão de 2021, o que leva o WPP a ficar com 90% dos meios de comunicação da The Coca-Cola Company. A Dentsu fica com os restantes 10%.

Se a The Coca-Cola Company contratar o Publicis, terá mais uma vez as contas de meios divididas entre várias ‘holdings’, dissociando os meios da criatividade nos Estados Unidos. Quando o WPP é contratado, em 2021, Manolo Arroyo, diretor global de marketing da Coca-Cola, enfatiza a criação de um modelo de agências centrado no consumidor, considerando que os consumidores “não distinguem a mensagem do meio”. Na época, Manolo Arroyo destaca o alcance multinacional do WPP, admitindo, no entanto, que o Publicis é mais forte na América do Norte.

A The Coca-Cola Company investe cerca de 1,8 mil milhões de dólares (€1,6 mil milhões) em publicidade nos Estados Unidos em 2023, o que representa um aumento de cerca de 17% em relação a 2022, segundo o Ad Age Datacenter. A empresa ocupa o 28.º lugar no ranking da Ad Age dos principais anunciantes nos Estados Unidos em 2024.

Segundo dados da MediaRadar, a The Coca-Cola Company gasta 409 milhões de dólares (€377 milhões) em meios de comunicação nos Estados Unidos nos primeiros nove meses de 2024 e 621 milhões de dólares (€573 milhões) em 2023.

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TikTok é a rede social com mais horas de utilização por mês

Com uma taxa de crescimento mais rápida do que a do Facebook (9,3%) e a do Instagram (19,0%), o TikTok deverá representar 11% do total das despesas com publicidade nas redes sociais, com um investimento total de 32 mil milhões de dólares (€29,5 mil milhões), em 2025

O TikTok é a rede social com o número mais elevado de horas de utilização mensal, segundo os dados da Meltwater, empresa que fornece soluções de análise de redes sociais, analisados pelo WARC Media. A rede social chinesa lidera de forma destacada, com os utilizadores a passarem em média cerca de 35 horas por mês na plataforma, em 2024, o equivalente ao dobro das horas passadas, em média, pelos utilizadores do Instagram.

O consumo é mais elevado nos Estados Unidos, onde os utilizadores passam em média quase 44 horas por mês na rede social. Segundo a análise, se o TikTok evitar uma proibição nos Estados Unidos, o investimento publicitário mundial na plataforma deverá atingir cerca de 32 mil milhões de dólares (€29,5 mil milhões) em 2025, o que representa um aumento de 24,5% em relação a 2024.

Com uma taxa de crescimento mais rápida do que a do Facebook (9,3%) e a do Instagram (19,0%), a plataforma deverá representar 11% do total das despesas com publicidade nas redes sociais a nível mundial, em 2025. No que diz respeito ao consumo diário médio, o cenário é outro: de acordo com a análise, o tempo médio que um utilizador passa no TikTok é de cerca de seis minutos, abaixo dos sete minutos e 41 segundos que os utilizadores passam em média no YouTube, que lidera esta classificação.

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O que pode ler na edição 976 do M&P

O Lado B, novo espaço na contracapa do M&P (na foto), é totalmente dedicado à mulher. Fica o convite para começar a leitura desta edição pelo fim, dando prioridade ao muito que há por fazer no equilíbrio da balança de género

Na edição 976 do M&P, Tiago Flores, CEO da Xiaomi em Portugal, explica a estratégia seguida para afirmar a marca chinesa no mercado nacional – onde é a segunda mais vendida em ‘smartphones’, a seguir à Samsung e à frente da Apple – e crescer no segmento ‘premium’, a reboque dos novos modelos da série 15, recém-lançados no Mobile World Congress 2025, em Barcelona. “Mais do que sermos líderes, temos uma ambição maior e acima das vendas”, revela em entrevista exclusiva a Catarina Nunes, diretora do M&P.

Em vésperas do arranque da temporada de Fórmula 1, no Grande Prémio da Austrália, a 16 de março, os jornalistas Daniel Monteiro e Luis Batista Gonçalves, dão a conhecer como é que as audiências televisivas desta modalidade – que ascendem globalmente a 1,6 mil milhões de espectadores e crescem entre os jovens e as mulheres – estão a atrair marcas e a fazer disparar os valores de renegociação dos direitos de transmissão. Marketing gerado por dados e inclusivo marcam a reinvenção da Fórmula 1, enquanto suporte de comunicação.

No rescaldo dos Óscares, Daniel Monteiro escreve sobre a corrida ao espaço publicitário nos intervalos da transmissão televisiva da cerimónia, em que se destaca o vídeo da campanha conjunta da Samsung, L’Oréal Paris, Carnival Cruise Line, Kiehl’s e Mntn, que homenageia os duplos de Hollywood e mostra os bastidores das cenas mais arriscadas dos anúncios.

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Ana Relvão, designer industrial e sócia-fundadora do estúdio Relvãokellermann, em Munique, partilha com Catarina Nunes a experiência de liderar um dos estúdios mais premiados na Alemanha.

O dossier especial, assinado por Susana Marvão, é dedicado à nova era na criação de conteúdos para marcas através de ‘branded content’, incluindo a visão dos grupos de media nacionais e das empresas que trabalham este formato, bem como a entrevista exclusiva a Patrícia Weiss, presidenta da Branded Content Marketing Association – BCMA Portugal e América do Sul, associação que promove a segunda edição em Portugal dos Branded Content Awards, que serão entregues em maio.

Na coluna de opinião Silicon Wood, que reflete a indústria das redes sociais e dos criadores de conteúdos – na interseção entre a tecnologia e o entretenimento -, Inês Ramada Curto, codiretora executiva e sócia da Snack Content Portugal, chama a atenção para o novo paradigma que surge, com o crescente ênfase no interesse dos conteúdos publicados, em detrimento de quem cria o conteúdo. Por que razões os algoritmos das redes sociais favorecem temas em vez de influenciadores?

Miguel Moreira Rato, diretor-geral da Adagietto, aborda o Dia Internacional da Mulher e reconhece que as agências de hoje ainda têm elementos da agência de Don Draper, da série ‘Mad Men’. A Adagietto ainda tem nuances desse mundo.

O M&P fecha, desde a edição anterior, com o Lado B, novo espaço na última página do jornal, que apresenta campanhas publicitárias, estratégias de comunicação ou de design de produtos, com o objetivo de fomentar o debate sobre criatividade, sob o lema Fatal, Banal, Genial.

O barómetro de atualidade do melhor e do pior na indústria da publicidade, comunicação, media e marcas, bem como os números que se destacam e os temas e notícias a seguir são outras das rubricas nesta página.

Na edição 976, o Lado B é totalmente dedicado à mulher, com campanhas de agências de comunicação e projetos dirigidos ao Dia Internacional da Mulher, e ao melhor e ao pior em matéria de igualdade de género.

Numa perspetiva de inversão da lógica, fica o convite para começar a leitura desta edição pelo fim, dando prioridade ao muito que há por fazer no equilíbrio da balança de género.

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Accenture aposta em modelo preditivo com dados sintéticos

Os dados sintéticos poderão deixar de ser vistos como uma tecnologia experimental e passar a ser considerados uma ferramenta com um papel no futuro do marketing e do desenvolvimento de produtos e da estratégia comercial

A Accenture Ventures, empresa de capital de risco da Accenture, está a investir e a colaborar com a Aaru, empresa que detém um modelo preditivo alimentado por inteligência artificial (IA) agêntica, com recurso a dados sintéticos, noticia o The Drum. Este modelo cria simulações que reproduzem o comportamento humano com elevada precisão.

A Accenture Song planeia integrar o modelo da Aaru no conjunto de ferramentas de IA do grupo de agências, dando às marcas a capacidade de ‘prever’ a resposta dos clientes antes de lançarem campanhas, produtos ou serviços. A medida é indicativa de que os dados sintéticos poderão deixar de ser vistos como uma tecnologia experimental e passar a ser considerados uma ferramenta com um papel significativo no futuro do marketing, do desenvolvimento de produtos e da estratégia comercial.

Isto pode representar o fim da era em que as marcas dependem de estudos de mercado dispendiosos e demorados. “Antecipar as necessidades dos clientes e descobrir novas oportunidades de crescimento através de agentes alimentados por IA é agora uma vantagem estratégica para as empresas”, justifica Baiju Shah, diretor de estratégia da Accenture Song, em comunicado de imprensa.

Cameron Fink, CEO da Aaru, antevê, por seu lado, nesta área a próxima grande mudança na IA. “A simulação é uma ferramenta incrivelmente poderosa e será o fator diferenciador entre as empresas que lideram o mercado e as que ficam para trás na era da IA”, refere.

Se a aposta na Aaru for bem-sucedida, pode reescrever as regras do envolvimento do consumidor, transformando o marketing numa ciência preditiva. Com o apoio da Accenture, é possível que se torne apenas uma questão de tempo até os dados sintéticos se tornarem um elemento essencial do marketing.

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