“O alargamento do portfólio continua a ser o nosso objectivo”
ID – Investigation Discovery é a nova aposta do grupo Discovery para o mercado português, lançado em exclusivo com a NOS. Este é o ponto de partida para a entrevista a António Ruiz, director-geral da Discovery Ibéria, sobre a estratégia do grupo para o mercado português.
Pedro Durães
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ID – Investigation Discovery é a nova aposta do grupo Discovery para o mercado português, lançado em exclusivo com a NOS. Este é o ponto de partida para a entrevista a António Ruiz, director-geral da Discovery Ibéria, sobre a estratégia do grupo para o mercado português.
Meios & Publicidade (M&P): No portfólio do grupo Discovery há ainda vários canais que ainda não estão disponíveis no mercado português. Porquê a aposta no Investigation Discovery?
António Ruiz (AR): O portfólio do grupo Discovery é de facto dos mais ricos a nível mundial, o que nos facilita bastante a nossa política de crescimento continuo nos países onde estamos. A aposta no ID Investigation Discovery está alinhada com a política internacional do grupo, uma vez que é um dos canais com mais sucesso em todos os mercados onde tem vindo a ser lançado. É um verdadeiro case study e uma aposta que tem dado bons resultados, desde que foi lançado neste formato, nos Estados Unidos, em 2006. Pareceu-nos um passo natural, no sentido de reforçarmos a presença do grupo Discovery em Portugal.
M&P: Consideram haver uma apetência do público português por este tipo de conteúdos ligados ao crime e à investigação?
AR: Não tem só a ver com o público português, desde sempre que por todo o mundo o tema de investigação, crime e suspense sempre foi um tema de interesse e sucesso. Acredito que todos nós precisamos de um escape e o género real crime oferece essas horas de evasão por que ansiamos. O público português tem vindo a mostrar, desde que o grupo Discovery está em Portugal, que é fiel aos conteúdos de factual de qualidade que oferecemos e com o ID Investigation Discovery estou seguro de que não vai ser diferente. O ID é um canal de crimes reais recheado de suspense e envolvência que deixam o público literalmente colado à televisão e ao canal.
AR: Estamos a falar de canais bem distintos. O ID Investigation Discovery é um canal de séries sobre crimes reais com o selo da qualidade Discovery e isto faz toda a diferença. A qualidade das nossas séries é, de facto, o que tem feito toda a diferença a nível internacional, nos países onde o canal está já em funcionamento. O sucesso é notório e mostra que o nosso público é muito fiel e que nos procura pela qualidade que sabe que oferecemos. Outro elemento curioso é que, analisando o ID noutros países, concluímos que o canal é tendencialmente feminino, o que o coloca num target bem diferente da nossa concorrência. O ID não se centra só na investigação criminal, mas também na parte psicológica do crime e do criminoso. E isto é altamente viciante e interessante, perceber quem cometeu o crime e ir mais longe e entrar na mente dessa pessoa, perceber os motivos, como pensava, acompanhar a sua história. Por outro lado, a oferta é distinta para o público uma vez que o ID estará no pacote básico da NOS sem qualquer custo extra para os clientes desta operadora.
M&P: O canal está em exclusivo na NOS, que já tem também a exclusividade do Crime+Investigation. Porquê esta estratégia?
AR: A estratégia do grupo Discovery foi de aumentar o portfólio em Portugal com o canal que neste momento está a ser o maior sucesso a nível internacional. Quando iniciámos a abordagem ao mercado e às operadoras tivemos esta proposta por parte da NOS, que é nossa parceira há anos e com quem o grupo Discovery sempre teve uma longa história de sucesso.
M&P: Há um investimento da parte da operadora para garantir a exclusividade do canal? Por quanto tempo?
AR: Não é a politica do Discovery revelar números comerciais.
M&P: Têm objectivos de disponibilizar o canal aos restantes operadores no médio prazo?
AR: Para já estamos centrados no lançamento do canal e em garantir que o ID tenha os melhores conteúdos para obter os melhores resultados possíveis. A médio prazo o nosso objectivo é que esta parceria com a NOS obtenha o sucesso e resultados que ambos queremos que tenha.
M&P: Quais são os vossos objectivos e expectativas para o canal ao nível das audiências?
AR: O lançamento de um novo canal requer algum tempo e habituação por parte do público, no entanto temos espectativas muito positivas já que temos como referência números internacionais muito animadores. Em França, por exemplo, nos primeiros seis meses, o tempo médio despendido a ver o ID foi de 1 hora e 47 minutos, tornando os espectadores do canal os mais fiéis da televisão por cabo.
M&P: A Discovery Inc. conta com vários canais em Portugal, desde o Discovery ao TLC passando pelos canais Eurosport. Qual a importância do mercado português para o grupo?
AR: O mercado português tem uma importância crescente no grupo e há uma relação de reciprocidade entre a Discovery e o público. Em Portugal, a penetração do cabo chega praticamente aos 90%, o que significa uma grande oportunidade. O mercado português é de facto um mercado muito interessante e um case study a nível internacional pelo facto de a penetração do cabo ter números tão elevados. Para uma empresa como a Discovery, com o grande portfólio de canais que detemos, e ainda mais desde a aquisição da Scripps com três novos canais no nosso portfólio, Portugal torna-se um mercado de grande interesse.
M&P: Ao nível das audiências, estão satisfeitos com o desempenho dos vossos canais em Portugal?
AR: Os canais do grupo Discovery em Portugal têm sido lideres das suas categorias em Portugal, o Discovery Channel é o canal líder em factual em Portugal já há vários anos e o TLC tem sido regularmente o canal factual feminino número um em Portugal, o que também revela a receptividade do público português aos nossos canais. O canal desportivo Eurosport tem um público muito fiel que segue de perto as nossas competições de ciclismo, snooker, ténis, automobilismo, atletismo, entre tantas modalidades do canal. A grande aposta do Eurosport nos próximos anos é sem dúvida o exclusivo dos Jogos Olímpicos até 2024, a maior competição do mundo.
M&P: Na sequência deste lançamento, é expectável o alargamento do vosso portfólio de canais no mercado português no médio prazo?
AR: Desde Março, com a aquisição da Scripps Networks, que a Discovery passou a ser a nova líder global de entretenimento da vida real. Este facto significou também um crescimento exponencial no número de canais em Portugal, uma vez que passámos a operar com um portfólio de oito canais, incluíndo o Discovery Channel, o TLC, o Eurosport (1 e 2), o ID e com canais temáticos na área da culinária (Food Network), viagens (Travel Channel) e decoração (Fine Living). Desta forma alcançámos uma maior diversidade de conteúdos, uma maior distribuição no mercado português e reforçámos a posição da Discovery como principal referência nos conteúdos de não ficção em Portugal. O alargamento do portfólio continua a ser o nosso objectivo, uma vez que o grupo detém ainda vários canais de grande qualidade que gostaríamos de poder ver representados em Portugal. Neste momento o Discovery é um dos grupos com o maior número de canais em Portugal, o que nos deixa muito satisfeitos e entusiasmados.
M&P: O lançamento da vossa plataforma de streaming DPlay no mercado português, onde têm já disponível o Eurosport Player, é algo que esteja nos planos do grupo?
AR: O desenvolvimento digital da empresa é um elemento chave na nossa estratégia para o futuro. O nosso projecto é fazê-lo através dos nossos parceiros no mercado português. O Eurosport Player e o DPlay serão protagonistas desta estratégia no futuro.