Edição digital
PUB
Destaque M&P Exclusivo

“As multinacionais têm uma vida mais fácil a 1 de Janeiro de cada ano”

A agência de meios Nova Expressão passou a accionista de uma nova network de media internacional. Manuel Falcão explica o projecto e analisa a actualidade dos media em Portugal

Meios & Publicidade
Destaque M&P Exclusivo

“As multinacionais têm uma vida mais fácil a 1 de Janeiro de cada ano”

A agência de meios Nova Expressão passou a accionista de uma nova network de media internacional. Manuel Falcão explica o projecto e analisa a actualidade dos media em Portugal

Sobre o autor
Meios & Publicidade
Artigos relacionados
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Marketing
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Marketing
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Publicidade
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Marketing
Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)
Publicidade
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
Comunicação
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Marketing
Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares
Digital
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Publicidade

A agência de meios Nova Expressão passou a accionista de uma nova network de media internacional. Manuel Falcão explica o projecto e analisa a actualidade dos media em Portugal.


A Nova Expressão passou a integrar uma nova network de media internacional, a Local Planet. Para trás fica a estrutura internacional Columbus Media, entretanto extinta. Este é o ponto de partida para a entrevista a Manuel Falcão, director-geral da agência, em que apresenta as novidades e analisa o panorama dos media em Portugal, nomeadamente o segmento das publicações de economia, o crescimento da audiência dos canais por cabo e o combate dos publishers nacionais aos gigantes Facebook e Google.

Meios & Publicidade (M&P): A Nova Expressão faz agora parte de uma nova network de agências independentes. Que mudanças são estas?
Manuel Falcão (MF): A Columbus Media International deixou de existir a meio do ano passado. Houve um movimento de uma série de agências que tinham integrado a Columbus e de outras novas agências para criar uma estrutura mais formal e mais organizada, que foi lançada há poucos dias e que se chama Local Planet. A Local Planet é uma network internacional de agências independentes com duas estruturas centralizadas: uma para o continente americano e outra para a Europa. A parte europeia ficará sedeada em Londres e o CEO será Martyn Rattle, um executivo deste meio com larga experiência internacional. A Local Planet vai agrupar agências que têm operações em 40 territórios. Seremos perto de três mil pessoas na network com capacidades técnicas avançadas e com uma facturação global superior a 10 mil milhões de dólares. Pensamos que irão muito rapidamente aderir novas agências. A Nova Expressão tem o prazer de ter sido convidada para ser um dos 17 accionistas fundadores da Local Planet. Seremos, portanto, o braço português.

M&P: Qual é a percentagem accionista das agências?
MF: Varia conforme os territórios, a importância e peso dos respectivos mercados. São percentagens que vão desde um a dois por cento até aos 15 por cento. No nosso caso é de um por cento.

M&P: Funcionará como uma network de um grande grupo ou para já não existe essa ambição?
MF: Existe essa ambição de conseguirmos ter uma resposta competitiva em relação ao que os clientes internacionais normalmente procuram numa estrutura desse género, ou seja, a certeza de que, ao entregarem-nos os seus investimentos de media, eles são tratados com cuidado nos diferentes territórios por equipas profissionais que sabem o que é melhor. O facto de a Local Planet ser uma network mundial, mas com um posicionamento muito local, muito baseado na experiência das maiores agências independentes de cada país, vai acabar por possibilitá-lo. Na realidade, a Colombus nunca tinha conseguido ter clientes globais. A ambição da Local Planet é ter clientes globais e contas alinhadas internacionalmente. O nosso objectivo é também possibilitar que empresas portuguesas nossas clientes consigam ter apoio à sua internacionalização e à expansão nos mercados europeus, africanos, asiáticos ou no continente americano, onde a Local Planet tem presença.


“O perfil dos anunciantes está muito diferente do que era há uns anos. Nos 10 maiores anunciantes deste ano não temos nenhum banco, temos uma única empresa de telecomunicações”

 


M&P: O objectivo a curto prazo será então que a Local Planet comece a ser chamada por clientes internacionais para concursos?
MF: Exactamente. Há muitas consultas internacionais de clientes multinacionais que têm o planeta dividido em territórios, como o europeu ou o continente americano, que normalmente são tratados separadamente. A Local Planet está a fazer esforços para ser integrada nos vários pitchs que estão a decorrer neste momento.

M&P: A Nova Expressão sente que é penalizada pelos clientes por ser uma agência 100 por cento nacional? Faço a pergunta fazendo a ligação para um caso recente, o do Turismo de Portugal, em que a primeira versão do concurso da conta de meios digitais tinha umas regras que pareciam feitas à medida das agências multinacionais. Puxo até o assunto porque o Turismo de Portugal é vosso cliente.
MF: É nosso cliente, ganhámos a consulta pública há quatro anos e o contrato ainda decorre durante este ano. Também concorremos a essa nova consulta, por isso estamos coibidos de nos pronunciar. Voltando ao outro lado da pergunta, a questão é mais esta: os clientes que temos não nos penalizam por sermos uma agência portuguesa ou por não fazermos parte de um grupo internacional. O que acontece, às vezes, é que alguns grandes clientes olham para nós e pensam que podemos não ter o músculo para competir em pé de igualdade com algumas multinacionais. De facto, até temos músculo. Somos sócios em Portugal da Power Media, uma das grandes centrais de compra, e não existe, verdadeiramente, esse problema de dimensão. Costumo dizer que se fizéssemos o exercício de pegar nos clientes das agências e retirássemos os alinhamentos internacionais, a Nova Expressão, que está em 12º ou 13º lugar no ranking MediaMonitor, dependendo dos meses, estaria certamente na parte de cima da segunda metade do top 10. Nós chegamos a 1 de Janeiro de cada ano e não temos um orçamento de alinhamentos internacionais. Essa é uma questão que nos obriga a um esforço permanente e constante de new business. É um desafio podermos trabalhar com empenho para grandes e médias empresas nacionais, que são o núcleo dos nossos clientes e que nos têm ajudado a crescer ao longo dos anos.

M&P: Quer dizer com isso que os seus colegas das multinacionais estão acomodados às contas de alinhamento?
MF: Quer dizer que têm uma vida mais fácil a 1 de Janeiro do que a que nós temos. Eles sabem-no.

M&P: O perfil dos vossos clientes acaba por ser diferente do das outras agências. A Nova Expressão fechou 2015 no 12º lugar no ranking MediaMonitor, mas tem um investimento muito grande em imprensa. É, aliás, a agência de meios cujos clientes investem mais em imprensa. Porque acontece isso?
MF: Tem a ver com o perfil dos clientes. Nós tínhamos um investimento em televisão percentualmente muito baixo, mas no ano passado tivemos um crescimento significativo. Ainda não estamos ao nível que gostaríamos de estar.

M&P: Quais foram os clientes responsáveis por esse desempenho?
MF: Basicamente foi a conta do E.Leclerc que nos ajudou a reforçar muito o investimento em televisão. Também crescemos muito no digital graças à conta do Turismo de Portugal. Nós temos um investimento digital muito superior à média do mercado, está claramente no top dos investimentos digitais do mercado português. Em televisão no ano passado progredimos bastante, apesar de não termos produtos de grande consumo porque, tipicamente, são alinhamentos internacionais das grandes empresas do sector. Essa é uma das razões para não termos o investimento em televisão proporcional ao nosso share de mercado.

M&P: Parece-lhe que os suportes tradicionais de imprensa estão menos interessantes para a globalidade das agências de meios?
MF: A imprensa atravessa uma quebra progressiva do número de leitores e de audiência. Além disso, no mercado português o acesso aos canais generalistas é relativamente barato em comparação com outros países e não é muito superior ao preço da imprensa. Um bom número de anunciantes que noutros mercados tradicionalmente faz imprensa, em Portugal concentra-se na televisão porque o preço de entrada é mais acessível.

M&P: Já que falamos de imprensa, do lado das agências de meios sentem falta da edição em papel do Diário Económico, que teve uma suspensão que apanhou o mercado de surpresa?
MF: Era uma coisa que estava mais ou menos no horizonte se não aparecesse um comprador para o Económico. É sempre mau perder alguma concorrência. É sempre mais agradável ter concorrência em determinado sector. Hoje, no papel, os jornais económicos ficam organizados em termos de diários com o Jornal de Negócios, e em semanários com a Vida Económica, o OJE e o Dinheiro Vivo, que são todos realidades diferentes. Mais um jornal diário nesta área iria aumentar a concorrência e a qualidade dos produtos.

M&P: Há margem para que apareça um novo título de economia em papel ou no digital?
MF: É provável que apareça. Vamos assistir, com certeza, nos próximos meses ou no próximo ano, a alterações no panorama mediático português. A realidade do digital, que tem uma possibilidade de concretização de projectos que não tem custos industriais, permite que alguns projectos possam ensaiar essa plataforma, à semelhança do que acontece noutros países. Aliás, o próprio Diário Económico está a tentar sobreviver no online. É provável que venham a existir mais projectos na área económica no digital.

M&P: Apresentaram-lhe algum projecto ou o esqueleto de algum projecto que possa vir a ganhar forma?
MF: Por enquanto não, mas existem equipas no mercado a trabalhar nesse assunto.

_MG_1829_mf


M&P: Pode adiantar alguma coisa?
MF: Não cabe a mim falar sobre o que outras pessoas estão a fazer e que ainda não é público.

M&P: Como vê o projecto da Plataforma de Media Privados de criar uma estrutura de publicidade digital, para os grupos de media nacionais, para concorrer com o Google e com o Facebook?
MF: Temos de ver bem o que vai ser feito. Ainda não consegui perceber e penso que a Plataforma ainda não tem uma ideia fechada sobre os moldes como vai funcionar. Houve uma experiência em Espanha, com os principais grupos editoriais, que não correu muito bem. Acabou por não resultar. Isto tem a ver com um problema, que é o da qualidade do inventário, do espaço digital para publicidade que cada um dos grupos vai colocar nessa plataforma. Se for um inventário secundário, sem muito interesse, não sei o que pode acontecer. Os grupos vão guardar o fundamental do inventário para eles próprios venderem? Vão colocá-lo na plataforma? A plataforma vai ser aberta e concorrencial? Vai ter em conta as difusões e audiências reais? Os números vão ser abertos? Estas são questões que levaram a que em Espanha houvesse problemas. São questões que condicionarão, com certeza, o desenvolvimento da plataforma. Achamos importante que haja uma presença forte digital de meios portugueses. A paisagem digital, nem aqui nem em país nenhum, se resume ou se pode reduzir ao Google e ao Facebook. É fundamental que haja meios nacionais, sejam eles oriundos da TV, imprensa ou rádio, que tenham uma expressão digital forte e coerente. São eles que têm a ver com a nossa realidade cultural e social. Vamos ver se os grupos se conseguem entender nessa área de uma maneira positiva quando, infelizmente, ainda não conseguiram entender-se noutras matérias.

M&P: Os anunciantes valorizam os meios digitais nacionais?
MF: Penso que sim. Claro que há uma força muito grande em relação ao Google e ao Facebook pelas razões conhecidas. Tornou-se habitual dizer que o Google sabe tudo sobre o mundo e o Faceboook sabe tudo sobre as pessoas. A diferença é que os meios portugueses sabem tudo sobre Portugal e sobre as pessoas em Portugal. É neste triângulo que se tem de jogar as coisas. A prova disso é que tem havido crescimento do digital em meios portugueses, existe potencialidade. Há um interesse efectivo por anunciar naqueles que são mais lidos e que, por exemplo, têm melhores plataformas móveis, que hoje são um factor absolutamente decisivo.

M&P: Passemos à televisão. Parece que não há mês em que os canais de cabo não ganhem quota aos generalistas. Há maneira de os canais generalistas conseguirem travar a queda?
MF: Sobre os generalistas, gosto de citar o Mark Twain em relação ao caso do jornal que noticiou a sua morte. A morte da televisão generalista ainda é largamente exagerada, ela vai continuar a existir, ainda é dominante e capta a maior fatia do investimento publicitário. Aqui é interessante voltarmos ao ponto do digital. Hoje temos formas de consumo de televisão que não as fórmulas tradicionais. Os conteúdos gerados em televisão acabam por ter uma audiência para além da sua emissão linear. Nos próximos anos vamos assistir a uma progressiva transferência da forma de ver televisão em ecrãs grandes de plasma nas nossas salas para ecrãs mais pequenos ou para a Smart TV ou para a Apple TV. Em Portugal há um esforço grande para que a rede de fibra óptica se estenda por todo o país, que continua a ser o factor mais relevante para a utilização de banda larga. As estatísticas da Anacom indicam claramente que, à medida que a fibra óptica entra em determinadas regiões, altera-se o padrão de consumo da internet. Isso tem consequências na visualização de vídeo. Também sabemos que o consumo de internet tem o seu pico na altura de prime time de televisão e que à volta de 60 por cento das pessoas têm double screening. Tudo isto são fenómenos que alteram o padrão de comportamento em relação à televisão. Não penso que a televisão generalista vá deixar de existir nos próximos anos, arranjará forma de se reconverter. É provável que ainda desça alguns pontos de audiência.

M&P: Neste panorama, qual o papel da televisão pública? Faço a questão tendo em conta que foi director do segundo canal. Como vê a nova administração?
MF: Esta administração está a fazer o seu caminho e está, com certeza, a encontrar um rumo. Não existe ainda um rumo para o serviço público de televisão em Portugal. Não sou o único a dizê-lo, mas esta opinião é exclusivamente individual. A RTP não é só a RTP1 e a RTP2, é um conjunto de canais de televisão e de rádio e existe alguma esquizofrenia na definição dos sectores que devem tocar. Claramente a RTP precisa de melhor definição para ser melhor compreendida pelo público e pelos stakeholders do mercado.

M&P: Como vê, por exemplo, a actual RTP2?
MF: Não gosto muito de falar sobre os sítios por onde passei e onde fui feliz. A Teresa Paixão [directora de programas da RTP2], que, aliás, trabalhou comigo quando estive no segundo canal, está a fazer o seu melhor com os dados que tem. Alterou-se um pouco a matriz do que as coisas eram, mas acho que há falta de definição. Já houve uma definição mais clara do papel de cada um dos canais do grupo do que a que há hoje.

_MG_1828_mf


M&P: Que mudança houve com a entrada do consumo diferido nos relatórios das audiências de TV? Em Março a SIC Notícias reivindicou a liderança no cabo, quando na realidade se referia apenas ao consumo de TV em directo, uma vez que, juntando o consumo directo e o diferido, quem ficou à frente foi o canal Hollywood.
MF: Tanto quanto é possível ver ao fim de mês e meio, o que ainda é pouco significativo, percebe-se que o consumo em diferido tem mais peso nos canais do universo da pay TV. Há uma pequena incidência em prime time nos generalistas entre quem vê uma novela em directo e depois vai ver outra em diferido, ou entre alguém que está a ver futebol em directo e depois alguém vai ver a novela que passava no mesmo horário noutro canal. Há fenómenos destes, mas não são verdadeiramente significativos. Isto produz alguma variação dos ratings, portanto tem impacto comercial, mas ainda é cedo para determinar o verdadeiro impacto. Já no cabo manifesta-se nos canais com séries e filmes, como esse exemplo do Hollywood.

M&P: Este ano poderá haver um crescimento real do investimento publicitário nos canais generalistas?
MF: Não está a haver até agora. Ainda não há números certos do primeiro trimestre, mas a realidade do mercado ainda não o mostra. O mês de Janeiro foi relativamente fraco, Fevereiro foi melhor, mas ainda não sabemos como foi Março [entrevista realizada a 14 de Abril]. Diria que neste momento não há um crescimento significativo nos canais FTA. Há algum crescimento do cabo, que tem a ver com o peso progressivo dos canais de cabo.

M&P: Qual o impacto que a CMTV pode vir a ter em termos de investimento?
MF: A CMTV, desde que passou a estar nas duas plataformas, Meo e NOS, passou claramente a disputar a liderança. Está permanente no top 3, top 4 dos canais. Há semanas e momentos da semana em que é número 1. É claramente um canal para seguir com atenção.

M&P: Em termos globais de mercado, o primeiro trimestre terá então sido estável…
MF: Sem grandes crescimentos. É muito difícil fazer previsões. Em 2015 chegámos ao fim do primeiro semestre com crescimento de 9 por cento em termos reais e acabámos o ano nos três pontos e qualquer coisa. O segundo semestre do ano passado teve instabilidade política e falta de decisões na área da economia, que acabaram por prejudicar o investimento publicitário. Esse semestre, em termos objectivos, caiu bastante. Este primeiro semestre pode correr bem, há alguns pontos que podem servir de animação. Mas também notamos que o perfil dos actuais anunciantes está muito diferente do que era há uns anos. Nos 10 maiores anunciantes deste ano não temos nenhum banco. É uma situação que não existia, a banca era um sector importante do investimento. Temos uma única empresa de telecomunicações nos 10 maiores investidores, que é a NOS. Normalmente tínhamos duas das três principais empresas de telecom. Mesmo a própria grande distribuição alimentar costumava ter uma presença maior. Hoje tem o Continente e o Intermarché bastante atrás. O Pingo Doce já não está tão próximo. O mercado mudou.


“Os instrumentos de medição causam sempre polémica, sobretudo para quem não está em primeiro lugar”


Manuel Falcão comenta a decisão de o Observador sair do Netscope, defendendo os instrumentos que existem actualmente no mercado

M&P: Como viu a decisão de o Observador sair do Netscope com críticas muito precisas ao sistema de medição da audiência online?
MF: Quando se tenta ter um painel com regras comuns, aceites por toda a gente como é o caso dos painéis que a Marktest elabora, é muito difícil que toda a gente esteja integralmente contente. O mercado em geral tem confiança nos métodos e nos sistemas utilizados pela Marktest, que são a referência que nós utilizamos. A História tem mostrado que quando alguém não quer estar num painel da Marktest é porque tem medições próprias que indicam valores diferentes ou porque não quer submeter as suas medições a essas bitolas. Tenho pena que o Observador tenha decidido sair porque fica muito complicado comparar o incomparável, porque os sistemas de medição do Observador são baseados em premissas que não são iguais às dos outros que estão a ser auditados – isto independentemente da justeza ou não das razões. Deixa de haver um ponto de comparação efectivo. Toda a gente perde se deixar de haver esse ponto de comparação.

M&P: Este movimento pode levar a que haja menos investimento por parte das agências de meios no Observador?
MF: É muito cedo para dizer isso, mas vamos imaginar que havia uma televisão que tinha um sistema de medição próprio que lhe era mais favorável. Uma TV que dizia que, em vez de 28 por cento de share, tinha 32, e que não queria esse sistema de audiências mas queria outro. O mercado ficava desequilibrado. Acreditamos em quem? O preço do rating vai ser qual? O que corresponde à medição que o mercado aceitou ou o que determinado órgão faz com uma metodologia própria que, apesar de tudo, não é tão escrutinada?

M&P: O Observador levantava a questão de o Netscope não medir todo o consumo dos conteúdos digitais, como é o caso das apps que poderão, segundo eles, representar 10 a 20 por cento da audiência. O Netscope não faz uma radiografia incompleta das audiências no digital?
MF: Não é só o Observador que tem apps. Isso aplica-se tanto às apps do Observador, como às dos outros meios, já que quase todos as têm.

M&P: A declaração do Observador em que anunciava a saída do Netscpe também referia uma questão de desconforto que existia em alguns meios sobre o facto de as audiências do Expresso integrarem a revista Blitz e a Exame Informática, o que seria uma forma de o jornal apresentar audiências mais robustas. O mesmo acontecia com o Jornal de Notícias e o Ocasião.
MF: Não penso que essas medições marginais sejam verdadeiramente significativas no bolo central.

M&P: Os sistemas de medição de audiências no digital parecem cada vez mais sofisticados, mais apurados, mas depois no papel parece que as coisas já não são assim…
MF: O Bareme da Marktest faz o trabalho que tem de fazer na medição por estudo de avaliação. A APCT, que faz a auditoria das tiragens e da circulação, tem feito um esforço enorme nos últimos anos para credibilizar os dados que disponibiliza, no sentido de utilizar sistemas e de criar plataformas para que a sua medição seja integrada no planeamento, coisa que não existia há uns anos. Tem-se progredido na imprensa em papel no que diz respeito à medição da circulação. Toda a gente está confortável com os dados que temos.

M&P: Ciclicamente a questão das audiências é motivo para polémica ou para manifestações de desconforto. Há então todas as razões para acreditar nos instrumentos que existem no mercado?
MF: Os instrumentos de medição causam sempre polémica, sobretudo para quem não está em primeiro lugar. Faz parte da vida, aqui ou na China. Esses instrumentos partem de um entendimento comum, de um sistema consensualmente aprovado, que as várias partes aceitam. No caso dos meios, existe a CAEM que junta todas as partes do processo, os publishers, os grupos de media, os anunciantes e as agências de meios que tentam, entre todos, consensualizar as regras do mercado. Têm-se dado passos nesse sentido. Nem sempre se tem a mesma opinião, mas no fim do dia toda a gente gosta que haja uma medição uniforme do mercado.

 

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Artigos relacionados
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Marketing
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Marketing
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Publicidade
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Marketing
Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)
Publicidade
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
Comunicação
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Marketing
Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares
Digital
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Publicidade
PUB
Marketing

Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto

“Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, diz Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

As marcas de fabricante estão a contribuir para o crescimento do negócio dos retalhistas de sortido curto, avança um estudo da Kantar desenvolvido em parceria com a Centromarca. De acordo com a análise, a estabilização da inflação, a redução das taxas de juro e o aumento da taxa de emprego também estão a impulsionar o consumo fora de casa e os serviços de entrega ao domicílio.

“O consumo fora de casa tem vindo sempre a crescer acima do consumo para casa, nos últimos trimestres. No entanto, a percentagem do gasto que os portugueses dedicam ao consumo dentro de casa perdeu espaço, com uma diminuição de 1,2 pontos percentuais, face ao terceiro trimestre de 2023”, informa a Centromarca em comunicado de imprensa.

Além do tamanho das cestas ter diminuído, a maioria das categorias de produtos de grande consumo também regista um decréscimo em valor, nos primeiros nove meses do ano. No caso das bebidas, a redução atinge os 5%. No das limpezas caseiras, a quebra ronda os 3%. A venda de produtos de alimentação animal caiu 2%.

“No mesmo período, os números mostram também um avanço das marcas de distribuidor sobre as de fabricante, ainda que as segundas mantenham a maior quota de mercado, com 52,5% em valor. Apesar do decréscimo da quota, as marcas de fabricante contribuíram positivamente para o desempenho de alguns retalhistas de sortido curto”, refere o estudo.

Entre julho e setembro, o consumo em casa recuperou ligeiramente, com a dimensão da cesta de compras das famílias portuguesas a crescer, apesar da desaceleração da dinâmica de crescimento que as marcas próprias dos retalhistas registavam até então.

“Num contexto que se mantém desafiante, apesar dos números animadores da economia e dos mais recentes dados do mercado, as marcas continuam a ter de reforçar a relação com os consumidores, atrair novos públicos e reter compradores habituais. Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, afirma Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, citado no documento.

O estudo da Kantar mostra ainda que 66% das marcas que conquistam novos compradores registam crescimento em volume de vendas. “As marcas que não recrutaram consumidores nos últimos dois anos decresceram 14,5% em valor entre janeiro e setembro de 2024, quando comparado com o período homólogo. Já as que conquistaram novos ‘targets’ em 2023 e 2024 cresceram 14,3% no mesmo período”, refere ainda a análise.

Segundo o estudo, as marcas que angariaram mais clientes viram a fidelidade dos consumidores aumentar 57% e a taxa de repetição de compra subir 54%. “Recrutar consumidores em vários retalhistas pode ser difícil para as marcas, mas a diversificação dos locais de venda revela-se bastante vantajosa e fundamental para atingir o maior número de compradores possível”, defende Marta Santos, diretora de clientes e de análises da Kantar.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce

A startup portuguesa está a lançar uma ferramenta gratuita, que permite às empresas de comércio eletrónico calcular e compensar automaticamente a pegada carbónica dos produtos, aumentando a transparência e a confiança junto dos consumidores

A ZeroPact, startup portuguesa de tecnologia focada na sustentabilidade, está a lançar uma solução alimentada por inteligência artificial que permite às marcas de comércio eletrónico integrar o cálculo e a compensação da pegada carbónica dos seus produtos, permitindo aumentar a transparência e a confiança junto dos consumidores.

A startup fundada por João Morgado, Luís Branco e João Matos ganhou o El Corte Inglés Retail Challenge, concurso de inovação no retalho que teve lugar durante a Web Summit, tendo agora a possibilidade de iniciar um teste piloto com o El Corte Inglés, reforçando a aplicabilidade da tecnologia em grandes marcas e antecipando-se às novas regulamentações do Digital Product Passport (DPP) previstas para 2027.

De acordo com o Barómetro Mastercard 2023 – Perceção da Sustentabilidade em Portugal, os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das marcas, sendo que 80% dos portugueses dão importância à política de sustentabilidade dos comerciantes ou fornecedores e que 52% já deixaram de comprar um produto devido à má reputação ambiental de uma marca.

“Estes números mostram a urgência das empresas em adotar práticas transparentes e alinhadas com as expectativas de um consumidor mais consciente”, sustenta João Morgado, CEO da ZeroPact, em comunicado de imprensa.

A análise da Mastercard revela ainda que 87% dos portugueses manifestam interesse em saber a pegada carbónica das suas compras, com esta percentagem a subir para 90% entre as mulheres. No entanto, apenas 15% conhecem a sua própria pegada carbónica, apesar de 74% já estarem familiarizados com o conceito.

“Este cenário evidencia uma grande oportunidade para as empresas liderarem na comunicação de sustentabilidade e oferecerem ferramentas que ajudem os consumidores a tomar decisões mais informadas e sustentáveis”, argumenta João Morgado.

De acordo com o CEO da startup, a ZeroPact tem planos de expansão para toda a Europa, focando-se em mercados europeus estratégicos devido à legislação emergente que, até 2027, obrigará as empresas a adotarem passaportes digitais de produtos e práticas de sustentabilidade mais rigorosas.

A tecnologia da ZeroPact já está disponível em vários sites portugueses, como Otherwise, Jakshoes, DCK, NAE-Vegan, 38 graus, Cool Mood Community, Arisca, Wheat&Rose, Le-mot, Mineral Fashion Store, Bordaleiras, Chulé, Pera Lima, Tribu, Cura, entre outros.

“A aplicação da tecnologia na área de sustentabilidade permite fornecer aos clientes informações claras e precisas sobre a pegada de carbono dos produtos que adquirem. Além disso, pode criar um modelo replicável para o setor como um todo, impulsionando uma transformação mais ampla em direção à sustentabilidade”, enfatiza Vasco Marques Pinto, gestor de relações externas do El Corte Inglés.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)

A campanha da agência criativa Nossa com o humorista (na foto) é a primeira da Revolut filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing, que a marca tem vindo a desenvolver no mercado nacional

O humorista Salvador Martinha dá a cara na nova campanha digital da Revolut, que promove as funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa. A campanha, desenvolvida pela agência criativa Nossa, é a primeira da marca filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing mais vasta, que a Revolut tem vindo a desenvolver no mercado português.

No filme publicitário, presente nas plataformas digitais, Salvador Martinha mostra algumas das funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa, com o tom humorístico que o caracteriza. O anúncio salienta a destruição do cartão descartável digital após uso, o bloqueio automático do cartão se houver suspeita de atividade fraudulenta e o apoio da equipa de especialistas em crimes financeiros, que estão disponíveis para ajudar os clientes 24 horas por dia.

“Estamos entusiasmados por trabalhar com o Salvador Martinha nesta nossa campanha digital onde salientamos a segurança dos nossos sistemas financeiros. A sua influência e alcance no mercado português são extraordinários e acreditamos que esta parceria estratégica nos permitirá reforçar a nossa presença em Portugal e chegar a um público mais vasto”, sustenta Ignacio Zunzunegui, diretor de crescimento da Revolut para o sul da Europa.

O objetivo da campanha é reforçar a estratégia de posicionamento da marca que pretende se tornar o banco principal dos portugueses. Para além da campanha com Salvador Martinha, a empresa anuncia também uma ativação no aeroporto do Porto, com máquinas de dispensa de cartões gratuitos antes das viagens de avião, e a parceria com o festival Primavera Sound 2025, em Barcelona e no Porto.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico

A empresa compradora, a Live Nation Entertainment, aceita o compromisso de uma política comercial “aberta, transparente e não discriminatória” na Meo Arena, com a “redução imediata dos preços de acesso” e o seu “congelamento” nos próximos cinco anos

A Autoridade da Concorrência (AdC) deliberou não se opor à operação de concentração, que envolve a aquisição de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico (na foto) pela empresa Live Nation Entertainment (LNE). “Esta decisão foi possível, após a LNE propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”, informa a entidade reguladora em comunicado de imprensa.

As garantias oferecidas pela promotora de espetáculos, que detém uma participação no festival Rolling Loud e promove o festival Rock in Rio Lisboa, através da subsidiária Better World Comunicação, Publicidade e Entretenimento, foram suficientes para a AdC.

“A decisão agora adotada foi precedida de uma investigação aprofundada, depois de termos considerado que a operação de concentração poderia resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à Meo Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”, refere o regulador.

A fase de averiguações incluiu um teste de mercado, que contou com a participação dos dez maiores clientes da Meo Arena. As preocupações expressas foram posteriormente apresentadas à empresa norte-americana.

“No que respeita à tese de dificultar o acesso aos artistas, a AdC considerou que, mesmo sem a operação de concentração, a LNE poderia entrar como promotor direto de eventos no mercado nacional e que a possibilidade de o fazer com os artistas e digressões internacionais próprias será um facto normal face ao seu modelo de negócio verticalmente integrado, não constituindo um elemento específico da presente operação de concentração”, refere o documento.

Os compromissos assumidos pela LNE “reforçam também as condições que garantem a adoção de uma política comercial de utilização da Meo Arena aberta, transparente e não discriminatória, o que se traduz, entre outros, na redução imediata dos preços de acesso à Arena e no congelamento dos preços para os próximos cinco anos”, revela a AdC.

A implementação das medidas propostas é avaliada por um mandatário de monitorização e, sob a sua supervisão direta, por um gestor de informação independente, “que será selecionado e contratado pelo novo mandatário de monitorização e que, em última instância, reporta à AdC”, esclarece ainda o comunicado do regulador da concorrência.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)

A campanha produzida pela Bro, que aborda as atividades disponíveis na ilha, no Natal e fim de ano, é divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, Google e YouTube

A campanha de Natal e fim de ano Madeira reforça o espírito de pertença e autenticidade com um novo apelo à vivência plena do destino. Dando continuidade à comunicação da iniciativa ‘Vive a Madeira por inteiro’ apresentada em 2023 para o mercado nacional e amplificada para o mercado externo com a designação ‘Experience Madeira for Yourself’, o filme publicitário promove as festividades natalícias do arquipélago.

Com criatividade da Bar Ogilvy e produção da Bro, o anúncio evidencia a oferta turística, cultural e gastronómica da região. Divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, no Google e no YouTube, a campanha, promovida pela Associação de Promoção da Madeira (APM), volta a apresentar o arquipélago como destino de mar, montanha e tradições culturais.

“Reconhecendo que não é possível capturar toda essa experiência num simples anúncio, optámos por uma abordagem disruptiva, transmitindo a mensagem que estar fisicamente na região é a única forma de experienciar verdadeiramente tudo o que o destino tem a oferecer. A proposta é aproveitar ao máximo, vivendo cada momento por inteiro”, explica a APM em comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing

A Deployteq (na foto) permite criar campanhas multimeios a partir de qualquer lugar, sem necessidade de códigos, e é alimentada por inteligência artificial. A apresentação pública da ferramenta é a 10 de dezembro

A agência de marketing digital e automação internacional JMR Digital disponibiliza em Portugal a plataforma de automação de marketing Deployteq. Através de um leque de ferramentas digitais, é possível criar e amplificar campanhas multimeios. Acessível a partir de qualquer lugar sem necessidade de códigos, a tecnologia é integrável noutras plataformas, permitindo uma abordagem de marketing unificada e centralizada.

Tirando partido de um modelo de dados estruturado para refinar estratégias e impulsionar o sucesso das campanhas, a Deployteq é alimentada através de inteligência artificial (IA). Além da gestão de dados sincronizados que possibilita, permite uma maior personalização e segmentação das comunicações. “Através de uma abordagem multicanal, garante um maior alcance através de diversos canais e plataformas, para um maior ‘engagement’ entre marcas e consumidores”, refere o documento de apresentação, a que o M&P teve acesso.

Fundada em 2017 pela portuguesa Joana Meireles e pelo neerlandês Mischa Rinck, a JMR Digital apresenta publicamente a plataforma, a 10 de dezembro, em Lisboa. De acordo com o site da Deployteq, a nova tecnologia já é utilizada por cerca de 4.700 profissionais de marketing, para construir segmentações dinâmicas em campanhas. Com uma taxa de entrega de 99,8%, a plataforma multiplica, em média, o retorno do investimento (ROI) por 2,5.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Comunicação

Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC

A profissional espanhola regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. O português, até agora diretor de talentos e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, é o novo diretor de operações globais

Tiago Vidal (na foto, à dir.) é o novo diretor de operações globais da LLYC. Além de continuar a liderar as áreas de talento e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, o anterior diretor de talentos e tecnologia passa a supervisionar o marketing, a comunicação, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a equipa de integração, procurando maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico.

“A nomeação de Tiago Vidal consolida a nossa estratégia de talento, tecnologias de informação, comunicação e integração numa mesma área, com o objetivo de continuar a impulsionar a nossa estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa”, explica Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, citado em comunicado de imprensa.

A promoção do responsável português ocorre na altura em que a espanhola Luisa García (na foto, à esq.) regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. No novo cargo, irá focar-se na inovação e na integração da oferta de soluções de ‘corporate affairs’, num portefólio que já conta com uma componente de tecnologia e inteligência artificial (IA) aplicada.

“Esta área de atuação engloba serviços como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, ‘advocacy’ e diplomacia corporativa, contribuindo com 60% do total das nossas receitas operacionais”, refere a LLYC no documento.

Luisa García, que acaba de ser considerada uma das mulheres mais influentes de Espanha pelas publicações espanholas Forbes e Yo Dona, continua a exercer o cargo que ocupava no conselho de administração da LLYC, que integra desde 2021.

“É com grande entusiasmo que lidero a melhor equipa de especialistas em comunicação e assuntos públicos em Espanha, Portugal, Bruxelas, América Latina e Estados Unidos. Acompanhados pelos melhores profissionais em criatividade e com toda a potencialidade dos desenvolvimentos da IA da LLYC, o nosso compromisso é ajudar os nossos clientes a tomar decisões conscientes e audazes num contexto cada vez mais desafiante, em que a incerteza veio para ficar”, afirma a nova CEO global de assuntos corporativos.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo

“O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company

Os ‘outlets’ já superam o retalho tradicional nas vendas de produtos de luxo, afirma um estudo internacional da consultora Bain & Company, realizado em parceria com a associação de marcas de luxo italiana Altagamma.

A base global de clientes de luxo está a encolher, face à contínua incerteza económica, ao aumento de preços e ao declínio na lealdade dos clientes às marcas, particularmente entre as gerações mais jovens, refere a Bain em comunicado de imprensa.

“Numa altura em que as lojas retalhistas de luxo estão a verificar uma queda acentuada do tráfego de visitantes, o canal de ‘outlet’ está a ter um desempenho superior, impulsionado pela busca dos consumidores por compras de valor. O canal está a ganhar popularidade como uma entrada preferida no mercado”, aponta o estudo.

À beira da primeira desaceleração desde a grande recessão de 2009, o mercado de bens pessoais de luxo deverá desvalorizar 2% em comparação com o ano passado. Ainda assim, deverá registar vendas a rondar os €1,5 mil milhões em 2024. “Este mercado permanece relativamente estável face a 2023, com uma taxa de crescimento anual estimada entre -1% e 1%”, revela o documento.

As áreas de crescimento identificadas no segmento do luxo são a hospitalidade e a gastronomia, apesar de a redução da procura por parte da geração Z, a menos leal às marcas, se estar a acentuar. “O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos, por opção ou por terem sido forçados a deixar de consumir estes bens. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company, citada em comunicado de imprensa.

De acordo com o estudo, as experiências de luxo continuam a manter-se em alta, à medida que os consumidores transferem os gastos para experiências de viagem e eventos sociais, favorecendo tratamentos pessoais e bem-estar, em detrimento de bens tangíveis. A cosmética e o ‘eyewear’ são as exceções à regra.

“Os produtos de beleza, particularmente as fragrâncias, continuam a ter um bom desempenho, numa altura em que os consumidores gravitam em direção a pequenas indulgências. O mercado ótico também está a viver um momentum positivo, com os consumidores atraídos pela crescente criatividade das marcas e por marcas especializadas de alta qualidade”, salienta o estudo.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Digital

Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares

A Google utiliza os dados que obtém através do Chrome para direcionar os utilizadores para anúncios publicitários, que geram a maioria das receitas da empresa

O navegador de internet Chrome, da Google, pode ser vendido por até 20 mil milhões de dólares (€18,9 mil milhões) se Amit Mehta, juiz federal do distrito de Colúmbia, aceitar a proposta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de vender o navegador da Google, noticia a Bloomberg.

A situação surge no seguimento do juiz responsável pelo caso ter determinado, em agosto, que a Google violou as leis da concorrência ao construir um império de pesquisa na internet.

Na eventualidade de a venda se concretizar, a Google pode reeceber “pelo menos entre 15 a 20 mil milhões de dólares (€14,2 a €18,9 mil milhões), dado que tem mais de três mil milhões de utilizadores ativos mensais”, segundo avança Mandeep Singh, analista da Bloomberg Intelligence.

Deter o navegador de internet mais popular do mundo é fundamental para o domínio da publicidade da Google, devido ao facto de a empresa liderada por Sundar Pichai ter a capacidade de ver a atividade dos utilizadores registados e utilizar esses dados para direcioná-los mais eficazmente para anúncios publicitários, que são a principal fonte de rendimento da empresa.

A Google também tem utilizado o Chrome para encaminhar os utilizadores para o ‘chatbot’ Gemini. As autoridades da concorrência norte-americanas, juntamente com os estados norte-americanos que se juntaram ao processo, recomendam também, a 20 de novembro, que o juiz imponha à Google condições para o licenciamento de dados e restrições a nível do uso da inteligência artificial (IA), de acordo com a Bloomberg.

Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios da Google, afirma que o Departamento de Justiça “continua a promover uma agenda radical que vai muito além das questões legais do processo”, acrescentando que “o facto de o governo impor a sua posição desta forma vai prejudicar os consumidores, os programadores e a liderança tecnológica americana precisamente no momento em que é mais necessária”.

As propostas apresentadas têm o potencial de transformar o mercado da pesquisa e o setor da IA a nível mundial. O processo é a tentativa mais ambiciosa por parte do Governo norte-americano de regular uma empresa de tecnologia desde que Washington tentou, sem sucesso, dividir a Microsoft de Bill Gates em 1998.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Publicidade

Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)

Com criatividade da BBDO Portugal, produção da Blanche Films e planeamento de meios da Initiative, o spot (na foto) foi realizado por Pedro Varela. Além da televisão e da rádio, a campanha é divulgada em digital e nos supermercados Pingo Doce

O bolo-rei da Versailles, que este an0 está à venda no Pingo Doce, é a estrela do anúncio de Natal da cadeia de grande distribuição da Jerónimo Martins.

Com criatividade da BBDO Portugal, produção da Blanche Films e planeamento de meios da Initiative Media, o filme publicitário, realizado por Pedro Varela, mostra um avô numa aldeia a recordar o período em que vivia em Lisboa e celebrava o Natal com um bolo-rei da Versailles. O septuagenário é surpreendido pela neta, que o informa que já não precisa de ir à capital para se voltar a deliciar com o bolo-rei da Versailles.

Além da televisão e da rádio, a campanha está a ser divulgada em digital e nos supermercados do retalhista. O filme terá declinações ao longo das próximas semanas, divulgando a oferta de produtos que o Pingo Doce tem para esta época.

“Esta campanha tem como protagonista o bolo-rei, criado em parceria com a Versailles, mas possui a elasticidade para conseguir abranger outros produtos tradicionais da época, como o bacalhau, o peru ou as iguarias de Natal da nossa marca. Acima de tudo, queremos reforçar que somos o supermercado de proximidade e que as famílias podem confiar em nós para encontrarem tudo o que necessitam para esta altura do ano, com produtos de qualidade e as melhores oportunidades de poupança”, explica Luís Lobato Almeida, diretor de marca do Pingo Doce, citado em comunicado de imprensa.

A edição especial do bolo-rei da Versailles está à venda, em exclusivo, nas lojas Pingo Doce desde dia 17. “Quando surgiu esta ideia de o criarmos em conjunto, fez-nos todo o sentido porque, desta forma, conseguimos levar um pouco da nossa história e da pastelaria tradicional a todo o país, em parceria com uma marca que partilha dos mesmos valores que nós”, refere Sérgio Nunes, sócio-gerente da Versailles.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.