Nova agência de influenciadores nasce no grupo do Observador
A agência de marketing de influência Blue Pumpkin é, após a revista digital feminina MAGG, o segundo projecto da Creative Ninjas, empresa detida pelo Observador e por O Bandido Maneta, empresa de Ricardo Martins Pereira. O profissional explica, numa breve entrevista ao M&P, como surgiu e quais os objetivos do projecto.
Pedro Durães
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A agência de marketing de influência Blue Pumpkin é, após a revista digital feminina MAGG, o segundo projecto da Creative Ninjas, empresa detida pelo Observador e por O Bandido Maneta, empresa de Ricardo Martins Pereira. “Será a agência responsável por vender conteúdos dos nossos próprios influenciadores para as suas plataformas mas também conteúdos com os influenciadores que estarão na MAGG e no Observador”, começa por explicar ao M&P Ricardo Martins Pereira, adiantando que a agência “irá representar, numa primeira fase, seis influenciadores, três macro e três micro, mas, com o tempo, irá fazer crescer essa rede”.
“O que pretendemos é que dentro do Observador e da MAGG existam influenciadores próprios que criem conteúdos dentro do seu próprio registo, que estarão alojados dentro das plataformas Observador e MAGG, e partilhados pelas redes sociais dos próprios influenciadores, mas também pelas do Observador e da MAGG”, esclarece o responsável, assegurando que “com isto, conseguiremos dar um alcance muito maior a esses mesmos conteúdos, levando-os a mais pessoas”.
Por outro lado, continua, “pelo facto de sermos um grupo de media, com especialistas nas várias áreas de comunicação, com produtores de conteúdos profissionais, poderemos ajudar os influenciadores a traçar uma estratégia, ajudá-los na revisão dos conteúdos ou ceder-lhes meios técnicos e humanos para que esses conteúdos tenham o máximo de qualidade”. “Um influenciador alojado no Observador ou na MAGG tem um estúdio de vídeo profissional para produzir conteúdos, estúdios de áudio para fazer podcasts, câmaras, fotógrafos, editores, todos a contribuir para que os conteúdos tenham o máximo de qualidade e alcance”, acrescenta, sublinhando que “comercialmente isto pode também ter muita relevância”.
Nesta fase de arranque, a Blue Pumpkin irá representar a bloguer A Pipoca Mais Doce, Isabel Silva (neste caso em parceria com a agência milk&black) e a youtuber Alice Trewinnard. “Iremos também trabalhar com três micro-influenciadoras, Margarida Santos, Fabíola Carlettis, bloguer, instagrammer e coordenadora de moda, beleza e lifestyle da MAGG, e Matilde Sá, uma miúda de 16 anos, um projecto em que iremos trabalhar a pensar na geração Z, pensando em conteúdo para um target mais jovem”, refere Ricardo Martins Pereira, recordando que “a MAGG já tem um projecto experimental nesta área, a Maggie, que é no fundo a influenciadora da MAGG, que deverá continuar num modelo diferente, e que se poderá também integrar na mesma lógica de projecto”.
Ricardo Martins Pereira explica, numa breve entrevista ao M&P, como surgiu e quais os objetivos da Blue Pumpkin.
M&P: Como surge este projecto?
RMP: O mercado e o fenómeno da comunicação estão constantemente a mudar e uma empresa de media que não entenda isso, e que insista num modelo estanque e único, sem capacidade de se reinventar e entender o comportamento e as necessidades dos consumidores (sejam de informação, sejam de entretenimento, sejam comerciais) está a caminhar para o seu fim. O que se passa hoje em Portugal na área da comunicação não é muito diferente do que se passa em muitos outros países. Os utilizadores movem-se e informam-se através de redes sociais, gastam cada vez mais o tempo livre que têm a consumir conteúdos que vivem nessas redes sociais, e isso faz com que os media tradicionais percam tempo de atenção. A lei do mercado é simples: tempo de atenção tem valor comercial, ou seja, se há pessoas a consumir conteúdos durante mais tempo noutras plataformas, logicamente que os media tradicionais perdem valor comercial.
M&P: É uma resposta a necessidades do Observador?
RMP: Um grupo como o Observador tem de ter a capacidade de liderar a mudança, cumprindo necessariamente com o seu ADN de qualidade e prestígio, mas também de criatividade e inovação, que compreendem sempre uma dose de risco. Neste momento, o mercado de comunicação via influenciadores está a crescer de forma sólida e constante, o que tem de ser visto pelos grupos de media como uma oportunidade e não como uma ameaça. E é assim que olhamos para esta nova realidade. Se as pessoas consomem cada vez mais conteúdos produzidos por influenciadores, se os influenciadores são cada vez mais interessantes para o mercado comercial, porque não trazer os influenciadores para dentro de um grupo de media tradicional? No fundo, somos todos criadores de conteúdos, uns jornalísticos, outros mais criativos, mais pessoais ou comerciais. Tal como numa televisão ou numa rádio, onde existem áreas de programação, feitas por apresentadores, actores ou locutores, e informação, feita por jornalistas, também nos sites isso pode acontecer, desde que os leitores saibam exactamente o que estão a consumir e não confundam os conceitos.
M&P: Em que áreas a agência vai trabalhar e em que tipo de projectos?
RMP: A agência irá trabalhar com influenciadores de várias áreas, dependendo um pouco do ADN de cada projecto. Ou seja, no caso do Observador fará sentido trabalharmos com um influenciador da área da comida, dos automóveis, eventualmente de finanças pessoais, de viagens. Já na MAGG iremos apostar em influenciadores mais nas áreas da maternidade, moda, beleza, exercício ou lifestyle. A ideia é que todos eles contribuam com centenas de conteúdos mensais, orgânicos e comerciais, que serão depois partilhados por toda a nossa rede, pelos dois sites (Observador e MAGG), pelas páginas de Facebook e de Instagram dos dois sites e depois também pelas redes próprias dos influenciadores. Queremos criar projectos nos vários formatos, texto, vídeo, fotografia, e estar em todas as plataformas e redes sociais.
M&P: O Observador já tem uma parceria com uma agência digital, a Fullsix, ao nível da produção de conteúdos, o Co.lab. Agência essa que tem também uma área de influencer marketing. De que forma a Blue Pumpkin vai conviver ou interligar o seu trabalho com o do Co.lab?
RMP: O projecto Fullsix é muito específico e são contratos para trabalhar em conjunto determinados clientes. A Blue Pumpkin passará a ser a agência que representa os influenciadores alojados nas nossas plataformas e ligados a nós contratualmente, mas estará também aberta a negociar conteúdos e parcerias com outros influenciadores que não estão agenciados por nós. Ou seja, estamos atentos ao mercado e à evolução de muitos influenciadores, e, sempre que entendermos que fará sentido para nós desafiá-los a entrar na nossa rede, poderemos fazê-lo.
M&P: Quantas pessoas terá a agência e em que tipo de funções?
RMP: A agência será dirigida por mim e terá vários recursos partilhados dentro do grupo Observador. Desde logo, toda a equipa de tecnologia irá trabalhar as plataformas dos influenciadores, a equipa comercial também irá vender os influenciadores, as equipas de vídeo e social media também irão contribuir para este novo projecto, bem como as equipas actuais do Observador Lab e da MAGG Lab, que têm produtores de conteúdos e gestores de projectos. Ou seja, ao todo, teremos mais de 30 pessoas a contribuir para este novo projecto.
M&P Que investimento representa o lançamento deste projecto?
RMP: O investimento é praticamente zero, porque é uma ideia que assenta na utilização dos recursos humanos actuais do grupo. Ao envolvermos as pessoas do grupo Observador com as competências certas, conseguiremos gerar, não só mais receita, como mais e melhores conteúdos para as nossas plataformas e redes, e conseguiremos chegar editorial e comercialmente a públicos e investimentos onde não conseguíamos chegar.