Há que saber influenciar…
Há quem alvitrasse por aí que os influenciadores poderiam estar a morrer, talvez manifestando o desejo íntimo de não ter que lidar com esta realidade por vezes tão complexa e difícil de gerir, ou não estivéssemos a falar de pessoas. Ainda por cima criativas, autoras, coordenadoras do seu próprio conteúdo.
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Mas a verdade é que estamos longe de assistir ao seu fim, vivendo antes uma evolução que leva este ‘novo meio’ para um patamar mais profissional e exigente. Só a Europa conta com cerca de 10,5 milhões de influenciadores profissionais (ou seja, que cumprem certos requisitos para serem considerados como tal), isto sem entrarmos ainda profundamente naqueles que são só Tik Tokers e que poderiam ainda fazer disparar este número. Para colocar em perspetiva, basicamente a população portuguesa toda em influenciadores, o que assim de repente é meio assustador.
Já a nível global sabemos ainda que cerca de 40% das pessoas com presença nas redes sociais admite que as suas decisões de compra são influenciadas, passo o pleonasmo, pelos influenciadores.
Números que mostram bem o impacto que o marketing de influência continua a ter e o crescimento que tem vivido nos últimos anos, ocupando cada vez mais espaço no budget das marcas.
Sabemos ainda que as redes sociais continuam a crescer e, embora tenham como missão principal ligar as pessoas, dar voz, criar comunidades e gerar envolvimento, cumprem também hoje facilmente um papel de crescente importância no próprio consumo, na escolha das marcas, na sua reputação e até mesmo no seu posicionamento.
E uma coisa é certa, há mudanças importantes e há certezas que também vieram para ficar fruto também de muitas apostas que correram mal e de outras que trouxeram resultados relevantes.
Começando de forma aleatória, a maior certeza é que só faz sentido trabalhar com influenciadores se estes forem genuínos e verdadeiros e se as marcas conseguirem ter afinidade com eles, tudo o que fuja desta fórmula será falso e não terá a adesão pretendida. Esta certeza faz aliás com que os micro e até nano influenciadores (pelo menos enquanto não crescem exponencialmente a sua comunidade) continuem a ser uma aposta pelo grau maior de autenticidade e de confiança que trazem às suas publicações.
Parece óbvio, e insistir neste ponto pode até parecer repetitivo, mas por mais que se escreva sobre isso, é importante respeitar o lado criativo e pessoal de cada influenciador para que construa algo que faça sentido para a nossa marca. Se não chega lá de forma natural, provavelmente estamos a escolher mal e devemos repensar a quem nos queremos associar e como.
Por outro lado, assistimos também a diversos criadores que se transformam eles próprios em empreendedores, lançando marcas e produtos, mostrando bem a abrangência do seu poder junto da comunidade. É nesta economia de criadores que as marcas podem e devem escrever as suas histórias, procurando também maior diversidade e transparência nas suas escolhas, aproveitando o influence marketing para garantir também que a sua voz é ouvida pelos seus fãs e procurando resultados de negócio nas parcerias certas. Esta transição dos influenciadores para o mundo dos negócios mostra bem o seu poder, um poder a que as marcas não devem estar indiferentes, mas sim atentas, identificando oportunidades e traçando uma estratégia que permita trabalhar em cima deste poder.
Outro fator a ter em conta, e já muito divulgado, é o crescimento do Tik Tok e de uma onda de criadores que conseguem produzir conteúdo real e eminentemente mais criativo e entertaining que consegue, assim, melhores resultados e um impacto maior junto das pessoas.
Por último, o influence marketing vai ser cada vez mais data driven, não só na fase de escolha dos influenciadores, em que as marcas através das ferramentas existentes no mercado podem tomar uma decisão baseada em dados, suportada e mais alinhada com os seus objetivos; mas também na fase de pós-avaliação em que cada vez mais poderemos medir os resultados da campanha. Não esquecer que os influenciadores trabalham essencialmente notoriedade e posicionamento e esses devem ser os principais KPI, mas podem ajudar à conversão e à venda e potenciar o negócio.
Quanto melhor a estratégia definida, melhor o trabalho e o resultado alcançado.
Já dizia Mark Twain ‘A notícia da minha morte é manifestamente exagerada’ e ela aplica-se bem àqueles que estão fartos de influenciadores a exibirem marcas a toda a hora, pois a prova do seu sucesso está mais do que identificada em cima. Mas este sentimento traz algo de positivo: não queremos influenciadores a exibirem marcas só porque sim, forçadas e sem contexto.
Queremos associações que façam sentido. Queremos data – da boa. Queremos criatividade, originalidade e verdade e esse é o caminho de futuro para os que querem persistir e continuar a contar as melhores histórias para as suas marcas.
Ana Roma Torres
Managing and Creative Partner