“Numa mesma marca podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios semelhantes”
O convite para liderar a direção regional da Nespresso para a Europa Ocidental levou João Pedro Silva, então diretor de marketing da marca em Portugal, a trocar Lisboa por Lausana, na Suíça, em setembro de 2023. Interpretar as necessidades dos mercados que coordena tem sido um desafio
Luis Batista Gonçalves
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Foi, entre 2015 e 2019, diretor de marketing da Nespresso em Itália, regressando a Portugal para assumir a direção de marketing da filial portuguesa da marca, entre 2019 e 2023. Em setembro do ano passado, João Pedro Silva volta a emigrar, desta vez para a Suíça, para liderar a direção regional de marketing da Nespresso para a Europa Ocidental, a partir de Lausana.
Interpretar as necessidades dos nove mercados que coordena (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal e Suíça) para definir e implementar estratégias que podem variar de país para país tem sido o mais desafiante.
Na função atual, João Pedro Silva considera que há um cuidado em olhar para um horizonte temporal ainda mais longo, com uma maior imersão estratégica e necessidade de ampliar o conhecimento das culturas e do consumidor.
“É preciso aceitar que, numa mesma marca, podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios e oportunidades semelhantes”, defende.
Trabalhar no estrangeiro era uma ambição ou foi uma circunstância?
Esta é a minha segunda experiência de expatriação. A primeira foi em Itália, onde tive o privilégio de liderar o marketing da Nespresso durante quatro anos. Confesso que o desafio de gerir a marca no mercado que viu nascer o conceito do café expresso ditou boa parte da vontade de partir.
Na Suíça, tenho uma responsabilidade muito diferente, a de apoiar vários mercados da zona da Europa Ocidental. Ambas as experiências foram circunstanciais e nunca conduzidas pela ambição de sair de Portugal, onde mantenho família e amigos.
É muito diferente trabalhar na Nespresso na Suíça do que em Portugal e quais são os desafios que encontrou na integração?
As responsabilidades e o exercício da influência no mercado, em comparação com a da sede, não podem ser comparáveis, pela sua natureza totalmente distinta.
Existe na função atual, para além da observação da evolução quotidiana do negócio, um cuidado em olhar para um horizonte temporal ainda mais longo, com uma maior imersão estratégica e uma necessidade de ampliar o conhecimento das culturas e do consumidor.
É preciso aceitar que, numa mesma marca, podem existir respostas diferentes, mas igualmente eficazes, para desafios e oportunidades semelhantes. Do ponto de vista pessoal, os desafios são sempre os de encontrar o equilíbrio social e pessoal, enquanto damos resposta aos novos desafios profissionais.
Neste aspeto, a Suíça é um país fácil e acolhedor, com uma comunidade de portugueses e de expatriados que facilita igualmente a integração, para além da possibilidade de praticar atividades relacionadas com a natureza, algo que valorizo.
Está atento ao que se vai fazendo em Portugal em marketing e publicidade ou está focado no que está a ser feito no país onde trabalha?
A minha atual função obriga-me a ter uma visão multimercado, de forma a compreender as dinâmicas económicas e de marketing de cada país e geografia. Tendo o mercado suíço e o português como parte dos países da minha zona de responsabilidade, sou exposto regularmente ao que se passa nestes dois mercados.
Como mata as saudades de Portugal e do que é que sente mais falta?
A subscrição de meios informativos portugueses continua ativa e sigo atentamente tudo o que se passa no nosso país. As saudades são da família e dos amigos, da minha cidade de Lisboa e da sua luz, do azul do céu que vemos entre o verde dos pinheiros do Banzão, dos areais que vão de Tróia à Comporta, da energia das ondas e do cheiro único a maresia que as nossas praias atlânticas nos dão e, claro, saudades do nosso peixe.
Regressar a Portugal é uma meta a curto, médio ou longo prazo? Porquê?
Tenho por hábito dizer que, no livro da minha vida, só tenho escrito o epílogo e esse será seguramente em Portugal. Até la, deixarei que a vida se encarregue de me mostrar o caminho, como tem feito até hoje.