Só 53% das marcas com estratégias de venda omnicanal é que fazem campanhas de conversão com recurso a ‘lead ads’ e ‘product ads’ em Portugal, embora 82% invistam regularmente em campanhas digitais para aumentarem a notoriedade, avança a primeira edição do Omnichannel Index Portugal 2025, da Impact Commerce, consultora de comércio eletrónico escandinava.
“As marcas de retalho omnicanal têm uma forte presença digital, mas falta-lhes estratégia”, refere o relatório, que revela que 75% utilizam anúncios de ‘display’ e que 90% das empresas publicam regularmente nas redes sociais, ainda que só 57% estejam ativas em plataformas emergentes, como o TikTok.
José Balça, sócio e diretor executivo da Impact Commerce em Portugal, evidencia que os consumidores se mostram dispostos a gastar 2,2 vezes mais numa empresa que aposta em vários pontos de venda do que aquelas que se apresentam num único canal.
“Portugal está numa fase de grande transformação, as empresas estão em fases diferentes, mas têm apresentado um forte desempenho em áreas que se mostram importantes para os consumidores, como a entrega no próprio dia, opções de pagamento ou a privacidade dos dados”, explica José Balça, citado em comunicado de imprensa.
A consultora prevê que o negócio omnicanal venha a gerar um volume de negócios de €5 mil milhões este ano e que continue a crescer até aos €7 mil milhões até 2029. O estudo, que identifica a Worten, a Ikea e a Decathlon como as três empresas que lideram o retalho omnicanal em Portugal, aponta todavia falhas na velocidade e na acessibilidade digital, com 39% das empresas a possuírem plataformas lentas.
“Só 61% é que carregam o ‘site mobile’ em menos de 2,5 segundos, um fator crítico para a retenção de utilizadores, sendo que apenas 8% atingem um ‘accessibility score’ de 90/100, revelando lacunas na experiência digital inclusiva”, adverte a Impact Commerce.
Segundo a consultora, só 16% das empresas é que registaram um crescimento nas pesquisas das marcas superiores a 10% nos últimos 12 meses, com 61% das empresas a aumentarem o tráfego orgânico em, pelo menos, 10% no último ano.
Só 10% das empresas incentivam a fidelização
Para a Impact Commerce, a personalização e a experiência de cliente são “oportunidades que não têm sido aproveitadas” em Portugal, porque 98% das empresas que operam no mercado nacional cumprem as regras de consentimento de ‘cookies’, através da exibição de ‘banners’ explicativos, mas apenas 10% incentivam ativamente a adesão a programas de fidelização através do site.
“Apenas 20% das marcas mostram recomendações personalizadas na ‘homepage’, sendo que só 49% promovem o ‘upselling’ e o ‘cross-selling’ na página do produto”, refere a análise, que revela que 98% das empresas asseguram a entrega no próprio dia em grandes cidades e que 88% disponibilizam um serviço de ‘click & collect’, mas só 24% garantem recolha em menos de quatro horas”.
Em Portugal, ainda de acordo com a análise, 86% das lojas permitem que os funcionários façam uma encomenda online para envio ao cliente, “mas apenas 2% aceitam pagamentos móveis sem terem de se deslocar à caixa”.
O índice da Impact Commerce analisa 70 pontos de contacto em 50 empresas, é elaborado em parceria com a Adyen, a Algolia, o Shopify e o Storyblok, de forma a abordar a realidade comercial omicanal nos Países Baixos, na Bélgica, na Finlândia e em Portugal, uma estreia em 2025.