Supremo Tribunal mantém proibição do TikTok nos Estados Unidos
A tomada de posse de Donald Trump e o surgimento de um comprador nos próximos dias mantêm em aberto o destino da rede social, que está banida a partir de 19 de janeiro. Elon Musk estará ainda na corrida à compra. TikTok garante aos cerca de 7000 funcionários nos EUA que os empregos estão seguros
Daniel Monteiro Rahman
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O Supremo Tribunal dos Estados Unidos aprova a manutenção da lei que determina o bloqueio do TikTok no país, caso a rede social não seja vendida nos Estados Unidos até 19 de janeiro. A tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro, e o surgimento de um comprador nos próximos dias, no entanto, mantêm em aberto o destino do TikTok.
A sentença do tribunal rejeita a argumentação da empresa e dos utilizadores da plataforma que se constituíram como assistentes no processo. Embora reconhecendo que a rede social “oferece um meio de expressão distinto e alargado, de envolvimento e de comunidade”, o tribunal considera que há “preocupações bem fundamentadas para a segurança nacional”, que decorrem “das práticas de recolha de dados do TikTok e da sua relação com um adversário estrangeiro”.
Tudo indica que o TikTok será banido nos Estados Unidos a 19 de janeiro, caso não seja vendido, com a rede social a ser removida das lojas de aplicações indefinidamente. No entanto, a tomada de posse de Donald Trump, a 20 de Janeiro, mantém o futuro da plataforma no país incerto, sobretudo quando os conselheiros do presidente já estão a rever a lei para encontrar formas de adiar o prazo, talvez por 60 a 90 dias, de acordo com o The Wall Street Journal.
Embora a capacidade de Donald Trump de atrasar a proibição do TikTok esteja limitada pela lei, o novo presidente poderá prosseguir de qualquer maneira. A lei federal permite que Joe Biden estenda o prazo de venda de 19 de janeiro por mais 90 dias, caso se verifique um progresso significativo no sentido de uma venda. Donald Trump também pode anular a proibição, se a sua administração determinar, através de um “processo interagências”, que o TikTok já não está sob controlo chinês.
“O TikTok em si é uma plataforma fantástica”, refere Mike Waltz, novo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, à Fox News, acrescentando que “vamos encontrar uma forma de o preservar, mas também de proteger os dados das pessoas”. Karoline Leavitt, porta-voz da equipa responsável pela transição entre administrações, garante ao The Wall Street Journal que “o presidente Trump manifestou repetidamente o desejo de salvar o TikTok e não há negociador melhor do que Donald Trump”.
Segundo avança o The Wall Street Journal, o CEO do TikTok, Shou Chew, estará entre os convidados de Donald Trump no discurso de tomada de posse a 20 de janeiro. Shou Chew estará na companhia de outros líderes de tecnologia dos Estados Unidos que planeiam comparecer, incluindo Elon Musk, conselheiro multimilionário de Donald Trump, Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon, Sundar Pichai, diretor-executivo do Google, Tim Cook, diretor-executivo da Apple, Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, bem como Mark Zuckerberg, diretor-executivo da Meta, concorrente do TikTok.
Em termos da probabilidade de surgir uma venda, segundo a CNN, as autoridades chinesas estariam a ponderar a possibilidade de Elon Musk adquirir as operações norte-americanas do TikTok, caso a plataforma seja proibida nos Estados Unidos. No entanto, a ByteDance, empresa mãe do TikTok, nega essas informações, classificando-as de “pura ficção”. A situação complica-se porque, até agora, a ByteDance declara que o TikTok não está à venda, dificultando os esforços para evitar que seja banido nos Estados Unidos.
Enquanto os cerca de 7000 funcionários do TikTok aguardam o destino da rede social nos Estados Unidos, a empresa garante-lhes, num comunicado interno obtido pelo The Verge, que os respetivos empregos estão seguros, mesmo que a plataforma seja banida. No entanto, com a proibição a poucos dias de distância, os utilizadores norte-americanos da rede social estão à procura de plataformas alternativas que os ajudem a manter-se a par da cultura popular ou que forneçam o tipo de conteúdos que popularizaram a rede social a nível mundial. A alternativa mais popular é a plataforma RedNote, conhecida como Xiaohongshu na China, de onde a aplicação é originária.
De acordo com uma fonte desta plataforma chinesa, cerca de 700 mil novos utilizadores juntaram-se à RedNote em apenas dois dias, o que fez com que a rede social atingisse o primeiro lugar no ranking de aplicações transferidas da App Store nos Estados Unidos. A popularidade da plataforma está a ser impulsionada pela vasta quantidade de utilizadores norte-americanos que migraram para a RedNote à procura de uma alternativa ao TikTok.