‘Portugal em 2010 só a passeio’
Edson Athayde, a viver em São Paulo, está a ajudar a DraftFCB Lisboa a seleccionar criativos para a agência. Um pretexto para falar com o criativo luso-brasileiro. Meios & Publicidade […]

Maria João Morais
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Edson Athayde, a viver em São Paulo, está a ajudar a DraftFCB Lisboa a seleccionar criativos para a agência.
Um pretexto para falar com o criativo luso-brasileiro.
Meios & Publicidade (M&P): Está a escolher criativos para integrarem a DraftFCB Lisboa. Para os brasileiros continua a ser atractivo vir trabalhar para Portugal?
Edson Athayde (EA): Felizmente, fruto do trabalho consistente de muitos, durante muitos anos, a publicidade portuguesa goza de boa fama no Brasil. Portugal continua a ser encarado como uma possibilidade interessante para desenvolver trabalho na Europa. Devido ao bom momento económico brasileiro, acreditava que a procura seria menor, mas não. A motivação para vir para Portugal passa longe do aspecto financeiro imediato. A maioria tem a perfeita noção de que os salários em Portugal são, em regra, mais baixos do que os praticados em São Paulo.
M&P: Numa avaliação de portfólios como a que está a conduzir, encontra diferenças significativas na abordagem dos candidatos brasileiros em comparação com a dos portugueses?
EA: Recebi até agora mais de 500 portfólios. Cerca de um terço são de Portugal. Os bons apresentam pastas que reflectem essa competência independente da cor do passaporte ou do código postal onde vivem.
M&P: O que se está a passar de interessante na publicidade brasileira?
EA: É um momento um pouco confuso, como em toda parte. Agências tradicionais a procurar novos formatos, profissionais a tentar reciclar os seus conhecimentos e clientes a acreditar que são semi-deuses, donos da verdade absoluta sobre tudo e sobre todos. O resultado tem sido um bocado aquém, do ponto de vista qualitativo, do que já foi no passado. Mas ainda é um mercado muito grande e muito diverso. Gosto especialmente do aparecimento de projectos de menor dimensão mas que estão a testar formatos novos e mais polivalentes. Dentre essas empresas, destacaria a Loja Comunicação, no Rio, do Marcelo Giannini, e a Strawberry Frog, de São Paulo, liderada pelo Alexandre Peralta que, curiosamente, foi finalista num processo de selecção parecido com o actual, que promovi nos meus tempos de Young.
M&P: Acompanhou a polémica em torno do primeiro anúncio da Duda Portugal para o Pingo Doce?
EA: Não comento.
M&P: E para quando o regresso à publicidade em Portugal?
EA: Já faz um ano e meio que saí do país e do mercado publicitário. Mas o tempo passa rápido quando estamos a realizar os nossos sonhos. Adoro escrever, estudar e viajar. Como é o que tenho feito não posso reclamar da vida. Os cursos de cinema em Los Angeles foram acima da minhas expectativas. O meu período em Barcelona foi mais do que produtivo, dando para escrever um romance, sinopses para várias séries de televisão e o roteiro de uma longa. Vim para São Paulo apenas para acompanhar a estreia de uma peça baseada num livro meu [O Endireita].
Ficou muito bonita e teve muito boa bilheteira e cobertura dos media. Decidi ficar por aqui mais uns tempos. Portugal em 2010 só a passeio. Quanto à publicidade, não é impossível que volte a exercê-la. Mas isso dificilmente seria em Portugal. Pelo menos por agora. Espero que o meu espaço seja ocupado por gente nova e talentosa.