Fernando Chaves é uma nova Creatura
A Creatura é o novo projecto de Fernando Chaves, criativo que passou os últimos anos na Ivity. A estratégia passa por aliar criatividade e comunicação para trabalhar projectos do branding à arquitectura de espaços ou experiências de marca.
Pedro Durães
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A Creatura é o novo projecto de Fernando Chaves, criativo que passou os últimos anos na Ivity. A estratégia passa por aliar criatividade e comunicação para trabalhar projectos do branding à arquitectura de espaços ou experiências de marca
A Creatura é a sexta empresa do grupo República 45. O projecto começa a ganhar forma no final do último ano, altura em que Martim Oliveira, sócio comum às seis empresas, que abrangem áreas como o marketing digital, performance marketing ou produção, identifica a criatividade como uma lacuna no grupo e lança o desafio a Fernando Chaves, criativo da Ivity Brand Corp. A oportunidade de avançar com um projecto próprio surge, explica o profissional ao M&P, “como estas coisas normalmente surgem, de uma coincidência”. “Havia uma vontade grande dentro do grupo República 45 de criar uma empresa com foco na criatividade, que coexistiu com a minha vontade de procurar outros desafios”, explica. “A Ivity e as pessoas da Ivity foram a minha casa durante muitos anos”, afirma Fernando Chaves, questionado sobre o que o motivou a deixar a agência para se lançar neste projecto, reforçando que “nada ‘cativa’ alguém a mudar-se da casa onde cresceu, às vezes é só preciso arriscar e ir para fora de pé”.
Ainda assim, o risco assumido acaba por ser, de certa forma, medido. Fora de pé mas não sozinho já que a Creatura nasce num grupo com outras valências na área da comunicação, onde, apesar de cada empresa constituir uma operação autónoma, cerca de 70 por cento dos clientes são partilhados. A agência, esclarece Fernando Chaves, “foi pensada para coexistir dentro do ecossistema que é o grupo República 45. É uma empresa independente, com clientes próprios, que veio apresentar mais uma resposta de comunicação”. “É uma simbiose, a Creatura pode oferecer um pacote de valor mais aliciante com parcerias com as restantes empresas do grupo, e vice-versa”, prossegue o partner da agência. Sobre como vai funcionar a interligação da empresa com as restantes unidades e que tipo de sinergias serão contempladas, o profissional reforça que “a Creatura é uma empresa independente, financeiramente e em termos de clientes e projectos”, embora reconheça que “beneficia de viver dentro deste grupo, o que permite sinergias e parcerias estratégicas com outras as outras empresas”.
A agência tem trabalhado, nesta fase de arranque, clientes como a Microsoft, Teleperformance, Power Dot, April ou Bedrock Capital Partners. Questionado sobre qual é então o peso dos clientes do grupo por comparação com os clientes exclusivos da Creatura, Fernando Chaves coloca a fasquia “perto dos 50 por cento”. Voltando a frisar que “a Creatura é uma empresa independente”, o partner admite que, “naturalmente, surgem projectos vindos de outras empresas do grupo e, ao mesmo tempo, projectos que começaram connosco e que agora beneficiam de outros serviços associados, desde a performance digital até a produção de filmes”.
Que Creatura é esta?
Branding, arquitectura de espaços, experiência de serviços são algumas das áreas apontadas como habitat natural desta nova Creatura, que se apresenta ao mercado como uma agência que alia criatividade e comunicação. Mas Fernando Chaves prefere não ficar preso a disciplinas. “A Creatura cria conceitos”, resume o ex-criativo da Ivity, clarificando que isso é válido quer “sejam conceitos de marca, conceitos de espaço ou conceitos globais de marca, que definem toda a experiência do negócio, podendo integrar marca, espaço e o design do serviço”. “Desde a marca e estratégia de comunicação até aos escritórios e toda a experiência física de uma marca. São tudo manifestações de um conceito, que depois são materializadas e implementadas”, argumenta.
Esta abordagem marca a actuação da agência naquele que foi um dos seus primeiros projectos. “O design do espaço de escritórios da seguradora April foi um projecto de um novo conceito de espaço, que tinha como desafio perceber toda a dinâmica da empresa, forma de trabalho entre as diferentes equipas, para depois percebermos como poderíamos modelar o espaço”, conta Fernando Chaves, salientando que “tudo isto só foi possível com a colaboração da equipa da April, que trabalhou connosco para percebermos os processos e desenharmos um espaço que viesse reflectir a ambição e o posicionamento da empresa no mercado”. “Hoje este espaço tornou-se na cara da empresa”, aponta.
“A nossa abordagem ao mercado é oferecer um serviço de qualidade, com foco em resultados”, resume o partner da agência, cuja equipa é composta por mais três elementos: Margarida Barreiros Cardoso, Marta Fonseca e Martim Oliveira, sócio comum a todas as empresas do grupo. Fernando Chaves prefere não revelar pormenores sobre o o investimento envolvido no lançamento deste projecto, quando é esperado que seja atingido o break-even desse investimento ou qual o peso que se prevê que a Creatura venha a representar no volume de negócios do grupo, reiterando apenas que “este projecto nasceu autónomo” e que arrancou “já com alguns clientes e algumas contas no portfólio”. Para já, assegura, “está a superar as nossas expectativas mais optimistas”. E quais as expectativas para o primeiro ano de actividade? “Qualidade dos projectos e clientes com projectos em áreas estratégicas para a empresa”, traça Fernando Chaves, apontando, sem quantificar, que “tal como nas restantes empresas do grupo, a rentabilidade é um dos objectivos, mas neste primeiro ano tem sido apenas uma consequência”.
Artigo publicado na edição impressa do M&P desta quinzena