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“O investimento publicitário real deve andar nos €800 milhões. Pode parecer muito, mas é um valor baixo”

Em entrevista ao M&P, Alberto Rui Pereira, CEO da IPG Mediabrands Portugal, aponta os desafios que se colocam às marcas e a quem as gere e planeia. Além da falta de métricas fiáveis, critica os milhões desperdiçados em campanhas publicitárias que não atingem objetivos e anuncia o lançamento de uma nova unidade de negócio no grupo que lidera

Luis Batista Gonçalves
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“O investimento publicitário real deve andar nos €800 milhões. Pode parecer muito, mas é um valor baixo”

Em entrevista ao M&P, Alberto Rui Pereira, CEO da IPG Mediabrands Portugal, aponta os desafios que se colocam às marcas e a quem as gere e planeia. Além da falta de métricas fiáveis, critica os milhões desperdiçados em campanhas publicitárias que não atingem objetivos e anuncia o lançamento de uma nova unidade de negócio no grupo que lidera

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A IPG Mediabrands está a preparar o lançamento de uma nova unidade de negócio, que alia a gestão de relacionamento com o cliente à automatização de marketing. Em entrevista ao M&P, Alberto Rui Pereira, CEO da holding de planeamento e investimentos em media do grupo Interpublic, que agrega agências de meios como a Initiative, explica as razões da aposta.

Põe ainda em causa os rankings de investimento publicitário da MediaMonitor e crítica as métricas atuais, o desinvestimento em estudos de mercado e a aversão dos marketers ao risco, que está a prejudicar as campanhas produzidas em Portugal.

Trabalha há quase 40 anos em publicidade, planeamento de media e estudos de mercado. O que é mais desafiante nestas áreas atualmente?

Conseguir acompanhar a evolução tecnológica e saber explorar essa transformação para extrair o maior valor possível é um desafio muito grande.

Todos os dias, somos confrontados com novas tecnologias, que obrigam a mudanças estruturais na forma como os vários agentes operam internamente. Outro desafio prende-se com a cada vez maior diversidade e complexidade de canais existentes. É preciso ter a capacidade de conseguir, com a tecnologia e informação disponível, potenciar a eficácia da comunicação.

Ao nível dos consumidores, temos várias gerações com comportamentos e consumos de media completamente distintos. Estamos num processo evolutivo e, no meio desta transição, apanhamos parte do modelo anterior.

Como é que se chega a todos os consumidores, em termos de media?

Com mais informação e aqui a tecnologia ajuda muito. É preciso ter a capacidade de identificar, a cada momento, quais são os segmentos mais significativos e conseguir conciliá-los, porque muitas vezes as marcas estão a falar para gerações diferentes ao mesmo tempo. Claro que se tentam focar naquelas que são as primordiais, mas há essa complexidade, efetivamente.

Invisibilidade dos anúncios obriga a pressão de media

No Festival CCP discutiu-se a questão da taxa de invisibilidade dos anúncios, que oscila entre os 80% e os 90%. É esta a sua perceção?

A questão da invisibilidade prende-se, cada vez mais, com o investimento e com o ruído publicitário que se cria. As métricas que são usadas ainda não estão a conseguir acompanhar a necessidade de medir o efetivo retorno.

Não estou a falar da comunicação que é direcionada para vendas, porque nas campanhas de performance fazemos medições. Sabemos efetivamente quantos ‘leads’ e quantas vendas foram gerados e que conversão é que foi feita. Mas quando estamos a falar de branding e de construção de marca, as métricas que existem são muito limitadas para aquilo que é a necessidade de informação atual.

Estão muito centradas na probabilidade de visualização do anúncio, ao contrário das que já estão a ser usadas nos mercados mais sofisticados, como a métrica da atenção ou a da reação emocional a um conteúdo, que se começam a aproximar muito da memorização e da recordação publicitária.

Com métricas ainda muito limitadas, que se prendem muito só com a audiência, analisa-se apenas a probabilidade de visualização.Essa informação acaba por ser irrealista, porque podemos abrir um vídeo no YouTube e não o ver, mas isso é contabilizado estatisticamente como uma visualização.

Sim, essas métricas são distorcidas. Existe a probabilidade de ver um anúncio, mas não há a certeza de que foi visto efetivamente. Posso estar à frente de um televisor e não estar a ver nada. Mas a partir do momento em que fui medido como audiência, passei a contar como tal, ainda que não tenha retido nada. Há um desperdício efetivo.

Esse desperdício pode ser medido?

Sim. Há uma frase, penso que do David Ogilvy, que dizia que 50% da publicidade era desperdício, só não se sabia que parte desses 50% é que o era. Quando hoje se começam a medir métricas como a atenção, começa-se a ter informação.

No último congresso da Associação Portuguesa de Anunciantes, houve uma intervenção de uma especialista, que trabalha num instituto internacional que já dispõe de muita informação sobre a captação de atenção, que disse que lamentava informar que esse rácio agora já não é de 50/50 mas de 90/10. 90% das campanhas estão claramente abaixo dos níveis de atenção que deviam ter.

Por que é que isso acontece?

Prende-se muito com a criatividade. Estes 90/10 ou 80/20 são dados factuais, tais como os que nos indicam que 50% do incremento de vendas é provocado pela publicidade. Ou seja, 50% vem da criatividade, mas os outros 50% não vêm dos media.

A segunda variável é a força da marca, que por si só já provoca esse efeito. Os componentes de media são apenas a terceira variável. A criatividade é a variável mais forte, que infelizmente, nos últimos tempos, tem sido a componente menos investigada, a menos medida.

A mais descurada?

Sim, porque os media medem-se com as audiências. Mede-se a recordação, mas não se sabe bem de onde é que ela vem, se vem dos media ou da criatividade. Sabemos que vem dos dois e que quando funciona, funciona bem, mas não se sabe porquê e sucede o mesmo quando falha.

Nesses casos, falhou a criatividade? Falhou a estratégia de media? Não se consegue perceber e deveria haver uma investigação mais profunda.

Também é verdade que, fruto das pressões que existem nos orçamentos de marketing no mercado português, o número de estudos sobre marcas tem vindo a diminuir. Hoje, estuda-se menos as marcas e o impacto da publicidade, das ideias e da criatividade.

Investimento em TV e vídeo desperdiçado

Há marcas, como a Worten, que assumem que só gastam 1% do orçamento de marketing em estudos de mercado. Sim, não se faz essa medição e há outra variável muito importante. Ao mesmo tempo que se procura sempre potenciar resultados de curto prazo, por força da pressão da rentabilidade, a vontade de arriscar também é menor, porque se corre o risco de não acertar.

Para não voltarmos a falhar é preciso identificar o que correu mal. Se há uma aversão ao risco, vai-se pela norma estabelecida porque algum resultado essa estratégia irá gerar. Esta resistência ao risco, o ser mais disruptivo e diferenciador, custa dinheiro.

Quando a publicidade e a comunicação partem da ideia, a criatividade não faz a diferença e acaba por se ter de fazer a diferença pela pressão publicitária. Neste caso, a marca não se diferencia pela ideia nem pela mensagem, mas pela frequência, o que custa muito dinheiro às marcas.

De acordo com umas projeções nos Estados Unidos em 2023, estamos a falar de 228 mil milhões de dólares [€209,4 mil milhões] desperdiçados por ano. Isto corresponde a entre 60% e 70% do investimento global que é feito em televisão e vídeo que é desperdício. É dinheiro que não era necessário, se a criatividade cumprisse integralmente o seu papel.

É a criatividade que está a falhar ou é o investimento em criatividade que não está a ser feito?

A criatividade não está a falhar. Não está é a ser suficientemente diferenciadora nem disruptiva para cumprir um papel integral, tendo de ser compensada com repetição de media.

Isso sucede por causa da aversão ao risco?

Por muita aversão ao risco, por não se poder falhar, quando falhar faz parte do processo. Tudo o que é inovação e disrupção pode falhar. Muitas marcas só sobressaem com a repetição de mensagem, por pressão publicitária.

Contra mim falo mas, ao mesmo tempo, isto é uma defesa da indústria. Mostrar que há muito desperdício, e que isso não é relevante, põe em causa o próprio papel da publicidade. Se tenho um desperdício de 80% ou 90%, deveria pensar em fazer as coisas de outra maneira, porque este desperdício não é sustentável.

Como é que se ultrapassa esta situação?

Reforçando a medição, medindo mais e melhor, incluindo a componente mais criativa, e, ao mesmo tempo, sendo mais audaz e disruptivo.

Um estudo vosso referia que, em 2021, a televisão absorvia 50% do mercado publicitário em Portugal, uma das maiores quotas na Europa Ocidental. Estimava-se que crescesse 5% em 2022 e continuasse essa trajetória em 2023. Qual é o panorama atual?

A televisão está a perder quota de mercado, já está abaixo dos 50%, e esta é a tendência global. Em Portugal, estamos a fazer o percurso mais lento, porque ainda temos uma estrutura etária com uma média muito elevada e mais de metade da população é analógica.

Até pode ter smartphones, computador pessoal e recorrer imenso às redes sociais, mas, na essência, tem um comportamento analógico. Prefere ver televisão linear do que televisão diferida.

Está muito habituada a ver os programas ao vivo e a ter atitudes mais passivas no consumo de conteúdos. Isto nunca vai mudar. O consumo de televisão em Portugal ainda é muito elevado e vai continuar a ser nos próximos tempos.

A televisão também tem vindo a mudar. A digitalização de grande parte dos conteúdos de televisão está a mudar a forma como os conteúdos são oferecidos em plataformas digitais. Assiste-se a uma pequena transformação em Portugal mas, para já, é ainda muito pequena.

Qual é a sua expressão?

De acordo com os últimos números, há mais de um terço de lares portugueses com televisão conectada, com televisões inteligentes, mas o número de lares que as usa com essa funcionalidade é muito reduzido. As pessoas têm televisões avançadas, mas usam-nas como se fossem televisões lineares.

Não as utilizam para aceder à internet nem para ver vídeos do YouTube. A tecnologia anda sempre mais depressa do que o consumo e do que a sua real utilização. Em Portugal, inevitavelmente, a televisão vai continuar a perder peso. A rádio, o áudio, vai ganhar força. A publicidade exterior também, a digitalização do outdoor deu-lhe outra dinâmica.

Ainda faz sentido as marcas investirem em televisão?

Faz, para tudo o que sejam marcas transversais, mais ‘mainstream’ e com públicos mais abrangentes.

A que público é que chegam? As novas gerações veem televisão?

Veem, mas com um consumo não linear. Grande parte da população portuguesa tem mais de 45 anos e o poder de compra está nesta geração, não está nos jovens que, infelizmente, têm salários baixos. As marcas sabem que os ‘targets’ com um potencial maior são os mais velhos. É claro que têm de salvaguardar os futuros consumidores e falar para os mais novos.

Mas se os anunciantes fizerem um equilíbrio entre televisão e digital, entre televisão e vídeo, apanham todos os segmentos. Se a maioria da população ainda consome televisão, é natural que a maioria do investimento vá para lá. Porque, mesmo com todas as limitações de medição de retorno que ainda existem, sabe-se que a televisão gera muito retorno.

Quando as marcas fazem promoções televisivas, há uma resposta imediata. Também não é por acaso que a construção de marca ainda se faz muito na televisão.

Porquê?

Pelo tipo de conteúdos. São filmes publicitários mais longos, que permitem contar uma história, não é como nos vídeos, que têm de ser curtos. A prova está nas marcas digitais, que nasceram e existem apenas no digital e vão para a televisão comunicar, como o Standvirtual e o OLX, muito ligadas ao comércio eletrónico.

Todas estão a investir em televisão para ganhar reforço de marca, precisam de notoriedade. Isto não acontece só em Portugal, mas aqui verifica-se mais do que em outros mercados.

A Mediaprobe, que mede a relação emocional dos espetadores com os anúncios, indica que a partir do décimo anúncio, as pessoas não retêm informação, o que significa que as marcas estão a desperdiçar dinheiro.

De que forma os blocos publicitários extensos são um problema?

Isso não tem a ver com o meio, tem a ver com a forma como a publicidade está organizada dentro do meio. Nos Estados Unidos não há intervalos de 15 minutos, fazem-se mais intervalos e mais curtos.

Por que razão Portugal não segue esse caminho?

É uma pergunta que me faço muitas vezes. Há um certo conflito entre os diretores comerciais e os diretores de programas. Os diretores de programas não querem muitos intervalos, porque potenciam a mudança de canal. Mas também questiono se ter intervalos de 15 minutos não potencia a saída do canal.

Se calhar, potencia mais e até cria uma certa irritação no espetador, que acho que é pior. Lá fora, fazem-se mais intervalos com três ou quatro minutos e, no meio, exibem-se pequenos conteúdos do próprio canal, que não são autopromoções, são histórias de um minuto, que fazem toda a diferença.

Porquê?

Uma das coisas mencionadas na apresentação da Mediaprobe foi a questão da reação emocional. As pessoas reagem melhor a conteúdos emocionais, sejam publicitários ou não. Ao inserirmos um desses conteúdos no meio de um intervalo curto, não há um desgaste tão grande.

E, se esse conteúdo tiver características emocionais, cria-se um pico e os spots que vêm a seguir beneficiam com isso. Os canais deveriam olhar para a forma como estão a organizar a oferta comercial e adotar este modelo.

Há aqui uma certa inércia, ninguém quer dar o primeiro passo. Mas, no dia em que um o faça, vai obrigar os outros a mexerem-se.

Como é que o storytelling é cada vez mais importante para a construção de marca?

Voltamos outra vez à publicidade. A publicidade é informação, mas também é entretenimento. As pessoas gostam de ver boa publicidade, não gostam de publicidade mediana. Quando há uma boa história, bem contada, que mexe com elas, as pessoas aderem.

TV perde para digital

O investimento em digital crescia 30% ao ano, em 2021, gerando €30 milhões em receitas, e representava 30% do investimento publicitário em Portugal, face a uma média europeia de 60%. Como é que tem evoluído?

Tem continuado a crescer, dois a três pontos percentuais por ano. Há uma parte do digital que é medida. Esses 30%, 32% ou 35% de quota vêm efetivamente das agências, mas há muita comunicação digital que não chega através delas.

Há muitos clientes que fazem diretamente o investimento em digital, que não está a ser medido e é cada vez mais significativo.

Há, por outro lado, muito investimento digital que é feito por ‘startups’ exportadoras, que não têm agências ou que recorrem aos serviços de plataformas como a Google, que também não é medido.

Quais são os dados mais recentes sobre investimentos em digital?

As projeções que fizemos, no final de 2022, apontavam para quotas de digital em Portugal de 38%, quando se falava em 28% ou 29%. Tentando medir esse investimento, encontrámos uma diferença de mais 10 pontos de quota, o que é bastante representativo e significa que hoje pode estar, claramente, acima dos 40%.

Isto significa que a quota da televisão, se calhar, estará mais perto dos 40% e não dos 50%. O investimento digital real é capaz de ser equivalente ao investimento em televisão.

É membro da Associação Portuguesa de Agências de Meios, desde 2007. Planear meios nunca foi tão desafiante como agora, com a explosão do digital?

Pois não. Temos equipas centradas na implementação e otimização de campanhas offline e outras focadas na implementação e otimização de campanhas digitais. Mesmo dentro das digitais existem algumas competências diferentes, porque a programática é uma coisa e o ‘search’ é outra, apesar de haver sinergias.

Depois, há meios que estão semidigitalizados, como o outdoor, que começa a ter uma digitalização muito grande em paralelo com a parte tradicional. As duas coisas têm de estar integradas.

Muitas vezes, para a mesma campanha, temos uma equipa a comprar programática para outdoor e outra equipa a comprar para papel e, se calhar, também para formatos digitais.

Que desafios é que isso traz em termos de gestão interna?

Pedimos que as equipas trabalhem cada vez mais em conjunto e de forma integrada e multidisciplinar, porque as campanhas também o são.

É ter as equipas centradas não nas competências técnicas, mas nos clientes, trabalhando com o mesmo foco e até em conjunto, porque o cliente tem de ter uma visão e reporting integrados.

O mercado ainda não tem métricas únicas que permitam uma total integração, com uma medição ‘cross-media’, a medição atual é feita em parcelas. As métricas de atenção juntam tudo, não estão dependentes da informação de nenhuma plataforma e podemos chegar a conclusões diferentes.

Quando se analisa a informação que existe em outros países, a conclusão é que os meios não respondem todos da mesma maneira no que se refere à atenção.

Que diferenças se encontram?

O cinema é, claramente, o meio que melhor consegue um bom nível de atenção, porque as pessoas estão sentadas e não há dispersão da atenção. Os dados recolhidos mostram que está largamente distanciado dos outros meios.

A ‘conected TV’, integrada num padrão de consumo mais isolado, também obtém melhores resultados do que a televisão linear, que é permanentemente interrompida com intervalos.

Quando se começar a planear, a otimizar e a medir o retorno em termos do nível de atenção e não em termos de audiência ou de contacto, se calhar começamos a mudar o mix todo ou a reequilibrá-lo.

Os vossos clientes já têm noção da necessidade de visão integrada?

Há clientes que estão mais sensíveis ao tema do que outros, mas a qualquer cliente que se fale disto, mesmo que não esteja muito sensível inicialmente, pelo tipo de produto ou de evolução tecnológica que tem na sua organização, acaba por ser sensível, porque isto é fácil de perceber.

Referiu o crescimento da publicidade exterior, impulsionado pela digitalização. Por que razão o outdoor está a renascer?

Deixou de ser apenas estático, transformando-se num suporte altamente dinâmico. A duração das campanhas não tem de ser sete dias, como antes, pode ser de sete horas, e os painéis digitais podem durar apenas um dia.

O dinamismo também está na criatividade, que pode mudar várias vezes durante o dia, adaptando-se à temperatura, à luminosidade ou a qualquer informação que tenha recebido, de forma imediata.

Há uma grande variedade de formatos, o que nos permite combinar suportes, digitais e não digitais. Tem ainda a vantagem de ser um meio de forte cobertura, porque está na rua. Uma pessoa só não o vê se não quiser ou se não lhe despertar atenção, mas a probabilidade de ver os anúncios é grande.

Jornais em papel não vão desaparecer

Que repercussões tem tido no planeamento de meios o desaparecimento crescente de jornais e revistas?

O que aconteceu foi que tínhamos, inegavelmente, títulos a mais tendo em conta a dimensão do mercado. Não tínhamos leitores para tantos títulos, que só iam sobrevivendo, porque havia muito investimento publicitário na imprensa, que muitas vezes era mais baseado na boa vontade, em parcerias ou em permutas.

Hoje, em dia, as marcas continuam a ter imprensa em papel, mas só sobreviveram os mais fortes. A imprensa em papel está a sofrer globalmente. Os nossos níveis de penetração de investimento em imprensa até já devem ser inferiores aos de outros mercados.

Nos mais sofisticados, a imprensa tem mais peso do que em Portugal porque os hábitos de leitura em papel ainda são muito grandes. Os níveis de leitura em papel são muito baixos.

Sempre o foram, mas agora são ainda menores. Quando as marcas vão para o papel, podem conciliá-lo com o digital e os níveis aumentam substancialmente. O papel tem virtudes que o digital não tem.

Quais são as virtudes mais fortes do papel?

A leitura do digital é mais imediata, mais curta, tem um dinamismo diferente, mas o papel permite uma relação completamente diferente. O tempo e o grau de atenção que são dedicados à leitura são diferentes, podemos andar para trás e para a frente com o jornal.

O próprio jornal pode circular em vários sítios. O detalhe de informação que se pode dar é diferente. As pessoas têm alguma aversão a ler textos longos no digital, que não se presta a isso.

Não é por acaso que a leitura de livros em papel, nos Estados Unidos, voltou a roubar quota aos digitais, nos últimos anos.

Os jornais em papel podem vir a desaparecer no futuro próximo?

Os jornais em papel não vão desaparecer. Vão é ter uma oferta de conteúdos diferente da que têm hoje. Quem procura uma informação imediata não a vai procurar num jornal em papel.

Mas, se quer uma grande reportagem, uma entrevista ou um artigo mais complexo sobre um tema, pode tê-los no papel. Muito provavelmente, os jornais irão especializar-se nestas temáticas, produzindo conteúdos que podem ser complementados com conteúdos digitais. Há conteúdos que vão ficar no digital e que já não irão para o papel, as duas coisas vão conviver.

Quer os clientes quer as agências, sejam de media ou criativas, estão a subvalorizar a imprensa em papel. Há milhares de pessoas que compram jornais todos os dias e, se o fazem, é por alguma razão. As marcas descurarem isso é um erro, mas a responsabilidade não é só das marcas, é também das agências criativas e de media.

Há várias agências de comunicação e até criativas a fazer planeamento de meios. Isto é concorrência desleal?

Não.

Mas estão suficientemente habilitadas para o fazer?

Pessoalmente, acho que não. Cada um tem o seu ‘core business’, as suas competências. É legítimo que, num mercado concorrencial, todos possam fazer tudo. Normalmente, ninguém é bom a fazer tudo e isso é cada vez mais difícil.

As próprias consultoras há muito tempo que entraram no negócio das agências de media. Têm o seu papel e território, mas não destruíram as agências de media.

É evidente que concorremos cada vez mais uns com os outros, mas as agências de meios, tal como sucede com as agências criativas, têm um conhecimento do serviço, da forma como é feito e evolui, daquilo que os clientes querem e como tudo se integra, dos estudos que precisamos de ter e como analisamos os consumidores e os concorrentes.

Todo este conhecimento acumulado, que é usado na operação de implementação e de otimização da componente estratégica, ninguém faz como as agências de meios. Podem fazer, mas não fazem tão bem.

As marcas que optam por agências de comunicação para fazer planeamento de meios põem em risco a construção de marca e a credibilidade?

A credibilidade, não acredito. A construção de marca, acredito, porque não têm as competências necessárias para o fazer. A menos que contratem duplas criativas, diretores criativos, mas, mesmo assim, têm de criar essa cultura.

Não é só chegar lá, comprar e trazer. É preciso estarem integrados numa determinada cultura, que é distinta da sua própria dinâmica. Quando se quer fazer tudo, às vezes, não se faz nada.

Intuição X métricas

 

António Fuzeta da Ponte, que saiu da direção de marca e comunicação da Worten para ir para a Nos, assumiu num debate no Festival CCP que na tomada de decisões segue mais a intuição do que as métricas. É possível fazer um bom planeamento de meios com base na intuição?

Sim, porque há duas coisas que ele assegura que tem de ter para o poder fazer. Uma é conhecer muito bem a marca dele, saber para onde quer ir e quais são os valores e a força da marca.

Isto parece uma coisa fácil, mas não é de todo o que acontece no mercado, muitas vezes. A segunda é conhecer muito bem os consumidores, saber para quem está a comunicar e o que está a vender. Quando é assim, posso dar-me ao luxo de seguir essa intuição.

É também vice-presidente da APAP. O setor das agências de comunicação, publicidade e marketing também enfrenta novas dinâmicas. Como é que encara a proliferação de microagências?

Faz parte da dinâmica do mercado, tem tudo a ver com talento e ideias, que podem haver numa agência grande como numa microagência. Algumas têm a capacidade de gerar uma grande campanha, mas não têm infraestruturas para a implementar.

Mesmo as agências criativas não servem um cliente só com boas ideias, mas com um serviço que vai muito além disso. Fazem quase um aconselhamento de branding e de desenvolvimento da marca, há uma componente de abordagem estratégica muito importante do ponto de vista criativo.

Essas agências pequenas têm o seu papel e têm clientes, com um determinado tipo de características. Mas as grandes marcas têm necessidades que vão muito para além de uma boa campanha e só as agências grandes e as médias é que têm a capacidade de as satisfazer.

Qual é a relevância dos rankings de investimento publicitário da MediaMonitor, que não refletem os preços reais, sem descontos nem rappel, nem os investimentos diretos?

Esses dados já não refletem a realidade, nem sei bem o que refletem. Primeiro, a maior parte dos meios já não se compra por tabelas. Os números estão sobredimensionadíssimos. Não digo que esses dados não sejam relevantes, também os usamos.

Quando o fazemos, tentamos aplicar-lhes os descontos médios que o mercado faz aos vários meios para os ajustar e tentar obter uma realidade mais próxima. A tabela dá uma ordem de grandeza, mas se tivéssemos dados suficientes, baseados já em projeções de investimento líquido, poderíamos fazer um trabalho de projeção a nível do meio, do segmento de mercado, das marcas e das agências.

Nem sequer existe a possibilidade de haver rankings, quanto muito há um mix de meios, o que já é bom. Mas quando comparamos este mix de meios com o mix de meios da Marktest a preços de tabela, não bate a bota com a perdigota.

Se aplicasse os descontos em televisão, estamos a falar de descontos na casa dos 95%, 96% ou 97%. Descontos na ordem dos 97% são uma coisa absurda. Mas também não há dados melhores e, à falta de melhor, consideram-se esses números, que são cada vez menos relevantes.

Quanto é que vale, realmente, o mercado publicitário nacional?

Os números que tentamos projetar, com base no investimento líquido das agências, andam perto dos €600 milhões. Mas se começássemos a considerar todo o muito investimento que não passa por agências, os números seriam diferentes.

Como no digital, esse investimento é significativo, deve andar na casa dos €800 milhões. Pode parecer muito, mas é um valor baixo. Portugal terá o investimento publicitário médio per capita mais baixo da Europa.

Se olharmos para Espanha, o mercado espanhol é 10 vezes superior ao nosso e o PIB deles não é 10 vezes superior ao de Portugal, o que significa que o nosso mercado publicitário está muito aquém daquilo que deveria ser.

Branded content precisa de medição de retorno

É membro do board da Branded Content Marketing Association Portugal, desde 2021. Qual é a representatividade do branded content em Portugal?

Não disponho de números sobre isso, nem vou arriscar. Mas, mesmo para os canais de televisão, já é uma fatia importante das receitas. A integração das marcas nos conteúdos e até o desenvolvimento de conteúdos específicos para marcas é algo que se faz cada vez mais.

É uma aprendizagem, estamos todos a aprender a fazer branded content de forma eficaz. Há um aspeto que ainda não está em cima da mesa como uma coisa premente, embora para algumas marcas já o comece a ser, que passa por começar a medir o retorno do branded content.

Essa medição ainda não é feita?

De forma muito consistente, não. Por muito daquilo que tem sido feito lá fora, sabe-se que funciona e acrescenta valor à marca, mas não se sabe exatamente quanto. Tem que se trabalhar num conjunto de KPI que possam ser medidos com alguma regularidade.

Até para tranquilizar as empresas que investem em branded content, porque quando um diretor de marketing decide alocar essas verbas tem de prestar contas a alguém.

Em dezembro de 2023, a IPG Mediabrands lançou o Mediabrands Content Studio. Seis meses depois, qual é o balanço que faz?

É um balanço muito positivo. Esta unidade já existia, mas estava dispersa. Tínhamos serviços criativos de branded content dentro de uma agência digital, a Reprise, e serviços de produção digital, que também estavam nesta agência, tal como os influenciadores e a gestão de redes sociais.

Quisemos pegar nestas competências para ter todos esses elementos interligados na mesma unidade. A vantagem é que as pessoas trabalham mais perto umas das outras, são coordenadas pelas mesmas equipas, o que gera sinergias. Hoje, já representa uma fatia muito interessante da nossa receita e tem tudo para crescer.

O que é que as marcas pedem e com quais têm trabalhado mais?

Prestamos muitos desses serviços a muitos dos nossos clientes, não a todos, e temos alguns clientes que são só clientes nessa área, nem sequer são clientes tradicionais. Ganhámos no ano passado um cliente grande, a Galp, que está a trabalhar connosco na parte digital, mas não é cliente das nossas agências offline.

Temos todos os serviços de performance e de media paga e digital com a Galp, mas também temos serviços de produção e de criatividade digital. A Eleven Sports trabalha connosco nessas áreas, mas temos alguns clientes importantes que não o fazem.

É interessante ter competências criativas numa agência de media, não só para prestar estes serviços, mas para poder suportar também estratégias e ideias nossas, e até a nossa componente digital.

O Mediabrands Content Studio trabalha também marketing de influência. Apesar de as marcas estarem a investir cada vez mais nesta área, há estudos que questionam a sua eficácia. Qual é a sua posição?

Esse é um bom tema. Olhamos para os influenciadores como um canal de media e não como uma coisa à parte. É como usar áudio ou vídeo, são conteúdos que as marcas utilizam para comunicar. A diferença é que os conteúdos não são feitos pela marca, mas têm de ser integrados na estratégia da marca.

Se os influenciadores forem vistos como um canal de media, e temos ferramentas que o permitem fazer – como outros concorrentes terão – podemos olhar para um determinado segmento e indicar aquilo que um influenciador acrescenta e apontar os KPI que posso medir. Se usar dois influenciadores, eles complementam-se ou estão a canibalizar-se?

Estão a entregar resultados concretos e objetivos ou não? Se for usado de uma forma integrada, pode acrescentar valor à comunicação. Se for visto desgarradamente, porque é tratado desgarradamente, é natural que esteja a perder cada vez mais relevância.

A IPG Mediabrands fundiu a Reprise com a Mattermind, em 2023, e criou a Kineso. Como é que estes processos internacionais afetam o negócio em Portugal?

Afetam positivamente. O grupo fez uma transformação, em que tinha várias unidades digitais que foram integradas numa única. Isto permite sinergias, que os processos que sejam iguais em todo o lado, ter equipas mais próximas umas das outras e uma maior formação. Ainda estamos na fase de consolidar a integração, a ajustar e afinar muita coisa.

Aposta em relação de cliente e marketing de automação

Que novos projetos e investimentos tem para 2024?

Criámos uma unidade que ainda não comunicámos. Não é segredo porque já existe e começou a ser apresentada aos clientes, até já estamos a fazer alguns trabalhos. Vamos pôr-lhe uma marca e comunicá-la num evento ainda antes do verão ou logo a seguir.

O nome já está registado, mas não posso ainda indicá-lo porque estamos no período de confirmação, que demora três meses, e esse prazo ainda não terminou.

Com que marcas está a trabalhar e a que área se dedica?

Ainda são pequenos trabalhos que estamos a desenvolver para clientes nossos, como a Super Bock, a Sumol Compal, a Unilever, a Cofidis e a Galp. É uma área nova que tem a ver com gestão de relação de cliente e marketing de automação, com um conjunto de serviços que não são de media de forma direta mas são-no de forma indireta. Tem também a ver com dados primários.

Abrange inteligência artificial e como é que estão envolvê-la nos serviços que prestam?

Está dentro dessa unidade também, que presta um serviço de aconselhamento nessa área, mas na nossa operação já usamos muitas ferramentas de IA. Temos o nosso ‘chatbot’, que foi feito o ano passado, em parceria. A Google desenvolveu-nos um só para a área da publicidade, marketing e comunicação.

A IA vai ser uma revolução ou a ‘montanha que pariu um rato’?

Vai ser uma revolução. A IA já nos facilita a vida há muito tempo, não apareceu agora, os nossos telemóveis estão cheios dela. Muitos dos sistemas das plataformas da Meta, do Google e do TikTok estão carregados de IA.

Vai-nos facilitar ainda mais a vida com a automatização de processos, em que a gestão e otimização das campanhas vai ser mais automática. Ainda há muito trabalho manual pelo meio mas, daqui por uns tempos, esses processos vão ser totalmente automáticos.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Millennium bcp renova patrocínio ao Estoril Open até 2027
Marketing
Saint Pirate recorre à banda desenhada para promover vinhos da São Luiz (com vídeo)
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Farmacêuticas em Portugal estão a investir mais em podcasts e marketing de influência
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FunnyHow cria para a Domino’s Pizza anúncio feito 100% com IA (com vídeo)
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Instagram destrona Facebook e é a rede social que os portugueses mais usam
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The Hotel aposta em anúncio animado para divulgar promoção da Prio (com vídeo)
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Meta estreia comandos por voz no Meta AI e lança óculos de realidade aumentada
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Adeptos britânicos foram expostos a 29.145 anúncios de apostas em dois dias

O número, avançado numa análise da Universidade de Bristol, está a suscitar o debate, com milhares de espetadores a exigir medidas regulatórias. Investigadores identificam uma média de 54 exposições a publicidade a apostas, por minuto

Os adeptos britânicos foram expostos a 29.145 mensagens de anúncios de jogos de apostas num único fim de semana, nos estádios e em casa, avança uma análise da Universidade de Bristol, divulgada pelo The Guardian.

A partida que no fim de semana de 17 e 18 de agosto opôs o West Ham United FC, patrocinado pela empresas de apostas Betway, ao Aston Villa FC, que conta com o patrocínio do casino digital BK8, lidera a tabela das partidas de futebol com mais mensagens de jogos apostas (6.491 mensagens), identificadas através da presença do nome das duas marcas nas camisolas dos futebolistas das duas equipas.

Analisando os jogos do último fim de semana, os investigadores identificaram uma média de 54 exposições por minuto, dando origem a um total de 29.145 mensagens, quase o triplo das 10.999 identificadas no período homólogo, em 2023.

Apesar de, em 2019, as empresas que promovem jogos de aposto terem acordado não exibir anúncios televisivos imediatamente antes e depois das partidas, medida que também abrangia os intervalos, têm recorrido ao patrocínio das camisolas das equipas para contornar o acordo de autorregulação.

A situação está a suscitar o debate no Reino Unido, com milhares de espetadores, políticos e investigadores universitários a exigir medidas regulatórias por parte das autoridades locais ao longo da última semana, avança o The Guardian.

Os clubes britânicos acordaram voluntariamente abolir a utilização do nome de empresas de jogos de apostas nas camisolas dos jogadores a partir de 2026, mas, face aos números apresentados, são muitos os que exigem a antecipação da medida.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Editora do The Economist sob pressão devido a laços com empresas de tabaco

Em causa estão as marcas da Philip Morris International, Japan Tobacco International e British American Tobacco que têm contratos multimilionários com o The Economist Group, que cria uma cobertura editorial paga, que normalmente apresenta um ângulo favorável ao tabaco

A pressão sobre a editora da publicação britânica The Economist está a aumentar, depois de vários especialistas do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS na sigla inglesa) e especialistas internacionais em saúde se terem recusado a participar em diversas conferências de saúde da Economist Impact, empresa de parcerias e eventos do The Economist Group, devido aos laços comerciais que tem com as três maiores empresas tabaqueiras do mundo, noticia o The Guardian. 

A situação ocorre após uma investigação realizada pelo The Guardian, que revela que o The Economist Group tem ligações comerciais com a Philip Morris International, a Japan Tobacco International e a British American Tobacco. O The Guardian revela que a Economist Impact, que organizou 136 eventos no seu último ano fiscal, tinha sido forçada a cancelar à última hora uma conferência mundial sobre o cancro, em Bruxelas, após uma reação negativa dos oradores e dos participantes.

Agora, o futuro de mais duas conferências que deviam ter lugar em Londres também está em risco. A conferência ‘Future of Health Europe’ tinha prevista a presença de mais de 100 oradores e mais de 550 participantes, enquanto a cimeira ‘AI in Health’ previa cerca de 60 oradores e mais de 300 participantes.

As três empresas de tabaco, que detêm algumas das marcas de cigarros mais populares do mundo, incluindo Marlboro, Benson & Hedges, Dunhill e Pall Mall, têm contratos multimilionários com a Economist Impact. A empresa cria uma cobertura editorial paga, que normalmente apresenta um ângulo favorável ao tabaco, mas é separada e independente do trabalho jornalístico do The Economist. Também organiza eventos e conferências patrocinados.

“Estamos em diálogo ativo com os nossos parceiros no domínio da saúde para determinar como podemos continuar a organizar eventos que provaram ser valiosos para as principais organizações e especialistas mundiais no setor da saúde”, sustenta um porta-voz do The Economist Group.

“Na Economist Impact, o nosso trabalho com os patrocinadores é regulado por diretrizes que salvaguardam a independência, a qualidade e a integridade dos nossos eventos. Temos uma política de longa data de não aceitar o patrocínio de empresas de tabaco para o trabalho ou eventos relacionados com a saúde da Economist Impact, incluindo a conferência ‘Future of Health’ e a cimeira ‘AI Health'”, acrescenta o responsável.

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‘Retail media’ aproxima marketing de marca e marketing de desempenho, mas não convence anunciantes

De acordo com uma investigação do IAB Europe, as grandes marcas têm dúvidas quanto à eficácia do ‘retail media’ na construção de marca. Susanne Demmerling, diretora de retalho e meios digitais da Nestlé Alemanha, considera que a medição de resultados de curto prazo é bastante avançada, mas há uma lacuna de provas do impacto na construção de marca

O ‘retail media’ está a contribuir para acabar com a separação artificial entre o marketing de marca e o marketing de desempenho, de acordo com a análise de Daniel Knapp, diretor do departamento de análise económica do IAB Europe, apresentada num dos painéis da mais recente edição da conferência DMEXCO, realizada em Colónia, de 18 a 19 de setembro.

No evento dedicado aos negócios digitais, que reúne líderes da indústria e profissionais de marketing e dos media, o analista do IAB Europe, associação europeia para o ecossistema do marketing e publicidade digital, destacou uma investigação que utilizou um grande modelo de linguagem para ler as transcrições de chamadas efetuadas a mais de mil anunciantes ao longo de vários trimestres, para avaliar o que estavam a dizer aos investidores no que diz respeito à publicidade.

“Os principais temas que se repetem em quase todas as chamadas são ‘branding’, dados digitais, segmentação, inteligência artificial (IA) e resultados”, sustentou Daniel Knapp, citado pela WARC, acrescentando que “para além do ‘branding’, todos estes elementos estão associados ao ‘retail media’, mas o mais importante é que as menções ao ‘branding’, aos dados e à segmentação não estão separadas”.

“Pensemos em marketing de marca e marketing de desempenho, mas mencionados em conjunto. Esta separação artificial dos dois está a chegar ao fim”, argumentou o diretor do departamento de análise económica do IAB Europe, acrescentando que o ‘retail media’ é um dos canais que está a facilitar isto. “Os profissionais de marketing estão a transferir os orçamentos para o ‘retail media’, sendo a maior parte proveniente da televisão tradicional”, observou Daniel Knapp, acrescentando que “pensamos na televisão e ‘retail media’ como canais separados, mas devíamos parar de fazer esta comparação e ver os dois cada vez mais integrados”.

As grandes marcas têm, no entanto, dúvidas quanto à eficácia deste canal, no que diz respeito à construção da marca. Susanne Demmerling, diretora de retalho e meios digitais da Nestlé Alemanha, criticou a falta de um processo de reserva entre plataformas (existem cerca de 113 redes diferentes de ‘retail media’ na Europa), que “torna impossível otimizar os gastos”.

A diretora de retalho e meios digitais da Nestlé Alemanha afirmou ainda que “os produtos publicitários disponíveis são de funil inferior” e que, “embora a medição dos resultados a curto prazo seja bastante avançada”, vê “uma enorme lacuna quando se trata de provas [independentes] da construção da marca e do impacto dos meios de comunicação”.

“Quando os retalhistas falarem em progredir no funil, os anunciantes vão compará-los com o panorama mais vasto dos meios de comunicação e, nessa vertente, temos realmente muito mais opções”, conclui Susanne Demmerling.

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Millennium bcp renova patrocínio ao Estoril Open até 2027

“O Millennium bcp tem estado connosco desde a primeira hora e foi sempre fundamental para a identidade do projeto”, refere João Zilhão (à esq. na foto com Miguel Maya, CEO do Millennium bcp)

O Millennium bcp e a 3Love, entidade organizadora do Millennium Estoril Open, renovaram o do acordo de patrocínio ao torneio de tênis por mais três anos, mantendo-se o banco o ‘naming sponsor’ do Estoril Open, até 2027.

“O Millennium bcp tem estado connosco desde a primeira hora e foi sempre fundamental para a identidade do projeto. Estamos muito motivados para reforçar esta parceria de enorme sucesso na projeção do torneio para o futuro, sempre com o intuito de continuar, em cada edição, a melhorar e inovar todas as áreas do evento”, refere João Zilhão, diretor do torneio e sócio-gerente da 3Love, citado em comunicado de imprensa, que revela ainda que a próxima edição do torneio acontece de 26 de abril a 4 de maio.

“É com muita satisfação que o Millennium bcp renova por mais três anos o seu apoio ao Millennium Estoril Open, um torneio de referência tanto no panorama dos eventos desportivos que são organizados em Portugal, como no panorama global do ténis, tendo já trazido a Portugal grandes nomes desta modalidade. O ténis é reconhecidamente um desporto de respeito pelos outros e de superação, e o Millennium bcp revê-se inteiramente nesses valores. Desejo o maior sucesso para o evento em 2025 e nos anos seguintes”, enfatiza Miguel Maya, CEO do Millennium bcp.

Segundo dados da 0rganização, o evento contou, em 2024, com cerca de 43 mil pessoas na assistência no Clube de Ténis do Estoril, 1500 horas de transmissão televisiva em todo o mundo e foi valorizado em €108 milhões de valor de patrocínios globais e em €50 milhões de valor de patrocínios nacionais.

A campanha promocional de 2024, por seu lado, “foi valorizada em mais de €6 milhões, fruto das fortes parcerias com a TVI/CNN Portugal, Eurosport, RFM, JCDecaux e Spectacolor. Também nas redes sociais se bateram recordes, tendo sido impactadas mais de 60 milhões de contas em todo o mundo com conteúdos do Millennium Estoril Open”, refere o comunicado de imprensa.

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Saint Pirate recorre à banda desenhada para promover vinhos da São Luiz (com vídeo)

“O maior desafio é conseguirmos surpreender num mercado cheio de clichês que pouco agregam ou cair no erro de tentar ser moderno com caminhos incoerentes com a tradição e a história dos vinhos do Douro”, explica ao M&P Miguel Bacelar, diretor executivo da agência de estratégia de marca, pesquisa e ‘branding’

A Saint Pirate assina ‘Muros de Dedicação’, a campanha multimeios que promove o lançamento de dois dos novos vinhos da São Luiz, Muros de São Luiz Branco 2023 e Muros de São Luiz Tinto 2022. Divulgada em múpis em todo o país, está também a ser amplificada, durante quatro semanas, no digital e nos pontos de venda na grande distribuição, com comunicação e ações de degustação dinamizadas pela marca de vinhos do Douro.

Os materiais publicitários recorrem à ilustração e à animação para dar a conhecer os dois néctares. “Foi a primeira vez que utilizámos o formato de banda desenhada. Convidámos o ilustrador Carlos Antunes, conhecido como Fenixway, para criar a campanha connosco, dando vida, com o seu traço singular, à narrativa que criámos”, explica ao M&P Miguel Bacelar, diretor executivo da Saint Pirate, agência de estratégia de marca, pesquisa e ‘branding’.

A comunicação inspira-se na história da Quinta de São Luiz, em Tabuaço, que, por altura da Páscoa, costuma ver os muros pintados de branco, para acentuar a tradição e a intemporalidade. “O maior desafio é conseguirmos surpreender num mercado cheio de clichês que pouco agregam ou cair no erro de tentar ser moderno com caminhos incoerentes com a tradição e a história dos vinhos do Douro”, refere o responsável.

António, o protagonista da campanha, personifica todos os que, ao longo dos séculos, foram dando vida à tradição. “O seu tom descontraído e jovial, tal como o perfil dos vinhos em questão, tem como objetivo atingir um público de consumidores alargado, com destaque nos mais jovens. A campanha desdobra-se num total de 1.579 faces, entre múpis exteriores e digitais”, esclarece a marca em comunicado de imprensa.

“Procurámos romper com o óbvio mas, ainda assim, cuidar e respeitar a aristocracia, digamos assim, de uma marca com um passado de excelência. Parece fácil mas não o é. Foi crucial, ao longo do processo, a ambição do nosso cliente, que nos estimulou a ir além, dando-nos liberdade criativa e confiando no nosso critério. Foi um trabalho de equipa em estado puro”, assegura Miguel Bacelar.

 

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Farmacêuticas em Portugal estão a investir mais em podcasts e marketing de influência

O ‘II Observatório Pharma de Redes Sociais 2024: Análise das Top 10 Farmacêuticas com Maior Volume de Faturação em Portugal’ revela que a aposta no TikTok e no Threads ainda é reduzida, com as empresas a privilegiarem o LinkedIn, o Facebook e o Instagram

As farmacêuticas portuguesas estão a investir mais em podcasts e em marketing de influência para comunicar as marcas que produzem, avança o ‘II Observatório Pharma de Redes Sociais 2024: Análise das Top 10 Farmacêuticas com Maior Volume de Faturação em Portugal’, que não adianta valores de investimento.

De acordo com o estudo do ROI Up Group, através da agência internacional MarTech, com sede em Lisboa, as empresas procuram manter-se perto dos targets B2C e B2B, comunicando com consumidores, pacientes, cuidadores informais, profissionais de saúde, organismos oficiais, seguradoras e representantes do setor, através de podcasts e marketing de influência.

“A nível local e global predomina o conteúdo corporativo, seguindo-se o produto. Sendo que, a nível local, a aposta em canais relacionados com o território da doença, da saúde e do bem-estar, em termos de ‘awareness’, é maior do que a nível global, onde a estratégia é muito mais focada em marca”, sublinha Mafalda Guedes Miguel, diretora do ROI Up Group Portugal, citada em comunicado de imprensa.

Em Portugal, as marcas privilegiam sobretudo o LinkedIn, o Facebook, o Instagram, o YouTube e o Spotify. O investimento no TikTok e no Threads ainda é reduzido. “A aposta no X continua a ser praticamente inexistente”, revela a análise, que realça o recurso aos podcasts como forma de aproximar as farmacêuticas dos consumidores.

“A Bial lançou o Top of Mind, a Sanofi deu continuidade ao Vidas e a Johnson &Johnson Innovative Medicine prosseguiu com o Desconstruir o Mieloma Múltiplo. Já a Fresenius Kabi dá nome a quatro episódios, chamados ‘Nutrição Clínica by Fresenius Kabi’, desenvolvidos em parceria com o Podcast da Farmácia, da Netfarma​”, refere o comunicado de imprensa.

Para promover a marca Stilnoite, a Sanofi criou uma lista de músicas no Spotify, uma estratégia que a Johnson &Johnson Innovative Medicine também adotou para divulgar o elixir oral Listerine. Ao contrário do que sucede noutros mercados, em Portugal as empresas farmacêuticas estão mais despertas para as potencialidades dos formatos de áudio.

“A nível global, as marcas não parecem apostar em podcasts, nem no Spotify, sendo que são muito mais fortes no que toca à presença em novos canais sociais, como o TikTok e o Threads, para comunicar produto e marca. A nível local, só registámos a abertura de um canal de Threads para o produto Supradyn da Bayer e a continuidade do canal de TikTok para Bepanthene”, refere a análise.

Apesar de o ‘paid social’ ainda ser uma aposta tímida para a maioria das farmacêuticas nacionais, o mesmo não se pode dizer das estratégias de marketing de influência, que têm vindo a ser delineadas pelos departamentos de marketing de Pfizer, Bial, Novartis, Hovione, Hikma, Johnson &Johnson Innovative Medicine, Fresenius Kabi (ex-Labesfal), Sanofi, Bayer e Roche, as dez empresas contempladas no estudo.

“O setor é bastante regulado e tem regras específicas, mas as marcas têm feito o seu caminho no sentido de proteger os consumidores e assegurar que toda a informação seja clara através de uma estratégia nas suas redes sociais que inclui também colaborações com influenciadores digitais”, assegura Mafalda Guedes Miguel.

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FunnyHow cria para a Domino’s Pizza anúncio feito 100% com IA (com vídeo)

A inteligência artificial é utilizada para criar todas as imagens e personagens do filme publicitário de lançamento das novas Burgerpizzas da Domino’s Pizza, que pretendem resolver o dilema da escolha entre pizza ou hambúrguer

A agência criativa FunnyHow recorre à inteligência artificial (IA) para criar todas as imagens e personagens do filme publicitário, da campanha de lançamento das novas burgerpizzas da Domino’s Pizza, que pretendem resolver o dilema da escolha entre pizza ou hambúrguer.

Num passo inovador para o setor, todas as imagens e personagens do filme foram criadas com recurso à IA, elevando a criatividade visual a um novo patamar. O CEO da FunnyHow, Hugo Antonelo, alega, em comunicado de imprensa, que “este é o primeiro anúncio feito 100% em IA em Portugal e um dos primeiros do mundo para grandes marcas globais”. Nesta matéria não há registos noticiosos em Portugal.

O uso de IA abre portas para novas formas de contar histórias e criar imagens que causam impacto. A nova campanha da Domino’s Pizza, que conta com a voz do ator e encenador Miguel Guilherme, pretende refletir a ousadia do produto e a forma como é comunicado. “O filme de lançamento das burgerpizzas desafia as normas do marketing tradicional e posiciona a Domino’s Pizza como uma marca inovadora, não apenas pelo seu menu, mas também pela forma como interage com o seu público”, refere a Domino’s Pizza em comunicado de imprensa.

“Vamos ver uma massificação do uso destas tecnologias, o que vai permitir-nos produzir mais e melhor. Neste momento, a qualidade que vemos neste projeto da Domino’s Pizza já é impressionante, mesmo comparado com qualquer anúncio feito a nível global. Contudo, existe ainda muito para desbloquear a nível técnico. A evolução exponencial significa que, daqui a um ano, provavelmente tudo o que vemos agora vai ser obsoleto”, conclui Hugo Antonelo.

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Instagram destrona Facebook e é a rede social que os portugueses mais usam

O Facebook surge na terceira posição, sendo ultrapassado pelo WhatsApp, que sobe para o segundo lugar, com 27,2% das referências, de acordo com a edição de 2024 do estudo ‘Os Portugueses e as Redes Sociais’, da Marktest

O Instagram é a rede social mais utilizada em Portugal, de acordo com a edição de 2024 do estudo ‘Os Portugueses e as Redes Sociais’, da Marktest, que dá a conhecer os índices de notoriedade, utilização, opinião e hábitos dos portugueses face às redes sociais. A plataforma da Meta é a mais referida (34,2%) entre as redes sociais a que os portugueses acedem com maior frequência, destronando assim pela primeira vez o Facebook neste critério.

A análise com base em 803 entrevistas online realizadas em julho, a indivíduos entre os 15 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental, revela que a queda do Facebook no ranking de redes sociais mais utilizadas em Portugal é ainda mais significativa este ano, sendo que a rede social criada por Mark Zuckerberg é também ultrapassada pelo WhatsApp, que sobe este ano para o segundo lugar, com 27,2% das referências. Já o Facebook não foi além dos 20,9% das referências.

Embora esteja a ser utilizado com menos frequência, o Facebook continua a ser a rede social com maior penetração em Portugal, sendo que quase 90% dos portugueses que utilizam redes sociais têm uma conta criada no Facebook. Nas posições seguintes surgem o WhatsApp (88,3%) e o Instagram (82,1%).

Apesar da tendência geral de quebra nos últimos anos, de acordo com o estudo, o Facebook ainda é uma rede social relevante para os portugueses, mantendo-se como a rede social com maior notoriedade ‘top of mind’, a primeira referência dada pelos entrevistados, com 59,4% das respostas. Este valor representa uma quebra face aos 64,5% registados em 2023. O Instagram, no entanto, que este ano obteve 31,2% das respostas à primeira referência espontânea, apresenta-se em crescimento. A larga distância, neste critério, encontram-se o WhatsApp, o X (antigo Twitter) e o TikTok.

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The Hotel aposta em anúncio animado para divulgar promoção da Prio (com vídeo)

Televisão, digital, rádio, exterior e ponto de venda são os meios incluídos na campanha que se prolonga até 26 de outubro. “Temos como objetivo continuar a oferecer preços baixos e acessíveis, com menos burocracias e mais vantagens”, explica a marca em comunicado

Após o sucesso da campanha de verão ‘A Confusão’, que abordava com humor as complexidades das promoções no mercado dos combustíveis, a Prio está de volta com uma nova proposta, apresentada no anúncio ‘Desconfusão’. Idealizada e desenvolvida pela agência The Hotel, divulga a nova promoção da empresa produtora e vendedora de biocombustíveis, recorrendo a um anúncio animado.

Divulgada em televisão, digital, rádio, exterior e ponto de venda, a campanha publicitária multimeios prolonga-se até 26 de outubro, dando a conhecer a redução adicional, de até quatro cêntimos por litro, a somar aos descontos diretos praticados pela marca, sem necessidade de cupões, talões e cartões.

“Às vezes, é preciso descomplicar e dizer, apenas, que é para poupar”, explica Hélder Monteiro, sócio da The Hotel, citado em comunicado de imprensa. Além da redução de preços, o foco da comunicação está na diminuição de burocracias, para conferir vantagens aos consumidores.

“Os nossos clientes estão cientes de que a Prio não complica. ‘Desconfusão’ é mais uma prova disso. É uma campanha que remove todas as complicações tipicamente associadas ao setor. Num mercado que, muitas vezes, exige processos complexos, nós escolhemos ser simples e diretos”, afirma Ana Pinho, diretora de marketing da empresa.

 

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Meta estreia comandos por voz no Meta AI e lança óculos de realidade aumentada

Os óculos Orion (na foto) têm a capacidade de projetar representações digitais de meios de comunicação, pessoas, jogos e comunicações no mundo real, à semelhança dos Apple Vision Pro. O investimento total da Meta em IA, em 2024, irá ascender a entre €33,1 mil milhões e €35,8 mil milhões

A Meta acaba de lançar uns novos óculos de realidade aumentada, estreando um protótipo da próxima fase de expansão da empresa no setor dos óculos inteligentes. Os óculos, denominados Orion, foram apresentados por Mark Zuckerberg, diretor executivo da Meta, na conferência anual de programadores da empresa, a 25 de setembro. No mesmo evento, o dono da empresa também anunciou que o Meta AI, modelo de inteligência artificial (IA) generativa da Meta, será agora capaz de responder a comandos por voz.

Os óculos Orion têm a capacidade de projetar representações digitais de meios de comunicação, pessoas, jogos e comunicações no mundo real, à semelhança dos Apple Vision Pro, lançados no início de fevereiro de 2024. A Meta e Mark Zuckerberg apresentaram o produto como um passo em frente em relação aos computadores e aos telemóveis, introduzindo uns óculos que podem realizar tarefas semelhantes.

A empresa sediada na Califórnia planeia que a primeira geração de óculos de realidade aumentada seja distribuída “ainda em 2024, mas apenas internamente e a um grupo selecionado de programadores, com cada dispositivo a custar dezenas de milhares de dólares para produzir”, de acordo com uma fonte, citada no The Guardian. “A Meta pretende vender os seus primeiros óculos de realidade aumentada comerciais aos consumidores em 2027, uma altura em que os avanços técnicos devem fazer baixar o custo de produção”, acrescenta a mesma fonte.

A Meta tem investido dezenas de milhares de milhões de dólares nos seus investimentos em IA, realidade aumentada e outras tecnologias do metaverso, elevando a sua previsão de despesa de capital, em 2024, para um valor recorde entre 37 mil milhões de dólares e 40 mil milhões de dólares, o equivalente a €33,1 mil milhões e €35,8 mil milhões.

A Meta também está a expandir a aposta em IA no Meta AI, com, por exemplo, uma atualização a nível de áudio, em que o modelo passará a responder a comandos de voz. Com esta atualização, os utilizadores fazer com que o assistente fale com a voz de celebridades, como Judi Dench, John Cena, Keegan-Michael Key, Kristen Bell e Awkwafina. “A voz vai ser uma forma muito mais natural de interagir com a IA do que o texto”, sustenta Mark Zuckerberg. A Meta afirma que mais de 400 milhões de pessoas já utilizam o Meta AI mensalmente, incluindo 185 milhões que regressam à plataforma semanalmente.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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