Marcas de bebidas alcoólicas dependem de uma minoria de consumidores
Apenas 3,6% dos consumidores europeus com menos de 34 anos ingerem álcool diariamente. Com as novas gerações a privilegiarem outro tipo de bebidas, os fabricantes de bebidas alcoólicas têm de diversificar o portefólio, aponta uma análise do WARC
Luis Batista Gonçalves
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A redução do consumo de álcool na Europa e nos Estados Unidos está a pressionar as marcas. De acordo com um estudo da União Europeia, só 3,6% dos consumidores europeus entre os 18 e os 34 anos é que ingerem álcool diariamente. Na faixa etária entre os 35 e os 54 anos, a percentagem sobe para 13,3%. No grupo etário entre os 55 e os 74 anos, o valor chega aos 27,4%.
Apesar de ingerirem, em média, cerca de 9,2 litros de bebidas alcoólicas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria dos consumidores europeus tem mais de 35 anos. Com as novas gerações a privilegiarem outros tipos de bebidas, os fabricantes de bebidas alcoólicas vão ser forçados a diversificar o portefólio, apostando em bebidas com menor teor alcoólico, defende uma análise do World Advertising Research Center (WARC).
Um estudo da empresa de análise de dados IWSR, citada no documento do WARC, confirma que a opção por bebidas com menor teor alcoólico está a ganhar força entre as novas gerações de consumidores, sobretudo no mercado da cerveja, prevendo que a categoria terá uma taxa de crescimento anual composta de 6%, entre 2023 e 2027.
“Uma minoria de consumidores de álcool é, atualmente, responsável por uma proporção significativa das vendas de álcool, na Europa e nos Estados Unidos. Numa perspetiva estratégica, isto significa que as marcas de álcool dependem cada vez mais de grandes compradores, uma realidade que pressiona as marcas a diversificarem-se, para atraírem novos consumidores”, sublinha a análise do WARC.
A crescente consciencialização para os malefícios da ingestão excessiva de álcool para a saúde tem vindo a afastar os consumidores das novas gerações, essenciais para o crescimento das marcas. O vinho e a cerveja têm sido as bebidas mais afetadas, tal como o champanhe, que viu as vendas caírem 9,2% em 2024.
“Além de diversificarem o portefólio, as marcas têm em mãos a missão de comunicar valor e qualidade, para alargarem o mix de público, procurando chegar aos consumidores que bebem com moderação ou que ainda não consomem álcool, em vez de dirigirem as mensagens para os maiores consumidores, para não desperdiçarem recursos”, recomenda a análise do WARC.