Editora do The Economist sob pressão devido a laços com empresas de tabaco
Em causa estão as marcas da Philip Morris International, Japan Tobacco International e British American Tobacco que têm contratos multimilionários com o The Economist Group, que cria uma cobertura editorial paga, que normalmente apresenta um ângulo favorável ao tabaco

Daniel Monteiro Rahman
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A pressão sobre a editora da publicação britânica The Economist está a aumentar, depois de vários especialistas do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS na sigla inglesa) e especialistas internacionais em saúde se terem recusado a participar em diversas conferências de saúde da Economist Impact, empresa de parcerias e eventos do The Economist Group, devido aos laços comerciais que tem com as três maiores empresas tabaqueiras do mundo, noticia o The Guardian.
A situação ocorre após uma investigação realizada pelo The Guardian, que revela que o The Economist Group tem ligações comerciais com a Philip Morris International, a Japan Tobacco International e a British American Tobacco. O The Guardian revela que a Economist Impact, que organizou 136 eventos no seu último ano fiscal, tinha sido forçada a cancelar à última hora uma conferência mundial sobre o cancro, em Bruxelas, após uma reação negativa dos oradores e dos participantes.
Agora, o futuro de mais duas conferências que deviam ter lugar em Londres também está em risco. A conferência ‘Future of Health Europe’ tinha prevista a presença de mais de 100 oradores e mais de 550 participantes, enquanto a cimeira ‘AI in Health’ previa cerca de 60 oradores e mais de 300 participantes.
As três empresas de tabaco, que detêm algumas das marcas de cigarros mais populares do mundo, incluindo Marlboro, Benson & Hedges, Dunhill e Pall Mall, têm contratos multimilionários com a Economist Impact. A empresa cria uma cobertura editorial paga, que normalmente apresenta um ângulo favorável ao tabaco, mas é separada e independente do trabalho jornalístico do The Economist. Também organiza eventos e conferências patrocinados.
“Estamos em diálogo ativo com os nossos parceiros no domínio da saúde para determinar como podemos continuar a organizar eventos que provaram ser valiosos para as principais organizações e especialistas mundiais no setor da saúde”, sustenta um porta-voz do The Economist Group.
“Na Economist Impact, o nosso trabalho com os patrocinadores é regulado por diretrizes que salvaguardam a independência, a qualidade e a integridade dos nossos eventos. Temos uma política de longa data de não aceitar o patrocínio de empresas de tabaco para o trabalho ou eventos relacionados com a saúde da Economist Impact, incluindo a conferência ‘Future of Health’ e a cimeira ‘AI Health'”, acrescenta o responsável.