Expresso abre as portas ao Inimigo e garante continuidade do projecto satírico
O regresso da publicação em Janeiro, enquanto suplemento do Expresso, terá o apoio da cerveja Sagres, marca que vai patrocinar as duas páginas com que o Inimigo Público passará a estar presente no Primeiro Caderno do semanário da Impresa.
Pedro Durães
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As notícias sobre a morte do Inimigo Público acabaram por se revelar exageradas, com o Expresso a anunciar a decisão de abrir as portas ao suplemento satírico nascido há 18 anos no Público, garantindo a continuidade do projecto. “A partir da primeira edição de Janeiro de 2022, o Expresso vai contar com o Inimigo Público nas suas páginas”, faz saber o semanário da Impresa num comunicado emitido esta segunda-feira, onde se refere que a direcção permanecerá nas mãos de Luís Pedro Nunes, que é também cronista da Revista do Expresso, mantendo-se igualmente os redactores principais Mário Botequilha e Vitor Elias, além de outros elementos da equipa que assegurava até aqui a publicação do suplemento de humor e sátira criado em 2003 pelas Produções Fictícias e pela Farol de Ideias.
A publicação dirigida por Luís Pedro Nunes, recorde-se, teve na passada sexta-feira a sua última edição enquanto suplemento do Público, com a direcção do diário da Sonaecom a justificar a decisão de suspender o suplemento satírico devido “à crise generalizada dos jornais impressos, crise que se agravará drasticamente em 2022 com uma subida esperada de 40 por cento do preço do papel”. “Sendo impossível garantir a sua sustentabilidade financeira, por falta de investimento publicitário, o Inimigo teria, na nossa opinião, de se reinventar nos formatos do jornalismo digital”, explicava a direcção do Público. Os responsáveis pelo projecto preferiram suspender o Inimigo.
O regresso da publicação em Janeiro, enquanto suplemento do Expresso, terá o apoio da cerveja Sagres, marca que vai patrocinar as duas páginas com que o Inimigo Público passará a estar presente no Primeiro Caderno do semanário da Impresa, onde não faltarão os habituais cartoons de Nuno Saraiva e grafismo de Marco Neves, além da presença digital no site do jornal dirigido por João Vieira Pereira.
O director do semanário destaca, a propósito da integração do Inimigo Público, que “2022 será um ano marcante para o Expresso em matéria de humor”. A decisão de garantir a continuidade do projecto satírico é conhecida dias após o jornal ter anunciado a contratação do humorista Ricardo Araújo Pereira, até aqui colunista da Visão, que se estreará como colunista nas páginas da Revista E também na primeira edição de Janeiro.
“Estamos a um ano de completar o 50º aniversário, mas decidimos começar a comemorar com esta surpresa para os nossos leitores. A equipa do Inimigo Público vai com certeza mostrar as grandes questões políticas do nosso país numa perspectiva singular”, comenta João Vieira Pereira, director do Expresso.
“Continuamos a esforçar-nos por dar aos leitores do Inimigo Público os melhores suplementos”, brinca, por seu lado, Luís Pedro Nunes, director do suplemento de humor e sátira, que é também colunista do Expresso desde 2008 e manterá o seu espaço de opinião na Revista E. “Em 2022, os leitores IP poderão contar com um jornal formato berliner, uma revista com artigos grandes e grandes cronistas – um deles uma jóia de pessoa – um suplemento de Economia com gráficos e cores e um saco reciclável que podem usar nas compras do hiper”, completa Luís Pedro Nunes, assegurando que “os leitores do Inimigo têm tudo para estar confiantes com o que lhe vamos oferecer em termos de conteúdos extra nos próximos anos”.