Plano de reestruturação da TiN propõe renegociar dívidas e suspender títulos
Luís Delgado propõe suspender as revistas TV Mais, Activa e Prima e manter a Exame em parceria com outro grupo editorial. Além da renegociação das dívidas de cerca de €33 milhões, o plano prevê ainda o reforço de títulos mais rentáveis, como a Visão e a Caras
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O plano de reestruturação da Trust in News (TiN) apresentado por Luís Delgado propõe a suspensão das revistas TV Mais, Activa e Prima e a manutenção da Exame, como revista mensal, em parceria com um grupo editorial distinto. Além da renegociação das dívidas, que rondam os €33 milhões, o plano prevê o reforço dos títulos mais rentáveis da empresa, como a Visão e a Caras.
“As publicações que demonstram um desempenho positivo e consistente irão receber maior atenção e investimento. Essa estratégia procura consolidar a posição da empresa em mercados rentáveis, aumentando a sua competitividade e gerando um fluxo de caixa sustentável”, refere o plano de reestruturação da empresa, citado pela Lusa.
A proposta contempla ainda “o pagamento em 150 prestações mensais [da dívida de cerca de €17,1 milhões ao Estado], não podendo nenhuma delas ser inferior a 10 unidades de conta (atualmente €1.020)”, esclarece o documento, entregue a 27 de dezembro, como prometido por Luís Delgado a 18 de dezembro durante a audição na Assembleia da República.
“Esse esforço reflete o compromisso da empresa em regularizar as suas obrigações financeiras de forma equilibrada e viável”, refere o plano, que prevê ainda que, “caso haja interesse da parte dos credores comuns e garantidos o pagamento da dívida poderá ser feito através do pagamento de 50% em permutas de publicidade e ‘branded content'”.
Após a apresentação ao tribunal, o plano de reestruturação será enviado ao administrador de insolvência, André Fernando de Sá Correia Pais, e aos credores e deverá ser levado à assembleia de credores, marcada para 29 de janeiro de 2025.
Um dia antes da apresentação do plano de reestruturação, Clara Teixeira, jornalista da Visão e delegada sindical, assumiu, em declarações à Lusa, que os trabalhadores do grupo duvidam da capacidade de Luís Delgado para recuperar a empresa, declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, a 4 de dezembro, na sequência da reprovação do PER [Processo Especial de Revitalização], apresentado em maio.
“O que estranhamos é que alguém que geriu a empresa durante sete anos sem conseguir recuperá-la, sem cumprir obrigações fiscais e pagar salários atempadamente tenha agora a intenção de apresentar um plano de recuperação”, refere Clara Teixeira, relembrando que a maioria dos funcionários da TiN votou pelo afastamento de Luís Delgado da empresa e que prefere que a reestruturação do grupo avance através de planos de reestruturação de outros investidores.
“A preocupação dos trabalhadores é encontrar compradores para os títulos e para salvar postos de trabalho”, garante Clara Teixeira. Fundada em 2017, a TiN detém 17 títulos, incluindo Visão, Exame, Caras, TV Mais, Telenovelas, Activa, Holofote e Prima. Atualmente, o grupo de media emprega cerca de 130 trabalhadores.