Pegada climática da publicidade digital global igual à de dois setores de atividade portugueses
Apesar de pouco se ouvir falar dele, o impacto carbónico do digital é real e também é responsável pelo (mau) estado de conservação do planeta. O consumo elétrico e a […]
Luis Batista Gonçalves
Nike humaniza preço do sucesso com anúncio da Wieden+Kennedy (com vídeo)
Audiências semanais: RTP1, SIC e TVI reforçam ‘share’
Ecrãs da MOP apresentam campanhas premiadas em festivais internacionais
Bolas de queijo e Ricardo Quaresma dão mote à campanha da agência David para a Burger King (com vídeo)
News Farma lança canal digital para profissionais de saúde
Primor associa-se à RTP Play para lançar minissérie promocional (com vídeo)
Métricas de atenção não contribuem para vendas nem outros resultados de marca
Sociedade Ponto Verde cria ferramenta digital para ecodesign (com vídeo)
Filme da Fullsix vence prémio internacional (com vídeo)
Marcas investem €129,1 mil milhões em publicidade em plataformas de ‘fast fashion’
Apesar de pouco se ouvir falar dele, o impacto carbónico do digital é real e também é responsável pelo (mau) estado de conservação do planeta. O consumo elétrico e a digitalização de processos implicam um dispêndio de energia que, sempre que é produzida com recurso a combustíveis fósseis, contribui para o aumento da pegada ambiental. De acordo com um novo estudo, elaborado pela consultora climática Scope3, a da publicidade digital global é (muito) grande.
Em média, a exibição de anúncios publicitários em ecrãs digitais e em plataformas de streaming é anualmente responsável por 7,2 milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono, “a mesma quantidade que os setores da aviação e do transporte marítimo emitem em Portugal e a indústria da manufatura e da construção gera na Suécia”, avança a consultora.
Desses 7,2 milhões, cerca de 3,8 têm origem na transmissão e visualização de publicidade em ecrãs digitais, apurou a Scope3 no método de quantificação e cruzamento de dados que utilizou. Os restantes 3,4 são causados pela exposição a anúncios nos serviços de streaming.
“Em termos de emissões absolutas, os EUA, a Índia e o Reino Unido são os maiores poluidores”, refere o documento que reúne as principais conclusões da investigação. As emissões de dióxido de carbono no país presidido por Joe Biden aproximam-se muito das que a produção de energia elétrica e de calor emana na Suíça.
Suécia e Dinamarca com valores elevados
Estabelecendo a comparação com o valor total de emissões de cada país, os analistas apuraram que a Suécia e a Dinamarca também são responsáveis por percentagens consideráveis. Fora da análise, que envolveu três dezenas de países, ficaram, no entanto, a China e a Rússia, outros dos grandes poluidores mundiais.
“Isto representa uma oportunidade para esta indústria. Sendo o streaming ainda um canal em expansão, os editores e proprietários de media não devem sobrecarregar as suas plataformas tecnológicas com anúncios de vídeo, nem com parceiros desnecessários. Devem estar atentos e construir o futuro com a sustentabilidade em mente”, defende a Scope3. “Se os anunciantes digitais tivessem reduzido a pegada digital das suas campanhas, o seu desempenho teria melhorado em 5% e as emissões teriam diminuído 20%”, garante ainda o estudo da consultora internacional.