Investimento publicitário em cinema é, em média, três vezes mais rentável, garante estudo
Segundo um novo estudo europeu, levado a cabo por uma equipa que reúne investigadores da Universidade de Colónia, da Kühne Logistics University (KLU), da Universidade de Hamburgo, da Universidade de […]
Luis Batista Gonçalves
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Segundo um novo estudo europeu, levado a cabo por uma equipa que reúne investigadores da Universidade de Colónia, da Kühne Logistics University (KLU), da Universidade de Hamburgo, da Universidade de Leipzig e da Katholieke Universiteit Leuven, o investimento publicitário na sétima arte é, em média, três vezes mais rentável do que o tradicional. “Reforçá-lo em 1% aumenta os lucros em 0,33%, quase três vezes mais do que noutras indústrias”, garantem os cientistas que o desenvolveram.
“Os resultados obtidos mostram que os gastos com publicidade neste setor, em particular, compensam”, assegura Alexa Burmester, professora assistente da disciplina de métodos quantitativos aplicados na KLU. “Além dos espetadores, os anúncios também são vistos pelos operadores das salas. Havendo mais cinemas a exibir produções, haverá mais pessoas a vê-los, o que também aumenta a receita”, defende a especialista.
Exemplo disso são filmes como “Barbie”, um dos êxitos cinematográficos do ano. O orçamento para o promover superou os custos de produção. Para publicitar a película protagonizada por Margot Robbie e Ryan Gosling, foram gastos mais de 150 milhões de dólares, cerca de 141,1 milhões de euros. O investimento inicial, estimado em 100 milhões de dólares, cerca de 92 milhões de euros, resvalou para os 145 milhões de dólares, perto de 136,5 milhões de euros.
Até hoje, a longa-metragem já rendeu 1,38 mil milhões de dólares, quase 1,3 mil milhões de euros. “A publicidade funciona, não importa o país. E também funciona em tempos economicamente difíceis, como os que vivemos”, defende André Marchand, professor de marketing e gestão da Universidade de Leipzig. A análise agora apresentada sintetiza os resultados de 59 estudos sobre marketing na indústria do entretenimento realizados num horizonte temporal que se estende de 1994 a 2021.
“Para os consumidores, ao contrário do que sucede noutras indústrias, é particularmente difícil estimar a qualidade dos produtos de entretenimento antes da compra. Os espetadores só sabem se gostam de um determinado filme depois de o verem. A publicidade pode ajudar a diminuir esta incerteza, através da exibição, por exemplo, de excertos em trailers”, sublinha Andrea Schöndeling, investigadora da Universidade de Colónia.