Fernando Mendes apresenta “O preço certo” há 20 anos. “Eram para ser só três meses”
A 29 de setembro de 2003, estreava na RTP1 a quarta versão nacional do popular concurso “O preço certo”. Entre 1990 e 1992, tinha sido apresentado por Carlos Cruz, com […]
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A 29 de setembro de 2003, estreava na RTP1 a quarta versão nacional do popular concurso “O preço certo”. Entre 1990 e 1992, tinha sido apresentado por Carlos Cruz, com voz-off de António Macedo. Na reta final de 1992 e em 1993, foi conduzido por Nicolau Breyner. Em 2002, o programa regressou com um novo nome, “O preço certo em euros”. Apresentado por Jorge Gabriel, tinha a voz-off de Miguel Vital, que se mantém no formato até aos dias de hoje.
Um ano depois, o ator e humorista Fernando Mendes assumia a liderança do concurso, ainda que numa fase inicial um pouco contrariado, uma vez que apresentar “O preço certo” estava longe de ser uma das suas ambições, como confidenciou em declarações ao Meios & Publicidade. “Nunca pensei que o programa durasse tanto tempo. Eu fui convidado para o apresentar durante três meses e nunca pensei que fosse capaz de o fazer”, assume o artista.
“Na altura, fiz um casting, que era uma coisa que eu nunca tinha feito na vida. Fui numa de descontração, mesmo para não ser selecionado, mas fui escolhido”, recorda. “Na altura, avisei logo que não sabia fazer aquilo. Não era, nem queria, ser apresentador. Mas aquilo depois foi para o ar e, logo no primeiro dia, começou a correr bem. As audiências foram boas e estou há 20 anos naquilo. E o mais giro é que adoro fazer aquilo”, confidencia, entusiasmado.
“Ainda não me sinto cansado”
Sem experiência na apresentação, Fernando Mendes recorreu à atividade teatral que foi desenvolvendo ao longo da já vasta carreira para modelar o concurso à sua imagem. “Eu sou ator. Não sou apresentador nem quero ser. Na altura, percebi que aquilo, apesar de ser um programa de televisão, tinha pessoas a assistir e, como no teatro também estava habituado a ter e a interagir com um público, dei a volta à coisa e pus aquilo à minha maneira”, revela.
“Não copiei ninguém. Fiz foi as coisas à minha maneira”, garante Fernando Mendes. “Acho que resultou por aí e comecei a sentir logo ali o feedback do público. Não foi uma coisa pensada. Eu, na minha cabeça, estava a trabalhar para aquela plateia ali e não para as pessoas que estavam a ver em casa. Mas tenho a agradecer a quem nos vê, porque já lá foram os avós, depois foram os pais e agora estão a ir lá os netos, a assistir e a concorrer”, regozija-se.
“Muitos confessam que, em criança, eram obrigados a ver o programa quando vinham da escola e só depois é que iam fazer os deveres”, conta o artista. “Ainda não me sinto cansado porque aquilo me dá gozo, independentemente das audiências. Hoje, existem estas guerras, mas eu não vou por aí”, demarca-se. “Quando ando pelo país com os meus espetáculos, sinto que o programa é a companhia de muitas pessoas. Não o troco por nada”, desabafa.
“Não era bom para mim sair”
Apesar das (muitas) investidas da concorrência, “O preço certo” até pode vacilar pontualmente, mas continua a ser uma das apostas fortes da RTP1 e um dos programas mais vistos do canal. “É a razão pela qual a RTP ainda não foi privatizada”, ironizou mesmo Filomena Cautela durante a apresentação da nova grelha da RTP. “Saiu uma notícia a dizer que o programa ia acabar mas não foi isso que eu disse”, aproveita para esclarecer Fernando Mendes.
“O que eu disse foi que este será o meu último programa. Um dia que acabe, não faço mais nenhum. Nessa altura, irei à minha vida, fazer teatro”, revela. Ao longo das últimas décadas, recebeu propostas milionárias da SIC e da TVI, que nunca aceitou. “Sair da RTP não saio. Já fui convidado várias vezes, mas eu ainda penso um bocadinho com o coração, com a ética de antigamente. Não era bom para mim sair para ir para outro programa”, assume o humorista.
“Já estou moldado àquele e o dinheiro não é tudo na vida”, justifica ainda. Histórias para contar tem muitas. Algumas tristes. “Ao longo destes 20 anos, perdi amigos e familiares e estarmos a gravar nos dias em que tinham falecido pessoas de quem gostava muito foi muito difícil”, confidencia. Presentes recebidos em estúdio também foram muitos. “Os mais estranhos foram uma sapateira viva e uma galinha. Andava a correr no estúdio de um lado para o outro”, recorda.