Novas redes sociais que procuram suplantar o Instagram sucedem-se. Lapse é a última a tentar
Lapse é a mais nova rede social a querer roubar protagonismo ao Instagram. Desde que a popular aplicação móvel norte-americana mudou o algoritmo, dando primazia aos vídeos curtos em detrimento […]

Luis Batista Gonçalves
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Lapse é a mais nova rede social a querer roubar protagonismo ao Instagram. Desde que a popular aplicação móvel norte-americana mudou o algoritmo, dando primazia aos vídeos curtos em detrimento das publicações com imagens e ilustrações, surgiram novas alternativas, como o Grainery, o Glass e o BeReal, a querer impor-se. A Lapse, apenas disponível para o sistema operativo iOS na Apple Store nos EUA nesta fase inicial de lançamento, foi, no entanto, aquela que despertou maior interesse nos utilizadores.
Em meados de novembro, chegou mesmo a atingir o terceiro lugar na lista das apps grátis mais descarregadas na plataforma digital da Apple, à frente do TikTok e da Google. Desenvolvida por uma empresa britânica com a simples pretensão de facilitar a partilha de fotografias entre amigos, a Lapse transforma, na prática, os dispositivos móveis numa câmara fotográfica descartável, gerando fotos que podem, depois, ser distribuídas virtualmente pelo grupo de pessoas que integram a rede de contactos da app.
Em vez de seguidores, esta rede social refere-se-lhes como amigos, termo também adotado pelo Facebook desde os seus primórdios. Ao invés de agregar centenas, milhares ou até milhões de (des)conhecidos, como atualmente sucede com muitos perfis no Instagram ou no TikTok, esta rede social procura agregar apenas pessoas que já se conhecem e que, com maior ou menor proximidade, mantêm uma relação. Um regresso às origens que até celebridades globais como Kylie Jenner já elogiaram publicamente.
“Deixa de tentar ser o TikTok. Eu só quero ver fotografias bonitas dos meus amigos”, insurgiu-se a modelo, empresária e influenciadora digital norte-americana, numa publicação em que apelou ao Instagram para rever a atual política. A estratégia usada pela Lapse para aumentar o número de utilizadores, obrigando-os a convidar amigos antes de poderem ver qualquer fotografia, tem todavia sido alvo de fortes críticas. Alguns analistas norte-americanos acusam-na mesmo de estar a adotar uma política predatória.
Modelo de negócio adotado posto em causa
O modelo de negócio implementado também tem suscitado dúvidas. A impossibilidade de aumentar os planos da imagem e de recorrer a filtros para embelezar as fotos são dois dos pontos fracos apontados. O facto da fotografia tirada permanecer numa câmara escura por várias horas antes de ser disponibilizada pela aplicação com um aspeto vintage também não agrada a muitos, até porque há apps, como a Huji, que disponibilizam o mesmo tipo de imagem numa fração de segundos. Ainda assim, os fundadores não desarmam.
Para não gerar rivalidades, a Lapse permite apenas reações com emojis e comentários. Nesta app, não se contabilizam likes nem corações. “Não queríamos esse sentimento de competição na plataforma. Isso era ponto assente”, assume Ben Silvertown, que cocriou a app em 2021 em parceria com o irmão, Dan Silvertown. “As redes sociais existentes criaram um ambiente de alta pressão que queríamos evitar a todo o custo”, confidencia o empresário, que entretanto vendeu a Lapse a um fundo por 10 milhões de euros.
Enquanto procura um modelo de negócio viável, a aplicação continua a ser gratuita. “Poderemos vir a ter recursos pagos no futuro. Mas, neste momento, essa não é uma prioridade”, assume o empresário, que se mantém ligado ao projeto. “Temos investidores incríveis que estão alinhados connosco e que, tal como nós, consideram que nossa prioridade número um deve ser a construção de um produto incrível e divulgá-lo ao maior número de pessoas possível”, refere o designer digital especializado em UI e UX.