Uso de IA leva a abertura de inquérito a anúncio da Volkswagem (com vídeo)
Para comemorar os 70 anos de presença no país, a Volkswagen Brasil encomendou à AlmapBBDO, agência publicitária sediada em São Paulo, um anúncio que recorre à inteligência artificial (IA) para […]
Luis Batista Gonçalves
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Para comemorar os 70 anos de presença no país, a Volkswagen Brasil encomendou à AlmapBBDO, agência publicitária sediada em São Paulo, um anúncio que recorre à inteligência artificial (IA) para simular o reencontro entre uma das maiores cantoras da história da música brasileira, Elis Regina, que morreu há 41 anos, com a filha Maria Rita, cantora, compositora e produtora musical que herdou o talento e o sucesso da progenitora.
Com recurso a ferramentas digitais, a uma tecnologia de redes neurais artificiais e a uma dupla, foi possível recriar a imagem de Elis Regina e a interação perfeita com a filha. A voz original da cantora também foi usada. A estreia do anúncio, no início da passada semana, apanhou muitas pessoas de surpresa e rapidamente gerou muitas críticas.
As queixas levaram o advogado Gabriel de Britto Silva a exigir a suspensão imediata do anúncio “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, aproveitando para reivindicar “a limitação do uso da IA em publicidade e o estabelecimento de diretrizes para o seu uso”.
“A emoção veio na mesma proporção do desconforto. Tal facto permite-nos fazer reflexões sobre questões de natureza ética, já que estamos diante de uma pessoa falecida que não pode contestar o uso da própria imagem. Não se sabe sequer se, se viva fosse, a Elis autorizaria essa utilização, ainda mais para um fabricante de automóveis e para fins estritamente comerciais”, alega Gabriel de Britto.
Nas últimas horas, o Conar (Conselho Nacional Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária), anunciou a abertura de um processo de averiguação.
Além da discussão ética que envolve a utilização da tecnologia e da IA para fazer reviver uma pessoa morta, “questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes”, justifica o organismo brasileiro. O resultado do inquérito deverá ser conhecido no prazo máximo de 45 dias.