Edição digital
PUB
Media :: Noticias

“Se uma produtora não caminhar na internacionalização não sobrevive”

Há um antes e depois de Glória no negócio da SP Televisão. Em entrevista ao M&P, Jorge Marecos, administrador da produtora, explica como a produção da primeira série original da Netflix em Portugal está a abrir as portas da internacionalização.

Pedro Durães
Media :: Noticias

“Se uma produtora não caminhar na internacionalização não sobrevive”

Há um antes e depois de Glória no negócio da SP Televisão. Em entrevista ao M&P, Jorge Marecos, administrador da produtora, explica como a produção da primeira série original da Netflix em Portugal está a abrir as portas da internacionalização.

Pedro Durães
Sobre o autor
Pedro Durães
Artigos relacionados
Amazon lança concorrente ao Temu e Shein
Digital
Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024
Publicidade
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Marketing
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Marketing
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Publicidade
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Marketing
Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)
Publicidade
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
Comunicação
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Marketing

Há um antes e depois de Glória no negócio da SP Televisão. Em entrevista ao M&P, Jorge Marecos, administrador da produtora, explica como a produção da primeira série original da Netflix em Portugal está a abrir as portas da internacionalização

“Uma das vantagens práticas de termos feito o Glória é que já somos conhecidos. Quando batemos à porta, em princípio abrem-na”. É desta forma que Jorge Marecos, administrador da SP Televisão, resume o impacto da primeira produção original da Netflix em território nacional. Influência direta ou não, certo é que a alavancagem do negócio internacional da produtora tem sido crescente. Só durante o Conecta Fiction & Entertainment, encontro internacional de profissionais do audiovisual que decorreu em Toledo (Espanha), foram conhecidos dois novos projetos internacionais com envolvimento da SPi. O livro O Codex 632, do jornalista José Rodrigues dos Santos, vai dar origem à primeira coprodução conjunta desta unidade da SP com a RTP e com a plataforma de streaming Globoplay. A série terá seis episódios e será gravada em Lisboa e no Rio de Janeiro. Já O Último Lobo, projeto do realizador e argumentista Bruno Gascon e das produtoras portuguesas SPi e Caracol Studios, venceu o Prémio RTVE Desenvolvimento ao Melhor Pitch, garantindo um financiamento de 50 mil euros entregue diretamente pelo operador público de televisão espanhol.

PUB

Meios & Publicidade (M&P): Glória representou um marco na produção nacional, sendo a primeira série original da Netflix produzida em Portugal. Como foi o caminho até chegarem a este projeto?

Jorge Marecos (JM): Foi relativamente simples. Sempre pensámos que gostaríamos, e que teríamos a capacidade, de trabalhar para a Netflix. Há três ou quatro anos tivemos a oportunidade de ter um encontro em Madrid com o responsável, na altura, para a região ibérica e fizemos um pitch, em conjunto com o Pedro Lopes, autor do projeto. Daí até começarmos a rodagem demorou cerca de dois anos. Era o tipo de produto que, já nessa fase, interessava à Netflix. Essa aproximação foi, para nós, um momento muito importante.

M&P: Partiu do vosso lado?

JM: Havia outras pessoas envolvidas, mas partiu muito da SP. Depois houve esse follow up de conversas com o responsável ibérico e muito desenvolvimento aqui internamente, em conjunto com o autor. No início só havia um guião, foi-se desenvolvendo, escrevendo, até se chegar ao projeto final que foi objeto de rodagem e de contrato.

M&P: Houve recetividade imediata do lado da plataforma?

JM: Falámos de vários projetos mas consideraram que este era o tipo que lhes interessava mais. Tinha uma grande portugalidade, era algo que só podia ser feito em Portugal, era uma história específica deste mercado, acabando por merecer o privilégio da escolha.

M&P: A RTP entrou quando?

JM: Muito depois. Fomos nós que a abordámos. Parecia-nos bem que uma estação estivesse associada.

M&P: A entrada da Netflix no mercado português acontece em 2015. Foi preciso esperar cinco anos até avançar, em 2020, a primeira produção original portuguesa. Por que motivo não aconteceu mais cedo?

JM: Por várias razões. O interesse surge, não quando a Netflix entra na Europa e em Portugal, mas quando começa a haver a consciência da própria plataforma de que tinha de produzir localmente para ter mais sucesso comercial. Lembro-me de eles dizerem, na altura, que o objetivo era produzir nos países do sul da Europa, já tinham começado noutras geografias mas não em Portugal. Há também uma evolução da Netflix, que começou a reconhecer a necessidade de produzir noutros países para conseguir penetrar em determinados mercados. Ter produtos de outros países, outro tipo de narrativas. Tal como qualquer grande distribuidora, a Netflix está em constante evolução, o que queria há cinco anos não é seguramente aquilo que quer hoje. Os próprios produtos que procura hoje são diferentes, embora tenham até uma ideia daquilo que querem daqui a dois ou três anos. O próprio catálogo da plataforma tem vindo a evoluir. Atualmente está a fazer uma grande aposta no mainstream, procura sobretudo produtos que viajam com grande facilidade e transversalmente em todos os países em que está presente.

M&P: A Netflix mantém uma estrutura ibérica, sem presença efetiva no mercado português. Dos contactos que tem tido, parece-lhe que produzir em Portugal será de facto uma prioridade para a Netflix?

JM: A prioridade é relativa. A prioridade deles é ter séries que resultem junto do seu público. Não quererão também deixar de olhar para Portugal. Mas todos temos consciência da exiguidade do território nacional e do mercado português. Serão com certeza coisas que nasçam em Portugal mas têm de ser projetos com aquilo a que eles chamam ‘international level of storytelling’, que lhes garanta a possibilidade de cruzar vários mercados. Se não tiver, o produto não viaja.

M&P: Quais são os principais desafios enfrentados pelas produtoras nacionais para garantir esse nível nos projetos?

JM: Não é tanto a feitura, que é também complexa, difícil, com uma grande dose de risco envolvida. Mas a grande dificuldade está no ativo inicial, na ideia e no guião. Esse desenvolvimento é demorado, é um investimento cego porque nunca se sabe se chegará a bom porto. A grande dificuldade é suportar o investimento para garantir o desenvolvimento desse ativo até ao ponto de o conseguir vender.

M&P: Trabalhar com uma plataforma de streaming como a Netflix coloca exigências diferentes daquelas que enfrentam, por exemplo, nas coproduções internacionais com estações de televisão, modelo em que a SP também tem estado ativa, em séries como Auga Seca?

JM: Não, hoje em dia o nível internacional é transversal. Não há nenhuma interferência, não existe aquele fantasma que, às vezes, se ouve de que eles interferem ao nível da realização.

M&P: Não há a questão dos algoritmos, das produções com receita de sucesso baseada nos dados recolhidos sobre o consumo na plataforma?

JM: Nunca nos cruzámos com nada disso. Agora, não sei como é que eles fazem para discutir um guião, não conhecemos esse processo interno de decisão. Há milhares de projetos, por que é que lhes interessa mais este do que aquele tem a ver com processos de decisão internos. Estando de fora, a única segurança é conseguir fazer projetos que veiculem impacto emocional efetivo.

M&P: Este tipo de projetos acarreta valores de investimento mais elevados. Qual foi o investimento alocado à produção do Glória?

JM: Números não revelamos. Nesta atividade, como noutras, é impossível revelar um número sem estar a falar do outro. Estaria a revelar dados que, se calhar, o meu parcerio não quer que sejam revelados.

M&P: Mas pode dar uma ideia de como comparam com a realidade portuguesa, nomeadamente ao nível do custo por episódio? São valores realmente muito diferentes?

JM: São bastante diferentes. O que não quer dizer que corresponda a grandes margens de lucro. Porque o intrincado da produção e as dificuldades que existem na feitura de cada projeto traduzem-se numa demora, sem falar nos custos above the line, como atores conhecidos e outros elementos, que tornam o projeto mais oneroso.

M&P: E ao nível da distribuição de direitos? Consta que não é “pêra doce” negociar com a Netflix. Qual foi a vossa experiência?

JM: Não é pêra doce nem deixa de ser. É simples como água, uma plataforma de streaming trabalha exatamente como uma televisão nacional. Você chega lá e eles fazem uma obra de encomenda, ponto final parágrafo. É a nossa experiência, o que não quer dizer que, se tivermos outro tipo de financiadores, eles não estejam abertos a outra forma de negociação. Mas para uma plataforma de streaming é sempre complicado. Eles querem normalmente estrear todos os episódios de uma vez e simultaneamente em todos os países onde estão. Admito que, com uma Century Fox ou outros, possa haver ali uma janela de exploração diferente mas, de resto, será sempre uma pequena janela. Para eles é muito mais fácil desta forma. Se eu estivesse na Netflix, provavelmente nem quereria muito fazer coproduções. Porque o custo da administração da exploração pode ser insuperável.

M&P: Mas há mais exigências ao nível da exploração dos direitos no caso das plataformas de streaming por comparação com as estações de televisão?

JM: O contrato base é simples, é uma obra de encomenda. Se é uma obra de encomenda, em princípio eles têm a capacidade e o direito de explorar tudo. Se não for, é preciso lutar pelos territórios que se quer e pelo tipo de janela de exploração que se pretende.

M&P: Como foi com Glória?

JM: É uma obra de encomenda. Eles querem um guião, têm confiança na produtora, fazem uma obra por encomenda e pagam um xis por episódio. Exatamente como toda a vida trabalhei com a RTP, por exemplo. Eles exploram completamente o produto, é deles a decisão de quais os mercados em que o colocam. A Glória estreou em 194 países em simultâneo.

M&P: Nesses moldes, é vantajoso enquanto negócio para a SP ou a grande mais-valia de participar num projeto desta dimensão acaba por ser a montra que representa e a alavancagem que dá à vossa estratégia de expansão internacional?

JM: Nesta fase do campeonato, gostamos de trabalhar como obra de encomenda. É bom para nós. Se não é uma obra de encomenda, é preciso ir procurar outros investidores ou colocar investimento próprio. Isso implica uma capacidade financeira que… esqueça.

M&P: Por comparação com uma coprodução como o Auga Seca ou produtos que desenvolvem para as televisões nacionais, é financeiramente mais atrativo produzir para uma plataforma de streaming?

JM: É diferente. A diferença de interesse vem pelo volume global de faturação. É diferente estar a fazer um projeto de xis ou de cem vezes xis.

M&P: Entretanto avançou a produção da segunda série original da Netflix em Portugal, desta vez a cargo da Ukbar. Há projetos em cima da mesa para voltar a trabalhar com a Netflix?

JM: Temos sempre projetos mas não está nada iniciado com eles. Mas a curto prazo vamos ter essa capacidade. Uma das vantagens práticas de termos feito o Glória é que já somos conhecidos. Quando batemos à porta, em princípio abrem-na.

Leia a entrevista completa a Jorge Marecos, administrador da SP Televisão, na edição impressa do M&P

Sobre o autorPedro Durães

Pedro Durães

Mais artigos
Artigos relacionados
Amazon lança concorrente ao Temu e Shein
Digital
Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024
Publicidade
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Marketing
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Marketing
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Publicidade
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Marketing
Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)
Publicidade
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
Comunicação
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Marketing
PUB
Digital

Amazon lança concorrente ao Temu e Shein

Os produtos comprados através da Amazon Haul são entregues em uma ou duas semanas. Em paralelo, em Portugal, a Amazon já está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado por inteligência artificial generativa, que responde a perguntas sobre os produtos e apresenta recomendações

Daniel Monteiro Rahman

A Amazon tem uma nova experiência de compras para os consumidores dos Estados Unidos, que consiste na venda apenas de produtos que custam 20 dólares (€19) ou menos, para competir com as ofertas de retalhistas como Temu e Shein. A Amazon Haul está disponível apenas através do smartphone e apresenta-se com preços competitivos, em produtos como vestuário, eletrónica e equipamento de cozinha.

“Todos os artigos têm um preço inferior a 20 dólares (€19), sendo que a maioria tem um preço igual ou inferior a dez dólares (€9,50) e alguns artigos custam apenas um dólar (€0,95)”, segundo avança a empresa em comunicado de imprensa. Os clientes também vão poder usufruir de descontos, quando adicionam mais artigos a uma única encomenda, com 5% de desconto em encomendas de 50 dólares (€47,50) ou mais e 10% de desconto em encomendas de 75 dólares (€71,24) ou mais, à semelhança das práticas das plataformas concorrentes.

A contrapartida da nova aposta da Amazon são os prazos de entrega, diferentes dos da Amazon Prime. Em vez disso, os produtos comprados na Amazon Haul chegam a casa do consumidor, por norma, em uma ou duas semanas, à semelhança do que acontece com a Temu e outras plataformas semelhantes.

A empresa liderada por Andy Jassy salienta que os utilizadores devem gastar pelo menos 25 dólares (€23,75) para receberem o envio gratuito, mesmo que subscrevam o serviço Prime. Caso contrário, o custo de envio é de 3,99 dólares (€3,79). São, no entanto, oferecidas devoluções gratuitas em todas as compras efetuadas na Amazon Haul acima de três dólares (€2,85) dentro de 15 dias após a entrega.

Em paralelo, em Portugal, a Amazon já está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado por inteligência artificial generativa, através da aplicação da Amazon, por enquanto apenas em versão ‘beta’ e para clientes selecionados. Este assistente de compras virtual pretende melhorar a experiência de compra online, permitindo aos utilizadores interagirem com a plataforma de maneira mais eficiente, conseguindo responder a perguntas relacionadas com produtos e apresentar recomendações.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Publicidade

Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024

A campanha ‘Drawn to Equality’ (na foto), também distinguida com duas Pratas, rendeu à Dentsu Creative o único Ouro que a criatividade portuguesa trouxe da cerimónia. ‘Surfing Through the Odds’ ganhou Prata e Bronze. ‘League of All Leagues’ foi reconhecida com Bronze

Luis Batista Gonçalves

A criatividade portuguesa conquistou seis prémios na edição de 2024 dos Clio Sports Awards, em Nova Iorque. A campanha ‘Drawn to Equality’, que a Dentsu Creative criou para a Visa, ganhou três galardões. Além de Ouro na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, foi reconhecida com Prata na subcategoria Fan Engagement, da categoria Social Good, e com Prata na subcategoria Partnerships & Sponsorships, da categoria Brand x Media.

A campanha ‘Surfing Through the Odds’ da Betclic, que apresenta um documentário criado pela Coming Soon e produzido pelos Shutterstock Studios, para combater a desigualdade de género e racial através do surfe, em São Tomé e Príncipe, também recebeu dois galardões. Na subcategoria Sports Betting, da categoria Partnerships & Sponsorships, teve direito a Prata. Na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, conquistou Bronze.

‘League of All Leagues’ rendeu à Judas o segundo Bronze que veio para Portugal. A campanha, que promove a Liga Portugal Betclic, foi distinguida na subcategoria Gameday/In-Game Experience, da categoria Use of Partner or Sponsor. ‘League of All Leagues’ também ficou em ‘shortlist’, na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, à semelhança de ‘Bet On Her’ da FunnyHow para a Betclic, na subcategoria Public Relations, da categoria Public Relations.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Marketing

Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto

“Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, diz Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

As marcas de fabricante estão a contribuir para o crescimento do negócio dos retalhistas de sortido curto, avança um estudo da Kantar desenvolvido em parceria com a Centromarca. De acordo com a análise, a estabilização da inflação, a redução das taxas de juro e o aumento da taxa de emprego também estão a impulsionar o consumo fora de casa e os serviços de entrega ao domicílio.

“O consumo fora de casa tem vindo sempre a crescer acima do consumo para casa, nos últimos trimestres. No entanto, a percentagem do gasto que os portugueses dedicam ao consumo dentro de casa perdeu espaço, com uma diminuição de 1,2 pontos percentuais, face ao terceiro trimestre de 2023”, informa a Centromarca em comunicado de imprensa.

Além do tamanho das cestas ter diminuído, a maioria das categorias de produtos de grande consumo também regista um decréscimo em valor, nos primeiros nove meses do ano. No caso das bebidas, a redução atinge os 5%. No das limpezas caseiras, a quebra ronda os 3%. A venda de produtos de alimentação animal caiu 2%.

“No mesmo período, os números mostram também um avanço das marcas de distribuidor sobre as de fabricante, ainda que as segundas mantenham a maior quota de mercado, com 52,5% em valor. Apesar do decréscimo da quota, as marcas de fabricante contribuíram positivamente para o desempenho de alguns retalhistas de sortido curto”, refere o estudo.

Entre julho e setembro, o consumo em casa recuperou ligeiramente, com a dimensão da cesta de compras das famílias portuguesas a crescer, apesar da desaceleração da dinâmica de crescimento que as marcas próprias dos retalhistas registavam até então.

“Num contexto que se mantém desafiante, apesar dos números animadores da economia e dos mais recentes dados do mercado, as marcas continuam a ter de reforçar a relação com os consumidores, atrair novos públicos e reter compradores habituais. Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, afirma Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, citado no documento.

O estudo da Kantar mostra ainda que 66% das marcas que conquistam novos compradores registam crescimento em volume de vendas. “As marcas que não recrutaram consumidores nos últimos dois anos decresceram 14,5% em valor entre janeiro e setembro de 2024, quando comparado com o período homólogo. Já as que conquistaram novos ‘targets’ em 2023 e 2024 cresceram 14,3% no mesmo período”, refere ainda a análise.

Segundo o estudo, as marcas que angariaram mais clientes viram a fidelidade dos consumidores aumentar 57% e a taxa de repetição de compra subir 54%. “Recrutar consumidores em vários retalhistas pode ser difícil para as marcas, mas a diversificação dos locais de venda revela-se bastante vantajosa e fundamental para atingir o maior número de compradores possível”, defende Marta Santos, diretora de clientes e de análises da Kantar.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce

A startup portuguesa está a lançar uma ferramenta gratuita, que permite às empresas de comércio eletrónico calcular e compensar automaticamente a pegada carbónica dos produtos, aumentando a transparência e a confiança junto dos consumidores

A ZeroPact, startup portuguesa de tecnologia focada na sustentabilidade, está a lançar uma solução alimentada por inteligência artificial que permite às marcas de comércio eletrónico integrar o cálculo e a compensação da pegada carbónica dos seus produtos, permitindo aumentar a transparência e a confiança junto dos consumidores.

A startup fundada por João Morgado, Luís Branco e João Matos ganhou o El Corte Inglés Retail Challenge, concurso de inovação no retalho que teve lugar durante a Web Summit, tendo agora a possibilidade de iniciar um teste piloto com o El Corte Inglés, reforçando a aplicabilidade da tecnologia em grandes marcas e antecipando-se às novas regulamentações do Digital Product Passport (DPP) previstas para 2027.

De acordo com o Barómetro Mastercard 2023 – Perceção da Sustentabilidade em Portugal, os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das marcas, sendo que 80% dos portugueses dão importância à política de sustentabilidade dos comerciantes ou fornecedores e que 52% já deixaram de comprar um produto devido à má reputação ambiental de uma marca.

“Estes números mostram a urgência das empresas em adotar práticas transparentes e alinhadas com as expectativas de um consumidor mais consciente”, sustenta João Morgado, CEO da ZeroPact, em comunicado de imprensa.

A análise da Mastercard revela ainda que 87% dos portugueses manifestam interesse em saber a pegada carbónica das suas compras, com esta percentagem a subir para 90% entre as mulheres. No entanto, apenas 15% conhecem a sua própria pegada carbónica, apesar de 74% já estarem familiarizados com o conceito.

“Este cenário evidencia uma grande oportunidade para as empresas liderarem na comunicação de sustentabilidade e oferecerem ferramentas que ajudem os consumidores a tomar decisões mais informadas e sustentáveis”, argumenta João Morgado.

De acordo com o CEO da startup, a ZeroPact tem planos de expansão para toda a Europa, focando-se em mercados europeus estratégicos devido à legislação emergente que, até 2027, obrigará as empresas a adotarem passaportes digitais de produtos e práticas de sustentabilidade mais rigorosas.

A tecnologia da ZeroPact já está disponível em vários sites portugueses, como Otherwise, Jakshoes, DCK, NAE-Vegan, 38 graus, Cool Mood Community, Arisca, Wheat&Rose, Le-mot, Mineral Fashion Store, Bordaleiras, Chulé, Pera Lima, Tribu, Cura, entre outros.

“A aplicação da tecnologia na área de sustentabilidade permite fornecer aos clientes informações claras e precisas sobre a pegada de carbono dos produtos que adquirem. Além disso, pode criar um modelo replicável para o setor como um todo, impulsionando uma transformação mais ampla em direção à sustentabilidade”, enfatiza Vasco Marques Pinto, gestor de relações externas do El Corte Inglés.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)

A campanha da agência criativa Nossa com o humorista (na foto) é a primeira da Revolut filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing, que a marca tem vindo a desenvolver no mercado nacional

O humorista Salvador Martinha dá a cara na nova campanha digital da Revolut, que promove as funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa. A campanha, desenvolvida pela agência criativa Nossa, é a primeira da marca filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing mais vasta, que a Revolut tem vindo a desenvolver no mercado português.

No filme publicitário, presente nas plataformas digitais, Salvador Martinha mostra algumas das funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa, com o tom humorístico que o caracteriza. O anúncio salienta a destruição do cartão descartável digital após uso, o bloqueio automático do cartão se houver suspeita de atividade fraudulenta e o apoio da equipa de especialistas em crimes financeiros, que estão disponíveis para ajudar os clientes 24 horas por dia.

“Estamos entusiasmados por trabalhar com o Salvador Martinha nesta nossa campanha digital onde salientamos a segurança dos nossos sistemas financeiros. A sua influência e alcance no mercado português são extraordinários e acreditamos que esta parceria estratégica nos permitirá reforçar a nossa presença em Portugal e chegar a um público mais vasto”, sustenta Ignacio Zunzunegui, diretor de crescimento da Revolut para o sul da Europa.

O objetivo da campanha é reforçar a estratégia de posicionamento da marca que pretende se tornar o banco principal dos portugueses. Para além da campanha com Salvador Martinha, a empresa anuncia também uma ativação no aeroporto do Porto, com máquinas de dispensa de cartões gratuitos antes das viagens de avião, e a parceria com o festival Primavera Sound 2025, em Barcelona e no Porto.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico

A empresa compradora, a Live Nation Entertainment, aceita o compromisso de uma política comercial “aberta, transparente e não discriminatória” na Meo Arena, com a “redução imediata dos preços de acesso” e o seu “congelamento” nos próximos cinco anos

A Autoridade da Concorrência (AdC) deliberou não se opor à operação de concentração, que envolve a aquisição de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico (na foto) pela empresa Live Nation Entertainment (LNE). “Esta decisão foi possível, após a LNE propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”, informa a entidade reguladora em comunicado de imprensa.

As garantias oferecidas pela promotora de espetáculos, que detém uma participação no festival Rolling Loud e promove o festival Rock in Rio Lisboa, através da subsidiária Better World Comunicação, Publicidade e Entretenimento, foram suficientes para a AdC.

“A decisão agora adotada foi precedida de uma investigação aprofundada, depois de termos considerado que a operação de concentração poderia resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à Meo Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”, refere o regulador.

A fase de averiguações incluiu um teste de mercado, que contou com a participação dos dez maiores clientes da Meo Arena. As preocupações expressas foram posteriormente apresentadas à empresa norte-americana.

“No que respeita à tese de dificultar o acesso aos artistas, a AdC considerou que, mesmo sem a operação de concentração, a LNE poderia entrar como promotor direto de eventos no mercado nacional e que a possibilidade de o fazer com os artistas e digressões internacionais próprias será um facto normal face ao seu modelo de negócio verticalmente integrado, não constituindo um elemento específico da presente operação de concentração”, refere o documento.

Os compromissos assumidos pela LNE “reforçam também as condições que garantem a adoção de uma política comercial de utilização da Meo Arena aberta, transparente e não discriminatória, o que se traduz, entre outros, na redução imediata dos preços de acesso à Arena e no congelamento dos preços para os próximos cinco anos”, revela a AdC.

A implementação das medidas propostas é avaliada por um mandatário de monitorização e, sob a sua supervisão direta, por um gestor de informação independente, “que será selecionado e contratado pelo novo mandatário de monitorização e que, em última instância, reporta à AdC”, esclarece ainda o comunicado do regulador da concorrência.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)

A campanha produzida pela Bro, que aborda as atividades disponíveis na ilha, no Natal e fim de ano, é divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, Google e YouTube

A campanha de Natal e fim de ano Madeira reforça o espírito de pertença e autenticidade com um novo apelo à vivência plena do destino. Dando continuidade à comunicação da iniciativa ‘Vive a Madeira por inteiro’ apresentada em 2023 para o mercado nacional e amplificada para o mercado externo com a designação ‘Experience Madeira for Yourself’, o filme publicitário promove as festividades natalícias do arquipélago.

Com criatividade da Bar Ogilvy e produção da Bro, o anúncio evidencia a oferta turística, cultural e gastronómica da região. Divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, no Google e no YouTube, a campanha, promovida pela Associação de Promoção da Madeira (APM), volta a apresentar o arquipélago como destino de mar, montanha e tradições culturais.

“Reconhecendo que não é possível capturar toda essa experiência num simples anúncio, optámos por uma abordagem disruptiva, transmitindo a mensagem que estar fisicamente na região é a única forma de experienciar verdadeiramente tudo o que o destino tem a oferecer. A proposta é aproveitar ao máximo, vivendo cada momento por inteiro”, explica a APM em comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing

A Deployteq (na foto) permite criar campanhas multimeios a partir de qualquer lugar, sem necessidade de códigos, e é alimentada por inteligência artificial. A apresentação pública da ferramenta é a 10 de dezembro

A agência de marketing digital e automação internacional JMR Digital disponibiliza em Portugal a plataforma de automação de marketing Deployteq. Através de um leque de ferramentas digitais, é possível criar e amplificar campanhas multimeios. Acessível a partir de qualquer lugar sem necessidade de códigos, a tecnologia é integrável noutras plataformas, permitindo uma abordagem de marketing unificada e centralizada.

Tirando partido de um modelo de dados estruturado para refinar estratégias e impulsionar o sucesso das campanhas, a Deployteq é alimentada através de inteligência artificial (IA). Além da gestão de dados sincronizados que possibilita, permite uma maior personalização e segmentação das comunicações. “Através de uma abordagem multicanal, garante um maior alcance através de diversos canais e plataformas, para um maior ‘engagement’ entre marcas e consumidores”, refere o documento de apresentação, a que o M&P teve acesso.

Fundada em 2017 pela portuguesa Joana Meireles e pelo neerlandês Mischa Rinck, a JMR Digital apresenta publicamente a plataforma, a 10 de dezembro, em Lisboa. De acordo com o site da Deployteq, a nova tecnologia já é utilizada por cerca de 4.700 profissionais de marketing, para construir segmentações dinâmicas em campanhas. Com uma taxa de entrega de 99,8%, a plataforma multiplica, em média, o retorno do investimento (ROI) por 2,5.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Comunicação

Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC

A profissional espanhola regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. O português, até agora diretor de talentos e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, é o novo diretor de operações globais

Tiago Vidal (na foto, à dir.) é o novo diretor de operações globais da LLYC. Além de continuar a liderar as áreas de talento e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, o anterior diretor de talentos e tecnologia passa a supervisionar o marketing, a comunicação, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a equipa de integração, procurando maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico.

“A nomeação de Tiago Vidal consolida a nossa estratégia de talento, tecnologias de informação, comunicação e integração numa mesma área, com o objetivo de continuar a impulsionar a nossa estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa”, explica Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, citado em comunicado de imprensa.

A promoção do responsável português ocorre na altura em que a espanhola Luisa García (na foto, à esq.) regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. No novo cargo, irá focar-se na inovação e na integração da oferta de soluções de ‘corporate affairs’, num portefólio que já conta com uma componente de tecnologia e inteligência artificial (IA) aplicada.

“Esta área de atuação engloba serviços como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, ‘advocacy’ e diplomacia corporativa, contribuindo com 60% do total das nossas receitas operacionais”, refere a LLYC no documento.

Luisa García, que acaba de ser considerada uma das mulheres mais influentes de Espanha pelas publicações espanholas Forbes e Yo Dona, continua a exercer o cargo que ocupava no conselho de administração da LLYC, que integra desde 2021.

“É com grande entusiasmo que lidero a melhor equipa de especialistas em comunicação e assuntos públicos em Espanha, Portugal, Bruxelas, América Latina e Estados Unidos. Acompanhados pelos melhores profissionais em criatividade e com toda a potencialidade dos desenvolvimentos da IA da LLYC, o nosso compromisso é ajudar os nossos clientes a tomar decisões conscientes e audazes num contexto cada vez mais desafiante, em que a incerteza veio para ficar”, afirma a nova CEO global de assuntos corporativos.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo

“O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company

Os ‘outlets’ já superam o retalho tradicional nas vendas de produtos de luxo, afirma um estudo internacional da consultora Bain & Company, realizado em parceria com a associação de marcas de luxo italiana Altagamma.

A base global de clientes de luxo está a encolher, face à contínua incerteza económica, ao aumento de preços e ao declínio na lealdade dos clientes às marcas, particularmente entre as gerações mais jovens, refere a Bain em comunicado de imprensa.

“Numa altura em que as lojas retalhistas de luxo estão a verificar uma queda acentuada do tráfego de visitantes, o canal de ‘outlet’ está a ter um desempenho superior, impulsionado pela busca dos consumidores por compras de valor. O canal está a ganhar popularidade como uma entrada preferida no mercado”, aponta o estudo.

À beira da primeira desaceleração desde a grande recessão de 2009, o mercado de bens pessoais de luxo deverá desvalorizar 2% em comparação com o ano passado. Ainda assim, deverá registar vendas a rondar os €1,5 mil milhões em 2024. “Este mercado permanece relativamente estável face a 2023, com uma taxa de crescimento anual estimada entre -1% e 1%”, revela o documento.

As áreas de crescimento identificadas no segmento do luxo são a hospitalidade e a gastronomia, apesar de a redução da procura por parte da geração Z, a menos leal às marcas, se estar a acentuar. “O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos, por opção ou por terem sido forçados a deixar de consumir estes bens. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company, citada em comunicado de imprensa.

De acordo com o estudo, as experiências de luxo continuam a manter-se em alta, à medida que os consumidores transferem os gastos para experiências de viagem e eventos sociais, favorecendo tratamentos pessoais e bem-estar, em detrimento de bens tangíveis. A cosmética e o ‘eyewear’ são as exceções à regra.

“Os produtos de beleza, particularmente as fragrâncias, continuam a ter um bom desempenho, numa altura em que os consumidores gravitam em direção a pequenas indulgências. O mercado ótico também está a viver um momentum positivo, com os consumidores atraídos pela crescente criatividade das marcas e por marcas especializadas de alta qualidade”, salienta o estudo.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.