Há mais anunciantes a abandonar o X
Estudo global da Kantar revela que 26% dos profissionais de marketing planeiam reduzir o investimento publicitário no X, em 2025. Em causa estão os receios das marcas de serem associadas a conteúdos radicais

Daniel Monteiro Rahman
A Padaria Portuguesa entra no takeaway e no catering
Shakira é nova embaixadora da Epson Ibérica
Initiative assume planeamento e compra de media da Volvo
Empresário francês adquire Tupperware e quer faturar €100 milhões até dezembro
Audiências mensais: TVI mantém liderança, mas SIC aproxima-se
Penélope Cruz protagoniza campanha da Geox
Compras representam 53% das burlas em Portugal. Facebook e Instagram dominam
Adico equipa pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka
Marcas bem-sucedidas conjugam marketing de desempenho com construção da marca
Tox’Inn muda para Bloomer e adota nova assinatura
Além dos anunciantes que já saíram do X nos últimos meses, há uma nova leva de marcas a planear deixar de fazer publicidade no antigo Twitter, partir do próximo ano. Um movimento que já fez com que Elon Musk abrisse uma ação judicial contra a Mars e a Unilever, por exemplo.
Um estudo global da Kantar, baseado em entrevistas com 18 mil consumidores e mil marketers, revela que 26% dos profissionais de marketing planeiam reduzir o investimento publicitário no X em 2025, o maior decréscimo registado entre as principais plataformas de publicidade globais.
Em causa estão os receios das marcas de serem associadas a conteúdos radicais, com os seus anúncios a serem veiculados ao lado de publicações de cariz neonazi, discriminatório ou de intolerância racial. Como resultado, estima-se uma queda nas receitas e, por sua vez, no valor da empresa, com as receitas anuais a passarem de 4,4 mil milhões de dólares (€3,9 mil milhões) em 2021, para 1,9 mil milhões de dólares (€1,7 mil milhões) no final de 2024, o que representa um decréscimo de 57,4%.
O estudo da Kantar indica que a confiança dos profissionais de marketing relativamente aos anúncios no X continua a diminuir, passando de 22% em 2022 para 12% este ano, com apenas 4% dos profissionais de marketing a considerarem que os anúncios no X proporcionam segurança à marca.
“Os anunciantes são responsáveis pelas marcas e precisam de confiar nas plataformas que utilizam”, explica Gonca Bubani, diretor da Kantar, citado no The Guardian. O responsável acrescenta que “o X mudou muito nos últimos anos e pode ser imprevisível de um dia para o outro. É difícil [os anunciantes] sentirem-se confiantes em relação à segurança das suas marcas nestas circunstâncias”.
O desinvestimento por parte dos anunciantes é apenas mais um de uma série de problemas comerciais de Elon Musk, que tem sido alvo de críticas por causa de publicações relacionadas a temas polémicos, a última das quais é a proibição do X no Brasil.
Com mais de 20 milhões de utilizadores, o Brasil é um dos maiores mercados globais da plataforma, no entanto, o Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu a 2 de setembro por unanimidade a proibição do X, após Elon Musk se recusar a cumprir ordens judiciais que exigiam a remoção de perfis acusados de espalhar desinformação e que a rede social nomeasse um representante legal no país.