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Há vida para lá da morte anunciada

Quando se olha para os números do investimento publicitário na imprensa parece quase uma heresia manter um pensamento optimista para o futuro do sector.

Pedro Durães
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Quando se olha para os números do investimento publicitário na imprensa parece quase uma heresia manter um pensamento optimista para o futuro do sector.

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Quando se olha para os números do investimento publicitário na imprensa parece quase uma heresia manter um pensamento optimista para o futuro do sector. O mercado sofre, de uma forma generalizada, quebras acentuadas que só agora começam a dar sinal de estabilização, à excepção do digital que revela um potencial de crescimento acentuado. Mas é na imprensa que as quebras mais se fazem sentir. Não é de agora que se vaticina o definhar deste meio de comunicação, com os anunciantes a apostarem cada vez mais no meio digital, nas redes sociais e em acções diferenciadoras. Num momento em que se sente a influência pós-Avatar, com o 3D a dominar não só as conversas mas também os interesses de várias marcas, quando se fala de inovação na publicidade pensa-se em 3D, em novas tecnologias, multimédia… A tendência, quando uma marca procura inovar na forma de comunicar com os seus consumidores, é olhar para a tecnologia, o que faz com que, pelo menos à primeira vista, a imprensa fique de fora dos planos da marca. Mas falar em inovar também pode ser falar de imprensa. Prova disso são iniciativas inovadoras como aquela que recentemente foi noticiada pelo M&P, em que a revista Egoísta está a preparar uma capa apenas visível depois de ser colocada no micro-ondas ou, ao nível do investimento de comunicação das marcas, a aposta da Renault na tecnologia video in print com o encarte veiculado na revista Sábado. A dar ainda os primeiros passos em Portugal, estes anúncios diferenciadores e inovadores na imprensa poderão contribuir para alavancar o investimento publicitário na imprensa? Haverá vida para lá do tradicional anúncio de página ímpar ou meia página? “Eu acredito que a media impressa ainda tem fôlego para se manter competitiva por muitos anos. É uma plataforma que oferece recursos quer para o anunciante quer para o jornalista se relacionarem com todos os cinco sentidos que constituem o nosso sistema de representação”, aponta Sergio Picciarrelli Junior, especialista da área de desenvolvimento de novos produtos na Editora Abril. Há 18 anos com funções de pesquisa e estudo de novas formas de comunicar através da imprensa na editora brasileira, Picciarelli é também autor do livro Encartes Especiais – a mídia impressa em busca de novas forma de comunicar e responsável pela criação e manutenção do site anunciosdiferenciados.com.br., onde faz uma compilação e dá conhecer exemplos das possibilidades proporcionadas pela imprensa no domínio da comunicação. No site é possível ver exemplos da utilização de texturas ou aromas em anúncios de imprensa, bem como aplicações criativas como é o caso de um anúncio de uma marca de desinfectantes para insectos em que a agência Maruri Grey, do Equador, fez uma inserção com o mote Pare de matar insectos com a sua revista preferida, onde as revistas eram entregues aos leitores enroladas e presas por uma fita que levava ao anúncio no interior da publicação.

Sinto, logo a marca existe

Para Sergio Picciarelli Junior é perfeitamente possível alcançar maior impacto sendo inovador na impressa do que numa acção ligada a inovações tecnológicas. Para isso basta estimular o consumidor, tirar partido da criatividade e conceber anúncios impressos capazes de estimular os sentidos do leitor, sendo, muitas vezes, a simplicidade a tomar as rédeas da inserção. “É totalmente possível, temos diversos casos. Cito um anúncio de uma empresa aérea em que a própria página da revista foi amassada para passar a ideia de como um viajante se sentiria após viajar na classe económica de uma companhia concorrente. Não foi aplicado nada de especial e nem foi preciso gastar mais com papel extra para imprimir o encarte, a única tecnologia utilizada foram as pessoas contratadas para abrir a revista, amassar a página e fecha-lá novamente”, exemplifica. “A melhor forma de explorar as potencialidades da publicidade na imprensa é utilizar a comunicação não-verbal”, considera Picciarelli, explicando que “através do não verbal surge a interactividade pela comunicação em múltiplos canais, que se confirmam ou se reafirmam mutuamente. A interacção é constituída pela multiplicidade de modos de comunicação, como o tacto, o olfacto, o espaço e o tempo”. O responsável pelo desenvolvimento de novos produtos na Editora Abril sublinha que já foram explorados os cinco sentidos na concepção de encartes e inserções publicitárias na imprensa: “Já foram produzidas peças que estimulam o tacto através de relevos e vernizes, bem como peças com aromas cuja percepção é imediata pelo olfacto e em muitos casos não pode ser traduzido pela imagem ou pelo texto. A fragrância desperta diversas sensações, de forma mais rápida do que a imagem isolada. Já foram utilizadas em revistas fragrâncias de flores, aromas que estimulam o apetite e até os mais extravagantes, como aromas de uma fogueira ou de um estábulo”, conta, acrescentando que “são utilizadas também formas sofisticadas de comunicação como o caso dos pop-ups e dobraduras no formato da embalagem do produto, vantajosas já que o conhecimento visual pode ilustrar e ajudar a compreender mais facilmente o que não está presente fisicamente. Outras já exploraram a audição com textos ou jingles de campanhas gravados num chip que é accionado no momento em que o leitor abre a revista, e o paladar com a veiculação de pacotes com amostras de chá, sumo, temperos…”. Mas, na prática, a aplicação deste tipo de sensações conseguirá estabelecer verdadeiro contacto com a marca e com a mensagem pretendida ou estará a ser utilizado apenas para ser diferente? Se dúvidas houvesse acerca do potencial criativo destas opções, o M&P pediu a Picciarelli para dar alguns exemplos de aplicações concretas. “Poderia dar centenas de exemplos. Temos um encarte de uma cerveja, a Bohemia, que foi impresso em papel camurça e o leitor sentia a superfície macia do papel, acompanhado da chamada A sensação que você sente nos dedos logo vai ter o prazer de sentir na boca, exemplifica, continuando a lista: “outro exemplo foi um encarte criado para o lançamento de um modelo de carro personalizado para surfistas, o Peugeot 207 Quicksilver, que foi impresso em parafina e o encarte podia ser retirado da revista e passado na prancha, ou outro anúncio de cerveja em que as revistas foram duplamente protegidas por uma película plástica, congeladas num molde, embaladas em caixas isoladoras e transportadas em camiões frigoríficos até à casa do leitor”, recorda. Mais? “Temos exemplos de anúncios com aroma para o lançamento de um modelo de carro off-road em que foi aplicado cheiro de floresta ou, no campo auditivo, uma cinta com chip sonoro criada para uma empresa de segurança que envolvia a revista e, quando o leitor abria a cinta para ler a revista, era disparado um som de alarme”.

A tecnologia ao serviço da imprensa

Há, no entanto, um entrave que está a desviar a atenção das potencialidades da publicidade na imprensa: quando se pensa em inovação e tecnologia a tendência é não as associar à imprensa mas sim a outros meios, como a televisão ou a internet. “É preciso que o anunciante, e principalmente os profissionais de criação de uma agência, tomem conhecimento das tecnologias e dos recursos disponíveis no mercado gráfico. Vejo a necessidade de, logo na formação educacional, o jovem profissional ter contacto com as tecnologias e deparar-se com cases de sucesso para estimular a sua criatividade para esta plataforma. Só assim os criativos terão as melhores ideias de como utilizar um recurso existente de forma pertinente ao produto que o anunciante quer promover”, considera Sergio Picciarelli Junior. “Eu e as pessoas que trabalham na minha área na editora Abril estamos a fazer um trabalho muito grande de divulgação dessas possibilidades nas maiores agências de publicidade do Brasil, nas universidades, em simpósios e também nos departamentos de marketing das empresas. Procuro, através de exemplos e de cases de sucesso, demonstrar como um encarte com efeito especial impacta mais do que um anúncio de página simples”, aponta Picciarelli, traçando aquela que deverá ser a actuação do mercado no sentido de despertar os profissionais do sector para estas potencialidades, e alertando para o facto de ser “importante demonstrar os processos já existentes e as novidades, apresentando também materiais que nunca foram utilizados em revistas e foram adaptados para serem utilizados, como tecidos, papéis especiais, borrachas, metais, adesivos, colas, brindes e qualquer coisa que possamos imaginar”. “No final do ano vendemos para a agência de publicidade que tem a conta da Natura, empresa de comésticos, um anúncio com papel semente em que, após ler o anúncio, o leitor destaca da revista, planta e após alguns dias nasce uma flor”, exemplifica.

O futuro da publicidade no papel

Se a imprensa ainda tem cartas para dar no mercado publicitário, qual será então o caminho a seguir, as tendências, o futuro deste meio? “No actual cenário de transformações, se alguém souber qual é o futuro é um grande candidato a multimilionário. No actual cenário, quem fizer uma previsão para mais de três anos ou é maluco ou gosta de correr riscos. Quando nasceu o cinema diziam que o teatro acabaria, quando nasceu a televisão diziam que a rádio acabaria, quando nasceu a fotografia diziam que a pintura acabaria. Estão aí até hoje”, diz Picciarelli. Ainda assim, o profissional considera ser “normal que haja uma dispersão de audiência e de verbas com o advento dos media digitais e, para contornar esta situação, acredito que há a necessidade de pensar em projectos que criem uma sinergia entre o digital e o impresso. O digital e o impresso devem trabalhar juntos”, avança, apontando um cenário possível: “Para um anúncio de automóvel, com a tecnologia de impressão digital é possível enviar um SMS a um assinante de uma publicação pedindo para ir a um hot-site da marca para escolher a cor do carro, o tipo de estofamento, os acessórios de preferência e, na edição seguinte, recebe o anúncio da sua revista com o anúncio impresso da forma que escolheu”.

Outra das tendências identificadas por este responsável de novos produtos na Editora Abril e especialista em anúncios inovadores para imprensa passa pela “personalização cada vez maior, por criar anúncios específicos para o público de cada marca e não para muitas pessoas. Temos como exemplo um anúncio da Nextel, que veiculou numa revista com tiragem de 200 mil exemplares quinzenais, a Exame, mas foi entregue para um mailing reduzido de apenas 250 assinantes”. Além disso, e como já tinha referido, Picciarelli sublinha que “cada vez mais os profissionais optarão por criar anúncios interactivos, seja pelo estímulo do tacto, do olfacto, da audição ou de qualquer outra forma que desperte a atenção do leitor e faça com que perca mais tempo naquela página e entenda melhor o produto”. E a publicidade impressa continua, neste campo, a contar com uma vantagem face a outros meios: “Gosto muito dos anúncios que permitem o estímulo do tacto e do olfacto pois, por enquanto, não é possível que sejam estimulados pela internet, televisão, rádio, mobile ou iPad”, lembra, acrescentando que “como muitos já disseram, entre eles o escritor brasileiro Millor Fernandes, o livro, ou a revista no nosso caso, é uma das melhores invenções da nossa época: não precisa de cabos, de baterias, de carregadores, de softwares, não precisa de reiniciar… Eu completo dizendo que, além disso, é possível aplicar cheiros, sons, texturas, amostras de produtos, sumos, chás, cremes e ainda… ler na casa-de-banho”.

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Tox’Inn muda para Bloomer e adota nova assinatura

A agência de marketing passa a estar mais focada nas experiências, através de ativações de marca e da criação de eventos que despertem emoções. “Renascemos a cada desafio, mas as nossas raízes são inabaláveis”, assegura Joana Grácio, CEO da Bloomer

A Tox’Inn muda a designação para Bloomer e adota uma nova assinatura, aproveitando o ‘rebranding’ para se reposicionar. O novo slogan, ‘Always adding a little extra’, reforça a forma de trabalhar da agência de marketing. Duas décadas depois da criação, a agência do Porto procura agora acompanhar as tendências de mercado.

“Chegámos à conclusão que estávamos a florescer e isso precisava passar de dentro para fora. Assim, podemos garantir que continuamos a pensar fora da caixa, a encontrar soluções onde outros veem desafios, sempre com o mesmo empenho e atenção ao detalhe”, explica Joana Grácio, CEO da Bloomer, citada em comunicado de imprensa.

A Content for Breakfast, equipa independente de criativos, constituída por Joana Nogueira Soares e José Miguel Inácio, assina a nova imagem da agência, que passa a estar mais focada nas experiências, através de ativações de marca e da criação de eventos que despertem emoções.

“Recusamos o conformismo, nunca seremos apenas mais um. Procuramos incessantemente a novidade, as novas ferramentas e a adaptação a uma realidade em constante mutação. Renascemos a cada desafio, mas as nossas raízes são inabaláveis”, assegura Joana Grácio.

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Bauer Media Group adquire Clear Channel por €577,8 milhões

“Esta aquisição irá impulsionar a nossa estratégia de crescimento e acelerar a nossa transformação digital”, revela Yvonne Bauer, presidente do conselho de administração do grupo de media

O Bauer Media Group, que em Portugal detém a Rádio Comercial, a M80, a Cidade FM, a Smooth FM e a Batida FM, acaba de anunciar a conclusão do processo de aquisição do operador de publicidade exterior Clear Channel Europe-North por 625 milhões de dólares (€577,8 milhões), depois de assegurar o cumprimento das condições regulamentares exigidas.

A integração da empresa permite ao grupo internacional reforçar o núcleo de negócios ligados aos media e abrir novas oportunidades digitais. Através da marca Bauer Media Outdoor, adiciona a publicidade exterior ao portefólio do grupo, complementando a oferta estratégica das divisões de áudio e ‘publishing’.

“Num ano em que celebramos o nosso 150º aniversário, é com entusiasmo que damos início a este novo capítulo e damos as boas-vindas à talentosa equipa da Clear Channel Europe. Esta aquisição irá impulsionar a nossa estratégia de crescimento e acelerar a nossa transformação digital”, esclarece Yvonne Bauer, presidente do conselho de administração do Bauer Media Group, citada em comunicado de imprensa.

Com a integração da Bauer Media Outdoor, o grupo passa permitir que os anunciantes alcancem até 350 milhões de pontos de contacto com os consumidores da Clear Channel Europe-North, que confirma publicamente o valor do negócio, em 16 mercados europeus.

“Somos ambiciosos quanto ao crescimento do negócio através da inovação sustentável e de um maior alcance e criatividade. Embora, no imediato, manteremos a normalidade operacional, estamos ansiosos por trabalhar com os nossos novos colegas e também por ouvir atentamente os nossos clientes e parceiros, para oferecer soluções publicitárias e de infraestrutura de excelência no futuro”, avança Justin Cochrane, CEO da Bauer Media Outdoor, citado no documento.

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Ronald Acuña Jr. promove roupa interior da Nike

O jogador venezuelano de basebol Ronald Acuña Jr. (na foto), tem 1,6 milhões de seguidores no Instagram e é o primeiro desportista da Major League Baseball contratado para divulgar a nova roupa interior da Nike

O jogador de basebol Ronald Acuña Jr. protagoniza a nova campanha da Nike. O desportista venezuelano, que joga nos Atlanta Braves, é o primeiro desportista da Major League Baseball (MLB), liga de basebol profissional norte-americana, a ser contratado para divulgar a nova linha de roupa interior da Nike.

Com 1,6 milhões de seguidores no Instagram, 981,6 mil no TikTok e 130 mil no Facebook, Ronald Acuña Jr. já esta a divulgar nas redes sociais as primeiras imagens oficiais da campanha, que está a ser amplificada com a divulgação de um vídeo que mostra os novos modelos de roupa interior da Nike.

Para além das redes sociais do atleta e da Nike, a campanha está a ser divulgada na Rimas Sports, empresa que agencia desportistas como o jogador cubano de basebol Lazaro Montes, a piloto colombiana Tatiana Calderon, o jogador dominicano de basebol Fernando Tatis Jr. e o jogador argentino de basebol Francisco Alvarez.

Em maio de 2024, Ronald Acuña Jr. já tinha colaborado com a Nike no desenvolvimento de uma coleção de roupa desportiva. A marca mantém parcerias com outros atletas, como o futebolista português Rúben Dias, o basquetebolista francês Rudy Gobert ou o jogador de futebol americano Kyler Murray.

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Meta vai vender espaço publicitário a agências de meios para posterior revenda

“É provável que a aposta da Meta neste setor esteja relacionada com as perspetivas económicas nos Estados Unidos, que se agravam, com o objetivo de assegurar um fluxo de receitas constante”, argumenta Karsten Weide, diretor da W Media Research, citado no Digiday

A Meta está a entrar no setor controverso de ‘principal-based buying’, a compra de espaços publicitários por uma agência de meios para posterior revenda a clientes a preços superiores, noticia o Digiday.

A empresa liderada por Mark Zuckerberg está em negociações com as ‘holdings’ de agências de meios sobre uma solução em que as agências compram o inventário publicitário da Meta para posterior revenda aos clientes a um preço mais elevado, segundo executivos publicitários, citados no Digiday.

À primeira vista, a iniciativa parece pouco habitual, visto que a Meta há muito que não depende das ‘holdings’ para lucrar com a publicidade. Neste caso, segundo o DigiDay, não se trata de dependência, é uma questão de vantagem. “Eles [Meta] estão a apresentar esta solução às maiores ‘holdings’ de agências”, revela um dos executivos, sob anonimato.

Para Brian Leder, fundador da agência norte-americana de meios Ramp97, a entrada da Meta nesta área tem um objetivo claro: “a Meta quer proteger uma parte crescente das receitas publicitárias e garantir que as grandes marcas continuam a fazer investimentos significativos em todas as plataformas, ao mesmo tempo que aproveitam as agências, que agora atuam como uma equipa de vendas alargada, para impulsionar os gastos publicitários nas plataformas da empresa”, declara, citado no Digiday.

Karsten Weide, diretor da empresa de estudos de mercado W Media Research, salienta, por seu lado, que é provável que a aposta da Meta neste setor esteja relacionada com as perspectivas económicas nos Estados Unidos, que se agravam, com o objetivo de assegurar um fluxo de receitas constante. “Temos de esperar uma recessão económica em 2026 devido à introdução das tarifas”, antecipa.

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Trump diz que TikTok será vendido nos Estados Unidos antes de 5 de abril

“Temos vários potenciais compradores. Há um enorme interesse no TikTok”, diz o presidente dos Estados Unidos. A empresa de capitais privados Blackstone pondera juntar-se aos atuais acionistas não chineses da ByteDance para adquirir a operação norte-americana do TikTok

Donald Trump assume que o acordo com a ByteDance, dona do TikTok, para a venda da operação norte-americana da rede social será concretizado antes do prazo limite de 5 de abril. “Temos vários potenciais compradores. Há um enorme interesse no TikTok”, diz o presidente dos Estados Unidos aos jornalistas a bordo do Air Force One, acrescentando que gostaria que a aplicação continuasse a existir.

A 28 de março, a Reuters noticia que a empresa de capitais privados Blackstone está a considerar adquirir uma pequena participação na operação do TikTok nos Estados Unidos. A Blackstone pondera juntar-se aos atuais acionistas não chineses da ByteDance, nomeadamente a Susquehanna International Group e a General Atlantic, para adquirir a operação norte-americana do TikTok.

O grupo de empresas de investimento surge como o principal candidato nas negociações para a compra da plataforma nos Estados Unidos. Anteriormente, alguns destes investidores terão negociado um acordo para adquirir a rede social em conjunto com a Oracle, que tem laços contratuais com o TikTok nos Estados Unidos.

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, terá referido que prevê a realização de um acordo até à data limite de 5 de abril que “satisfaça as preocupações de segurança nacional e permita a existência de uma empresa norte-americana distinta com base no TikTok”.
Caso não se chegue a um acordo antes da data limite imposta por lei, Donald Trump afirma estar disposto a prolongar novamente o prazo, declarando que “não há motivo para alarme”.

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Teresa Abecasis Burnay na presidência da Auto Regulação Publicitária

A nomeação de Teresa Abecasis Burnay (na foto) representa uma nova visão estratégica, mas também um marco histórico, por ser a primeira mulher a liderar a direção da ARP

A Auto Regulação Publicitária (ARP) nomeia Teresa Abecasis Burnay como presidente da direção, sucedendo a Nuno Pinto de Magalhães, que lidera a associação na última década, em representação da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN).

“É um privilégio ser nomeada para esta função, que considero de serviço crucial à nossa indústria. Espero conseguir honrar o extraordinário legado que o Nuno nos deixa, depois de uma década de grandes conquistas, que deixam a ARP em ótimas condições para seguir com a sua missão”, refere Teresa Abecasis Burnay, citada em comunicado de imprensa.

A nova presidente da direção da ARP é formada em economia pela Universidade Nova de Lisboa e faz um percurso de cerca de 20 anos na Unilever, onde lidera três das cinco unidades de negócio da empresa em Portugal, acumulando ainda as funções de diretora de media e diretora-geral executiva do Grupo Aliança. É também vice-presidente da APAN, presidente da Associação Industrial de Detergentes e membro da Direção da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM).

A nomeação de Teresa Abecasis Burnay representa uma nova visão estratégica, mas também um marco histórico, por ser a primeira mulher a liderar a direção da ARP. “A Teresa Burnay é uma ótima opção para presidir à ARP, a primeira mulher a exercê-lo. Tem a formação, a experiência e os ‘soft skills’ adequados para dar continuidade a esta caminhada da Auto Regulação Publicitária e assegurar os desafios que se colocam”, sustenta Nuno Pinto de Magalhães, citado em comunicado de imprensa.

“Com esta nova liderança, a ARP reafirma o seu compromisso com a integridade da comunicação comercial em Portugal, reforçando o papel da autorregulação como pilar essencial da confiança entre marcas, consumidores e sociedade”, refere o comunicado de imprensa.

A Auto Regulação Publicitária (ARP) é um organismo privado, sem fins lucrativos e de adesão voluntária, que promove a autorregulação no setor da comunicação comercial e a defesa da liberdade de expressão comercial, da leal concorrência, dos direitos dos consumidores e de normas de ética, atuando de forma complementar à lei.

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Nuno Markl divulga plano de saúde visual da MultiOpticas

Idealizada por Alessandro Dondero, diretor criativo do Creative Hub EssilorLuxottica, a campanha tem produção da Casper e da Havas Play e confirma a continuidade de Nuno Markl (na foto) como embaixador da marca

O humorista e radialista Nuno Markl mantém-se como embaixador nacional da MultiOpticas em 2025, protagonizando ‘Plano de Saúde Visual’, campanha publicitária que dá a conhecer o plano de saúde visual + MultiOpticas. Concebido por Alessandro Dondero, diretor criativo do Creative Hub EssilorLuxottica, o filme publicitário tem Yuri Alfieri como diretor de arte sénior, Nicolò Banfi como diretor de arte e Francesca Sponchia como produtora criativa.

Produzido pela Casper e pela Havas Play, o anúncio, que está a ser divulgado em televisão e digital, tem realização de Bruno Ferreira, produção executiva de Nuno Lobo e direção de fotografia de Manuel Pinho Braga, com gestão e parceria criativa de Ana Roma Torres.
A comunicação do novo plano de saúde está a ser amplificada com um anúncio na rádio, estando também previsto um reforço comunicacional em digital, redes sociais e suportes de publicidade exterior, a partir de junho, soube o M&P.

“A MultiOpticas continua a consolidar o compromisso de cuidar da visão dos portugueses. Esta campanha de 360 graus com o Nuno Markl, que se mantém como nosso embaixador, serve para explicar as vantagens do novo serviço que estamos a lançar e também a importância de valorizar a saúde ocular. O +MultiOpticas vem dar resposta a uma necessidade que existia no mercado”, explica Sandra Silva, diretora de marketing de retalho ibérica da EssilorLuxottica, citada em comunicado de imprensa.

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Pombos-correio no marketing? Essa é a proposta da E-goi

Com vantagens como taxa de entrega de 100%, impressão biodegradável e uma frota exclusiva de pombos, a proposta promete revolucionar a comunicação digital.

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Em plena era da inovação tecnológica, a E-goi, plataforma de marketing omnicanal, surpreende hoje com o lançamento da tecnologia “Pidgital“, o primeiro sistema de mensagens inteligentes via pombos-correio do mundo. Uma proposta que combina nostalgia, tecnologia e sustentabilidade.

Entre as vantagens do serviço, a E-goi destaca:

  • Taxa de entrega de 100% (exceto se o pombo se perder)
  • Impressão biodegradável
  • Frota exclusiva de pombos “alimentados com os melhores grãos”
  • Tracking 360º com registos de abertura e leitura
  • Envio otimizado por IA com o algoritmo “Sending Optimisation”
  • Geolocalização em tempo real das rotas dos pombos
  • Testes A/B com dois pombos para análise comparativa
  • Retargeting com um segundo pombo reforçando a comunicação

Fiel à sua reputação de alta entregabilidade, a E-goi garante que o serviço conta com as autenticações clássicas do email marketing: DKIM (para evitar adulterações), SPF (para identificar falsificações) e BIMI (para identificação imediata do remetente).

Saiba mais sobre o Pidigital aqui.

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AutoSport e AutoMais vendidos a José Caetano

Os títulos da MMG Media, de Pedro Corrêa Mendes, passam para as mãos da editora do diretor do E-Auto. O regresso do AutoSport ao formato em papel, ainda este ano, e a conquista de leitores lusófonos são alguns dos objetivos

Catarina Nunes

Os títulos AutoSport e AutoMais, detidos pela MMG Media de Pedro Corrêa Mendes, passam a partir de 1 de abril a ser controlados pela JC Edições e Publicações, propriedade de José Caetano, diretor do E-Auto, por um montante não divulgado.

A notícia é avançada por email ao M&P por José Caetano, que refere que “esta terça-feira, 1 de abril, o AutoSport, título que tem quase 50 anos de histórias, inicia uma etapa, concretizada a mudança de controlo editorial e comercial da MMG Media Unipessoal Lda, de Pedro Corrêa Mendes, para a JC Edições e Publicações Unipessoal Lda, de José Caetano, que partilha o comando do projeto novo com Nuno Mousinho Esteves”.

José Caetano e Nuno Mousinho Esteves assumem igualmente a liderança do título AutoMais, até agora também detido pela MMG Media, que acompanha a mudança de mãos do AutoSport. “Esta operação não impacta o funcionamento do E-Auto, pelo contrário, reforça-o, com o potencial de partilhas de conteúdos e sinergias agora à disposição da equipa nova, que mantém a sua atividade normal. As equipas redatoriais, no imediato, mantêm-se, mas o objetivo é reforçá-las rapidamente”, explica José Caetano.

Juntos, “José Caetano e Nuno Mousinho Esteves assumem o desafio de honrar o legado de uma marca tão prestigiada, com uma ambição clara: fazer regressar o AutoSport ao formato em papel ainda este ano, enquanto consolidam e expandem a presença do título no espaço digital, não só em Portugal, mas também junto de todos os apaixonados por motores no universo lusófono, incluindo Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”, refere o novo proprietário do AutoSport e do AutoMais.

José Caetano tem 30 anos de carreira no jornalismo, que inicia no Correio da Manhã, em 1994, tendo passado pelo jornal desportivo A Bola, onde assume o cargo de chefe de redação, e pela revista Auto Foco, que dirige durante 12 anos. Mais recentemente, cria a editora JC Edições e Publicações Unipessoal Lda e inicia o projeto E-Auto, disponível em formato de revista mensal e na internet.

Nuno Mousinho Esteves, por seu lado, é especialista em marketing desportivo e encontra-se ligado aos desportos motorizados desde 1989, com um percurso como piloto em Fórmulas, Turismos e GT, além de uma carreira internacional em algumas áreas do desporto e da comunicação.

Fundado em 1977 por José Vieira, originalmente em papel e no formato de jornal, o AutoSport é um dos títulos mais emblemáticos do desporto motorizado e do setor automóvel em Portugal. Atualmente, funciona no formato online no site autosport.pt, acompanhando a atualidade dos desportos motorizados nacionais e internacionais, e do setor automóvel.

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Audiências semanais: TVI está de regresso à liderança

Na semana de 24 a 30 de março, o consumo global de televisão decresce e regista o valor mais baixo do ano, até agora, caindo cerca de trinta e um minutos por dia, para cinco horas e 14 minutos

Na semana passada, o consumo global de televisão decresce de forma significativa e regista o valor mais baixo do ano, até agora, caindo cerca de trinta e um minutos por dia, e ficando agora pelas cinco horas e 14 minutos diárias.

A TVI está de regresso à liderança da semana, sendo um dos canais que reforça o ‘share’, tal como acontece com a SIC, os canais por cabo e o ‘outros’; a RTP1 é o único canal em quebra esta semana. Assim, a RTP1 desce até aos 11,1% de quota semanal, ao contrário do que se verifica com a SIC, que reforça ligeiramente a quota e tem agora 14,5% de ‘share’ semanal, e com a TVI, que também cresce e tem agora 14,9% de quota de audiência.

A oferta no cabo e o ‘outros’ reforçam ambos, com a televisão por cabo a chegar aos 39,8% de ‘share’, e o ‘outros’ (que inclui o visionamento em ‘time shift’, ‘streaming’ e vídeo/jogos) a atingir 18,7% de quota semanal.

Na listagem dos mais vistos mais vistos no cabo, o pódio mais uma vez não tem alteração de ocupantes, continuando a ser composto pela CMTV, CNN Portugal e SIC Notícias, e nas posições que se seguem até ao sexto lugar também não há mudança de posições: Star Channel, Globo, Hollywood mantém os mesmos lugares na tabela.

Ao longo do restante top 10 da semana há algumas trocas de lugares, mas mais uma vez não há entrada de novos canais na tabela, e encontramos assim nas posições que restam os canais Star Movies, SIC Mulher, News Now e Star Life.

Esta semana, o programa de humor da SIC, de Ricardo Araújo Pereira e equipa, ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’, está de volta ao primeiro lugar do ranking da programação global, onde é seguido pelo concurso da RTP1 ‘O Preço Certo (R)’ e por ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha – A Entrevista/Jorge Pinto’, da SIC.

Nas posições restantes estão os informativos ‘Jornal da Noite’, da SIC, e ‘Telejornal’, da RTP1. O Campeonato está de volta depois da pausa para jogos das seleções, e o programa desportivo da CMTV ‘Duelo Final/Estrela Amadora X Sporting’ está também de regresso ao topo da tabela, onde é seguido por ‘Golos: Segunda Parte/Estrela Amadora X Sporting’ e ‘Golos: Primeira Parte/Gil Vicente X Benfica’. Nas posições que se seguem encontram-se o ‘Grande Jornal – Noite’ e ainda o ‘Investigação CM/Esquecido’, tudo conteúdos da CMTV.

 

by Data Insights, Havas Media Network

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