Meta e Amazon abandonam iniciativas de diversidade. Apple combate tendência
A Meta e a Amazon são as mais recentes empresas a afastar-se dos conceitos de diversidade, equidade e inclusão (DEI), depois da McDonald’s e do Publicis Groupe terem decidido seguir esse caminho. A Apple, por seu lado, rejeita as pressões de grupos conservadores

Daniel Monteiro Rahman
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A Meta e a Amazon estão a reduzir os investimentos nos programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), seguindo a tendência de empresas norte-americanas que estão a abandonar este tipo de iniciativas, noticia a BBC. A Apple, por outro lado, está a pedir aos acionistas que votem contra uma proposta para eliminar os programas de DEI da empresa, numa tentativa de contrariar a tendência levantada por grupos conservadores e pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca.
A mudança do clima político nos Estados Unidos está entre as principais causas alegadas para o surgimento desta tendência. No caso da Meta, a iniciativa é um seguimento das medidas que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, está a tomar após ter anunciado o fim de um programa de verificação de factos que era criticado por Donald Trump e por conservadores republicanos. Numa mensagem partilhada pelo The Wall Street Journal, Mark Zuckerberg revela que quer que Donald Trump conheça o “verdadeiro Mark” e que pretende tornar-se amigo do presidente eleito.
Num documento interno dirigido aos funcionários, a Meta justifica a decisão com “o cenário jurídico e político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão em mudança”, apontando para decisões recentes do Supremo Tribunal e para a visão negativa que algumas pessoas têm do conceito de DEI. A empresa está a pôr fim aos programas de formação sobre equidade e inclusão e a dissolver por completo a equipa dedicada à DEI. Além disto, a empresa vai encerrar os programas de diversidade com fornecedores.
A Amazon, por seu lado, quer continuar “empenhada em proporcionar experiências inclusivas”, mas que está a alterar a abordagem para se concentrar em programas com “resultados comprovados, depois de ter passado os últimos anos a avaliar a sua eficácia”. A Amazon retirou recentemente as secções ‘Equidade para as pessoas negras’ e ‘Direitos LGBTQ+’, da secção ‘As nossas posições’ na sua página na internet.
No caso da Apple, o grupo conservador National Center for Public Policy Research quer que o fabricante do iPhone ponha fim aos programas de DEI, por considerar que estes expõem as empresas a “riscos judiciais, de reputação e financeiros”. A proposta será votada na assembleia geral anual da Apple, a 25 de fevereiro.
O conselho de administração da Apple recomenda aos investidores, no entanto, que votem contra a proposta, argumentando que a empresa já dispõe dos procedimentos de conformidade adequados para fazer face a quaisquer riscos e que a proposta “procura restringir indevidamente a capacidade da Apple quanto à gestão das respetivas operações, colaboradores e equipas, bem como das suas estratégias empresariais”.
A maioria das grandes empresas norte-americanas continua a ter programas de DEI, mas a lista de empresas que têm abandonado as chamadas iniciativas ‘woke’ continua a aumentar. Recentemente, tanto a McDonald’s como o Publicis Groupe anunciaram cortes nos seus programas de DEI, justificando as decisões com questões legais e problemas de eficiência, respetivamente.