Novas oportunidades
Várias são as empresas portuguesas prestadoras de serviços que estão ou pensam vir a instalar-se em Angola.Desde consultoria em marketing até aos estudos de mercado, passando pela produção em comum […]
Filipe Pacheco
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Várias são as empresas portuguesas prestadoras de serviços que estão ou pensam vir a instalar-se em Angola.Desde consultoria em marketing até aos estudos de mercado, passando pela produção em comum têm o objectivo de diferenciar as marcas num mercado que, com o desenvolvimento da economia, promete ser, num futuro próximo, ainda mais concorrencial.
Ainda este ano, em Janeiro, o Centro Técnico de Produção (CTP), empresa da Brandia Central, decidiu alargar a actividade a Luanda, juntando-se aos escritórios a funcionar em Lisboa, Madrid e Barcelona. Esta central de produção faz o “acompanhamento e a materialização de projectos”, seja para agências, seja para clientes directos, na produção de filmes, de spots de televisão, de rádio ou até filmes de animação. Para o mercado angolano, Luís Neiva, director-geral da empresa, destacou dois colaboradores, que contam com o apoio da estrutura montada em Lisboa. “Temos os serviços centrais em Lisboa e reforçamos a equipa quando os projectos o justificam”, explica.
A empresa conta no portfólio com trabalhos para duas empresas do sector automóvel e três do sector da banca, cujos nomes, por terem sido trabalhos desenvolvidos para agências, Luís Neiva prefere não revelar. Para clientes directos, a empresa portuguesa envolveu-se em projectos com os casinos de Luanda e com a empresa angolana Transmad. A título de exemplo, o CTP pode “fazer um filme de animação em função do briefing e, depois, contratar locutores angolanos”. Ou ainda, “fazer o acompanhamento da produção de filmes com produtoras locais”. “No fundo, somos um broker de produção. Fazemos o interface entre os objectivos dos clientes e das agências”, sintetiza Luís Neiva, que prevê facturar um milhão de euros no mercado angolano até ao final do ano.
Mas é na área da consultoria em branding e gestão de marcas que parece existir um grande filão por explorar no mercado angolano. Essa é a convicção de Pedro Vaz, CEO da Bus Consulting, empresa que se estabeleceu em Angola em 2006, cujas operações são comandadas por Marta Vital e apoiadas por uma equipa de seis pessoas. Não se referindo às grandes empresas angolanas, Pedro Vaz considera que, nesta fase, o grande desafio que se coloca neste mercado é “fazer com que as empresas percebam como a comunicação as pode ajudar no seu negócio”. “É um mercado em que as marcas têm mais necessidades e, como tal, as empresas precisam de muito apoio e consultoria. Muitas empresas ainda não têm o seus departamentos de marketing estruturados. Nessa medida, há muita solicitação na área da consultoria”, garante.
Sem querer indicar os nomes dos clientes da Bus Consulting em Angola, Pedro Vaz aponta as angolanas Semba e a Executive Center como as grandes concorrentes da sua empresa. E quando analisa o estado do mercado, diz: “Os angolanos estão à procura de empresas locais, e é nesse sentido que estamos a trabalhar. O mercado quer empresas que queiram estar lá e não aquelas que apenas se deslocam a Angola para desenvolver projectos”, defende.
Quem esteve a desenvolver dois projectos, em 2004 e 2005, em Angola, foi a Motivação que, após um interregno de quatro anos, tem agora três encomendas de estudos para aquele mercado. À época, a empresa de estudos de mercado teve encomendas da Cromix, para testar, através de métodos quantitativos e qualitativos, quais os jogos da sorte que encaixavam no perfil dos angolanos, e para uma empresa de pagamento de serviços e de contas em redes de lojas. Segundo Maria José Paixão, directora-geral da Motivação, quando surgem as encomendas, os técnicos deslocam-se a Angola e, numa fase posterior, pedem apoio logístico ou subcontratam uma empresa. Noutros casos, quando se trata de estudos qualitativos, deslocam-se dois supervisores a Angola que, no terreno, fazem a formação dos entrevistadores. Depois do período em que a empresa não esteve envolvida em projectos angolanos, a meta, é agora, criar uma estrutura no país. “O nosso objectivo é voltar a aceitar estudos em Angola e, neste momento, também estamos a tentar arranjar um parceiro locar na área da consultoria. Se tudo correr como esperado, numa fase inicial, teremos uma das três directoras e um técnico em permanência em Angola, pois o nosso objectivo é formar quadros locais”, elucida. A finalizar, Maria José Paixão explica os motivos que acabaram por retardar a entrada da empresa naquele território: “Nunca publicitamos a nossa estada em Angola. Além disso, é muito difícil trabalhar lá, porque, não havendo dados como cá sobre a população, é muito difícil construir uma amostra. Mas esta é a altura para avançar”.
Como funciona a compra de espaço
Em Angola, desde a rádio à imprensa, assiste-se a um florescimento dos meios de comunicação social. Contudo, a realidade, ao nível da compra de espaço publicitário, é semelhante àquela que se vivia em Portugal antes da década de 90. Ou seja, “as agências de meios não existem”. Existem, isso sim, “agências de publicidade de serviço completo que fazem a criatividade, compram o espaço e distribuem pelos meios”, testemunha Jorge Fonseca Ferreira, CEO da Marktest.
É o caso da angolana Back que tem, neste momento, um protocolo com a Tempo OMD, para fornecer à agência portuguesa informação sobre o mercado angolano, já que as duas empresas trabalham para a Super Bock. Carlos Cardim, director-geral da Back diz que, com a proliferação da imprensa, da rádio e o nascimento de uma televisão, “a maioria dos investimentos estão a ser canalizados para esses meios”. E refere que em relação ao planeamento de media, além dos estudos de mercado, a que a sua agência recorre, é também necessária uma observação directa do mercado. “É preciso saber como as pessoas vivem e como reagem às marcas.”