Trabalhadores da TiN querem reunir com credores para discutir propostas de venda
“Pedimos também ao administrador judicial para dar prioridade à análise de propostas de venda de revistas que incluam os trabalhadores”, revela ao M&P Carolina Almeida, representante da comissão de trabalhadores da Trust in News
Luis Batista Gonçalves
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Os trabalhadores da Trust in News (TiN) querem reunir com a comissão de credores, constituída por representantes do Instituto da Segurança Social, da Autoridade Tributária, da Impresa Publishing e do Novobanco, para discutir propostas de venda, antes da assembleia de credores agendada para dia 29.
“Pedimos também ao administrador judicial para dar prioridade à análise de propostas de venda de revistas que incluam os trabalhadores. Há propostas, não sabemos ao certo quais nem de que valores, mas sabemos que há interesse e que têm havido contactos”, revela ao M&P Carolina Almeida, representante da comissão de trabalhadores da TiN.
Reunidos em plenário com André Correia Pais, administrador de insolvência da empresa, cerca de 100 funcionários do grupo de media manifestaram a intenção de reunir rapidamente com a comissão de credores, que ainda não está formalmente constituída. “Até ontem à tarde, quando reunimos, ainda não tinha sido designado o representante da Segurança Social”, refere Carolina Almeida.
A intenção é, à semelhança do que já fizeram com o administrador de insolvência, pressionarem os credores para valorização de soluções de viabilização que salvaguardem o futuro dos 130 trabalhadores da TiN, numa altura em que a possibilidade de se avançarem com rescisões antes da assembleia de credores decisiva continua em cima da mesa.
Até dia 29, existe também a possibilidade dos salários de dezembro serem parcialmente pagos, informou André Correia Pais. Mesmo sem receberem, os trabalhadores dos 17 títulos da TiN prometem não baixar os braços, mantendo a empresa a laborar com normalidade.
“Neste momento, só nos resta trabalhar, para o grupo estar o mais saudável possível financeiramente quando for a assembleia de credores. As nossas hipóteses de sobrevivência dependem disso. Na nossa opinião, a venda de revistas será sempre uma parte da solução para a TiN, pelo que os investidores que estão realmente interessados nos títulos devem avançar agora. Após o encerramento, as marcas podem ser leiloadas a preços mais baixos, mas haverá uma destruição de valor que também lhes será prejudicial”, alerta Rui da Rocha Ferreira, outro dos representantes dos trabalhadores ouvidos pelo M&P.
Fundada pelo empresário Luís Delgado em 2017, a TiN detém órgãos de comunicação social como a Visão, a Exame, a Caras, a TV Mais, a Telenovelas, a Activa, o Holofote e a Prima. Declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, a 4 de dezembro, na sequência da reprovação do PER [Processo Especial de Revitalização], apresentado em maio, está dependente da assembleia de credores agendada para 29 de janeiro.