59% das publicações no Instagram não identifica o intuito comercial de forma clara
A Auto Regulação Publicitária (ARP) e o CEAD-Centro de Estudos Avançados em Direito Francisco Suárez da Universidade Lusófona apresentaram um estudo de monitorização do marketing de influência que analisou as […]
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A Auto Regulação Publicitária (ARP) e o CEAD-Centro de Estudos Avançados em Direito Francisco Suárez da Universidade Lusófona apresentaram um estudo de monitorização do marketing de influência que analisou as práticas dos influenciadores digitais mais interativos, para avaliar o cumprimento do princípio da identificabilidade. A conclusão principal foi a existência de um número significativo de influenciadores digitais a promoverem marcas, códigos de desconto e ligações de afiliados sem identificarem, de forma adequada, as suas publicações como comunicação comercial.
O estudo foi realizado pelo Centro de Investigação em Comunicações Aplicadas e Novas Tecnologias da Universidade Lusófona (CICANT) e pela DEUS, o parceiro tecnológico detentor da ferramenta de recolha de dados automatizada, que permitiu verificar 73.785 vídeos e histórias e selecionar, com base em palavras-chave fornecidas, 5.294 publicações do Instagram que foram analisadas pela equipa do projeto.
Os resultados fornecidos por Madalena Bettencourt e Silveira, secretária-geral adjunta da ARP, revelam que os vídeos e histórias são um dos formatos mais utilizados pelas marcas, a palavra-chave “#pub” ou “pub” é a mais utilizada para indicar colaborações com marcas, enquanto “desconto”, “código” e “oferta” são as palavras-chave mais comuns para identificar comunicação comercial, no entanto de forma insuficiente.
Foram identificadas 374 publicações com comunicação comercial corretamente identificada e 563 com indicações de conteúdo patrocinado, ainda que sem identificação clara, além de 93 publicações de comunicação comercial sem qualquer tentativa de identificação. Contudo, a principal revelação foi que 59% da amostra, composta por 3.117 publicações, incluía informação que indiciava tratar-se de comunicação comercial não identificada.
Na sequência dos resultados apurados a ARP lançou um guia de boas práticas sobre marketing de influência e publicidade nativa, uma obra que integra recomendações que permitam auxiliar a indústria a melhorar as respetivas práticas.
Este guia de boas práticas visa orientar produtores e comunicadores de conteúdos relacionados com marcas, produtos ou serviços nas plataformas digitais, incluindo influenciadores digitais, anunciantes e agências. Com recomendações éticas e legais, esta publicação pretende adequar a prática publicitária às necessidades da indústria e da sociedade civil, contribuindo para a transparência e identificação adequada da comunicação comercial.