Crescimento dos serviços de ‘streaming’ ameaça televisão por cabo
Esta tendência global conduz à perda de receitas de subscrição para as empresas tradicionais, avança uma análise da corretora XTB. A Netflix é a operadora que mais cresce. Disney+, Warner Bros. Discovery e Paramount Global atravessam dificuldades
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As plataformas de ‘streaming’ estão a conquistar uma fatia do mercado global cada vez maior, em detrimento dos meios de comunicação convencionais, como a televisão em sinal aberto, levando também a uma diminuição constante no número de assinantes de televisão por cabo. De acordo com uma análise de Henrique Tomé e Vitor Madeira, analistas financeiros da corretora XTB, esta tendência global resulta na perda de receitas de subscrição para as empresas tradicionais, que outrora dependiam fortemente desse modelo de negócio.
“Com menos pessoas a subscreverem pacotes de televisão por cabo, as receitas caem e as empresas enfrentam desafios acrescidos para manter a sua base de clientes e justificar o preço dos seus pacotes”, refere o documento, que analisa o desempenho de algumas das maiores operadoras do mercado. “Nos últimos resultados do segundo trimestre de 2024, a Netflix anunciou que ultrapassou os 277 milhões de subscritores com acesso pago, assumindo uma posição de líder mundial”, avança o documento.
A empresa é a que tem apresentado o desempenho mais forte em termos anuais, com uma valorização de 40,1%. “O aumento da Netflix pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a expansão do seu catálogo de conteúdo original, estratégias eficazes de retenção de assinantes e a sua recente entrada em novos mercados”, refere a análise da XTB, que salienta o crescimento internacional da plataforma de ‘streaming’ da The Walt Disney Company (TWDC).
“Os investidores ficaram reticentes sobre o potencial do Disney+, depois de o seu crescimento ter sido mais fraco do que o dos seus concorrentes. No entanto, a empresa tem dado provas de que continua a ser uma alternativa no mercado, contando com mais de 150 milhões de utilizadores em todo o mundo, embora o seu crescimento de subscritores continue relativamente estagnado”, aponta a corretora. No segundo trimestre de 2024, o serviço caiu 0,6%.
“A pressão de manter uma oferta constante de conteúdo de alta qualidade para competir com Netflix e Amazon pode estar a pesar sobre o Disney+. Ainda assim, a sua fraqueza em bolsa pode estar relacionada com as outras atividades da empresa a que pertence, como os parques temáticos”, refere a análise.
A Max, que surgiu da fusão entre a Discovery Warner Bros e a HBO, também tem visto o número de subscritores aumentar, tendo já ultrapassado a meta de 100 milhões de utilizadores em todo o mundo, com a inclusão do HBO, HBO MAX e Discovery+.
Ao contrário da trajetória de crescimento dos serviços de ‘streaming’, a Warner Bros. Discovery, por seu lado, apresenta o pior desempenho desde o início do ano, com uma queda significativa de 34,8%. “Esta descida acentuada pode ser atribuída a várias dificuldades, incluindo a integração complexa das operações após a fusão e a concorrência feroz no mercado de ‘streaming’ global”, avança o documento.
A XTB identifica sinais de otimismo. “Apesar de contar com um forte portefólio de conteúdo, os desafios em alinhar operações e a pressão para produzir conteúdo lucrativo estão a afetar negativamente a perceção e o desempenho da empresa no mercado. Ainda assim, o número de utilizadores tem vindo a crescer após a fusão. Contudo, os dados fundamentais da empresa apresentam riscos de insolvência, o que claramente deve estar a pesar no preço das suas ações”, refere a corretora.
Em queda está também o desempenho da Paramount Global, que perde 24,9%. “A quebra demonstra as dificuldades enfrentadas por empresas que, embora estabelecidas, estão a tentar reposicionar-se num mercado dominado por gigantes. A companhia pode estar a lutar para encontrar uma estratégia clara e eficaz para competir, à medida que os consumidores continuam a migrar para plataformas com bibliotecas de conteúdo mais robustas e marcas mais fortes”, explica a XTB, que não inclui a Prime Video nem a Apple TV+ na análise.