Pedro Durães
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Não há aparelho tecnológico que lhes escape. Estão a par de todas as inovações tecnológicas e não perdem pitada dos novos gadgets que vão surgindo no mercado. São, de acordo com o relatório agora publicado pela Advertising Age, entusiastas que acreditam nos efeitos positivos que cada inovação pode trazer às suas vidas profissionais e pessoais. Por estas razões, são os primeiros a experimentá-los. Quando um gadget está massificado, o mais provável é que já estejam a experimentar a próxima novidade. São os chamados early adopters, um grupo de indivíduos cada vez mais preponderante nas decisões estratégicas de grandes marcas do sector da tecnologia. São como um detector de ouro que ajuda as marcas a evitar um passo em falso. E não faltam exemplos entre marcas como a Google, a Apple ou o Youtube. A primeira já evitou dissabores com as versões beta dos novos produtos e serviços. O Nexus One, por exemplo, teve tantas queixas dos early adopters que a marca se viu obrigada a deixar cair a taxa de upgrade e os defeitos apontados ao Google Voice levaram a correcções para melhorar o serviço. O YouTube efectua frequentemente melhoramentos nos novos serviços depois do feedback destes grupos de utilizadores. Os early adopters podem, efectivamente, ser o melhor amigo mas também o pior inimigo de uma marca, com ondas de protesto tão fortes que podem manchar definitivamente a imagem de um produto no mercado.
A importância destes indivíduos para os marketeers é evidente. Tê-los do lado da marca pode ser um elemento crucial para catapultar o sucesso de um novo produto ou serviço. Mas será que os marketeers conseguem chegar até eles? “Os early adopters são fisicamente mais fáceis de alcançar mas cada vez mais difíceis de ‘comprar’”, refere Taly Weiss, da Trendsspotting, à Advertising Age. Uma das coisas que se sabe sobre estes grupos é que procuram muito mais informação sobre um novo produto do que um consumidor convencional. Se as estratégias de marketing passarem por direccionar campanhas de informação a estes grupos, eles recebem a informação que procuram e a marca tem um maior poder de influência sobre o mercado, logo na fase de pré-lançamento. Mas terá de ser uma comunicação efectiva. Estes grupos querem comunicação e não meros press releases que os transformem em mais um ponto a cobrir. Eles comunicam depois entre si e espalham a palavra sobre o novo produto. Se aquilo que espalham for negativo, o produto pode estar condenado antes mesmo de chegar às prateleiras. Isto coloca um novo desafio aos marketeers, que começaram recentemente a acompanhar o que se diz sobre a marca e os seus produtos nas redes sociais. É preciso seguir também o que dizem os early adopters, não só para antecipar passos em falso e melhorar os produtos e serviços colocados no mercado mas também para antecipar a melhor forma de comunicar com eles para que se sintam influentes.
– Afinal quem são os early adopters
A resposta está num estudo encomendado pela Serena Software, citado pela advertisng Age, que traça cinco perfis distintos, de acordo com a realidade norte-americana.
Alfas – Predominantemente homens entre os 35 e os 44 anos de idade. Correspondem à elite tecnológica, aqueles que estão rodeados de tecnologia e a consideram importante nas suas vidas e capacidade de comunicar. Consideram que a tecnologia tem um impacto positivo no mundo (94 por cento) e trabalham a tempo inteiro (91 por cento). No trabalho, são, por norma, pessoas que delegam funções.
Acidentais – A maioria dos elementos deste perfil são mulheres com idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos. Apesar de perceberem como a tecnologia pode melhorar as suas vidas, não estão tão à vontade com ela como os Alfas. Consideram a tecnologia uma ferramenta para resolver problemas mas não a resposta para tudo. Com semelhanças com os Equilibrados mas mais entusiásticos.
Práticos – Na maioria homens entre os 25 e 44 anos. Representam o perfil mais hesitante em considerar que a tecnologia pode ter um efeito positivo no mundo (apenas 50 por cento) ou nas suas vidas (20 por cento). Menos entusiásticos, reportam frequentemente, no trabalho, aos Alfas e aos Acidentais.
Equilibrados – Predominantemente mulheres entre os 25 e os 44 anos. Embora semelhantes aos Acidentais, não colocam a tecnologia e o trabalho no centro das suas vidas. Para este grupo, o trabalho é um meio para desfrutar de outras coisas de que gostam e hesitam na adopção de tecnologia emergente até perceberem a relação que poderá ter com a sua vida pessoal. Dos cinco perfis é aquele onde há maior probabilidade de haver estudantes e menor de de serem workaholics.
Leves – Na maioria homens entre os 35 e os 54 anos. São os mais resistentes à adopção de novas tecnologias antes de se tornarem massificadas. Tomam menos riscos e solucionam os problemas activamente. No trabalho, só adoptam um novo método depois de provada a sua eficiência noutro departamento. São aqueles que menos arriscam. Apenas um por cento são os primeiros a experimentar novas tecnologias, apenas sete por cento tomam riscos no trabalho e apenas quatro por cento arriscam nas suas vidas pessoais.