Mundial de Futebol Feminino: Marcas recorrem à IA e à realidade aumentada para atrair (mais) adeptos
À semelhança do que tinha acontecido durante a versão masculina no Catar, a última edição do Campeonato Mundial de Futebol Feminino da FIFA, que terminou ontem, dia 20 de agosto, […]
Luis Batista Gonçalves
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À semelhança do que tinha acontecido durante a versão masculina no Catar, a última edição do Campeonato Mundial de Futebol Feminino da FIFA, que terminou ontem, dia 20 de agosto, com a vitória da seleção espanhola, voltou a ser um laboratório experimental para marcas, anunciantes e patrocinadores do evento.
Além da inteligência artificial (IA), a realidade aumentada, o metaverso e as correntes de blocos (blockchain) voltaram a ser usados para surpreender os espetadores da prova durante os jogos e os intervalos comerciais, mas também nas redes sociais foi grande o impacto das ações dos marketeers envolvidos.
Um dos exemplos mais virais foi a campanha que a empresa de telecomunicações francesa Orange desenvolveu para promover a equipa gaulesa. Orquestrada pela Publicis, incluiu um deepfake, criado com IA, para alertar para o problema do sexismo no futebol. Com recurso a um algoritmo, os criativos manipularam imagens de rostos e geraram movimentos, simulando conversas e situações que nunca aconteceram.
A campanha “Cheer and a half”, da Cadbury, também incorporou a IA no seu desenvolvimento. A Ogilvy e a empresa chocolateira recorreram a essa tecnologia para que os adeptos pudessem criar pósteres das suas atletas favoritas e/ou fazer upload das suas próprias fotografias para gerarem imagens desportivas deles próprios. Muitas delas foram partilhadas nas redes sociais.
Tecnologias mais moderadoras
A IA também foi usada pela própria FIFA e por alguns dos patrocinadores que com ela estabeleceram parcerias, como é o caso da Futureverse. Especializada em metaverso e IA, esta empresa criou um jogo para telemóveis que permitia aos utilizadores criarem futebolistas virtuais que, depois, competiam virtualmente com os originados por outros adeptos. Uma semana antes de o campeonato terminar, já tinha sido descarregado 250 mil vezes.
A FIFA também recorreu à IA para agilizar a moderação de conteúdos, introduzindo novos mecanismos de bloqueio de publicações abusivas. No Catar, a tecnologia usada já tinha permitido a análise de 20 milhões de posts. Durante o torneio masculino, foram bloqueadas 20 mil partilhas. Os números referentes à prova feminina ainda não foram revelados.
O impacto da realidade aumentada
A tecnologia de realidade aumentada também esteve na mira dos marketeers. O Snapchat aproveitou a prova desportiva para dar a conhecer alguns dos novos recursos disponíveis no mercado, permitindo aos adeptos experimentar as camisolas oficiais das suas seleções preferidas. A Snap também se associou à seleção feminina dos EUA para transformar as jogadoras em avatares da Bitmoji.
A disponibilização de informações sobre as futebolistas em direto e a integração de dados em tempo real durante as partidas também estão mais evoluídas. O Arcadia Creative Studio e a startup Togethxr, cofundada pela futebolista norte-americana Alex Morgan, também recorreram a esta tecnologia para dinamizar ações de promoção da diversidade e da igualdade desportiva.
A prova de vida das correntes de blocos
Apesar de terem vindo a perder peso, as empresas que recorrem à tecnologia blockchain ainda conseguiram dar um ar da sua graça neste campeonato do mundo. A Matchday, uma empresa de jogos apoiada por Lionel Messi, que recorre a correntes de blocos de informações que se interligam num sistema de criptografia para desenvolver os seus produtos, foi um dos patrocinadores oficiais do Campeonato Mundial de Futebol Feminino da FIFA.
A empresa espanhola criou um desafio, o Matchday Challenge, que oferecia cartões das jogadoras ao quem acertasse nas respostas às perguntas de um quiz virtual. Embora a prova feminina ainda não atraia tantas marcas e empresas tecnológicas como a masculina, a margem de progressão é (muito) grande, com os analistas a antecipar um maior uso de dados em nuvem e até de soluções de CRM já na próxima edição.