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João Vieira Pereira, diretor do Expresso

João Vieira Pereira, diretor do Expresso

Destaque M&P Exclusivo

“O Expresso é um negócio sustentável financeiramente e essa sustentabilidade é o garante da sua liberdade”

No rescaldo das comemorações do 50º aniversário do Expresso, estivemos à conversa com João Vieira Pereira sobre os desafios que o jornalismo enfrenta e como o jornal consegue fazer face […]

Sónia Ramalho
João Vieira Pereira, diretor do Expresso

João Vieira Pereira, diretor do Expresso

Destaque M&P Exclusivo

“O Expresso é um negócio sustentável financeiramente e essa sustentabilidade é o garante da sua liberdade”

No rescaldo das comemorações do 50º aniversário do Expresso, estivemos à conversa com João Vieira Pereira sobre os desafios que o jornalismo enfrenta e como o jornal consegue fazer face […]

Sónia Ramalho
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João Vieira Pereira,  diretor do Expresso

Foto: Frame It

No rescaldo das comemorações do 50º aniversário do Expresso, estivemos à conversa com João Vieira Pereira sobre os desafios que o jornalismo enfrenta e como o jornal consegue fazer face a esses desafios, com uma estratégia centrada em conteúdos exclusivos para assinantes. Em 2024, a aposta passa pelo digital first, em que todos os conteúdos são publicados online e, só depois, em papel.

Qual o balanço das comemorações dos 50 anos do Expresso, que decorreram ao longo de 2023 e que terminaram, em janeiro, com um festival de podcasts?

É extremamente positivo. Tínhamos de marcar os 50 anos do Expresso e tivemos muitas ideias, mas entre o que gostávamos e o que conseguimos fazer vai uma grande diferença. Sempre tivemos a ideia de andar pelo país. O Expresso é um jornal nacional, mas muitas vezes acabamos por ficar presos à agenda de Lisboa e do Porto. Sentimos a necessidade de sair desse magnetismo e fazer um périplo pelas capitais de distrito.

O que encontraram?
Um país muito diferente, com histórias incríveis, mas também situações que nos alertam para as grandes desigualdades que existem e, infelizmente, não só entre o litoral e o interior. Encontrámos uma grande necessidade destas populações sentirem que são ouvidas. Foi muito gratificante. Conseguimos ir às 18 capitais de distrito, só falhei Beja. Foi um ano cheio, do qual guardamos ótimas memórias.

Nos resultados do primeiro semestre da Impresa, uma das causas para o aumento dos custos da Impresa Publishing foram as comemorações do 50º aniversário, mas, por outro lado, foi das ações que mais contribuiu para aumento de receitas. Colocando na balança custos e benefícios, o que pesou mais?
O Expresso é um negócio lucrativo, é um bom negócio de media, mas quando fizemos a comemoração dos 50 anos não foi com o intuito de ganhar dinheiro. Obviamente que rentabilizámos e tivemos parceiros que nos ajudaram a montar este projeto, que teve custos elevados, mas o objetivo não foi financeiro, foi para comemorar os 50 anos e estar junto da população.

Foi uma aposta ganha?
Sem dúvida, e já estou a sentir falta porque andava sempre a viajar pelo país. Deixámos o nosso marco, inaugurámos os bancos de jardim onde as pessoas têm Wi-Fi gratuito e podem entrar no site do Expresso para ler a edição sem pagar. É um marco que deixámos às pessoas, podem consultar os exclusivos diários, como se fossem assinantes.

Além da comemoração dos 50 anos, que outras áreas contribuíram para o aumento das receitas?
A diversificação das receitas do Expresso é fundamental para conseguirmos combater a deterioração das vendas em banca, que também nos afeta. Mas já sabíamos disso há muitos anos. O Expresso começou uma estratégia digital relativamente cedo, contra as estratégias de outros órgãos de comunicação social em Portugal, nomeadamente de imprensa escrita, que optaram por estratégias diferentes. Desde cedo que optámos por conteúdos pagos porque o jornalismo tem um custo. Sempre pensámos em apostar nas assinaturas digitais para garantir a manutenção de determinadas receitas que o Expresso precisa para ser um negócio rentável.

Quando começaram esse trajeto?
Começou no passado, mas outros não o fizeram e são esses outros, que não apostaram no jornalismo de qualidade, pago, que estão a sentir maiores dificuldades. Assistimos inclusive ao lançamento de projetos novos, puramente digitais, que continuam a oferecer os conteúdos, esperando que o número de pageviews e reach gere publicidade suficiente para pagar os custos. Conseguimos perceber que isso não ia acontecer e enveredámos por um caminho que passa por manter uma base de assinantes e a publicidade digital. Nem sempre é fácil fazer este caminho, mas conseguimos ter sucesso. Quem só apostou na publicidade está com grandes dificuldades. Apesar do investimento em marketing digital e de o mercado da publicidade digital estar a crescer, esse crescimento é absorvido pelos grandes players mundiais, como a Google e a Meta, que levam uma fatia enorme desse investimento publicitário, muitas vezes vivendo dos nossos conteúdos e usando-os para vender publicidade, não partilhando essas receitas com quem produz os conteúdos. Sabendo que isso estava a acontecer, e enquanto não houver uma estratégia nacional e europeia forte contra estes abusos, tínhamos de enveredar pelo fecho de conteúdos e pela oferta de serviços a assinantes, para garantir receitas suficientes para manter uma redação independente, que consiga manter a qualidade do jornalismo que fazemos.

Quando tomaram essa decisão, e face aos resultados que nunca são imediatos, é preciso coragem de manter os conteúdos fechados?
Sim, é difícil. Acreditávamos na estratégia, sabíamos que podia demorar mais ou menos tempo a atingir, mas é preciso acreditar nas decisões e trabalhar muito para o conseguir. É verdade que temos uma marca forte, mas as pessoas ligam ao jornalismo de qualidade. Infelizmente, existiam no mercado marcas fortíssimas, que as pessoas associavam a qualidade, e que desapareceram por erros cometidos quer pela gestão empresarial, quer pela gestão editorial. Tentamos não cometer esses erros, manter-nos fiéis à estratégia e apostar no que consideramos ser uma estratégia ganhadora.

João Vieira Pereira, diretor do ExpressoAtualmente, o que pesa mais, a publicidade no papel ou digital?
A publicidade no papel continua a ser muito importante e não queremos desinvestir do papel, mas temos de olhar para a realidade e não ter sonhos impossíveis. Nesses sonhos possíveis, vamos continuar a depender do papel. Acreditamos no papel como meio de chegar aos leitores e continua a ter um peso importante, mas diversificamos as fontes de receitas. É importante ter a capacidade de ter receitas que venham do papel, do digital, das subscrições, dos eventos, de tudo o que possamos fazer para aumentar a diversificação dessas receitas, dentro do que é a qualidade e o ADN do Expresso.

Quanto a novidades, o que destaca no arranque de 2024?

2024 é o ano de solidificação daquela que é uma estratégia de digital first. Hoje, o Expresso é uma marca de informação presente sete dias por semana, disponível 24h por dia, temos uma redação que trabalha 18h por dia e estamos em contacto com os leitores 24h por dia, 7 dias por semana, todos os dias do ano. Não podemos esperar que os leitores tenham acesso às novidades uma vez por semana. A realidade é que hoje, o principal meio de contacto com os leitores é o telemóvel ou o desktop. Temos uma estratégia digital há muito tempo, arrancou de forma tímida porque era difícil face a outros órgãos que tinham um estatuto diário. As pessoas não iam ao Expresso saber o que estava a acontecer no dia porque nos viam como um semanário. Somos hoje uma marca que também é diária e estamos a dar o próximo passo: mudámos a redação e estamos num processo que vai demorar até seis meses para ser digital first, ou seja, todo o conteúdo é publicado primeiro online e fechado para assinantes. Se tenho uma entrevista, uma notícia, uma análise ou uma opinião, não vou esperar pelo papel para oferecer isso aos assinantes. 

O artigo publicado no semanário já foi publicado online ou tem algo mais?
O artigo que sai no semanário entra sempre no online, a questão é saber quando entra. Mas o artigo que está no papel acaba sempre por estar no online, fechado para assinantes.

Mas isso não faz com que, quem compre o jornal à sexta-feira e seja assinante, já tenha lido o artigo?

Sim, pode acontecer, mas os dados que temos é que há uma diferença clara entre quem é assinante e quem compra em papel. Quem gosta de comprar em papel continua a comprar o jornal impresso, quem gosta de ser assinante, pode ler todos os dias em formato digital. O que não posso é manter uma redação com qualidade que funciona a dois ritmos, de vez em quando está a trabalhar para o online e outras vezes para o papel. Quero colocar no online uma qualidade, no mínimo, igual à que exijo para o papel. E, sendo o mesmo artigo, é apresentado de forma diferente. O enquadramento, o título, a entrada e o texto podem ser diferentes, pode ter mais informação, uma foto ou um ângulo diferente, mas é um reaproveitamento do melhor que fazemos. Se há riscos para o papel? Sim, mas o risco já existe. As vendas em banca já estão a diminuir, não podemos esperar para tomar atitudes quando as vendas já estiverem num nível que já não é suportável. 

Essa aposta no digital first, com artigos fechados, quer dizer que vão ser poucos os artigos de acesso livre?
Sim e não. Atualmente, entre 30 e 40% de tudo o que publicamos no site são exclusivos. Queremos aumentar esta percentagem, mas há notícias que inteligentemente vamos deixar abertas, para que as pessoas se habituem a ler o Expresso. Temos de ter uma gestão inteligente do que fechamos porque sabemos que nem todos têm capacidade para pagar. Mas a informação tem um custo e as pessoas não podem exigir informação de qualidade e querer que seja gratuita. A era dos jornais do metro, que eram oferecidos, já passou.

Mas as pessoas habituaram-se a ler notícias de forma gratuita, nas redes sociais, onde não precisam pagar. Como lidar com esta tendência?
Usamos as redes sociais para divulgar os nossos conteúdos e tivemos uma estratégia, que implementámos há três anos, com uma nova equipa de gestão de redes sociais e que tem tido um excelente desempenho. Estamos a liderar em algumas redes sociais.

Em quais?
Somos das marcas de imprensa mais fortes no LinkedIn. No Facebook e Instagram há meses em que lideramos nas interações, já no engagement lideramos em alguns meses, mas vimos de uma base muito baixa, em que tínhamos uma estratégia de redes sociais que não foi a melhor na altura e corrigimos a tempo. Fizemos as redes sociais para entrar em contacto com quem não lia o Expresso, para divulgar os nossos conteúdos. Queremos que as pessoas percebam que é ali que encontram bons conteúdos e que, no futuro, venham a ser leitores e subscritores.

Têm campanhas para atrair os mais jovens?
O ano passado lançámos um programa de conteúdos para sub 35, com o Financial Times, que nos trouxe resultados a nível de penetração nas camadas mais jovens, e que queremos replicar este ano. É por isso que temos apostas no jornalismo escrito, multimédia e podcasts. Sabemos que são formas mais atraentes para as camadas mais jovens. E os podcasts são uma aposta clara, com um sucesso inacreditável.

Estavam à espera desse sucesso?
Sim, porque acredito na nossa estratégia. Sou um consumidor compulsivo de podcasts (ver caixa) e há cerca de três anos decidimos que era uma estratégia da Impresa, pelo que criámos uma equipa dedicada a esta área, liderada pela Joana Beleza, que tem feito um trabalho excelente. Começámos a desenvolver não só os podcasts do Expresso, mas também da SIC. Atualmente, essa unidade funciona para todas as marcas do grupo e tivemos um crescimento enorme. Temos uma equipa dedicada, sonoplastas, estúdios de gravação e valores de downloads inacreditáveis.

De que valores estamos a falar?
Se juntarmos o Expresso e a SIC mensalmente, já são mais de 3 milhões de downloads e mais de 1 milhão e 250 mil ouvintes únicos. Só o Expresso tem mais de 1 milhão de downloads por mês. A oferta é grande e queremos continuar a ter essa oferta, mas temos de pensar nos assinantes. Os podcasts podem ser ouvidos na nossa app e no site do Expresso, bem como nas plataformas de distribuição, às quais estamos a oferecer estes conteúdos. 

Qual é a solução?

Vamos começar a fechar o acesso aos podcasts, para privilegiar os assinantes, que podem ouvir o podcast primeiro, num período que pode ser de horas ou semanas, no site do Expresso. Quem não for assinante pode esperar o tempo que acharmos necessário e ouvir livremente. Testámos o modelo no podcast narrativo sobre André Ventura, Entre Deus e o Diabo. Saía à sexta-feira para assinantes e, ao domingo, para o público. Estamos a implementar os passos necessários para fazê-lo com praticamente todos os podcasts.

Os podcasts já representam uma fatia importante do vosso negócio?
Ainda não, porque é um negócio em crescimento, mas estamos confiantes que, no futuro, possa significar um bom retorno.

E o branded content, é uma área em que querem apostar?
Temos muito pouco branded content.

Não têm uma equipa no grupo dedicada a esta área?
Existe uma área dentro do grupo, até porque o branded content em televisão é muito importante, mas no Expresso fazemos muito pouco ou quase nenhum. Não estou a dizer que não o queremos fazer. O que exploramos é a área de novos negócios, as parcerias, os projetos Expresso, que são diferentes do branded content. Temos parceiros comerciais, mas são projetos idealizados por nós, com interesse editorial e cujo parceiro não tem definição de qualquer tipo de conteúdo publicado pelo Expresso. Temos liberdade total de publicar em papel, digital, vídeo ou som o que quisermos, como quisermos e quando quisermos. O que temos são parceiros que nos ajudam a fazer determinados projetos porque querem estar associados a eles.

O branded content não tem espaço na estratégia do Expresso?
Temos suplementos comerciais e são identificados como publicidade. Não tenho nada a ver com uma publireportagem. O que tenho de garantir é que a mensagem que está na publireportagem, que é da autoria de quem a pagou, não é ofensiva. Sei que para muitas pessoas é difícil achar que isto é possível, mas funciona assim. Existem chinese walls permanentes entre o departamento comercial e a redação. E o diretor do Expresso é o primeiro na linha de defesa dessa chinese wall.

O início de 2024 está a ser marcado por uma crise no jornalismo. Como vê este momento que estamos a viver?
O que estamos é a assistir a uma crise em alguns órgãos de comunicação social. Acho que se devia começar a falar dos bons exemplos e perceber que há negócios no jornalismo que dão dinheiro e são sustentáveis. O Expresso é um negócio sustentável financeiramente e essa sustentabilidade é o garante da sua liberdade. Mas a conquista dessa liberdade pelo sucesso financeiro existe porque há muito trabalho envolvido. Dá muito trabalho manter a qualidade, superar as dificuldades do mercado, ter uma base de 50 mil assinantes, ser o jornal mais lido do país, continuar a crescer em reach. Não baixamos os braços e essa é uma das razões do sucesso. Estamos sempre a tentar inovar.
Mas os jornais vendem cada vez menos, o que se reflete não só nos resultados dos grupos, mas no fecho de publicações.
O se passa é uma falácia. O negócio da comunicação social já foi muito melhor? Já! Mas não quer dizer que seja um mau negócio. O mundo muda e é preciso saber adaptarmo-nos. Sabendo que havia uma deterioração natural mundial, que não conseguíamos atuar nas vendas em banca porque o mundo está a tornar-se digital, delineámos uma estratégia para acompanhar o digital, que nos permite ser o jornal mais lido em Portugal, entre vendas em banca e assinaturas digitais, líder em redes sociais, ainda não é líder em reach multiplataforma, mas vai ser e isso tem a ver com uma estratégia ganhadora. Há outros exemplos de estratégias que funcionam e de estratégias completamente erradas, onde se apostou num caminho que levou à perda permanente de valor, à entrada de acionistas ou empresários numa área em que não olhavam para os resultados como o fim em si, mas entravam nos órgãos de comunicação social com outros objetivos. Quando se compra um órgão de comunicação social e o objetivo não é que esse negócio seja rentável, mas que sirva um propósito, não vai correr bem. Deixamos de pensar nos leitores, no produto que oferecemos, nas redações para pensar em servir o acionista para um determinado propósito, seja ele qual for. Isso desvirtua tudo. Os leitores percebem que deixa de se apostar nos produtos e deixam de consumir a informação porque deixam de acreditar.

Quando se deixa de acreditar é o princípio do fim?
Sim, é. Como se pode destruir marcas tão emblemáticas em Portugal, que se deixaram morrer porque se vergaram a interesses que não eram o de informar, ser independente, ter o melhor jornalismo, servir o leitor? E perderam isso com estratégias mirabolantes em que ninguém acreditava. Olhamos para o que se está a passar e nem sequer percebemos. Qual é o objetivo? Se não é um financeiro, qual é? Ter um jornal? Só pode ter objetivos de influência política, económica, social, o que seja. Quando se fala na crise do jornalismo, o que há é uma crise em alguns órgãos de comunicação social. Gostava de ter uma concorrência saudável a nível financeiro, que pagasse os custos, os salários, que desse emprego a muitos jornalistas, mas o que tenho é uma concorrência que não tem de cumprir os mesmos objetivos financeiros que o Expresso, que quer continuar a cumprir esses objetivos para garantir a sua independência. O que esses órgãos de comunicação social estão a fazer é concorrência desleal porque podem ter outra estrutura de custos que eu não posso, a bem do próprio Expresso, porque não precisam de ter lucro e essa ideia mirabolante de que os jornais não são para fazer lucro é perigosa porque vai contra o que são os princípios básicos do jornalismo. No dia em que os jornais deixam de ser negócio, são vistos como outra coisa, sejam eles nas mãos de quem for. 

O que acha da ideia de nacionalizar os jornais?

Mas nacionalizar o quê? Para quê? Já há pouca confiança sobre o trabalho dos jornais, muito por força das más estratégias e más decisões do passado em vários grupos de comunicação social e agora, de repente, vai nacionalizar-se para os políticos tentarem controlar os jornais? Os políticos e as empresas vão sempre tentá-lo e achar que não o fazem é acreditar na história da carochinha. O que acontece é que os jornais e os jornalistas têm de ter a capacidade de travar essas tentativas de influência, de separar a verdade da mentira, fazer o seu trabalho de investigação e publicar o que é verdade. E só o conseguem se tiverem estruturas, apoiados em negócios que funcionam, saudáveis financeiramente, e em negócios com estratégias ganhadoras. Dizem que o Expresso pode ter este discurso. Pode e vai ter este discurso muito tempo porque é um projeto ganhador. Não posso é admitir que se lancem projetos para destruição de valor. A quantidade de projetos que existem, a nível editorial, baseados apenas no online, que nos roubam conteúdos quando copiam o que fazemos e publicam gratuitamente, tem uma consequência clara: a destruição do valor do Expresso. Temos conseguido resistir, mas é difícil. 

Quando vê a capa do Tal & Qual, com um destaque sobre o grupo Impresa, o que pensa?
Não vejo a capa do Tal & Qual. Jornais que são feitos apenas para fazer uma primeira página com notícias falsas, para serem partilhadas em redes sociais ou num ecrã de televisão não são jornalismo. Jornalismo é o que fazem os órgãos de comunicação social que respeitam as regras do jornalismo. O projeto do Tal & Qual é baseado em quem? Quem são os acionistas, sobrevive de quê, quem financia, quem paga os salários, quem são os jornalistas, têm carteira profissional, aqueles nomes existem? Quem escreveu aquelas peças, falaram com quem, onde estão as provas, os factos? As pessoas têm de saber distinguir as marcas em que confiam.

2024 vai ser o ano da entrada da inteligência artificial (IA) em todas as áreas. Como pode ser uma ajuda, se é que pode ser, numa redação?
O World Economic Forum publicou os riscos para 2024 e, entre os maiores, estão a desinformação, a má informação e as fake news potenciadas pela IA, num ano em que temos 3 mil milhões de pessoas a ir às urnas em vários países e onde a IA vai ser usada como ferramenta para esta desinformação. Quando olho para este risco, vejo uma oportunidade de ouro para o jornalismo, de se afirmar como o garante da verdade. Mas daí a dizer que olho para a IA e renego o seu uso na redação vai um longo caminho. Temos é de analisar muito bem como a vamos usar e garantir que nada é publicado sem intervenção humana. Se a IA puder ser usada como apoio aos jornalistas, temos de aceitar, mas a IA ainda não oferece isso. Neste momento, são modelos de linguagem. Não é uma IA que vai escolher que notícias publicamos ou que destaque vai ter um artigo.

50 anos já passaram. Onde vai estar o Expresso daqui a 50 anos?
Possivelmente a fazer o melhor jornalismo do país, não tenho dúvidas.

E daqui a 50 anos, ainda vamos ter jornais?
Não sei, mas vamos ter jornalismo de certeza e os valores que o Expresso defende vão continuar a existir. O Expresso vai continuar a fazer notícias, reportagens, investigação, a ganhar prémios, a investir nos seus jornalistas, fotojornalistas, infográficos, vai continuar a dar as melhores notícias, a participar nos consórcios internacionais de jornalistas de investigação e a denunciar o que tem de ser denunciado. E, no dia em que isso não seja possível, como surgiu, também morre. Os nossos estatutos têm 10 pontos e, no último, pode ler-se: “se e quando um dia se tornar impossível manter essa coerência [o ponto 9 refere que “o Expresso atribui prioridade absoluta à coerência que historicamente lhe tem permitido ser um projeto ganhador e de referência, independentemente de quem sobe e de quem desce do poder”], o Expresso acabará porque – como sempre afirmou o seu fundador – prefere, nessas circunstâncias, morrer de pé”. Isto diz tudo sobre o que é o Expresso.  

Sobre o autorSónia Ramalho

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O Publicis Groupe assinou um acordo para adquirir a Influential, empresa que desenvolveu uma plataforma de marketing, alimentada por inteligência artificial (IA), que permite o desenvolvimento, a implantação e a otimização de campanhas digitais.

A ferramenta garante o acesso a 3,5 milhões de criadores e fornece dados sobre 90% dos influenciadores globais com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais e sobre as mais de 300 marcas com que trabalham, uma vantagem competitiva que o grupo pretende explorar.

“O marketing de influência está a revolucionar a indústria da publicidade, dando às marcas uma oportunidade única para aprofundarem relações com os clientes. Até 2025, espera-se que os gastos com as redes sociais €171,3 mil milhões, ultrapassando pela primeira vez os gastos globais com publicidade linear na televisão, sendo o marketing de influência o segmento de crescimento mais rápido”, justifica o Publicis Groupe, que detém a Epsilon, dona da plataforma de marketing Epsilon PeopleCloud, em comunicado de imprensa.

A concretização do negócio está dependente da aprovação dos reguladores e permite a criação de uma rede de produtores de conteúdos premium, com abordagens de planeamento diferenciadoras para maximizar resultados. “Pretendemos aliar as nossas capacidades a tecnologias complementares para propormos influenciadores, criação de conteúdo, amplificação e medição, para definirmos juntos a próxima era do marketing de influenciadores”, refere o fundador e CEO Ryan Detert da Influential, que se mantém à frente da empresa.

O negócio deverá estar concluído até ao fim de agosto. “Esta aquisição não significa apenas que vamos assumir a liderança do marketing de influência. Também nos reposiciona no centro do novo ecossistema de media global. Ao combinar e analisar os dados da Epsilon, que nos permitem monitorizar 2,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, conseguimos que os nossos clientes percebam melhor os seus consumidores e implementem estratégias que os aproximem mais deles”, afirma Arthur Sadoun, CEO do Publicis Groupe.

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Na opinião, Diana Carvalhido, sócia e diretora criativa da Ivity, é a nova colunista, numa edição que estreia também uma nova rubrica, O que é nacional, dedicada a marcas portuguesas, com um artigo sobre a estratégia da Bordallo Pinheiro

Os montantes envolvidos nos patrocínios dos Jogos Olímpicos de Paris e as respetivas campanhas publicitárias e ativações na capital francesa são o tema de destaque na edição 962 do M&P.

Em entrevista, Leonel Vieira, realizador, guionista, produtor e sócio da Volf Entertainment, fala sobre os novos projetos que tem em mãos, para cinema e televisão, e analisa a mudança de paradigma gerada com as plataformas de ‘streaming’.

Na opinião, Diana Carvalhido, sócia e diretora criativa da Ivity, é a nova colunista, numa edição que estreia também uma nova rubrica, O que é nacional, dedicada a marcas portuguesas, com um artigo sobre a estratégia da Bordallo Pinheiro.

O poder do design na identidade das marcas dá o mote ao especial sobre design de comunicação.

 

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OpenAI lança motor de busca para competir com Google e Microsoft

O protótipo do SearchGPT, em fase de testes, tira partido das ferramentas de inteligência artificial da empresa e pretende fornecer aos utilizadores informação mais relevante em menos tempo. As melhores funcionalidades serão incorporadas no ChatGPT

A OpenAI vai lançar um motor de busca para competir diretamente com o Google e o Bing da Microsoft. O protótipo do SearchGPT, que está a ser testado por um pequeno grupo de profissionais selecionados, tira partido das ferramentas de inteligência artificial (IA) da empresa tecnológica com a ambição de disponibilizar aos utilizadores informação mais relevante em menos tempo. Os interessados em testar o novo motor de busca ainda se podem inscrever online.

As melhores funcionalidades serão posteriormente incorporadas no ChatGPT. “Obter respostas na internet pode exigir muito esforço, obrigando muitas vezes a várias tentativas para conseguir resultados relevantes. Acreditamos que, ao aprimorar os recursos de conversação de nossos modelos com informações em tempo real, esse processo pode ser acelerado e facilitado”, explica a OpenAI no site do projeto.

A empresa está também a desenvolver “uma forma de os editores gerirem a forma como aparecem no SearchGPT, para que tenham mais opções”, com a intenção de valorizar o novo motor de busca. O anúncio da OpenAI surge numa altura em que o Bing e o Google reforçam a tecnologia de IA nos mecanismos de pesquisa e a Amazon investe, em parceria com a empresa tecnológica Nvidia, no Perplexity, um ‘chatbot’ que também recorre à IA para melhorar as buscas.

Lançado em 1998 pela dupla de empreendedores Sergey Brin e Larry Page, o Google é o motor de busca mais utilizado em todo o mundo. Diariamente, são efetuadas 8,5 mil milhões de pesquisas, uma média de 99 mil por segundo. Em junho, de acordo com um estudo da StatCounter, empresa especializada em análise de tráfego digital, a plataforma dominava 91,1% do mercado global, uma hegemonia que a Microsoft, a OpenAI, a Amazon e a Nvidia pretendem agora desafiar.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Fora do Escritório com Roberto Esteves, CEO da Quiosque

“Mesmo estando fora e em modo de descanso, a mente de um consultor de comunicação está treinada para avaliar suportes de comunicação e ações de ponto de venda, que possam ser interessantes “, refere

A ilha das Flores, nos Açores (na foto), é um destino de férias que Roberto Esteves, CEO e sócio da agência de comunicação e relações públicas Quiosque, repete todos os  anos, desde os 14 anos, por considerar o local perfeito para desligar e regressar revigorado.

O que é que não faz durante as férias, que faça quando está a trabalhar?

Essencialmente, acordar às 6h da manhã. Quando estou a trabalhar gosto de acordar cedo, para passar os olhos pela imprensa e dar uma revisão nos pontos todos que tenho em agenda para esse dia. Em modo férias acordo às 8h, com mais tempo e uma rotina mais lenta e fluida.

Férias significa desligar ou inspirar-se para novas ideias a aplicar no trabalho?

Trabalhando na área da comunicação, é muito complexo desligar totalmente nas férias. Isto porque mesmo estando fora e em modo de descanso, a mente de um marketeer ou consultor de comunicação está treinada para avaliar suportes de comunicação e ações de ponto de venda, que possam ser interessantes.

Tudo ao nosso redor pode servir como fonte de inspiração. Por um exemplo, em todas as minhas viagens, visito sempre farmácias, perfumarias e espaços comerciais. Vejo posicionamentos de marcas, suportes de comunicação, exploro ações de comunicação, fotografo, registo em vídeo e tenho inclusive uma pasta partilhada com a equipa da Quiosque, onde registo todos os bons exemplos que podem ser usados para o início de uma discussão. Por isso diria que estar de férias é sempre uma fonte enorme de inspiração.

Quais são os jornais, programas, podcasts, sites, plataformas digitais ou outros meios de comunicação que segue durante as férias? 

Diria que quase todos. O Meios & Publicidade, sempre, e tenho assinaturas digitais de todos os meios portugueses e alguns internacionais. Mesmo nas férias tenho o hábito, e faço-o com mais calma, de ler jornais diários – Público, DN, Correio da Manhã (porque sou a favor da pluralidade), e revistas e jornais semanais, como a Visão, Sábado e Expresso.

Vejo com regularidade os meios online mais de ‘lifestyle’, como o site da Máxima, MAGG, NIT, Saber Viver, Activa e LuxWoman. Nesta seleção, nada escapa, nem as revistas cor-de-rosa, como a Caras, TV Mais e Lux.

Consumo muita imprensa internacional, GQ Espanha e Alemanha, Marie Claire, Vogue portuguesa, francesa e inglesa. Gosto imenso de ler e valorizo a pluralidade de informação. No aeroporto, agarro o maior número de revistas e jornais que conseguir e levo-os comigo em viagem.

Há sempre uma história ou algo interessante dentro de uma revista ou de um jornal e, às vezes, nem são as notícias, mas sim as páginas de publicidade, que com a sua criatividade e inovação, fazem sonhar e despertar alguns dos nossos sentidos.

Ver páginas de publicidade em media é sinónimo de um país e de uma sociedade evoluída, com uma economia que se desenvolve e cresce. Quando o contrário acontece, é sinal de que estamos todos a ficar mais pobres, seja por falta de leitores, seja por falta de investimento.

Como estou mais desligado do telefone, não tenho o hábito de ouvir podcasts em modo de férias. No que diz respeito a programas televisivos, apenas acompanho a informação, normalmente fora de horas, em canais como a SIC Notícias, CNN e NOW, e vou fazendo zapping entre estes três.

Quais são as marcas que o acompanham nas férias?

São muitas. Tenho a mesma mala de viagem há anos (Samsonite), que foi um presente de Natal da Ana Garcia Martins [A Pipoca Mais Doce]. Dentro desta mala levo sempre uma série de looks de roupa, que normalmente coordeno por dia e por ocasião.

Há marcas de roupa que me acompanham regularmente, umas mais ‘mainstream’, como Ralph Lauren (com t-shirts e calções básicos) ou a The Dudes, uma marca alemã de roupa mais descontraída e de ‘streetwear’. Não dispenso sandálias UGG (mesmo no verão) e, nestas férias, estão também comigo umas sandálias da marca japonesa Suicoke, numa parceria com a Missoni.

Mochila North Face e garrafas e ‘tumbler’ da Stanley (um pouco influenciado pela tendência de ‘social media’), saco de praia em rede Longchamp, prático e diferente, e um cobertor portátil da marca Rains – super útil nos Açores, por exemplo, quando queremos parar e dormir uma sesta no meio da natureza.

Para além disso, ao longo dos anos a trabalhar na área da comunicação, tenho tido a sorte de experimentar muitos produtos em férias. É nessa altura que, por norma, faço um ‘test drive a todos os lançamentos que fiz até à data.

Nestas férias levo o Glow da Cantabria Labs, um protetor solar com SPF 50 com efeito de brilho e bronze, que junta o melhor dos dois mundos, protetor solar em stick da Lierac, cuidados de rosto Drunk Elephant e ‘after-sun’ de rosto e corpo da Lierac.

Levo pipocas Popz para microondas – porque estarei nos Açores com amigos, onde é frequente fazermos sessões de cinema ao ar livre; levo um dos meus perfumes favoritos – Bad Boy da Carolina Herrera em tamanho de 50 ml e Bois de Orange de 30 ml, da Roger Gallet, creme de pés Akileine e um spray para pernas cansadas da Akileine, bruma hidratante de rosto da NovExpert, uma marca exclusiva da Perfumes & Companhia.

Este ano em específico, levo uma série de produtos capilares e de rosto, que apenas serão lançados em setembro e outubro, que vou aproveitar para testar, e anotar os seus pontos fortes e menos bons (caso existam), para estar completamente preparado para os lançamentos. Por esta altura, testo sempre todos os produtos que apresento à imprensa e influenciadores, um ou dois meses antes dos lançamentos.

Qual é a primeira coisa que faz quando regressa ao escritório?

Normalmente, faço uma reunião de equipa para me inteirar dos temas ‘on going’ e para partilhar com a equipa as lembranças que normalmente trago das minhas viagens. Regresso sempre em modo ‘slow motion’ e vou recuperando o ritmo com um passo equilibrado.

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O que é o marketing de conteúdos em 2024?

O marketing de conteúdo não visa diretamente a venda do produto ou serviço.

Mantém, como base do marketing, atrair clientes, mesmo não fazendo promoção direta à marca. Ou seja, o marketing de conteúdos é um método que cria conteúdo relevante, em textos, blogs, vídeos e publicações nas redes sociais, sem apelar à compra/venda direta.

Vejamos como exemplo os casinos novos Portugal. Uma forma de atrair novos clientes e elevar a notoriedade da marca é conseguida através de parceiros afiliados e de gestores de redes, que geram conteúdos. O foco não está diretamente associado à angariação de novos clientes, mas, em primeiro lugar, a captação de potenciais clientes, por via de conteúdos interessantes, que chamam a atenção.

O que é o marketing de conteúdo?

Para responder à questão o que é marketing de conteúdo, comecemos por verificar quais os principais objetivos deste tipo de marketing:

  1. Gerar mais tráfego
  2. Gerar mais leads
  3. Aumentar a notoriedade da marca
  4. Baixar o custo de aquisição

Portanto, ao contrário da publicidade, que visa, em última análise, a venda do produto, o marketing de conteúdo visa os potenciais clientes. É uma ferramenta usada para gerar mais tráfego no site/redes e, por conseguinte, levar à criação de uma base de potenciais clientes.

O conteúdo do site – ou das redes – se construído de acordo com uma série de premissas irá aumentar a notoriedade da marca. Tudo isto, com um custo menor, se comparado com outros tipos de marketing ou com a publicidade direta.

Joe Pulizzi, fundador do Content Marketing Institute, define o marketing de conteúdo como «uma abordagem estratégica de marketing focada em criar e distribuir conteúdo valioso, relevante e consistente para atrair e reter um público-alvo claramente definido — e em última análise, conduzi-los a ações rentáveis como consumidores.»

Como marketing de conteúdo exemplos podemos listar alguns tipos, como:

  • Blogues
  • Redes Sociais
  • Email Marketing
  • Sites
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Aplicações

Ou seja, as diferentes formas de produção de conteúdos relevantes, que impactam positivamente o público alvo, através de conteúdos educacionais, tutorias, de entretenimento ou outros.

A evolução do marketing – breve abordagem

O marketing começou por ter como pilares essenciais quatro elementos base, num conceito criado por Philip Kotler, que defendia que um marketing bem sucedido devia ter em conta:

  1. Price (Preço)
  2. Place (Mercado)
  3. Product (Produto)
  4. Promotion (Promoção)

Considerado um dos grandes teóricos da evolução do marketing nos séculos XX e XXI, Philip Kotler tem uma afirmação interessante sobre a sua visão de marketing. Nas suas palavras «Marketing autêntico não é a arte de vender o que você faz, mas saber o que fazer. É a arte de identificar e compreender as necessidades dos consumidores e criar soluções que tragam satisfação aos consumidores, lucros aos produtores e benefícios aos acionistas.»

Passamos dos 4Ps do Marketing, para os 7P e falamos atualmente nos 8P do marketing:

  1. Produto: o que se vende;
  2. Preço: por quanto se vende;
  3. Praça: onde se vende;
  4. Promoção: como se promove a venda;
  5. Pessoas: quem produz e quem compra;
  6. Processos: como se produz;
  7. Posicionamento: percepção que se tem da empresa;
  8. Performance: resultado final do que se faz.

A definição de marketing tem evoluído, em função dos meios tecnológicos, da sociedade e das marcas. Note-se como muitas marcas reconhecidas no mercado há décadas, estudam e acompanham estas tendências, com campanhas de marketing cada vez mais evoluídas e adaptadas aos novos públicos.

Marketing de conteúdo – os intervenientes

Longe vão os dias em que criar uma campanha de marketing passava por uma equipa (ou uma pessoa) responsável por promover um produto ou serviço, com campanhas agressivas, para gerar lucro imediato, com vendas elevadas.

Não se trata apenas de aumentar as vendas ou gerar picos de receita. O marketing de conteúdo tem como função fidelizar os clientes e potenciais clientes, fazer com que o público se identifique com a marca e, ainda, que se torne um embaixador da marca.

Uma boa estratégia de marketing de conteúdo tem que contar com um conjunto de profissionais, especializados nas mais diversas áreas. As profissões associadas ao marketing de conteúdo são:

  • escritor ou produtor de conteúdo
  • responsável criativo
  • gestor de redes sociais
  • especialista em SEO
  • designer

Entre outras figuras, como embaixadores da marca e influencers, que acabam tendo um papel fundamental sobre a divulgação do produto e/ou serviço junto do público.

É interessante notar que as empresas estão cada vez mais sensíveis à necessidade de apresentar um marketing de conteúdo envolvente, eficaz e profissional. Por isso, o número de cursos e formações especializados em marketing continuam a aumentar e as saídas profissionais são cada vez mais abrangentes e alargadas.

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Sara Sampaio produz e realiza nova campanha da Phunk

A manequim portuense também desenvolveu o conceito criativo e escolheu as equipas que desenvolveram os anúncios publicitários que promovem a novidade de verão da marca de águas gaseificadas com álcool, um balde que as mantém frescas

Sara Sampaio estreia-se como realizadora na nova campanha multimeios da Phunk, que divulga a novidade da marca de bebidas para este verão, o balde Phunk, com capacidade para seis latas. A modelo, atriz e empresária, que é diretora de inovação da insígnia desde 2022, também idealizou o produto e a criatividade da comunicação promocional, incluindo o guião e a escolha das equipas que cocriaram os materiais publicitários.

A campanha, que tem como inspiração a paixão da manequim pela praia, conta a história de um verão de amigos na praia, com o tom divertido que caraceriza a Phunk. “Foi um vídeo feito com amigos sem muita produção, ‘effortless’ e bastante fácil, como pretendia”, afirma Sara Sampaio, que é uma das investidoras da primeira marca portuguesa de águas aromáticas gaseificadas com álcool, disponíveis em sete versões.

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Garnier fornece proteção solar nas praias em parceria com a Meo

Os dispensadores, acionáveis através de um pedal, estão posicionados em 23 praias nacionais, de forma a assegurar acesso fácil e seguro ao protetor, porque a exposição solar, ao contrário das Bolas de Berlim, se faz sempre “Com creme”

A Meo e a Garnier voltam a juntar-se para a quinta edição da campanha que promove a proteção solar durante o verão, que é sinónimo de sol, praia e Bolas de Berlim. A marca de telecomunicações e a de cuidados solares uniram-se para relembrar que a exposição solar, ao contrário das Bolas de Berlim, se faz sempre “Com creme”.

A partir de 27 de julho, 23 praias de norte a sul do país e nas ilhas vão ter dispensadores de protetor solar Leite de Textura Leve Sensitive Advanced FPS 50+, da Garnier. O creme hipoalergénico permite uma proteção com maior resistência e a aplicabilidade em vários tipos de pele, além de estar comprometido com o respeito pelos oceanos, incentivando um menor consumo de embalagens de plástico descartáveis para os visitantes das praias..

Para a Garnier, “esta é uma ação de sensibilização importante. Ambre Solaire é uma marca especialista em proteção solar e tem como missão educar as famílias portuguesas em relação aos perigos da exposição solar. Com este tipo de parceria é possível chegarmos a mais pessoas, na hora certa e no lugar certo, tornando acessível a proteção solar para todos. Esta iniciativa em conjunto com o MEO é essencial nesta altura do ano”, refere a marca em comunicado de imprensa.

Os dispensadores, acionáveis através de um pedal, estão posicionados de forma a assegurar que todos têm acesso fácil e seguro ao produto, para garantir uma proteção acessível. Carolina Deslandes, embaixadora de causas da Meo, tem sido a voz e o rosto desta iniciativa desde o início, inspirando e sensibilizando os portugueses para a importância da proteção solar.

“Proteção é a nossa praia”, sublinha Luíza Galindo, diretora de marca e comunicação da Meo, acrescentando que a marca “faz questão de estar ao lado dos portugueses nos momentos mais importantes das suas vidas. As férias de verão são, sem dúvida, um desses momentos. E, no que toca aos riscos da exposição solar, a Meo quer posicionar-se além da campanha de sensibilização e ter uma atitude proativa disponibilizando proteção de forma gratuita e defendendo, com isso, a saúde e o bem-estar de todos”.

Nesta ação estão em causa os riscos de uma exposição solar desprotegida e os impactos ambientais tanto da proliferação de embalagens de plástico de uso individual como do desperdício de creme. O objetivo, além de sensibilizar os portugueses para a necessidade de manter uma relação saudável com o sol, é transformar um bem de consumo individual num serviço acessível a todos.

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Fora do Escritório com Mariana Lorena, diretora da Hearts & Science

Como trabalha na área, mantém contacto com os diferentes meios de comunicação, adaptado aos horários e rotinas das férias. Se a viagem for de avião, presta atenção à publicidade nos aeroportos e aos formatos de alto impacto no OOH das cidades que visita

Catarina Nunes

Nas ilhas Baleares, Formentera (na foto) é um destino especial para Mariana Lorena, diretora da Hearts & Science. “Já tenho visitado várias vezes em diferentes fases da minha vida e em diferentes estilos de viagens: em família, com amigos, com filhos ou só com a minha mãe, para descansar. Fora do meses com mais confusão (julho e agosto), é um sitio paradisíaco muito próximo e com ótimas praias, restaurantes e lojas”, justifica a diretora da agência de meios do Omnicom Media Group.

O que é que não faz durante as férias, que faça habitualmente quando está a trabalhar?

Ir ao ginásio. Férias são férias!

Estar de férias significa desligar ou inspirar-se para novas ideias a aplicar no trabalho?

Depende das alturas, mas geralmente significa as duas coisas. Para quem gosta verdadeiramente daquilo que faz é impossível desligar completamente.

Quais são os jornais, programas de televisão, podcasts, sites, plataformas digitais ou outros meios de comunicação que segue durante as férias?

Talvez por trabalhar na área, mesmo de férias, o contacto com os diferentes meios mantém-se. Em horários e com rotinas diferentes, isso é o mais certo, mas todos se mantêm próximos e presentes. Há que continuar a acompanhar as principias noticias quer em televisão (mesmo que em diferido) quer no digital. A rádio e outras plataformas de áudio acompanham as deslocações de carro. Já se as viagens forem de avião há algo a que presto sempre muita atenção: a publicidade presente nos diferentes aeroportos e os formatos de alto impacto no OOH das cidades que visito. E nada melhor que levar muita leitura para a praia. Aí entram os jornais e revistas. Férias são também sinónimo de pôr em dia o visionamento de séries e filmes nos canais por cabo, em plataformas de ‘streaming’ ou então no cinema.

Quais são as marcas que a acompanham nas férias?

Podia referir várias, mas destaco as de protetores solares e de equipamento/material de surf, que prefiro não referir para não ferir suscetibilidades.

Qual é a primeira coisa que faz quando regressa ao escritório?

Pôr a caixa de emails em ordem. É a melhor forma de garantir que volto a estar 100% por dentro de todos os temas.

 

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Havaianas patrocina Comité Olímpico Brasileiro e calça atletas em Paris

A marca de chinelos faz parte do uniforme oficial da delegação brasileira, calça os funcionários da Casa Brasil em Paris e desenvolve ações de marketing, no Parc La Villette

A Havaianas acaba de anunciar que é o patrocinador oficial do Comité Olímpico Brasileiro e da equipa brasileira que vai competir nos Jogos Olímpicos. Como parte do patrocínio, a equipa vai usar os icónicos chinelos da Havaianas na cerimónia de abertura, que acontece a 26 de julho.

Enquanto um dos patrocinadores do Comité Olímpico do Brasil, a Havaianas estará presente no espaço Casa Brasil, em Paris, além de fazer parte do uniforme oficial da delegação brasileira, de fornecer o calçado dos funcionários da Casa Brasil e de desenvolver ações de marketing no principal ponto de encontro dos espetadores.

“A Casa Brasil é uma representação vibrante do nosso país em Paris durante os Jogos Olímpicos. Esta presença reforça o nosso compromisso em celebrar os nossos atletas e oferecer experiências incríveis que refletem o melhor do nosso Brasil”, afirma Maria Fernanda Albuquerque, vice-presidente global de marketing da Havaianas, citada em comunicado de imprensa.

A Havaianas vai estar presente na Casa Brasil de 26 de julho a 11 de agosto, no Parc La Villette, no norte de Paris. Esta iniciativa faz parte da campanha integrada de Havaianas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, uma das maiores ações de marketing da marca este ano.

 

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