Como a covid-19 impulsionou a inovação nas indústrias de consumo e levou os colaboradores a querer um “terceiro espaço”
A pandemia da covid-19 levou as empresas dos sectores de retalho, bens de consumo e turismo a reinventar produtos e serviços, indica um estudo global da Accenture. Depois de um […]
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A pandemia da covid-19 levou as empresas dos sectores de retalho, bens de consumo e turismo a reinventar produtos e serviços, indica um estudo global da Accenture.
Depois de um ano de confinamento, 95 por cento dos inquiridos no estudo da Accenture indicaram que fizeram pelo menos uma mudança, que acreditam ser permanente, no seu estilo de vida. Trabalhar em casa, mudanças nos padrões de viagens e o desejo crescente de comprar localmente, estão a desafiar as indústrias a repensar a fundo a relação com o consumidor adaptado à pandemia.
A covid-19 forçou uma transformação sob pressão, com as empresas a renovarem-se em várias frentes simultaneamente, e a requalificarem colaboradores no que antes seriam programas passo a passo de longo prazo. Muitas empresas que trabalham nas indústrias de consumo reorganizaram os seus negócios na cloud, lidaram com as pressões dos custo e continuaram a construir resiliência e segurança, e ajustaram a infraestrutura para permitir inovação e um posicionamento de sucesso para o futuro.
A pandemia forçou uma mudança rápida junto dos colaboradores que agora trabalham em casa, com muitos a expressarem que, no futuro, desejam flexibilidade na forma e no local de trabalho. Mais de três quartos (79 por cento) dos entrevistados disseram que gostariam de trabalhar ocasionalmente num ‘terceiro espaço’ – um local diferente da sua casa e do seu local de trabalho – e mais de metade disse que estaria disposto a pagar até cerca de 80 euros por mês, do seu próprio bolso, para trabalhar num café, bar, hotel ou retalhista com um espaço próprio para o efeito. Este facto destaca uma potencial oportunidade de aumentar a receita dos setores do turismo e retalho.
O desejo de trabalhar a partir de um ‘terceiro espaço’ é acompanhado por uma mudança de atitude em relação às viagens de negócios. Metade (46 por cento) dos entrevistados afirma não ter planos de viagens de negócios após a pandemia ou pretender cortar a anterior frequência de viagens de negócios para metade. Ainda não se sabe durante quanto tempo esta visão se manterá, mas as perspetivas atuais indicam que o regresso às viagens será retomado, principalmente, no mercado de lazer, fazendo com que o setor se adapte e se torne ainda mais eficiente para compensar os lucros perdidos.
O estudo defende que o aumento significativo no e-commerce, provavelmente, irá manter-se ou acelerará ainda mais. Por exemplo, a proporção de compras online de produtos como comida, decoração, moda e artigos de luxo, feitas por pessoas que antes eram utilizadores pouco frequentes de e-commerce – que se definem como aqueles que, antes da pandemia, usavam o online para menos de 25 por cento das suas compras – aumentou 343 por cento desde o início da mesma.
Jill Standish, senior managing director e head of global retail industry da Accenture afirma que: “Os principais retalhistas foram rápidos a adaptar-se ao crescimento do e-commerce e estão a usar a tecnologia para servir os seus clientes de novas formas. Muitos adoptaram tecnologias disruptivas, como realidade aumentada, para recriar a experiência em loja e ajudar os compradores a visualizar melhor uma sala de móveis ou uma peça de roupa, enquanto outros transformaram lojas fechadas em centros de abastecimento, agora equipados com tecnologias de picking and packing. Mesmo num mundo pós-pandemia, para que estejam bem posicionadas para impulsionar o crescimento, as empresas, precisarão de satisfazer a vontade dos consumidores de fazer compras online ao proporcionar-lhes entregas rápidas, e também, de serem mais afirmativas nos investimentos que farão nos seus colaboradores, cadeias de abastecimento, lojas físicas e canais digitais.”