Pegar num ponto fraco e dar-lhe a volta (com vídeo)
A campanha publicitária da Loewe ‘Decades of Confusion’ é a que Maria Vaz da Silva, diretora de arte júnior da Havas, gostava de ter feito e a ‘Take Turns’ para a Zippy foi a que mais gostou de fazer
Catarina Nunes
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Qual é a campanha que gostaria de ter feito e quais são as razões dessa escolha?
Há muitas, mas uma que vi recentemente é a campanha da Loewe ‘Decades of Confusion’. Para mim, esta campanha é genial. Pegaram num ponto fraco da marca – ninguém saber pronunciar o nome dela – e, com muita graça, deram-lhe a volta. Aproveitaram para mostrar a sua história e origem de forma subtil, desta vez sem erros na maneira de pronunciar a marca – simples e com impacto.
O que é que lhe chamou mais a atenção, o texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha? Porquê?
Olhando ao pormenor, disseram várias coisas sem ter de as dizer. O filme mostra ‘outfits’ icónicos da Loewe ao longo das décadas e mostra-nos que, como marca, acompanhou o passar dos anos e com esta campanha jovem e digital, continua a fazê-lo.
Esta campanha inspirou-a a nível criativo? Em quê e de que formas?
Acho que qualquer boa campanha nos inspira e mostra novas formas de pensar. Uma campanha que passa por entretenimento e atinge um objetivo concreto, sem as pessoas se aperceberem, é um ‘win-win’ na publicidade. Neste caso, as pessoas que viram a campanha ficaram a conhecer melhor a história da marca, as que não sabiam ficaram a saber que é uma marca espanhola e, se forem como eu, nunca mais vão pronunciar mal o nome – a base de qualquer marca. PS, para quem não viu, pronuncia-se Luévé.
Qual é a campanha que fez que mais a concretizou profissionalmente? Porquê?
No início de carreira esta é uma pergunta difícil, com um portefólio que ainda não brilha tanto como quero que brilhe, mas que já vai tendo umas luzinhas de que gosto muito. Tendo de escolher, escolho um projeto do concurso para o briefing aberto do CCP.
Trabalho na Havas, mas entrei no briefing aberto de forma independente nas horas livres, por acaso com a dupla com quem trabalho na Havas. ‘Take Turns’ foi a resposta ao desafio da Zippy que nos pedia para mostrar como a marca está ao lado das crianças e promove a sua autonomia. Nos concursos, acabamos por fazer coisas sem regras, sem medos e sem budgets. Batemos com a cabeça, mas aprendemos muito e, no fim deste projeto, senti-me realizada e contente com o resultado.
Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?
A Mariana, a minha grande dupla, e eu pegámos em cada buraquinho que tínhamos para pensar, deu muita luta e mais um bocadinho… Mas depois de juntar todas as ideias, boas e más, não sei bem como, chegámos à troca de papéis. A Zippy já fez o seu papel ao criar roupa fácil de vestir. Por isso, fomos falar com os pais para que deixassem as crianças fazer as coisas sozinhas.
Usámos o ‘packaging’ da Zippy como meio e enchemo-lo de jogos para os pais, com mensagens que apelam à tomada de decisões autónoma dos miúdos na altura de vestir. Ficámos em ‘shortlist’ e a campanha não foi usada, mas talvez venha a ser, quem sabe.
O que é que faz quando não tem ideias?
Um bom método para quando não tenho ideias é parar de as tentar ter. Gosto de ir chatear pessoas, um dos meus talentos, comer também é um bom plano de ação. Mas o cliché dos clichés é mesmo sair do sítio onde se está e ir ver coisas que não têm nada a ver. Resulta.
Ficha técnica de ‘Decades of Confusion’Agência: Equipa interna da marca |
Ficha técnica de ‘Take Turns’Cliente: Zippy (briefing aberto do CCP) |