Julgamento sobre tecnologia publicitária da Google decidido em novembro
As propostas de sanções a aplicar foram recebidas a 8 de outubro e podem ir desde a restrição da possibilidade de estabelecer acordos exclusivos de pesquisa até à dissolução forçada da empresa. A Google está ainda sob pressão de empresas como TikTok, Perplexity AI, Amazon e Epic Games

Daniel Monteiro Rahman
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O julgamento da Google nos Estados Unidos, relativo ao domínio da empresa no mercado da tecnologia publicitária, deverá ficar decidido até final de novembro, noticia o Digiday. Leonie Brinkema, juíza federal do distrito de Virginia e responsável pelo caso, terá ouvido os argumentos finais na semana de 30 de setembro.
Durante o processo instaurado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Google tentou fazer valer vários argumentos fundamentais. Por um lado, o mercado de anúncios digitais é mais competitivo, com mais concorrentes, do que os indicados no argumento do Governo. Por outro, as decisões comerciais da Google, nomeadamente a forma como gere a sua plataforma de anúncios e as licitações de anúncios na internet, são adequadas porque as empresas não têm de desenvolver produtos que se adaptem aos concorrentes.
A Google também tentou provar pontos técnicos que podem ser cruciais para o caso, designadamente que o mercado de anúncios online tem duas faces, com compradores e vendedores, o que significa que não seria suficiente para o Governo provar que os editores foram prejudicados por quaisquer táticas da Google. O Governo teria de provar que a outra parte do mercado, os anunciantes, também foram prejudicados, o que constitui uma parte menos preponderante do argumento do Governo.
Se a Google perder, é provável que haja um recurso antes de serem apresentadas quaisquer soluções, no entanto, a empresa de tecnologia liderada por Sundar Pichai poderá ser forçada a cindir o Google Ad Manager, tendo de criar uma empresa autónoma que os editores possam utilizar para resolver as atuais exigências da tecnologia publicitária.
Amit Mehta, juiz federal que classificou a Google como monopolista no final de outro julgamento sobre o império de pesquisa da Google, concluído em agosto, recebeu a 8 de outubro a proposta do Departamento de Justiça para as sanções a aplicar no caso, segundo avança o Financial Times. Estas podem ir desde a restrição da possibilidade de estabelecer acordos exclusivos de pesquisa até à dissolução forçada da empresa. Está prevista para abril de 2025 uma audiência sobre o processo e Amit Mehta pretende tomar uma decisão até agosto de 2025.
Concorrentes pressionam Google
No setor da publicidade de pesquisa, o TikTok começou recentemente a permitir que as marcas direcionem anúncios com base nas consultas de pesquisa dos utilizadores, o que constitui um desafio direto ao principal negócio da Google. A Perplexity, uma startup de pesquisa por inteligência artificial (IA), também planeia introduzir anúncios no final deste mês sob as suas respostas geradas por IA. Estas iniciativas aumentam ainda mais a pressão exercida sobre a Google pela ascensão da Amazon.com, que tem conquistado uma parte das despesas com anúncios de pesquisa, de acordo com o The Wall Street Journal.
A Google foi ainda condenada a disponibilizar abertamente o sistema operativo Android aos concorrentes, na sequência de um processo judicial bem sucedido por parte da Epic Games, criadora do videojogo Fortnite. A ação permite aos concorrentes da Google criarem os seus próprios mercados de aplicações e sistemas de pagamento digitais para competir com a Google Play Store, no mais recente golpe sofrido pela empresa norte-americana de tecnologia, segundo o Financial Times.