Global Media acusa Lusa de boicote por cortar acesso ao DN
“Não existe boicote, foi uma decisão de gestão dado o incumprimento contratual e a ausência de resposta, face aos vários pedidos de reunião e recuperação da dívida que tínhamos feito”, declara Joaquim Carreira, presidente do conselho de administração da Lusa
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O Global Media Group (GMG) está a acusar a Agência Lusa de boicotar o Diário de Notícias (DN), por bloquear unilateralmente o acesso do jornal aos serviços informativos da agência. A dona do DN refere, em comunicado de imprensa, que a decisão é um “ataque à informação livre e ao jornalismo produzido pela equipa editorial do DN”. Em causa estão alegadas dívidas pendentes à Lusa por parte do GMG.
Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da Lusa, Joaquim Carreira, diz que esta foi uma decisão de gestão em resposta a vários meses de dívida, em que o GMG não respondeu adequadamente aos contatos feitos pela Lusa para encontrar uma solução. “Não existe boicote, foi uma decisão de gestão dado o incumprimento contratual e a ausência de resposta, face aos vários pedidos de reunião e recuperação da dívida que tínhamos feito”, declara Joaquim Carreira.
Em comunicado de imprensa, a Global Media revela dados financeiros que considera necessários, “em nome da transparência e para dar contexto à situação atual”. É salientada a compra por parte do GMG de 23,36% do capital da Lusa em 2013 por €1,426 milhões e a venda da mesma percentagem em 2024 por €1,276 milhões. Quanto à dívida, o GMG revela que a dívida acumulada era em janeiro de 2024 de €905 mil e que “em nenhum momento foi o serviço suspenso ou sequer posto em causa”.
“Com o negócio em que o Estado adquiriu as participações do GMG e da Páginas Civilizadas na Lusa [por €2,49 milhões, no final de julho] a dívida anteriormente acumulada pelo GMG ficou limpa”, alega Joaquim Carreira, presidente do conselho de administração da Lusa. O que se passou entretanto, explica, é que “não foi paga nenhuma fatura desde agosto”.
“Agosto, setembro e outubro estão vencidas”, garante Joaquim Carreira, acrescentando que “o que veio a prejudicar ainda mais a situação é que tentámos várias vezes o contato com a administração, chamando a atenção para o agravamento da situação, e não tem havido resposta”, sublinha.
Quanto ao facto de haver outros títulos que também têm dívidas à Lusa, e que não têm o serviço cortado, Joaquim Carreira afirma que “a grande diferença é que os outros títulos têm valores em dívida mas pagaram alguma coisa”, acrescentando que o que está em causa é “uma situação extrema de uma empresa que não fez qualquer liquidação de faturas”.
O GMG considera, por seu turno, que “sofrer este ataque ao fim da tarde de uma sexta-feira, numa altura em que a equipa acionista e a administração estão empenhadas em salvar o título histórico que se presta a cumprir 160 anos de vida, é revelador sobre a forma como a informação livre é vista neste país”.