Edição digital
PUB
Marketing

“Se os criadores digitais se tornam marcas, por que não tornar as marcas criadoras de conteúdos?”

Em entrevista exclusiva ao M&P, Inês Ramada Curto e Pedro Filipe-Santos, sócios em Portugal da brasileira Snack Content, partilham sobre como as marcas devem capitalizar o vídeo social, a abordagem a este formato e o percurso que os traz até à empresa, que está a investir €500 mil no mercado nacional

Catarina Nunes
Marketing

“Se os criadores digitais se tornam marcas, por que não tornar as marcas criadoras de conteúdos?”

Em entrevista exclusiva ao M&P, Inês Ramada Curto e Pedro Filipe-Santos, sócios em Portugal da brasileira Snack Content, partilham sobre como as marcas devem capitalizar o vídeo social, a abordagem a este formato e o percurso que os traz até à empresa, que está a investir €500 mil no mercado nacional

Catarina Nunes
Sobre o autor
Catarina Nunes
Artigos relacionados
Spotify lança agência criativa e tem nova ferramenta de anúncios baseada em IA
Digital
LLYC lança banco de vozes sintéticas para combater preconceitos contra a comunidade LGBTQIA+ (com vídeo)
Digital
MadMen estabelece acordo com Gazeta das Caldas para lançar New in Oeste
Media
Audiências Euro 2024: Mais de 3,8 milhões de telespetadores viram a vitória de Portugal frente à Turquia
Media
Cannes Lions 2024 Dia 5: Conheça os últimos vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)
Cannes Lions
FunnyHow retoma teorias da conspiração da Celso TV em campanha para a Domino’s (com vídeo)
Publicidade
Já são conhecidos os vencedores da 22ª edição dos Prémios SAPO de publicidade digital
Digital
Leroy Merlin entrega campanha de 21º aniversário à VML e reforça investimento em media e outdoor (com vídeos)
Publicidade
Cannes Lions 2024 Dia 4: Conheça os vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)
Cannes Lions
“Numa mesma marca podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios semelhantes”
Marketing

Um ano e meio depois de trazerem do Brasil o estúdio de marketing digital Snack Content, Inês Ramada Curto e Pedro Filipe-Santos, codiretores executivos da Snack Portugal, falam sobre a empresa que quer transformar marcas em criadores de conteúdos digitais, focando-se na criação de linhas editoriais para marcas nas redes sociais e respetiva materialização em formatos de vídeo social.

Nesta abordagem, a estratégia e a execução são baseadas na Snack CBI (Community Building Intelligence), uma metodologia construída e testada no Brasil desde há 13 anos, que indica não só os temas para conteúdos que mais ressoam nas redes sociais como as melhores opções de criadores, trazendo-os para dentro dos canais das marcas. Isto em vez de se canalizar os investimentos para as plataformas dos influenciadores, permitindo às marcas o aumento das audiências nos seus canais e a construção de comunidades digitais próprias.

O podcast do Prémio Cinco Estrelas e da Betway, e a criação de conteúdos de vídeo ‘always on’ para a Haier são os projetos que a Snack Portugal já tem no ar. Em entrevista exclusiva ao M&P, Inês Ramada Curto e Pedro Filipe-Santos partilham as suas visões sobre como as marcas devem capitalizar o vídeo social, a abordagem da Snack Content a este formato em ascensão e o percurso que os traz até à empresa, que está a investir €500 mil no mercado nacional.

Meios & Publicidade (M&P): Como é que a Snack Content vem do Brasil para Portugal, com vocês como sócios?

Pedro Filipe Santos (PFS): Existia há 10 anos quando foi comprada, há três anos, pela B&Partners, e começou a expansão quando Bazinho Ferraz, fundador e presidente da B&Partners, percebeu que o modelo da Snack podia ser replicado.

O José Maria Abecassis, que nós conhecemos, e o sócio dele estão a ajudar a formatar o negócio da Snack e a levantar capital, para que seja exportável para outros países, como Itália e Estados Unidos, onde já estamos em Milão e Los Angeles. O José Maria disse-lhes que tinha os sócios perfeitos em Portugal, eu e a Inês. (ver caixa com perfis)

M&P: Qual é a atividade do B&Partners e qual é a área da Snack Content?

PFS: É um grupo que trabalha várias áreas de comunicação, ativação de marca, produção de eventos e, desde há três anos, ‘social video’, que é o que a Snack faz. Criamos e produzimos conteúdos de vídeo para redes sociais. Se nos pedirem também fazemos fotos, mas não é o nosso ‘core’.

M&P: Quem são os acionistas da Snack em Portugal?

PFS: Nós os dois, cada um com 15%, e a Snack Brasil com 70%, através do Vítor [Knijnik] e do Nelson [Botega], que são os fundadores que venderam a Snack à B&Partners, mas continuam na empresa.

M&P: Quanto é que vocês investiram?

Inês Ramada Curto (IRC): Estamos a investir com trabalho, não há um investimento financeiro.

M&P: Qual é investimento que a Snack Brasil está a fazer em Portugal?

PFS: Começámos em novembro de 2022, estamos a fazer um ano e meio. Até chegarmos ao break-even, daqui a dois ou três anos, não será difícil estarmos a falar de um investimento de €500 mil.

M&P: No que é que se destaca a proposta de valor da Snack?

IRC: A Snack CBI (Community Builder Intelligence), que já vem formatada do Brasil, e consiste na criação de comunidades digitais através de uma metodologia data driven. Somos uma empresa que não dá um passo sem consultar dados, com softwares que fazem a leitura de todos os canais em todas as redes sociais.

Percebemos quais são as melhores trends, o thumbnail que funciona melhor, o melhor texto, as palavras mais usadas, o vídeo que tem um envolvimento maior e o criador com melhor desempenho, entre outros indicadores.

M&P: Quais são as mais valias desses dados?

IRC: Estes dados dão-nos vários insights, com os quais a nossa equipa de inteligência – tanto de conteúdos como de casting de criadores digitais – já consegue apresentar ao cliente uma proposta que, à partida, será vencedora porque tem os melhores insights dos últimos 30 dias, sete dias ou três anos.

PFS: Temos ferramentas que nos permitem perguntar, por exemplo, quantos vídeos foram publicados em Portugal em todas as redes sociais – ele responde 3 milhões. Se perguntarmos só no Instagram, ele responde 1,5 milhões. Se perguntar quantos destes 1,5 milhões falam em comida, ele responde que são 100 mil.

Se destes 100 mil pedir os 50 mais vistos, ele mostra a lista dos vídeos mais vistos. Se, entre estes mais vistos, perguntar quais são os que falam em pasta italiana, ele apresenta-me 15. Destes 15, pergunto quais é que foram vistos por pessoas entre os 15 e os 25 anos e por aí fora. Conseguimos filtrar completamente tudo.

M&P: É um software exclusivo da Snack?

IRC: Usamos dois ou três programas de dados de Silicon Valley, que é preciso pagar para ter acesso como se tem à GfK ou à Marktest. O programa é um produto básico. O que faz parte da metodologia CBI é a maneira como se usa e interpreta o programa, e se retira dele insights onde assenta a estratégia. O Excel pode ser usado de mil e uma formas, é um canivete suíço, e o CBI é parecido.

PFS: Por exemplo, alguém gosta de vídeos de música e de praia. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? É aqui que entramos e conseguimos relacionar uma coisa com a outra, fazendo camadas de interesses sobrepostos, para definir uma comunidade com gostos similares.

Se estamos a trabalhar iogurtes ou pensos higiénicos, a nossa metodologia permite tratar cada marca com a mesma formatação, embora sejam targets e produtos diferentes. A jusante e a montante, nós conseguimos prever o que pode acontecer e medir os resultados. Na Snack. só produzimos o que sabemos que vai funcionar e mexer o algoritmo.

M&P: Como é que conseguem ter essa certeza?

PFS: Somos Google Partner e TikTok Partner e temos acesso a informação privilegiada, que nos permite perceber o que muda a cada mês porque os algoritmos mudam todos os meses.

M&P: As trends também mudam?

PFS: As trends não têm a ver com o algoritmo, são formatos em que os criadores de conteúdos decidem começar a fazer determinada coisa, como os vídeos com desafios. O algoritmo depois pega e vê que há uma coisa nova que está a gerar buzz e dá-lhe um push. O algoritmo não trabalha sozinho, precisa que um criador de conteúdos tenha uma coisa pertinente, original e fresca, como alguns desafios.

M&P: Nos conteúdos de vídeo, há muitas empresas especializadas ou o que há mais é departamentos dentro de agências?

IRC: O pão com manteiga são agências de publicidade. Há agências a fazer conteúdos, mas duvido que sejam baseados em dados. Uma coisa é trabalhar com dados à posteriori, como todas trabalham. Com dados a montante, para traçar uma estratégia em cima disso, não conheço nenhuma empresa em Portugal que o faça.

PFS: O que há é na base do ‘achómetro’, em que o conteúdos falam sobre aquilo que já sabemos, mostram uma série de lugares comuns e o guião é escrito com base nisso. Não fazemos isto. Criamos o diálogo que as pessoas já estão à procura nas redes sociais, a narrativa que as pessoas querem consumir e que temos dados que a comprovam.

Quando um destino fica na moda, não é só porque uma agência de viagens baixou o preço. É porque as pessoas começaram a falar nisso, os criadores de conteúdos foram lá e mostraram o destino. Isto cria o interesse em consumir conteúdos desse destino e as pessoas começam a seguir esses criadores porque todas as semanas têm conteúdos sobre as coisas mais giras, por exemplo nas praias na Tailândia, em Bali ou em Ibiza.

IRC: Com os nossos softwares, conseguimos ajustar facilmente o conteúdo, que está sempre a mudar. Quando se faz uma campanha em media tradicional, já não se consegue mudar.

PFS: O melhor exemplo que posso dar é a diferença entre o petroleiro e o semi-rígido, que somos nós. O petroleiro, que é um canal de televisão, lança uma novela e se estiver a correr mal, só começa a ser corrigida depois de terem gravado 90 episódios. O petroleiro demora várias milhas até conseguir mudar o rumo, nós não.

M&P: Qual foi a primeira marca que trabalharam?

IRC: A Wells com o podcast da enfermeira Carmen, mas ainda não existia a Snack Portugal nem participámos no projeto. A Snack Brasil subcontratou uma produtora em Portugal. Connosco, o primeiro projeto foi o podcast do Prémio Cinco Estrelas, que fazemos ainda hoje, com o À Descoberta das Cinco Estrelas.

Criámos também o canal de YouTube deles porque, à semelhança de qualquer outro prémio, só são falados quando há prémios, uma vez por ano. Com o ‘always on’ de comunicação com um podcast por semana, 52 episódios por ano, conseguimos falar da marca o ano inteiro.

PFS: Organicamente, em um ano, conseguimos 25 mil subscritores no canal do YouTube do Cinco Estrelas e queremos chegar aos 100 mil até o final do ano, também organicamente.

M&P: Qual é o formato?

IRC: Há uma apresentadora, a Sofia de Castro Fernandes, que entrevista diretores de marketing das marcas premiadas, sobre temas que os nossos dados mostraram que são tendência e que podem ser relevantes. Não é um programa de autoelogio, com a marca a dizer que ganhou o prémio porque é a melhor.

Pode falar, por exemplo, sobre retenção de talento nas empresas ou sobre a segurança que devemos ter com os meios digitais de pagamento. Fazemos tudo: a estratégia, a ideia, o formato, os guiões, os cenários, a imagem, os cortes de edição e, quando existem media pagos, também fazemos plano de meios na parte digital.

M&P: O vosso software também dá para fazer plano de meios?

PFS: Como somos parceiros da Google e do TikTok, os nossos dados permitem-nos perceber onde é que deve ser promovido e reforçado o algoritmo, para atingir determinado target e objetivo. Nem tudo passa por deitar um balde de dinheiro, passa muito pelos hashtags que se usam, pelos metadados, pela hora a que é feita a publicação e pelo corte que se escolhe.

IRC: Não se investe em 40 minutos de podcast, investe-se num corte que tem 30 segundos e vai-se investindo aos poucos.

PFS: Cria-se uma comunidade com os cortes, não é com o episódio principal inteiro. Os algoritmos favorecem a permanência em cada conteúdo. Se um vídeo durar 15 segundos e for visto durante 14 segundos, a seguir o algoritmo vai dar outro exatamente parecido e assim sucessivamente.

M&P: Que outros clientes ou projetos têm?

PFS: Fazemos o podcast patrocinado pela Betway, o Um Para Um com o Pedro Pinto, que é publicist de desportistas e faz entrevistas a atletas portugueses que trabalham fora e que se distinguem nas suas áreas.

Estamos a fazer consultoria para uma marca multinacional, que não podemos referir ainda porque o contrato não está assinado, que já produz conteúdos. Estamos a fazer-lhe um plano estratégico para otimizar a maneira como os conteúdos são produzidos.

M&P: Além destes podcasts, têm mais algum numa base regular?

PFS: Neste momento não. Estamos a fazer a produção de conteúdos para a Haier, com pequenos episódios sobre arrumação de frigoríficos, um ‘always on’ de seis meses.

M&P: O ‘always on’, na prática, significa o que é?

PFS: Diria que é as marcas terem um canal temático próprio, com os conteúdos que querem transmitir, mas de uma maneira que seja conteúdo de entretenimento e não publicidade.

IRC: O que as marcas fazem muitas vezes é ter o que chamamos de Depósitube, DepósiTok e DepósiGram, que são formas de depositar campanhas em redes sociais. Mas esses conteúdos não são nativos dessas redes sociais.

PFS: A conta de YouTube do Meo, por exemplo, tem o discurso do presidente da Meo, a campanha de Natal, o making-of do Meo Sudoeste, a campanha do Regresso às Aulas e uma ativação de marca.

Depois, estão dois meses sem publicar e, de repente, publicam três dias seguidos. Além de isto não ser o que o algoritmo quer e precisa, também não é aquilo que as pessoas que seguem as redes sociais querem. As pessoas querem fidelizar-se, querem consumir conteúdos.

M&P: Quais são os valores de faturação da Snack e quanto é que cobram aos clientes?

IRC: A Snack global, que está presente em São Paulo, Lisboa, Milão e Los Angeles, faturou €15 milhões em 2023, e cobra em média cerca de €50 mil por marca, por 12 meses de um ‘always on’ de vídeos, com estratégia, inteligência de dados, criatividade e produção. Temos empresas em que, para um ano de ligação com a Snack, cobramos mais de €100 mil como temos outras que cobramos €20 mil.

Depende se querem chave na mão de vídeos para o ano inteiro, com criatividade, estratégia, produção, gravação, inteligência de dados e de casting, análise de dados e acompanhamento estratégico, ou se querem uma parcela do menu da Snack.

M&P: Trabalham clientes que a Snack tem no Brasil ou em outras geografias?

IRC: Ainda não estamos a fazer essa ponte. No Brasil, por exemplo, trabalhamos a Boticário, que já comunica como um criador de conteúdos digitais, em linha com a nossa máxima ‘se os criadores viram marcas, porque é que a marca não pode virar criadora e começar a comunicar exatamente como eles?’.

A expressão ‘always on’ vem da ideia de comunicar com uma grelha de conteúdos, como faz um canal de televisão, habituando a comunidade a esses conteúdos.

M&P: Qual é a estratégia que seguem no casting de criadores?

IRC: Quando fechamos um ‘always-on’ de conteúdos para uma marca, é preciso fazer o casting para não se apostar numa influenciadora com um perfil como o da Madalena Abecassis, e fazer crescer a comunidade dela, mas ir buscar criadores pequenos, médios ou grandes, para os trazer para a marca. É como construir o elenco dos Morangos com Açúcar, em que o ‘squad’ serve a comunicação da marca.

PFS: Os Morangos com Açúcar tiveram sete temporadas e sete castings diferentes. Ou seja, o que é mais importante é a marca, o conceito e a linha editorial. O que propomos é criar uma linha editorial para as marcas, com base em dados, com várias temporadas.

Não interessa qual é o casting, o que é certo é que a marca mantém-se, mesmo que no primeiro ano seja o Pedro Teixeira e a Rita Pereira, e no ano a seguir sejam outros quaisquer.

M&P: Quais são os critérios de escolha nesse casting?

IRC: A nossa inteligência de dados vai buscar a pessoa certa para fazer o conteúdo para a marca. Isto é feito no Brasil, onde temos 30 pessoas só a trabalhar inteligência de dados.

M&P: Não há espaço para um criador que não entrega os melhores resultados, mas que tenha uma dimensão pessoal que justifique a escolha e que os brasileiros desconhecem?

PFS: Isso é cair no erro do ‘achómetro’.

IRC: É o que fazíamos antes, sem dados. É achar que determinada pessoa comunica bem um conteúdo. No entanto, quando é preciso alguém que fale sobre ténis, vai-se buscar alguém que é ex-jogador, árbitro de ténis ou treinador.

PFS: Há um filme em que o Brad Pitt é treinador de uma equipa de beisebol e vai buscar só jogadores de segunda e terceira linha, porque os dados estatísticos diziam que em 20 jogos, a probabilidade de ele marcar com esses jogadores era superior à média, mesmo que os adversários tivessem o Cristiano Ronaldo.

Se não queremos ou não temos dinheiro para ter uma Madalena Abecassis, vamos encontrar as ‘rising stars’ que possam ser uma Madalena Abecassis e que os dados nos apresentaram. Depois, trabalhamos com o cliente e, aí sim, podemos ponderar uma pessoa com uma personalidade que se encaixa melhor com a marca, mas os dados já nos mostraram cinco pessoas.

M&P: Na Haier vão trabalhar com que criador?

IRC: Com a Rita Carvalho de Matos, que é a nossa Marie Kondo, porque a Haier quis fazer conteúdos sobre organização de frigoríficos. Podíamos ter ido buscar a Cristina Ferreira ou a Rita Pereira, mas nenhuma delas tem a ver com organização nem com frigoríficos. A Rita Carvalho de Matos tem a ver com organização e nunca fez conteúdos para frigoríficos nem cozinhas.

PFS: Em Portugal, aliás, estamos a inovar. Nunca ninguém mostrou como é que se arruma uma cozinha, ao contrário da arrumação de closet, que é um tema que toda a gente faz.

M&P: A Rita Carvalho de Matos não é conhecida?

IRC: Há muitas pessoas que estão fora do radar das marcas, como estão fora do conhecimento geral, mas os nossos softwares apanham essas pessoas. Em Portugal, há cerca de 63,5 mil criadores e, dentro deste painel, os nossos softwares pesquisam e dão-nos os criadores para comunicar frigoríficos e organização, por exemplo, e podem aparecer 10, 50, 300.

O que o programa dá, e daí ser indiferente estar no Brasil ou em Singapura, é as melhores pessoas que comunicam todos os temas e áreas, com os filtros que quisermos, como abaixo de X anos ou abaixo de 100 mil subscritores, etc.

PFS: É encontrar territórios com comunidades de conversa, por exemplo sobre beleza, que nem a L’Oréal nem a Garnier ocupam e que descobrimos todos os dias. Ou criamos comunidades possíveis, que as marcas não estão a ocupar, esta é a beleza dos dados.

M&P: Esses criadores têm de trabalhar em exclusivo para essas marcas?

PFS: Não, desde que não seja no mesmo território. Um Bruno Nogueira, por exemplo, pode estar a apresentar um programa num canal e a fazer shows de stand-up. Mas não pode fazer um programa semelhante num canal da concorrência.

M&P: Qual é a razão da denominação Snack Content?

PFS: Antigamente, estávamos três horas a ver um programa de televisão, como o Festival da Canção ou os Jogos Sem Fronteiras. Consumíamos conteúdos como se fosse um cozido à portuguesa. Neste momento, as pessoas consomem conteúdos curtos, em snacks. Quando estamos à espera do Uber, temos cinco minutos e vemos três vídeos no TikTok.

Ou estamos à espera para uma consulta e vemos dois vídeos no Instagram. Consumimos os conteúdos à nossa medida, em qualquer lugar, como e onde queremos. Nas últimas eleições legislativas, houve 300 horas de comentários sobre debates e entrevistas de 20 minutos…

IRC: E o ‘short’ ganhou.

PFS: Depois, tivemos o short do short, que são os cortes dos comentários sobre o debate, no YouTube. O ‘always on’ é ter um canal que me vai alimentando com estes snacks de conteúdos. Isto em todas as áreas, porque ninguém vai a uma banca de jornais e quer uma revista sobre desporto. Quer uma revista sobre ténis, surf, motociclismo, etc.

IRC: O negócio digital aproxima-se muito do negócio das bancas, da imprensa especializada, como o M&P.

PFS: Trabalhamos as marcas como uma grelha horizontal, com o conteúdo principal e conteúdos ‘hub’, ‘hero’ e ‘help’.

M&P: Quais são as diferenças entre esses conteúdos?

IRC: Os ‘hero’ têm uma produção mais elevada e podem ser uma série ou um documentário, que têm robustez e são mais pontuais. Os ‘hub’ e ‘help’ são os que fazem o colchão do canal, como dicas, listas, tutoriais, pergunta e resposta, que são formatos digitais típicos.

M&P: Qual é o foco principal da Snack Content?

PFS: Criar comunidades para as marcas, aumentando a sua própria audiência em vez de a marca estar a pôr um balde de dinheiro na Madalena Abecassis, na Tripeirinha, n’A Pipoca Mais Doce ou em outros quaisquer. Em vez de gastar dinheiro a aumentar a comunidade desses influenciadores, o investimento é feito no próprio canal das marcas.

M&P: Como é que a Snack aparece no Brasil?

PFS: Antes da Snack, o Vítor e o Nelson tinham a Rede Snack, um agregador de canais no YouTube de criadores que tinham comunidades que geravam dinheiro com as marcas que se queriam associar a esses canais. Eles decidiram virar o jogo para serem as marcas a terem os seus próprios canais e falaram com os criadores para eles manterem os canais, mas passarem a ser a cara de marcas e venderem esse serviço.

Antes disto, o Vítor era vice-presidente de criação da Young&Rubicam, agora VML, e o Nelson era diretor de criação e começaram a perceber que o conteúdo era rei. A publicidade, agora, aliás, está cada vez mais virada para o conteúdo e o que ganha Ouro em Cannes são casos de responsabilidade social, com três minutos.

M&P: A preferência por esse tipo de campanhas tem a ver com os próprios consumidores, as pessoas, estarem à procura de emoções?

PFS: Sim, a procura de narrativas. Agora não se vendem carros, vendem-se como marcas que ajudam as pessoas a serem mais felizes.

IRC: Uma das tendências da publicidade é exatamente impactar emoções e inspirar, para se tornar ligeiramente conteúdo.

PFS: É uma coisa das novas gerações, que entendem que as marcas têm de devolver à sociedade aquilo que ganham. É uma maneira de combater a imagem capitalista que as marcas têm. Os millennials são muito de esquerda e socialmente ativos, e as marcas perceberam que não podem só estar a vender. Têm de mostrar que partilham as dores e têm empatia com os seus problemas e ansiedades.

M&P: Para quem comunica, faz publicidade e trabalha marcas, isso torna o trabalho mais difícil ou mais fácil?

IRC: Mais fácil.

PFS: O nosso trabalho na Snack ficou mais fácil. O Marcelo Lourenço, diretor criativo da Coming Soon, escreveu uma crónica sobre ter estado num júri de prémios de criatividade, em que apareceu uma campanha que ele achou brilhante e estava toda a gente a votar nela. De repente, alguém disse “epá, não vamos votar nessa que isso é apenas publicidade”.

E ele disse, “onde é que chegámos? Já tenho saudades das campanhas em que queremos vender o produto e não uma ONG”. Estamos no campeonato da publicidade, não estamos no campeonato da responsabilidade social, nem as agências são ONG.

IRC: Às vezes, os conteúdos tornam-se publicidade por causa desse viés. Se não lhe for dada a dimensão emocional, informativa e intuitiva, que estimule os sentidos, fica só como publicidade.

PFS: Outro aspeto é que o YouTube, ou outra rede social, não distingue se é um criador a fazer os conteúdos ou se é uma marca. Para o algoritmo, ,é indiferente se é uma marca ou uma pessoa quem cria, o que lhe interessa é o conteúdo.

M&P: O utilizador faz essa distinção?

IRC: Distingue. Quer bons conteúdos, independentemente de serem de uma marca ou de um criador.

PFS: Por isso, a importância da nossa metodologia de dados, que nos diz o que o espetador quer ver.

M&P: Em termos da vossa estrutura física, os estúdios e os equipamentos audiovisuais, como é que chegaram a estas instalações [os antigos estúdios da Valentim de Carvalho, na Cruz Quebrada]?

PFS: Desde a pandemia, em 2020, já estava aqui com a Briskman, que se mantém.

IRC: Trabalhei há 15 anos na Valentim de Carvalho, no piso 6. Este edifício não era um cowork. Tinha a Valentim de Carvalho e a LMK Vídeo.

M&P: Quais são as características deste espaço que encaixam nas vossas necessidades?

IRC: Uma empresa como a Snack, que está em crescimento, precisa de espaço. Em Lisboa, é difícil, o espaço é muito limitado e é difícil encontrar um sítio onde se consiga expandir para mais 100 ou 200 metros quadrados de área.

PFS: Aqui, se tivermos um projeto especial, conseguimos arranjar uma sala em que podemos pôr seis pessoas, dois guionistas, dois editores e dois gestores de redes sociais, durante três meses a trabalhar. Começámos com 50 metros quadrados e agora já ocupamos 300 metros quadrados, isto no espaço de um ano.

IRC: Tivemos mais clientes e trabalhos, aos quais precisámos de dar resposta.

PFS: No filme Campo de Sonhos, o personagem do Kevin Costner é um cultivador de milho que ouve uma voz a dizer-lhe para construir um campo de beisebol. A voz diz-lhe: ‘if you build it, he will come’. Se ele construísse um campo de beisebol, o Mickey Mantle, uma das vedetas do beisebol, iria aparecer.

Ele constrói, e toda a gente na terra chama-lhe maluco, mas há um dia em que os fantasmas dos melhores jogadores de beisebol aparecem e jogam, e ele e a família são os únicos espetadores do jogo. Na minha vida, usei sempre essa frase e nunca me dei mal. Se construir o campo, os jogadores aparecem. Se estiver preparado para ter trabalho, o trabalho aparece.

 

O criativo publicitário e a produtora de TV
–––

Meios & Publicidade (M&P): Qual foi o vosso percurso e como é que chegam à Snack Content?

Pedro Filipe Santos (PFS): Comecei em 1992 na Publicis, como visualizador, diretor de arte, onde estive quatro anos até sair para montar a minha agência, a Sumo, que vendi em 2001 para ir para Amesterdão, durante um ano, para trabalhar como freelancer. Foi quando conheci o branded entertainment, que estava a dar os primeiros passos.

Trabalhei com a agência 180 Amsterdam, que tinha a conta mundial da Adidas, que fazia uns formatos baseados nos filmes de 30 segundos ou vídeos longos, muito para televisão e product placement. Quando voltei para Portugal, criei uma produtora que fosse um híbrido entre o que sei sobre publicidade e o que a minha sócia, que é a minha mulher, sabe sobre televisão.

Eu e a Ana [Antunes] montámos a produtora Briskman, que começou com conteúdos exclusivamente para marcas. Primeiro, pensávamos no segmento da marca e, depois, víamos qual era o conteúdo que servia melhor, em vez de criar um formato de televisão e, depois, arranjar patrocinadores. Fui produtor e realizador na MTV Portugal e ainda continuo como produtor executivo da Briskman, mas é a Ana, a minha mulher, quem está à frente da produtora.

Inês Ramada Curto (IRC): Trabalhei com o Pedro na TVI, onde na altura era produtora. Fizemos juntos alguns formatos, como o Querido, Mudei a Casa e o Querido, Comprei Uma Casa, para a Remax. Fiz produção televisiva até 2022, em produtoras que faziam conteúdos para a SIC, TVI e RTP, e, em estação de televisão, na TVI e no canal Q, em formatos como novelas, séries e concursos.

M&P: Já tinham pensado transitar para o vídeo social?

IRC: Depois da pandemia, senti que o mundo mudou e que eu mudei com o mundo. Percebi que a televisão estava sustentada na publicidade, que investia cada vez menos em televisão, e que parte desses investimentos estavam assentes em conteúdos. Pensei que queria estar do lado do conteúdo, onde estão as pessoas, aquilo que consomem e o que as faz aproximarem-se de um produto, serviço ou ideia.

A televisão já tinha o conceito de ‘branded content’, mas nunca foi uma aposta, porque as fichas na televisão são todas postas em ‘broadcast’, que é o ‘core’, a galinha dos ovos de ouro. Inclinei-me muito mais para o lado dos conteúdos e tive a sorte de o Vítor e o Nelson quererem expandir o negócio para Portugal.

Eu e o Pedro já tínhamos a paixão pelos conteúdos, a Snack já trabalhava no conceito ‘always on’ e nós os dois já estávamos a pensar em projetos juntos.

PFS: Foi uma feliz coincidência, porque estava a estudar como é que conseguia transformar a Briskman numa fábrica de conteúdos. O mercado de televisão, tal como existe em Portugal, é uma fórmula que está muito fechada a novidades. Uma produtora independente como a Briskman, ou se alguém quiser montar uma produtora do zero, tem duas hipóteses: não faz nada e passa fome ou então representa um formato internacional que foi um sucesso em 42 países.

O que acontece, normalmente, é que as grandes multinacionais em Portugal, como a Shine Iberia, a Freemantle e a SP Televisão, já têm esses formatos todos reservados e ninguém consegue entrar no mercado. Quando se vai a Cannes ao MIPCOM tentar comprar formatos, já está tudo reservado e os canais não arriscam em ideias novas porque a pressão é muito alta.

Compra-se e faz-se o Big Brother durante 20 anos porque funciona. Não se compra uma ideia minha ou sua porque não se sabe se funciona.

M&P: Quais são os vossos cargos e funções?

IRC: Somos os dois codiretores executivos da Snack Portugal e as nossas responsabilidades e funções definiram-se organicamente. Conhecemo-nos há 20 anos e nunca nos sentámos a dizer ‘eu faço isto, tu fazes aquilo’.

O Pedro é totalmente criativo e faz a parte criativa e técnica, de criação de equipas e realização, enquanto eu sou mais de números, estratégia, pagamentos, atendimento e gestão de clientes.

Temos equipas subcontratadas, que fazem captação e edição de imagem, maquilhagem e guarda-roupa, por exemplo. O gabinete jurídico está em Portugal, a parte estratégica está em Itália, a inteligência de dados e o casting de criadores está no Brasil.

 

Unidos na reinvenção no digital
–––

Meios & Publicidade (M&P): Do que é que vocês estavam à procura?

Pedro Filipe-Santos (PFS): Eu e Inês, quando nos encontrávamos, estávamos sempre a ver qual seria o próximo passo. Tentava perceber como é que podia transformar as marcas e os formatos que fizemos na Briskman em algo 100% digital.

Por coincidência, surgiu a Snack com o conceito ‘always on’, que é o que sempre fizemos, mas como uma lógica de produção sustentada por dados e apenas para o digital, sem levar os camiões de equipamentos e de luzes como na publicidade, sem ter as fichas técnicas com 150 pessoas como é em televisão, com estruturas quase de guerrilha, pequenas e leves, que consigam ser absolutamente rentáveis e exequíveis porque esmagam o preço na fonte, na produção, mas conseguem o objetivo que é ter conteúdos diários, semanalmente.

M&P: Já estavam alinhados para fazer isso?

Inês Ramada Curto (IRC): Estávamos alinhados para fazer ‘branded content’, mas a Snack deu-nos uma visão de negócio em que era possível crescer e escalar muito mais rápido, porque já tinha uma estrutura pensada, trabalhada e sólida, no Brasil.

Concluímos que fazia todo o sentido explorarmos o que queríamos fazer através da Snack, que tinha ainda o lado data driven que não tínhamos pensado inicialmente.

PFS: Não tínhamos uma estrutura montada, estávamos a definir o que é que podíamos entregar que fosse diferente do que toda a gente faz.

Não íamos acrescentar nada se fossemos montar mais uma agência de comunicação 360 ou de marketing. Somos muito criativos e temos muita experiência, mas há 100 mil pessoas que são criativas e têm experiência.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Mais artigos
Artigos relacionados
Spotify lança agência criativa e tem nova ferramenta de anúncios baseada em IA
Digital
LLYC lança banco de vozes sintéticas para combater preconceitos contra a comunidade LGBTQIA+ (com vídeo)
Digital
MadMen estabelece acordo com Gazeta das Caldas para lançar New in Oeste
Media
Audiências Euro 2024: Mais de 3,8 milhões de telespetadores viram a vitória de Portugal frente à Turquia
Media
Cannes Lions 2024 Dia 5: Conheça os últimos vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)
Cannes Lions
FunnyHow retoma teorias da conspiração da Celso TV em campanha para a Domino’s (com vídeo)
Publicidade
Já são conhecidos os vencedores da 22ª edição dos Prémios SAPO de publicidade digital
Digital
Leroy Merlin entrega campanha de 21º aniversário à VML e reforça investimento em media e outdoor (com vídeos)
Publicidade
Cannes Lions 2024 Dia 4: Conheça os vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)
Cannes Lions
“Numa mesma marca podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios semelhantes”
Marketing
PUB
Digital

Spotify lança agência criativa e tem nova ferramenta de anúncios baseada em IA

A Creative Lab está focada na criação de anúncios em vídeo e áudio, experiências digitais e outros formatos de anúncios interativos, para serem veiculados no Spotify, plataforma que conta com 615 milhões de utilizadores ativos por mês

O Spotify anunciou o lançamento de uma agência criativa, a Creative Lab, para ajudar as marcas a criar campanhas personalizadas e atrair mais anunciantes para a plataforma de música. O serviço vai estar disponível em 11 países (incluindo Índia, Estados Unidos, Brasil, México, Japão, Singapura, Austrália, Reino Unido, Alemanha, França e Itália). O Spotify está ainda a desenvolver a Quick Audio, nova ferramenta de inteligência artificial (IA) para os anunciantes.

A Creative Lab está focada na criação de anúncios em vídeo e áudio, experiências digitais e outros formatos de anúncios interativos, para serem veiculados no Spotify, plataforma que conta com 615 milhões de utilizadores ativos por mês. “Através da Creative Lab queremos concentrar-nos em fornecer um serviço adicional, que permita às marcas e às agências conceber as suas campanhas e mensagens para o público do Spotify”, afirma Arjun Kolady, diretor de vendas do Spotify Índia, em comunicado de imprensa.

À semelhança de outras plataformas digitais, o Spotify também está a investir na criação de anúncios com base em IA, estando a desenvolver a Quick Audio. Esta nova ferramenta, que será integrada no Spotify Ads Manager, permite aos anunciantes e às marcas criarem anúncios de áudio, guiões e narrações, através de IA generativa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Digital

LLYC lança banco de vozes sintéticas para combater preconceitos contra a comunidade LGBTQIA+ (com vídeo)

Composto por quatro vozes, o projeto Free the Voices foi desenvolvido em colaboração com o Fonos da Monoceros Labs a partir da recolha de mais de 250 vozes em 12 países. Um estudo da consultora revela que 69% dos consumidores preferem interagir com vozes heterossexuais

Free the Voices é o nome do primeiro banco de vozes sintéticas crido para combater preconceitos contra a comunidade LGBTQIA+. Desenvolvido pela LLYC em colaboração com o Fonos da Monoceros Labs, foi criado a partir da recolha de mais de 250 vozes de membros da comunidade em 12 países, que foram posteriormente tratadas com recurso a inteligência artificial (IA) generativa. Alertar para a discriminação sofrida devido a estereótipos e preconceitos associados a vozes não-normativas e gerar um futuro digital mais diversificado e inclusivo é uma das principais ambições do projeto.

“As vozes que não se enquadram nas normas sociais prevalecentes enfrentam frequentemente preconceitos e microagressões, levando muitas pessoas a modificar ou a esconder a sua verdadeira voz. Esta situação não só perpetua a invisibilidade e o estigma, como também limita a diversidade vocal que deveria ser celebrada na nossa sociedade”, sublinha David González Natal, o sócio da LLYC que lidera o projeto.

O novo banco, já disponível online, disponibiliza atualmente quatro vozes distintas para utilização livre. “Será criada uma quinta a partir da doação de novas vozes”, explica a consultora em comunicado de imprensa. Para divulgar esta inovação, a LLYC lança “Voz, diversidade e tecnologia na era da IA”, um estudo que analisa a forma como os preconceitos sobre vozes diversas perpetuam a discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ e explora a forma como as tecnologias de vozes sintéticas podem contribuir para a reduzir.

De acordo com o documento, 69% dos inquiridos preferem interagir com vozes heterossexuais do que com vozes que definem como homossexuais. “Num mundo cada vez mais digital, as vozes geradas por IA estão a tornar-se mais relevantes devido à grande quantidade de plataformas onde podem ser utilizadas. A maioria, construída com base numa visão cis-heteronormativa, não reflete a diversidade vocal da sociedade. Este recurso foi concebido para sensibilizar para os preconceitos associados às vozes diversas e reduzi-los através de uma maior exposição à diversidade vocal”, esclarece ainda a LLYC.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Media

MadMen estabelece acordo com Gazeta das Caldas para lançar New in Oeste

Depois de Coimbra, Cascais, Porto, Oeiras, Seixal e Setúbal, a marca New in da MadMen chega à região oeste. Feita em parceria com o semanário Gazeta das Caldas, a nova revista de ‘lifestyle’ dá a conhecer as novidades de 12 municípios da região

A MadMen estabeleceu um acordo de parceria com a Gazeta das Caldas para lançar um novo projeto regional, a publicação digital de lifestyle New in Oeste, online desde 24 de junho. Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras são os 12 municípios abrangidos pelo novo título, que, em colaboração com o semanário caldense, prossegue com o plano de crescimento que a empresa de media tem vindo a implementar.

“Há cinco anos, assumimos uma estratégia de descentralização para ocuparmos zonas geográficas de norte a sul do país e estarmos efetivamente perto dos nossos leitores. Isto permite-nos chegar primeiro aos locais, dar as histórias em primeira mão e ter artigos escritos por quem conhece aquelas realidades”, justifica ao M&P Jaime Martins Alberto, CEO da MadMen e fundador da revista NiT, revelando que está a ultimar o lançamento de um novo título. “Em breve, iremos anunciar a chegada a mais uma cidade”, refere.

Com uma linha editorial semelhante à da NiT, o novo projeto dá a conhecer aos habitantes locais e aos turistas que visitam a região acontece nos 12 concelhos, à semelhança dos que existem no Porto, em Coimbra, em Cascais, em Oeiras, no Seixal e em Setúbal. “É a nossa sétima revista regional, o que atesta bem o sucesso comercial e editorial do projeto. Além disso, existem cada vez mais concelhos no país com vontade de terem a sua própria revista de lifestyle com o selo de qualidade da NiT”, assegura Jaime Martins Alberto.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Media

Audiências Euro 2024: Mais de 3,8 milhões de telespetadores viram a vitória de Portugal frente à Turquia

Com transmissão na RTP1, o primeiro jogo de Portugal na estação pública teve uma audiência média de 2,6 milhões de telespetadores e um share de 63,7%. Na Sport TV, que também transmitiu a partida, o jogo foi visto por 291 mil telespetadores, que corresponde a uma audiência média de 175 mil telespetadores e um share de 4,2%

No sábado, 22 de junho, a RTP1 transmitiu o segundo jogo da caminhada de Portugal no Euro 2024. A vitória de Portugal, que garantiu desde já o apuramento para a próxima fase e o primeiro lugar do grupo, começou a ser construída ainda na primeira parte. Com um golo de Bernardo Silva (21’) e um autogolo de Akaydin (28’), Portugal chegou a vencer ao intervalo por 2-0. Na 2ª parte, Bruno Fernandes (56’) fechou o marcador em 3-0.

Com transmissão na RTP1, o primeiro jogo de Portugal na estação pública (irá transmitir também o jogo de Portugal nos oitavos de final) foi visto por um total de 3,8 milhões de telespetadores, correspondendo a uma audiência média de 2,6 milhões de telespetadores e a um share de 63,7%. A partida, que também teve transmissão na Sport TV, foi visto por um total de 291 mil telespetadores, a que correspondeu uma audiência média de 175 mil telespetadores e um share de 4,2%. De forma global (RTP1+Sport TV) foram mais de quatro milhões os portugueses colados ao ecrã a acompanhar e a apoiar a seleção nacional.

 


O segundo jogo da seleção nacional no Euro 2024 teve um forte impacto nas audiências da RTP1, que graças à transmissão do encontro, liderou no total dia com um share de 19,3%. Com mais 8,7 pontos percentuais face à média do mês de maio, o dia de sábado foi o segundo dia do ano que a RTP1 registou o share mais elevado, ultrapassado apenas pelo dia 26 de maio, em que verificou um share de 19,9%. O dia 26 de maio foi o dia da final da Taça de Portugal entre o Porto e o Sporting

Comparativo 2º jogo de Portugal no Euro 2024 vs. 2º jogo no Euro 2020 vs. 2º jogo do Euro 2016

O segundo jogo de Portugal no torneio, quando comparado com a segunda jornada do Euro 2020 e Euro 2016 foi o menos visto, contudo todos registaram níveis de audiência média e share muito semelhantes. Os três jogos têm o facto curioso de se terem realizado no mesmo dia da semana, ao sábado, no entanto a horas diferentes.

Dos três, o jogo Portugal x Áustria, do Euro 2016, foi o mais visto com a hora (teve início às 20h) a ser o principal fator para ter verificado uma audiência superior. O Turquia x Portugal teve também uma audiência inferior ao Portugal x Alemanha do Euro 2020. Apesar de se ter realizado no mesmo dia e no mesmo horário, o facto de o jogo do Euro 2020 ter sido frente à Alemanha, uma das favoritas à conquista da prova, ajudou a impulsionar as audiências do jogo.

 

Turquia X Portugal com pico máximo de 3,1 milhões de telespetadores

O jogo de Portugal frente à Turquia registou uma tendência de crescimento no que ao interesse dos portugueses pelo jogo diz respeito. Durante a primeira parte, verificou-se uma menor audiência, tendo esta sido prejudicada pelo nível de audiência registado nos primeiros minutos do encontro. Bernardo Silva abriu o marcador às 17h23, provocando a primeira subida subida das audiências. Passados sete minutos, tivemos um novo golo de Portugal, desta vez com o contributo da defesa turca. Com o autogolo de Akaydian voltou a verificar-se uma ligeira subida das audiências às 17h28.

 

Apesar do resultado ao intervalo já estar dois a zero a favor de Portugal, os portugueses não deixaram de acompanhar e apoiar a seleção nacional. A segunda parte registou uma audiência superior à primeira parte, com o pico de audiência a ter ocorrido bem perto do apito final, momento em que mais de 3 milhões de portugueses estavam sintonizados na RTP1.

Perfil dos jogos vs. população: RTP1 | Turquia X Portugal

A tendência verificada nos jogos da seleção nacional mantêm-se. Os jogos da equipa das quinas verificam um perfil mais transversal, com a diferença entre homens e mulheres a ser menor do que nos jogos do europeu em que Portugal não participa. O perfil do jogo transmitido pela RTP1, é muito semelhante ao perfil que assistiu ao primeiro jogo da seleção nacional. Verificou uma maior afinidade junto de um público masculino, de faixas etárias mais jovens (+45 anos) e classes sociais médias (B e C).

Elaborado por Initiative/ Mediabrands Insight sobre dados CAEM/GFK reproduzidos em YUMI, Telereport – Mediamonitor; Alvo Ind 4+. Tipologia de audiência: Total Dia; Período da Análise: junho de 2024; Outros: Visionamento residual de canais não auditados, visionamento em diferido noutros dias e outras utilizações da TV como streaming e consolas

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Cannes Lions

Cannes Lions 2024 Dia 5: Conheça os últimos vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)

Na quinta noite da gala de prémios foram entregues os últimos GP da 71ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, nas categorias Film Lions, Titanium Lions, Sustainable Development Goals Lions, Grand Prix For Good e Glass: The Lion for Change (na foto)

O 71º Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, que decorreu entre 17 e 21 de junho, encerrou na sexta-feira à noite com a entrega dos seis últimos Grandes Prémios da edição deste ano. Os vencedores das categorias Film Lions, Titanium Lions, Sustainable Development Goals Lions, Grand Prix For Good (na foto) e Glass: The Lion for Change juntam-se aos que já tinham sido anunciados na segunda-feira dia 17, na terça-feira dia 18, na quarta-feira dia 19 e na quinta-feira dia 20.

Na categoria Glass: The Lion for Change, o Grande Prémio foi para a ‘Transition Body Lotion’, campanha criada pela Ogilvy Singapore para a Vaseline, marca distribuída pela Unilever, para promover o primeiro dermocosmético desenvolvido especificamente para a pele de mulheres transgénero. O produto, à base de isoflavonas, regula o desequilíbrio hormonal causado pelos tratamentos. O filme conta com o testemunho de várias utilizadoras da Tailândia, país do mundo com maior número de mulheres transgénero.

A categoria Film Lions teve dois vencedores de Grandes Prémios. Um deles foi para a campanha ‘Women’s Football’, encomendada pela empresa de telecomunicações francesa Orange à Marcel, que já tinha ganho o Grande Prémio da categoria Entertainment Lions for Sport. O anúncio televisivo, que pretende combater estigmas e preconceitos, tornou-se viral à medida que se foi percebendo que as jogadas em campo não pertenciam aos jogadores da seleção masculina de futebol francesa, mas a duas jogadoras da seleção feminina, Delphine Cascarino e Sakina Karchaoui.

O segundo vencedor na categoria Film Lions foi ‘Play It Safe’, campanha da The Monkeys, agência criativa da Accenture Song, para assinalar o 50º aniversário da Sydney Opera House. Realizado por Kim Gehrig, o filme publicitário que o integra, protagonizado por conceituados músicos, bailarinos e artistas, tem cinematografia de Stefan Duscio, produção musical de Elliott Wheeler e produção de Revolver x Somesuch.

Na categoria Titanium Lions, ‘DoorDash-All-The-Ads’ conquistou o Grande Prémio com o anúncio criado para promover um concurso que, em fevereiro deste ano, ofereceu como prémios os produtos publicitados nos anúncios televisivos, durante uma importante competição desportiva norte-americana. A campanha foi desenvolvida em parceria pela Wieden+Kennedy Portland e o Superette, estúdio criativo da DoorDash, a maior plataforma digital de entrega de alimentos dos Estados Unidos.

A campanha ‘Cars To Work’, desenvolvida pela Publicis Conseil para a Renault, juntou o Grande Prémio na categoria Sustainable Development Goals Lions ao da categoria de Creative Commerce, que já tinha ganho. No âmbito de uma iniciativa desenvolvida a pensar nos franceses que vivem e/ou trabalham em zonas com poucos transportes públicos, a marca disponibilizou gratuitamente automóveis àqueles que estavam em período experimental num novo trabalho, que só começaram a pagar os respetivos carros quando assinaram contrato com as entidades empregadoras.

O Grande Prémio da categoria Grand Prix For Good foi para o episódio dedicado à Rússia da campanha de sensibilização ‘The First Speech’, um trabalho da Innocean Berlin para a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras. O filme distinguido recupera o primeiro discurso de Vladimir Putin após conquistar a presidência russa, em 2000, sobrepondo-o a imagens que mostram o desânimo e a frustração atual de vários russos. Também foram produzidas versões semelhantes para a Turquia e Venezuela.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Publicidade

FunnyHow retoma teorias da conspiração da Celso TV em campanha para a Domino’s (com vídeo)

Com direção de arte de Miguel Cardoso, redação de Miguel Trigo e Carolina Fialho, design de Tiago Coelho e Miguel Trindade, e ‘motion design’ de Ana Paiva, o spot para redes sociais recorre ao humor e à estética dos canais de YouTube de teorias da conspiração, recuperando o personagem Celso (na foto)

A Domino’s está a lançar uma campanha publicitária criada pela agência FunnyHow, que assenta no humor e numa nova teoria da conspiração no futebol, a coincidir com o Euro 2024, na Alemanha. Um país que Celso, protagonista do anúncio, demonstra ser um território anti-pizza.

Com direção de arte de Miguel Cardoso, redação de Miguel Trigo e Carolina Fialho, design de Tiago Coelho e Miguel Trindade, e ‘motion design’ de Ana Paiva, o spot para as redes sociais da Domino’s recorre à estética dos canais de YouTube de teorias da conspiração, recuperando o personagem Celso. Este protagonista, interpretado pelo ator Mário Oliveira, já tinha ‘denunciado’ há dois anos que o Mundial no Qatar, em 2022, tinha sido adiado para novembro, por ser a mesma altura em que a Domino’s ia lançar a sua maior pizza de sempre, com 41 centímetros de diâmetro.

Agora, Celso volta a ter uma nova teoria em relação ao Euro 2024 e decidiu ir para a ‘dark web’ disseminar as suas análises e conclusões, argumentando que “eles voltaram para a calar e abafar”. Sob o mote ‘Não comas tudo o que te querem pôr no prato. Manda vir pizza para os calar’ e o ‘hashtag’ #pizzaspelaverdade, a campanha conta com produção da Mosaic, realização de Gonçalo Sbrugens e som da O Menino Grava.

No vídeo de internet, Celso argumenta que a verdadeira razão para a escolha da Alemanha como anfitrião do Euro 2024 não é por ser um dos países mais ricos. A verdade é que “eles são anti-pizza e querem abafar a Domino’s” e, para Celso, as evidências são notórias, uma vez que a Alemanha tem hambúrgueres, pretzels, bolas de Berlim e salsichas, mas não tem pizzas.

A campanha, que tem planeamento de meios de Miguel Lopo e Luís Pica, inclui também rádio e estará no ar durante o Euro 2024. Neste período, a Domino’s tem duas promoções. Na compra de pelo menos duas pizzas médias, cada uma fica a €9,95, seja Premium, Favorita ou Clássica. Quando joga Portugal, e para pedidos com levantamento em loja, todas as pizzas médias ficam a €6,95, exceto a Favorita e a Premium, às quais acresce €2 e €4, respetivamente.

 

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Digital

Já são conhecidos os vencedores da 22ª edição dos Prémios SAPO de publicidade digital

O projeto ‘Partilha Casa’ da Meo (na foto) ganhou em duas categorias e é a Campanha Digital do Ano, um dos Prémios Especiais que couberam também à Meo (Anunciante Digital do Ano), à OMD (Agência Digital do Ano), ao Notícias do Sorraia (Órgão Regional Digital do Ano) e ao Expresso (Órgão de Comunicação Digital do Ano) 

Os premiados na 22ª edição dos Prémios SAPO acabam de ser anunciados numa cerimónia no Rock in Rio Lisboa 2024, em que se destacam a Meo, a OMD, o Expresso e o Notícias do Sorraia enquanto vencedores dos Prémios Especiais da competição que distingue a publicidade em meios digitais nacionais.

“À vitalidade e à animação deste ambiente festivaleiro que a todos já nos contagiou, juntamos a tradição, já na sua 22ª edição, de reconhecer o que de melhor se faz na comunicação digital. Aquilo que fazemos nesta iniciativa é posicionar Portugal como país de vanguarda, com uma marca que é, há 29 anos consecutivos, de todos os portugueses: o SAPO”, refere Gil Moreira, diretor-geral do SAPO, detido pela Altice.

As campanhas que mais se distinguiram foram as da Meo, também da Altice, com trabalhos inscritos pela OMD, TTouch e Bar Ogilvy. O júri, composto por nove jurados, atribuiu os seguintes prémios:

Os vencedores dos Prémios Especiais são a OMD (Agência Digital do Ano), Meo (Anunciante Digital do Ano), Meo Partilha Casa (Campanha Digital do Ano), Notícias do Sorraia (Órgão Regional Digital do Ano) e Expresso (Órgão de Comunicação Digital do Ano).

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Publicidade

Leroy Merlin entrega campanha de 21º aniversário à VML e reforça investimento em media e outdoor (com vídeos)

Com direção criativa de Pedro Crispim Santos e criatividade de João Rocha e Pedro Vieira, o filme publicitário que integra a campanha multimeios, idealizado pela VML, foi produzido pela Garage, com consultoria da Pro(u)d e produção de som e imagem da Ingreme

A Leroy Merlin está a celebrar o 21º aniversário com a campanha Há Sempre Espaço Para Mais, que integra um filme publicitário idealizado pela VML. Com direção criativa de Pedro Crispim Santos e criatividade de João Rocha e Pedro Vieira, o spot televisivo mostra um casal a tentar fechar o porta-bagagens de um carro completamente atafulhado após uma ida ao Leroy Merlin.

Realizado por Patrícia Couveiro, com fotografia de Sérgio Rosário, produção executiva de Miguel Varela e produção de Cláudia Costa, o anúncio foi produzido pela Garage Films, com consultoria técnica da Pro(u)d. A pós-produção de som e imagem e o ‘grading’ são da Ingreme. A locução é da atriz Margarida Vila-Nova.

“É uma campanha que explora muito o conceito de que a Leroy Merlin tem tudo para a casa e que, na vinda em família às nossas lojas, há sempre espaço para mais qualquer coisa. Ainda para mais, os nossos clientes têm perfis muito diferentes. Há os que são mais entusiastas do exterior, os mais adeptos do interior e os que gostam de ser eles a fazer as coisas. Nós temos espaços para todos eles”, explica ao M&P Ana André, diretora de marca, aquisição e crescimento da Leroy Merlin Portugal.

Com a duração de três semanas, a campanha multimeios, que terá apenas uma vaga, estende-se até dia 23 de julho. “Estamos a investir mais em media e voltámos a investir um pouco mais em outdoor, algo que não fazíamos há algum tempo. O mix está um bocadinho diferente, mas o bolo é o mesmo. Mantivemos, para 2024, um orçamento em marketing e comunicação equivalente ao do ano passado, mas estamos a fazer uma aposta ligeiramente diferente”, sublinha a responsável. Em 2023, face a 2022, o investimento foi reforçado em cerca de 19%, representando 1% da faturação da empresa.

A nova campanha é acompanhada pela disponibilização de um novo folheto de descontos até 35%. “Estamos muito focados no verão, uma época que, por causa das atividades de exterior, da jardinagem e da pintura das casas, é muito importante para nós, tal como o período de regresso a casa após as férias e o Natal. Estas são as temporadas mais marcantes e aquelas em que investimos mais”, afirma Ana André, que aproveitou as celebrações dos santos populares para promover a Leroy Merlin e a Naterial, outra das marcas da empresa, no arraial Santos ao Tejo, em Lisboa, onde a marca esteve pela primeira vez.

“Esse evento faz todo o ‘fit’ connosco e com o nosso posicionamento, porque somos uma marca de proximidade e familiar. Além da ativação que promovemos no nosso stand no evento, também aproveitámos para promover a nossa nova app, com promotoras no espaço a atribuírem códigos promocionais, numa ação de 360 graus que também explorámos nas redes sociais. Antes, tínhamos oferecido bilhetes para os Santos no Tejo nas ativações que fizemos em loja. Somos uma marca global com muito impacto local”, sublinha a responsável.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Cannes Lions

Cannes Lions 2024 Dia 4: Conheça os vencedores dos Grandes Prémios (com vídeos)

Brand Experience & Activation, Innovation, Creative Effectiveness, Creative Strategy, Creative Business Transformation e Creative Commerce, a par com Luxury & Lifestyle (na foto), uma nova categoria estreada este ano, foram os últimos GP do festival a serem entregues

Os últimos Grandes Prémios da 71ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, a decorrer em Cannes entre 17 e 21 de junho, já foram entregues, acrescentando novos nomes às listas de vencedores do primeiro, do segundo e do terceiro dia do evento.

Na categoria Brand Experience & Activation, o Grande Prémio foi atribuído à ‘The First Edible Mascot’, uma ativação da Pop-Tarts desenvolvida pela Weber Shandwick, em associação ao patrocínio ao Pop-Tarts Bowl, competição universitária de futebol americano. Após o apito final do último jogo, a equipa vencedora devorou ​​a mascote da marca.

O projeto para a coleção de cerâmica e acessórios ‘Loewe x Suna Fujita’, uma colaboração da Loewe com a marca japonesa Suna Fujita, venceu o Grande Prémio em Luxury & Lifestyle, uma das novas categorias do festival. O filme, realizado por Yusuke Ishida, explora o universo criativo de Shohei Fujita e Chisato Yamano, o casal que fundou a insígnia em Quioto.

Em Innovation, o Grande Prémio foi para a iniciativa ‘Voice 2 Diabetes’ do KVI Brave Fund, da agência canadiana Klick Health. A inovação em causa é um algoritmo que consegue detetar a diabetes tipo 2, a partir de uma gravação de voz num áudio de telemóvel.

A campanha global ‘It Has To Be Heinz’, um trabalho da Rethink para a Heinz Ketchup, venceu o Grande Prémio em Creative Effectiveness. O filme mostra uma pesquisa no ‘chatbot’ de uma ferramenta de inteligência artificial generativa, em que sempre que se insere a palavra ‘ketchup’ na pesquisa, os resultados obtidos remetem sempre para a iconografia da Heinz.

Em Creative Strategy, a Dentsu Creative conquistou o Grande Prémio com ‘A Piece Of Me’, uma campanha da KPN de sensibilização para a partilha de fotos íntimas. A operadora de telecomunicações neerlandesa criou um vídeo para uma canção original de uma das maiores artistas do país. A campanha quis trazer o problema do ‘sexting’ para a discussão pública.

O Grande Prémio da categoria Creative Business Transformation foi para o projeto ‘Refurb’ da Phillips, desenvolvido pela LePub em Amesterdão. Passada em Berlim no Dia da Terra, a 22 de abril, o trabalho promove o Better Than New, um movimento apoiado pela Phillips que apela à reutilização e à promoção da economia circular.

Na categoria de Creative Commerce, a Publicis Conseil venceu o Grande Prémio com ‘Renault – Cars To Work’, uma iniciativa desenvolvida a pensar nos franceses que vivem e/ou trabalham em zonas mal servidas de transportes públicos. Para conquistar novos consumidores nessas zonas, a Renault disponibilizou gratuitamente automóveis àqueles que estavam em período experimental num novo trabalho, que só começaram a pagar os respetivos carros quando assinaram contrato com as entidades empregadoras.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Marketing

“Numa mesma marca podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios semelhantes”

O convite para liderar a direção regional da Nespresso para a Europa Ocidental levou João Pedro Silva, então diretor de marketing da marca em Portugal, a trocar Lisboa por Lausana, na Suíça, em setembro de 2023. Interpretar as necessidades dos mercados que coordena tem sido um desafio

Foi, entre 2015 e 2019, diretor de marketing da Nespresso em Itália, regressando a Portugal para assumir a direção de marketing da filial portuguesa da marca, entre 2019 e 2023. Em setembro do ano passado, João Pedro Silva volta a emigrar, desta vez para a Suíça, para liderar a direção regional de marketing da Nespresso para a Europa Ocidental, a partir de Lausana.

Interpretar as necessidades dos nove mercados que coordena (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal e Suíça) para definir e implementar estratégias que podem variar de país para país tem sido o mais desafiante.

Na função atual, João Pedro Silva considera que há um cuidado em olhar para um horizonte temporal ainda mais longo, com uma maior imersão estratégica e necessidade de ampliar o conhecimento das culturas e do consumidor.

“É preciso aceitar que, numa mesma marca, podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios e oportunidades semelhantes”, defende.

Trabalhar no estrangeiro era uma ambição ou foi uma circunstância?

Esta é a minha segunda experiência de expatriação. A primeira foi em Itália, onde tive o privilégio de liderar o marketing da Nespresso durante quatro anos. Confesso que o desafio de gerir a marca no mercado que viu nascer o conceito do café expresso ditou boa parte da vontade de partir.

Na Suíça, tenho uma responsabilidade muito diferente, a de apoiar vários mercados da zona da Europa Ocidental. Ambas as experiências foram circunstanciais e nunca conduzidas pela ambição de sair de Portugal, onde mantenho família e amigos.

É muito diferente trabalhar na Nespresso na Suíça do que em Portugal e quais são os desafios que encontrou na integração?

As responsabilidades e o exercício da influência no mercado, em comparação com a da sede, não podem ser comparáveis, pela sua natureza totalmente distinta.

Existe na função atual, para além da observação da evolução quotidiana do negócio, um cuidado em olhar para um horizonte temporal ainda mais longo, com uma maior imersão estratégica e uma necessidade de ampliar o conhecimento das culturas e do consumidor.

É preciso aceitar que, numa mesma marca, podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios e oportunidades semelhantes. Do ponto de vista pessoal, os desafios são sempre os de encontrar o equilíbrio social e pessoal, enquanto damos resposta aos novos desafios profissionais.

Neste aspeto, a Suíça é um país fácil e acolhedor, com uma comunidade de portugueses e de expatriados que facilita igualmente a integração, para além da possibilidade de praticar atividades relacionadas com a natureza, algo que valorizo.

Está atento ao que se vai fazendo em Portugal em marketing e publicidade ou está focado no que está a ser feito no país onde trabalha?

A minha atual função obriga-me a ter uma visão multimercado, de forma a compreender as dinâmicas económicas e de marketing de cada país e geografia. Tendo o mercado suíço e o português como parte dos países da minha zona de responsabilidade, sou exposto regularmente ao que se passa nestes dois mercados.

Como mata as saudades de Portugal e do que é que sente mais falta?

A subscrição de meios informativos portugueses continua ativa e sigo atentamente tudo o que se passa no nosso país. As saudades são da família e dos amigos, da minha cidade de Lisboa e da sua luz, do azul do céu que vemos entre o verde dos pinheiros do Banzão, dos areais que vão de Tróia à Comporta, da energia das ondas e do cheiro único a maresia que as nossas praias atlânticas nos dão e, claro, saudades do nosso peixe.

Regressar a Portugal é uma meta a curto, médio ou longo prazo? Porquê?

Tenho por hábito dizer que, no livro da minha vida, só tenho escrito o epílogo e esse será seguramente em Portugal. Até la, deixarei que a vida se encarregue de me mostrar o caminho, como tem feito até hoje.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.