Inquérito Nacional: As diferenças de consumo entre televisão e rádio em Portugal
A proporção de portugueses que veem diariamente televisão (90 por cento) é mais do dobro da que diariamente ouve rádio (40 por cento) ou se liga à internet (41 por cento).
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A proporção de portugueses que veem diariamente televisão (90 por cento) é mais do dobro da que diariamente ouve rádio (40 por cento) ou se liga à internet (41 por cento).
De acordo com o Inquérito Às Práticas Culturais dos Portugueses 2020, realizado pelo Instituto de Ciências Sociais, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, os mais expostos à televisão são os idosos (65 ou mais anos) e os inquiridos de rendimentos mais baixos, em claro contraste com os mais jovens (15 a 34 anos), os mais instruídos e os de mais elevados rendimentos.
Os programas de televisão habitualmente mais vistos são as notícias, reportagens e informação (81 por cento), filmes (57 por cento), séries (43 por cento), telenovelas (40 por cento), documentários (36 por cento) e programas desportivos (33 por cento).
Se são raros os casos de inquiridos que visionam com pouca ou nenhuma frequência televisão, 36 por cento apontam que nunca ouvem conteúdos radiofónicos. “Os inquiridos apontam que visionam, em média, mais horas de televisão durante o fim de semana do que durante um dia de semana típico. Quanto à rádio, a tendência inverte-se: os respondentes passam, em média, menos horas a ouvir rádio durante o fim de semana do que num típico dia de semana. É o segmento da população com menos rendimentos e com mais idade que passa, em média, mais tempo frente ao ecrã da televisão, 5 horas, em média, durante o fim de semana e 4 horas durante um dia de semana típico. Pelo contrário, são os indivíduos mais novos, mais instruídos e com maiores rendimentos que, tendencialmente, passam menos tempo à frente do ecrã da televisão, no fim de semana e durante a semana. Praticamente toda a população usa o aparelho de televisão como o principal meio de visionamento de conteúdos televisivos e só uma ínfima minoria aponta o computador ou tablet ou o telemóvel como dispositivos preferenciais para consumo televisivo”, destacam as conclusões do estudo.
Entre os ouvintes de rádio, 66 por cento usam o rádio do carro, acima da proporção de respondentes que aponta o aparelho de rádio tradicional como um dos seus principais meios de audição (41 por cento), e bem acima da fração que indica o telemóvel (8 por cento) ou o computador ou tablet (4 por cento). Os que costumam ouvir rádio mostram preferência por programas noticiosos e de informação (59 por cento), e música popular (50 por cento), com preferência menor por outros programas de música (36 por cento), e tertúlias (exemplo: programas da manhã, com 28 por cento).
O inquérito decorreu entre os dias 12 de setembro e 28 de dezembro de 2020, tendo sido recolhidas duas mil entrevistas.