Falta de dados impede agências criativas de terem campanhas digitais mais sustentáveis
Das 13 empresas incluídas no estudo, destacam-se três grupos de comunicação e publicidade com operações em Portugal, o GroupM, a Dentsu e o Omnicom Media Group

Daniel Monteiro Rahman
Tox’Inn muda para Bloomer e adota nova assinatura
Bauer Media Group adquire Clear Channel por €577,8 milhões
Ronald Acuña Jr. promove roupa interior da Nike
Meta vai vender espaço publicitário a agências de meios para posterior revenda
Trump diz que TikTok será vendido nos Estados Unidos antes de 5 de abril
Teresa Abecasis Burnay na presidência da Auto Regulação Publicitária
Nuno Markl divulga plano de saúde visual da MultiOpticas
Pombos-correio no marketing? Essa é a proposta da E-goi
AutoSport e AutoMais vendidos a José Caetano
Audiências semanais: TVI está de regresso à liderança
A falta de dados exatos para mapear as emissões associadas à publicidade digital é o principal desafio que as agências criativas têm de enfrentar, para tornarem as suas campanhas de publicidade digital mais sustentáveis, revela Dimitris Beis, analista de dados e gestor de sustentabilidade do Interactive Advertising Bureau (IAB) Europe, a propósito do estudo Mapeamento de Soluções de Estimativa de Gases de Efeito de Estufa na Publicidade Digital.
Os dados aos quais o responsável da associação europeia para o setor do marketing e da publicidade digital se refere dizem respeito a informações sobre viagens, uso de energia, transporte de equipamentos e materiais, entre outros aspetos associados à produção de publicidade digital. Sem esses dados, salienta Dimitris Beis, “torna-se difícil calcular com precisão o impacto ambiental de uma campanha e estabelecer metas de redução adequadas”.
O principal problema é a ausência de dados. “Assim que a indústria estiver alinhada na forma de quantificação da pegada de carbono, o objetivo das empresas deverá ser reduzi-la, descarbonizando as operações e trabalhando com parceiros mais eficientes ambientalmente”, refere ainda o analista.
Das 13 empresas incluídas no estudo, destacam-se três grupos com operações em Portugal, o GroupM, a Dentsu e o Omnicom Media Group, que detêm ferramentas de estimativa da pegada de gases de efeito de estufa, que são disponibilizadas às agências criativas do grupo a nível internacional, mas não em Portugal.
Ana Mendes, diretora-geral do Omnicom Media Group, revela que “em Portugal estamos a dar os primeiros passos e, neste estágio, a responsabilidade da sua utilização ficará a cargo das equipas das três agências, OMD, PHD e Hearts&Science, não estando perspetivada, no imediato, a criação de uma unidade dedicada”.
A diretora-geral do Omnicom Media Group salienta ainda a existência de parcerias externas para o desenvolvimento e integração da metodologia de cálculo da aplicação Carbon Calculator no sistema operativo do grupo “Tem custos associados pelo que a estratégia local adotada é a de utilizar a experiência da network com clientes internacionais que já adotaram e valorizam estes serviços noutros mercados, e onde a sustentabilidade na área do marketing e comunicação assume já dinâmicas muito fortes”, explica Ana Mendes. Contactados pelo M&P, o GroupM e a Dentsu escusaram-se a prestar declarações sobre este tema.
O estudo salienta a necessidade de transparência e de uma relação mais próxima entre as agências criativas e os fornecedores de tecnologia e dados, para a redução da pegada de carbono e das emissões de gases de efeito de estufa. Estas emissões resultam do consumo de eletricidade, dos voos de avião, do alojamento, dos cenários, dos materiais e dos desperdícios, bem como outras fontes de emissão relevantes. Só a programação de conteúdos digitais é responsável por 215 mil toneladas de emissões de carbono por mês, nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Austrália.