Para aumentar as receitas de rádio, promover, promover
A análise da situação no terreno e o actual estado da economia nacional levaram a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC) a agir.
Carla Borges Ferreira
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A análise da situação no terreno e o actual estado da economia nacional levaram a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC) a agir. Resultado? Uma campanha de incentivo ao investimento publicitário no meio rádio. A iniciativa, explica ao M&P Nuno Inácio, presidente da ARIC, partiu da constatação de que as “PME estão a desinvestir no mercado publicitário” dado “o actual estado da economia”. E prova desse desinvestimento é a crescente dificuldade sentida pelas estações para renovarem os contratos de médio e longo prazo, mais do que “há um ou dois anos”, facto com impacto nas rádios locais já que nestas “a publicidade é sobretudo de média e longa duração, não são campanhas de renovação semanal”, explica o responsável da ARIC. Nuno Inácio não consegue quantificar essa dificuldade, mas, assegura, “vamos recebendo a informação [do terreno] de que há quebra [de investimento]”. Esta percepção, mas também o receio de que a mesma se venha a agravar com o agudizar da situação económica do país, levou a associação a oferecer aos seus membros uma campanha promocional que visa passar a ideia que vale a pena investir no meio rádio e reforçar a mensagem que é importante “o investimento nos meios locais, sem os quais, dificilmente terão sucesso”.
Sobre a receptividade que esta proposta está a ter junto dos meios locais Nuno Inácio não faz um balanço, até porque, justifica, até ao próximo dia 15 as estações podem aderir a esta iniciativa e passar em antena os anúncios colocados gratuitamente à disposição dos associados da ARIC. Os mesmos são produzidos pela Q Produções, de Ivan Rodrigues, empresa com a qual a associação contratualizou em Setembro do ano passado a possibilidade de gravação de serviços de produção de áudio a custos mais baixos.
Aumentar a percepção da eficácia do meio rádio como ferramenta de comunicação é também o que está na base dos Spot. A gala, que em 2010 assinala o segundo ano de existência, é organizada pelos três principais grupos de media privados – Controlinveste, Media Capital Rádios e R/com – numa iniciativa conjunta, que, só por isso, já é inédita. Os Spot “resultam de alguma reflexão do papel da rádio e da relação com os restantes players (anunciantes) no mercado”, descreve Salvador Bourbon Ribeiro, tendo-se concluído que o meio “estava com a mesma capacidade de eficácia que sempre teve”, pois “não há redução de audiências e de penetração junto dos consumidores”. Ou seja, argumenta o co-organizador dos Spot, “não havia razão racional nenhuma para que o investimento da rádio estivesse a diminuir nos últimos anos”. Para mais, havia que mostrar que o meio estava a “reinventar-se” e que a “rádio continua a ser um meio de extrema eficácia”. “A iniciativa resultou muito bem”, assegura Salvador Bourbon Ribeiro, pois não só juntou três concorrentes na co-organização de um evento, como “conseguimos mostrar ao mercado casos muito felizes de criatividade em rádio”, não só de spots “mas de formatos que vão para além do spot de 20 segundos” e, diz, “reveladores da cumplicidade da rádio com a sua audiência”. Se na primeira edição as 300 candidaturas resultaram essencialmente da inscrição dos três operadores de rádio, este ano “tivemos uma maioria de inscrições de fora”: dos 150 trabalhos inscritos, 143 foram-no por agências criativas e anunciantes e apenas sete pelos organizadores da gala, o que para Salvador Bourbon Ribeiro indica a receptividade que o evento teve junto do mercado. Mas mais do que prémios ou a própria gala, para este porta-voz dos Spot, o relevante neste projecto é o próprio envolvimento do mercado e dos anunciantes, mesmo daqueles que tradicionalmente não investem neste meio, e que participam no processo de selecção. A shortlist de 30 trabalhos, por exemplo, representa 23 anunciantes, 12 agências criativas e 12 agências de meios, tendo sido obtida após uma primeira votação realizada por um painel de 36 representantes de agências de meios. Salvador Bourbon Ribeiro não tem dúvidas de que os Spot trouxeram para o mercado uma maior visibilidade para o sector, certeza que levou à repetição da iniciativa este ano, mas não avança se tal se repercutiu ou não em mais investimento para o sector. De resto, sobre o investimento em rádio, limita-se a dizer que “está a correr bem”. Quanto à iniciativa da ARIC, Salvador Bourbon Ribeiro prefere não comentar, afirmando apenas que “é salutar qualquer iniciativa” que vise incentivar o investimento em rádio.