“IA na construção de marca é dos aspetos mais importantes para o turismo”
Em Portugal para participar na Boost 2025, a 17 de janeiro, Álvaro Meléndez (na foto), criativo e fundador da startup norte-americana Crant, fala em exclusivo ao M&P sobre como a IA pode ser uma ferramenta poderosa na estratégia e construção de marcas de turismo
Daniel Monteiro Rahman
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“O uso de inteligência artificial (IA) na construção de uma marca é um dos aspetos mais importantes e subestimados para o turismo”, declara ao M&P Álvaro Meléndez, criativo e fundador da startup Crant, sediada em Miami.
O criativo especialista em construção de marcas e ‘storytelling’ está em Portugal para participar no Boost 2025, evento a 17 de janeiro na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, que explora o impacto da IA no marketing e nos recursos humanos do setor do turismo.
Álvaro Meléndez, reconhecido em 2023 pela Provoke Media como um dos 25 principais inovadores das Américas, explica em entrevista ao M&P que “a IA no turismo é importante porque constitui uma nova oportunidade para as empresas construírem estratégias, narrativas e uma marca, bem como chegarem de forma mais eficiente aos consumidores, sem que seja necessário um investimento elevado, e é isso que vou demonstrar na conferência”.
O fundador da Crant avança que durante a apresentação no Boost 2025 irá fornecer ferramentas práticas e formas de implementar a IA na construção de marca e no turismo, que se adaptam a qualquer empresa, independentemente da dimensão ou nível de investimento.
Em relação ao panorama das marcas e do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant destaca O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, que o impressionou numa visita a Cascais. “Revela, ao longo dos anos, um ‘storytelling’ impressionante nas latas de sardinha, visuais circenses, muita criatividade e um conceito único e inesperado”, sendo “um exemplo perfeito de uma marca que pode ser expandida através da IA”, argumenta.
Segundo Álvaro Meléndez, esta expansão pode ser feita ao aproveitar o conceito, “que é atrativo”, e ao implementar a IA ao longo da jornada do consumidor. Por exemplo, ao ajudar o consumidor a conhecer os produtos e facilitar o processo de compra, ou ao criar experiências que ligam o artificial à realidade, “o consumidor já sabe o que esperar, já gostou do que viu e até já pode ter comprado o produto, mas continua a ter uma razão para ir à loja”.
“Quanto mais nos aproximarmos da IA e do digital, mais as experiências físicas serão importantes e valiosas. No entanto, é necessário que sejam experiências que valham a pena”, salienta Álvaro Meléndez.
Em termos do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant defende que o país enfrenta um problema de turismo em excesso, sobretudo em certas zonas e épocas do ano, em detrimento de outras. No entanto, Álvaro Meléndez considera que, através do marketing e da IA, é possível contornar esse problema.
“Atrações e negócios que previamente não teriam destaque no itinerário de um turista, porque não se encontram em zonas turísticas ou conhecidas, podem ser destacados através da IA e da construção da marca dessas mesmas zonas. É do interesse dessas localidades promoverem o potencial que não está a ser atingido”, argumenta.
Álvaro Meléndez destaca o exemplo do que Miami fez com o bairro de Wynwood. “A cidade tinha muitos turistas que queriam ir à praia e divertir-se, mas quase só existia esse tipo de turismo. Para dar a volta ao problema, nos últimos anos, toda a zona de Wynwood, que não fica na praia e é mais artística e cultural, foi expandida com uma estratégia de tecnologia e IA em mente, o que acabou por fornecer um equilíbrio turístico à cidade. Melhorando simultaneamente o crescimento das empresas e marcas nessas áreas menos turísticas”, argumenta.
Leia a entrevista completa na edição 973 do Meios&Publicidade, a 24 de janeiro