Os desafios que a covid-19 veio trazer ao sector do retalho
Artigo de opinião de Sandra Campos, partner e directora do departamento de retalho da Cushman & Wakefield
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O sector do retalho é altamente desafiante uma vez que lida com comportamentos cada vez menos previsíveis e customizados. Mas é também um dos mais resilientes do mercado imobiliário, capaz de se reinventar, adaptar ao momento e às necessidades do consumidor.
O cenário para o qual esta pandemia nos atirou, obrigou uma vez mais o sector do comércio a antecipar comportamentos, antever consequências e agir de forma ágil e inequívoca para recuperar a confiança dos consumidores.
Criar plataformas de comércio electrónico, reunir à distancia com os seus clientes e entregar compras em casa, são apenas alguns exemplos da capacidade de reacção dos retalhistas. Este fenómeno é transversal ao comércio de rua e aos centros comerciais.
A pandemia e tudo o que lhe está associado, “empurrou” as pessoas para casa obrigando-as a criar hábitos e rotinas até então pouco conhecidos. A grande revolução do teletrabalho retirou pessoas da rua. A casa passou a ser o centro de todos os acontecimentos, local de trabalho, estudo e convívio, não sendo por isso de admirar que, de um modo geral, o ramo da decoração e lar tenha sido um dos menos afectados por esta crise provocada pela covid-19.
Por seu lado, as ruas das nossas cidades assumiram o papel de ginásio, de “passeios higiénicos”, de descompressão e até de algum convívio dentro do que as circunstâncias o permitiam. Também neste contexto, o comércio de proximidade ganhou um novo papel na vida dos bairros e passou a ser o local de eleição para compras diárias. Esta tendência não nasce com o confinamento, já que desde há alguns anos o comércio de proximidade se tem vindo a afirmar como um complemento importante aos grandes centros de consumo. O seu papel sai certamente ainda mais reforçado após esta pandemia.
O acto de compra pressupõe um carater lúdico que só existe no retalho físico. O online é um acto maioritariamente solitário e sem qualquer envolvência. Por muito conveniente que seja em determinados momentos, não tem músculo para se sobrepor ao que o mundo físico pode oferecer. O phygital, fenómeno que une os ambientes online e físico, para criar uma experiência do cliente mais completa e satisfatória, é seguramente o caminho mais seguro.
Os efeitos colaterais desta pandemia devastadora já se fazem sentir e os operadores, nunca como agora se vêem obrigados a optimizar os seus negócios. Contudo, a vacinação devolve alguma confiança e os planos de expansão vão sendo paulatinamente retomados, alavancados também num turismo que promete voltar e encher de novo as ruas das nossas cidades.
Artigo de opinião de Sandra Campos, partner e directora do departamento de retalho da Cushman & Wakefield