“Só conseguimos criar com excelência se estivermos atentos ao mundo”
Na rubrica Como é Que não Me Lembrei Disto?, Maria Cristina Anahory, cofundadora e parceria criativa da Anahory Monteiro, valoriza o talento nacional e indica a ‘A Estante dos 75.800€’, da Uzina para o Ikea, como a campanha que gostaria de ter feito
Daniel Monteiro Rahman
Uma verdade com uma solução tão simples
Agência criativa Droga5 funde-se com a The Monkeys e planeia expansão internacional
Super Bock lança luva para refrescar cerveja com campanha da Uzina (com vídeo)
Susana Albuquerque preside júri geral dos prémios ADCE 2024
Fora do Escritório com Pedro Ribeiro, diretor criativo da Tux&Gill
Fora do Escritório com Bárbara Monteiro, cofundadora e parceira criativa da Anahory Monteiro
Aldi anuncia redução de preços com campanha da Uzina (com vídeo)
Estão abertas as inscrições para a Portfolio Night Lisboa 2024
“As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar”
Design português conquista sete prémios no Red Dot Award
Qual é a campanha que gostaria de ter feito?
Portugal é um país cheio de talento, haveria inúmeras respostas para esta pergunta. Mas talvez a campanha que mais me impactou recentemente terá sido ‘A estante dos 75.800€’, da Uzina para o Ikea.
Quais são as razões dessa escolha?
Achei brilhante a concretização, o ‘timing’ de resposta e porque foi totalmente inesperado. Às vezes o desafio não é só ter boas ideias, mas ter a capacidade de as implementar no tempo certo. Acredito que isto tenha sido um ótimo trabalho de equipa entre agência e cliente: a capacidade de propor e a confiança de acreditar. Mas, acima de tudo, pela ousadia e a coragem, que são características com as quais me identifico.
O que é que lhe chamou mais a atenção, o texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha?
A mensagem. Pelo arrojo e criatividade. Fazer ‘product placement’ à conta de uma crise de Governo é, no mínimo, audaz.
Esta campanha inspirou-a a nível criativo? Em quê e de que formas?
Este tipo de campanhas desperta-me sempre a importância de estar atenta a tudo. À informação, aos lugares e às pessoas, não só a título criativo, mas no geral. Só conseguimos criar com excelência se estivermos atentos ao mundo, se tivermos empatia, se soubermos ouvir e observar.
É fundamental captar as nuances e detalhes que muitas vezes passam despercebidos, pois é aí que residem as inspirações mais autênticas. Estar atentos significa também reconhecer e valorizar a diversidade de perspetivas e experiências, o que enriquece qualquer processo criativo.
Qual é a campanha que fez que mais a concretizou profissionalmente?
É uma espécie de projeto de longo prazo que temos desenvolvido pro-bono, para a organização sem fins lucrativos The Non-Conformist Scientist (NCS), fundada pela cientista Ana Cadete, que atualmente se encontra em Boston. É uma plataforma criada por cientistas, para cientistas, que promove o conhecimento científico a nível global, partilha ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional e incentiva as mulheres na ciência a serem líderes.
Isto tudo inspira-me em vários sentidos, tanto pessoal como profissional. Para além de acreditar firmemente na importância de fomentar a diversidade e a inclusão, seja em que campo for, há uma mensagem de perseverança que se nota em cada detalhe deste projeto. A somar a isto tudo, é um orgulho enorme poder fazer parte de um projeto com ambições globais e de grande impacto.
Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?
Com a coragem e ambição da Ana, que reuniu um conjunto de cientistas espalhadas pelo mundo, dispostas a ajudar. Nós contribuímos com a consultoria de marca e angariação de equipas que, com muito carinho, também abraçaram a causa. É um prazer trabalhar com uma comunidade tão generosa.
O que é que faz quando não tem ideias?
Há sempre alguma coisa guardada na gaveta.
Ficha técnica |
Ficha técnica |