SJ preocupado com futuro do Público
Estratégia de viabilização do Público deveria ter sido apresentada antes do final do ano, mas ainda não foi divulgada. “Não temos comentários a partilhar sobre o plano de reestruturação”, refere ao M&P Cristina Soares, administradora do jornal
Luis Batista Gonçalves
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A saída cerca de duas dezenas de trabalhadores, a maioria jornalistas, que acordaram deixar o Público ao abrigo do programa de rescisões proposto pela administração do jornal, está a preocupar o Sindicato dos Jornalistas (SJ).
“Apesar de este programa de rescisões no jornal Público ter sido voluntário, vemos na adesão expressiva que teve um grito de revolta e a expressão da vontade de abandono da profissão por parte de muitos jornalistas”, lamenta o SJ em comunicado de imprensa, expressando preocupação pela “degradação das condições de trabalho neste jornal, agravando a continuada perda de memória nas redações e fragilizando um título que completa 35 anos de existência em 2025”.
Segundo o SJ, as saídas são “justificadas por décadas de trabalho com condições deficientes e salários estagnados, uma perda contínua de poder de compra que se agravou nos últimos anos e levou jornalistas experientes e muito capazes à porta de saída”.
Noticiado em setembro, o plano de reestruturação do Público, desenhado na sequência de um estudo levado a cabo por uma equipa do Financial Times, deveria ter sido apresentado antes do final do ano, mas, até agora, ainda não foi divulgado. “Neste momento, não temos comentários a partilhar sobre o plano de reestruturação”, refere ao M&P Cristina Soares, administradora do jornal da Sonaecom.
A administração do Público lançou, no início de dezembro de 2024, um programa de rescisões voluntárias, com condições financeiras mais vantajosas do que as previstas na lei, que terminou a 6 de janeiro. A decisão faz parte da estratégia de revisão do plano estratégico para a viabilização do jornal, apresentado numa reunião geral a 28 de novembro.
“A administração do jornal justificou este processo com o objetivo de reduzir a despesa com remunerações, de forma a garantir a viabilidade económica do título, num contexto de redefinição do modelo de negócio dos média. A direção do SJ relembra que, por muitas mudanças tecnológicas que impactem os media, o jornalismo só se faz com jornalistas e que não é a descartar quem faz o trabalho que se consegue melhor trabalho e que o caminho deve ser do investimento, não de cortes”, salienta o documento.
Preocupado com o futuro do título, o SJ promete manter-se “atento e vigilante, pronto a denunciar e a agir se estas saídas forem colmatadas com recurso a estágios e contratos a termo, por forma a assegurar posições que correspondem a necessidades permanentes”.
“Não poderemos tolerar ainda que a saída de jornalistas signifique o aumento da carga de trabalho para lá do legal e razoável para quem fica, especialmente porque sabemos que as redações portuguesas estão praticamente todas bastante depauperadas. Este é mais um sinal de alerta numa classe que tem sido delapidada por sucessivos cortes, tantas vezes cegos, que fragilizam o jornalismo, os jornalistas e a sociedade portuguesa”, lamenta o SJ.