Receitas e lucros da Apple aumentam. Vendas do iPhone continuam a descer
Tim Cook, CEO da Apple anuncia que “este é o melhor trimestre de sempre da Apple”, mas a queda contínua das vendas na Grande China e do iPhone levantam dúvidas sobre a capacidade da empresa em manter o atual ritmo de crescimento
Daniel Monteiro Rahman
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Entre outubro e dezembro de 2024, primeiro trimestre do ano fiscal de 2025 da Apple, as receitas totais de faturação da empresa tecnológica aumentam 4% face ao período homólogo, atingindo 124,3 mil milhões de dólares (€114,6 mil milhões). Os lucros ascendem a 36,33 mil milhões de dólares (€33,5 mil milhões), o que representa um crescimento de 7%.
“Hoje, a Apple está a anunciar o nosso melhor trimestre de sempre, com receitas de 124,3 mil milhões de dólares, mais 4% do que há um ano”, enfatiza no comunicado de apresentação de resultados Tim Cook, CEO da Apple, acrescentando que “estamos entusiasmados por termos apresentado aos nossos clientes a melhor seleção de produtos e serviços de sempre durante a época festiva”. A Apple tem, no entanto, dois problemas: a queda das vendas na Grande China e do iPhone, que historicamente tem sido o principal motor da empresa.
As vendas do iPhone totalizam 69,1 mil milhões de dólares (63,72 mil milhões de euros) nos últimos três meses de 2024, o que corresponde a um recuo de 0,8%, o que significa que as vendas do iPhone 16, equipado com recursos de inteligência artificial, não teve impacto junto dos consumidores. Tim Cook justifica a queda das vendas do iPhone com o facto de a Apple Intelligence não estar disponível em todos os mercados e de a empresa registar vendas significativas onde o Apple Intelligence está disponível e resultados mais fracos onde não está, incluindo na China.
Segundo o The Guardian, os acionistas da Apple têm manifestado preocupações com a diminuição das vendas na China, onde a empresa regista uma quebra de 11,1% nas receitas, que atingem os 18,5 mil milhões de dólares (17,06 mil milhões de euros), à medida que os concorrentes chineses consolidam as suas posições. O investimento em IA, nomeadamente no Apple Intelligence, é visto como um possível impulsionador para a recuperação, apesar de ainda incluir muitas falhas e de progredir mais lentamente do que o dos concorrentes diretos. No entanto, as dificuldades enfrentadas pela Apple levantam dúvidas sobre a sua capacidade de manter o atual ritmo de crescimento.
Tim Cook mantém-se confiante e durante uma audiconferência sobre os resultados do trimestre, assegura aos analistas que “a adoção da tecnologia de IA será inevitável” e que, “à medida que mais utilizadores a experimentarem, vai se tornar um elemento essencial na experiência do ecossistema Apple”.
Liderança e crescimento nas Américas
Nos restantes mercados, a Apple revela uma tendência de aumento na maioria das geografias, incluindo as Américas, que lideram as vendas com 52,65 mil milhões de dólares (48,61 mil milhões de euros), o que corresponde a um crescimento de 4,4%. A Europa regista um aumento de 11,4%, atingindo 33,86 mil milhões de dólares (31,25 mil milhões de euros), com o Japão e a região Ásia-Pacífico a subirem 15,7% e 1,3%, respetivamente.
O segmento de serviços da Apple, que inclui a App Store, a Apple Music, a Apple TV+, entre outros, tem uma receita recorde de 26,34 mil milhões de dólares (€24,32 mil milhões), o que corresponde a um crescimento de 14%. A Apple atribui esta evolução ao fortalecimento da App Store, da Apple Music e do AppleCare, que refletem o peso crescente das operações de serviços no modelo de negócio da empresa sediada em Cupertino, na Califórnia.
Ao contrário do iPhone, os computadores Mac e o iPad registam um desempenho positivo. A linha Mac cresce 15%, atingindo 8,99 mil milhões de dólares (€8,29 mil milhões), enquanto os tablets da marca aumentam 15,2% e geram receitas na ordem dos 8,08 mil milhões de dólares (€7,46 mil milhões). A Apple atribui o aumento das vendas do iPad às novas versões Pro e Air, lançadas no final de 2024.
A divisão de ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui Apple Watch, HomePod e AirPods, regista uma ligeira queda de 1,7%, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões), com a Apple a reforçar a aposta na integração destes dispositivos no ecossistema de saúde e bem-estar.
A divisão de dispositivos ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui o Apple Watch, o HomePod e os AirPods, entre outros, tem, por sua vez, uma queda de 1,7% nas receitas de faturação, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões). A redução nas vendas deste segmento está relacionada com o facto de os consumidores terem um maior incentivo para tirar o máximo partido possível dos seus dispositivos e com a satutação do mercado. Concorrentes como a Samsung e marcas chinesas têm lançado alternativas a preços mais acessíveis, o que pode estar a influenciar negativamente as vendas da Apple neste setor.