A linguagem do amanhã: como as palavras estão a moldar o futuro
Desde os primórdios da humanidade, a palavra tem sido uma ferramenta poderosa de comunicação, expressão e conexão. Ao longo dos séculos, a capacidade de comunicarmos possibilitou a transmissão de conhecimento, […]
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Desde os primórdios da humanidade, a palavra tem sido uma ferramenta poderosa de comunicação, expressão e conexão. Ao longo dos séculos, a capacidade de comunicarmos possibilitou a transmissão de conhecimento, construção de culturas, partilha de ideias, expressão de sentimentos e emoções. Hoje, num mundo cada vez mais tecnológico, testemunhamos uma nova era em que a palavra e a linguagem continuam a ser cada vez mais relevantes e estão a potenciar uma nova revolução.
A tecnologia tem feito avanços impressionantes nos últimos anos e a compreensão da linguagem natural é uma das principais conquistas, mesmo continuando a ser ainda bastante complexa, inclusive o desenvolvimento de interfaces e sistemas de voz que possam interpretar com precisão uma variedade de sotaques, dialetos e contextos continua a ser um desafio em aberto. O poder da palavra agora está mais relacionado à sua qualidade do que à quantidade. Uma única frase pode conter informações complexas e desencadear uma série de ações e respostas relevantes para o contexto em que esteja a ser utilizada. Além disso, as questões de privacidade e segurança também são agravadas, já que as interações por voz podem envolver o armazenamento e processamento de dados sensíveis.
Mesmo com estes desafios em andamento, podemos assistir ao crescente número de assistentes virtuais, chatbots e sistemas de processamento de linguagem que estão cada vez mais presentes nas nossas vidas, oferecendo novas formas de interação com a tecnologia. A palavra tornou-se a porta de entrada e de interação no mundo digital, possibilitando traduções em tempo real que podem aproximar pessoas e culturas, servir de assistente para qualquer tipo de negócio, e até mesmo como parceiro para determinadas tarefas.
Esta revolução linguística também vai impulsionar novos padrões de interação e de negócio. Empresas e marcas têm agora a oportunidade de criar produtos e serviços baseados em experiências mais humanas, com interfaces que se assemelham a conversas naturais envolventes. O foco na experiência torna-se ainda mais crucial, com a necessidade de entender as necessidades e as expectativas dos utilizadores para criar interações personalizadas e com significado.
A capacidade de interagir por meio da palavra (escrita ou verbal) torna a tecnologia mais acessível a uma ampla variedade de pessoas, independentemente da sua habilidade com interfaces digitais ou até mesmo físicos (como, por exemplo, Alexa, Google Home ou até mesmo o ChatGPT). Além disso, a linguagem natural é uma forma de comunicação intuitiva e intrínseca ao ser humano, tornando a interação com sistemas de inteligência artificial mais natural e envolvente.
Esse dom da palavra também está a redefinir como as marcas e empresas interagem com os seus clientes, sendo a personalização e a segmentação aspetos fundamentais nas estratégias de marketing e, dessa forma, sistemas recorrendo à inteligência artificial estão a potenciar cada vez mais essa interação. Ao compreender a linguagem usada pelos clientes, as empresas podem fornecer experiências mais personalizadas e relevantes, oferecendo produtos e serviços que atendam às necessidades individuais a qualquer momento e, com isso, criar uma experiência mais atrativa para os seus clientes.
No entanto, o crescente poder da palavra continua a ser um desafio, a compreensão da linguagem natural é uma área complexa da inteligência artificial e que, apesar das constantes evoluções, dificilmente terá um ponto final no seu desenvolvimento, pois enquanto humanos continuamos a evoluir e estamos constantemente a adaptar como nos relacionamos e comunicamos. Além disso, os sistemas que estão em constante evolução e treino nem sempre conseguem interpretar corretamente as nuances da comunicação humana. A falta de empatia e a incapacidade de, por vezes, entender o contexto emocional podem levar a interações frustrantes e inadequadas. Outro ponto de grande relevância está relacionado com ética e privacidade, onde a interação com sistemas de inteligência artificial frequentemente envolve a partilha de informações pessoais e sensíveis e é fundamental garantir que a privacidade dos utilizadores esteja protegida e que as práticas sejam transparentes.
O poder e dom da palavra atualmente são inegáveis e a linguagem continua a ser o motor da nossa evolução, sendo um dos fatores de maior relevância para potenciar todo o desenvolvimento de sistemas mais inteligentes e eficientes que vão moldar como criamos interfaces digitais e físicos. Acredito ainda existir um longo caminho no desenvolvimento e compreensão da linguagem pelas máquinas, assim como encontrar formas de potenciar estes sistemas para aqueles que tenham mais dificuldade ou impossibilidade de usar a sua capacidade linguística, pois somos humanos nas nossas diferentes formas e capacidades e todos devemos ter direito a um futuro que nos torne cada vez mais iguais.
À medida que avançamos para o futuro, devemos abraçar a evolução da linguagem e da inteligência artificial com responsabilidade, procurando um equilíbrio entre a inovação, criatividade, utilidade e ética, para colhermos os benefícios desta revolução tecnológica de forma significativa e humanizada. As palavras são a chave para desbloquear um futuro promissor e repleto de possibilidades.
Artigo de opinião assinado por Ricardo Melo, head of frontend na Fullsix