PT50 é o novo jornal para profissionais do sistema financeiro
Fundado e dirigido por Cristina Dias Neves (na foto), o jornal digital gratuito tem o Novo Banco e o Millennium como os dois primeiros anunciantes. A Informa D&B é a parceira fundadora na área de conhecimento
Catarina Nunes
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Há um novo jornal digital diário direcionado para os profissionais do sistema financeiro, que se estreia a 14 de janeiro. O PT50 é lançado pela Target Media, nova editora de publicações digitais no segmento profissional, detida por Cristina Dias Neves, que assume também a direção do jornal cuja denominação remete para o IBAN português.
“Pensámos muito no nome, que é surpreendente para quem o ouve pela primeira vez, mas é óbvio para um jornal ligado ao setor financeiro. Percebemos que todos se lembravam do nome à primeira, que ficava no ouvido. O objetivo é precisamente sermos rigorosos e responsáveis, mas também relevantes e surpreendentes”, explica ao M&P Cristina Dias Neves.
No primeiro ano de atividade, o PT50 tem previsto um investimento no projeto de €150 mil, que engloba os recursos humanos e a criação da plataforma do jornal digital, da autoria do Duall Studio.
O jornal que acompanha os principais acontecimentos diários no setor financeiro, com o foco em produtos e serviços, negócios, pagamentos, mercados, talento, regulação, inovação, ‘fintech’ e ESG, nasce na sequência de Cristina Dias Neves ter detetado uma lacuna. “Há vários jornais e suplementos de economia e negócios, mas não há nenhum dedicado ao sistema financeiro, para profissionais”, argumenta.
O seu percurso profissional também contribui para a decisão. “Tendo trabalhado no banco Santander cerca de 20 anos como diretora de comunicação e de mecenato universitário e na Fundação Santander, e como jornalista na imprensa profissional, enquanto diretora do M&P, percebi que, com esta experiência combinada, o que faz mais sentido para mim, neste momento, é lançar um projeto com estas características”, explica a fundadora da Target Media e diretora do PT50.
Pioneira nas publicações digitais para profissionais
Por outro lado, “há várias editoras de publicações digitais, mas não há nenhuma nativa digital e direcionada para profissionais. A maioria da imprensa profissional ainda é em papel, que depois está associado a sites e ‘newsletters’, como a Workmedia [editora do M&P]”, salienta Cristina Dias Neves, avançando que tem uma parceria estratégica de partilha de conhecimento com a Workmedia, em que a ideia é que esta editora venha a ter uma participação no capital da Target Media.
Disponível no site JornalPT50.pt, a nova publicação não terá neste momento uma versão em papel, mas estão a ser pensados alguns produtos nesse formato. “Há sempre espaço para projetos inovadores de qualidade. Com tantos conteúdos a circular é importante que existam marcas em que os leitores possam confiar, para tomar decisões de forma sustentada”, considera Cristina Dias Neves.
Sobre a orientação editorial, a diretora do PT50 diz que quer que seja “pautada pelo rigor, a responsabilidade e a relevância”, abordando “de forma inteligente os principais temas de interesse para os decisores do mercado financeiro e das empresas” e garantindo “o acesso a informação pertinente, atualizada, precisa e imediata”. Com conteúdos transversais, “o jornal PT50 faz um ‘benchmark’ nacional e internacional, focando-se sobretudo nos temas que desafiam o setor financeiro e marcam a atualidade”.
Negócios (análises detalhadas e novidades do mercado, taxas Euribor e mercados bolsistas), comercial e marketing (atualizações e análises dos principais produtos e serviços financeiros), regulação e tendências (acompanhamento permanente das informações e tendências regulatórias e os impactos para o setor financeiro), inovação e ‘fintech’ (inovações tecnológicas e ‘startups’ que moldam o futuro), sustentabilidade (análise de práticas sustentáveis, governança corporativa e investimentos ESG) e talento (perfil e carreira dos principais decisores) são algumas das áreas abrangidas na cobertura editorial.
Numa primeira fase, para ter audiência garantida, o acesso é feito por subscrição gratuita, que dá acesso à ‘newsletter’ diária, enviada às 7h30, o que não inviabiliza que no futuro venha a ter conteúdos pagos. “A monetização do projeto assenta em parceiros comerciais, com o foco em publicidade ‘display’, ‘branded content’ e desenvolvimento de eventos e de outros formatos, que promovam o encontro de todo o ecossistema financeiro”, revela a diretora do PT50.
Anunciantes desde a banca até marcas de ‘lifestyle’
No arranque, o jornal conta com dois bancos anunciantes, o Novo Banco, que é o primeiro banco a investir, e o Millennium BCP. A Informa D&B, por seu lado, é a parceira fundadora na área de conhecimento, com informação e vários projetos como ‘rankings’ do setor, trazendo a capacidade analítica, não só em termos de conteúdos como também de negócio.
“Estamos a fechar parcerias comerciais com mais bancos, empresas de auditores, tecnologias de informação, pagamentos e até de ‘lifestyle’, uma vez que o ‘target’ tem um elevado poder de compra”, elenca Cristina Dias Neves.
A redação é composta por quatro jornalistas a tempo inteiro, incluindo a diretora, e a editora Sónia Santos Dias, ex-colaboradora do Jornal de Negócios e ex-editora da revista Interface Banca e Seguros.
A estes somam-se alguns colaboradores externos para textos mais técnicos ou dedicados a assuntos específicos, cronistas fixos (como o jornalista Filipe S. Fernandes, que escreverá mensalmente sobre grandes banqueiros), e a opinião de líderes da banca, ‘fintech’, intermediários de crédito e auditores.
“Faz sentido dar a conhecer a riqueza e a capacidade de inovação do ecossistema financeiro porque, nos últimos 20 anos, a banca mudou completamente com a digitalização dos serviços bancários, os bancos digitais, o ‘open banking’ e as novas formas de pagamento, por exemplo, e a nível nacional e internacional teve graves problemas com impacto na sua reputação”, destaca Cristina Dias Neves.
A diretora do PT50 alega ainda que a banca “agora, é muito mais forte e regulada, mas a perceção não é essa e a banca contínua com níveis reputacionais baixos. A imprensa que cobre a banca, por outro lado, também não mudou, não há jornais que acompanhem só esta área”.