Reforçar a digitalização da oferta em todo o país, com mais ecrãs digitais em vários formatos e ambientes, é uma das prioridades da JC Decaux em 2025, com a venda programática, iniciada em 2023, a continuar a ser uma aposta.
“Com a digitalização, abrimos a porta a um vasto leque de oportunidades que estes suportes permitem, tanto ao nível da criatividade como no recurso a dados e à utilização em tempo real, tanto na venda direta como na programática”, justifica Philippe Infante, diretor-geral da JC Decaux Portugal, em declarações ao M&P, acrescentando que “a incorporação da DMP [Data Management Platform] e de outras ferramentas baseadas em dados permitem potenciar a eficácia do meio e otimizar o investimento das marcas”.
Além da venda do digital por si só, a chave da comunicação exterior passa pela conjugação do digital com o convencional. Para o diretor-geral da JC Decaux Portugal, a combinação oferece o melhor dos dois mundos, “a solidez e impacto constante do ‘out-of-home’ (OOH) aliado à inovação e dinamismo do digital, que maximiza a atenção e a relevância das mensagens”, em que “o foco não está no formato do meio, mas nas audiências que queremos atingir”.
Ao unir o digital ao papel, Phillipe Infante argumenta que se consegue criar uma comunicação visual que se ajusta ao contexto, maximizando a visibilidade. “Os equipamentos convencionais continuam a ser relevantes na oferta da JC Decaux, com cobertura e capilaridade. O digital, em localizações ‘AAA’, permite uma flexibilidade exclusiva e a entrega da mensagem certa, à pessoa certa, no local e no momento certos”, explica.
50 anos, 91 concelhos
A estratégia a curto e médio prazo consiste sobretudo na digitalização dos ativos nas três áreas de atividade: mobiliário urbano, transportes e grande formato. “Contamos no final de 2024 ter instalados mais de 1.200 ecrãs distribuídos por todo o país. No mobiliário urbano, temos ativos digitais instalados em ambiente urbano nos concelhos de Lisboa, Porto, Oeiras, Cascais e, mais recentemente, em Sintra. Ainda este ano contamos ter mais equipamentos digitais em outras seis cidades do país”, revela Phillipe Infante.
Em ambiente de centros comerciais, a JC Decaux está presente com soluções digitais em 34 dos centros de maior audiência, em 27 concelhos em Portugal continental e ilhas. Está ainda em 16 áreas de serviço das principais autoestradas do país, em oito concelhos, segundo Phillipe Infante.
“Na área de transportes, temos ativos digitais nos cinco principais aeroportos do país: Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada. Os formatos em causa são os standards da indústria no pequeno formato (2 m2) e os novos ecrãs de maior dimensão (desde 6 m2 a 100 m2), na linha do que tem vindo a ser instalado nos últimos tempos”, refere.
Phillipe Infante, diretor-geral da JC Decaux Portugal, refere que “os equipamentos convencionais continuam a ser relevantes na oferta da JC Decaux, com cobertura e capilaridade”
Presente em Portugal há cerca de 50 anos, e em 91 concelhos, “a JC Decaux está empenhada em continuar a definir as tendências e a reforçar o seu posicionamento como número um nacional no mercado OOH”, argumenta Phillipe Infante, garantindo que no final de 2024, a JC Decaux terá um total de 15.930 faces convencionais, considerando os formatos ‘standard’ em todos os ambientes em que opera: mobiliário urbano, transportes e grande formato.
Em termos de digital, serão mais de 1.200 ecrãs, “o que representa um crescimento de 84% face a 2023″, alega. Em relação à quota de mercado da JC Decaux no OOH, Phillipe Infante refere que “o mercado de OOH português não é auditado na sua totalidade, pelo que é difícil atribuir quotas de mercado com rigor”.
“No entanto, considerando o número de faces mencionadas, pode deduzir-se facilmente de que lado está a liderança”, refere. O responsável revela ainda que a empresa detém 93% de equipamentos analógicos. Quanto à faturação em Portugal, alega que, sendo cotada em bolsa, a JC Decaux só pode disponibilizar resultados globais do grupo.
Digitalização e relevância dos dados
A transformação digital é acompanhada pelo aumento da relevância dos dados. “Essas duas dimensões são parte fundamental da nossa estratégia, com a qual procuramos criar um ecossistema de soluções globais e locais”, explica Phillipe Infante.
A abordagem da JC Decaux, avança o diretor-geral, segue três etapas no processo de definição e construção de campanhas: otimização (trabalhar o planeamento com base em ‘insights’); ‘engagement’ (criar experiências interativas ao longo da campanha); e avaliação (aferir o impacto da estratégia).
“Dentro da otimização das campanhas, assente na criatividade, temos o Optix Creative Heatmap, que já é uma realidade bem presente no dia a dia dos clientes e agências que trabalham com a JC Decaux, e fornece análises sobre a atenção dos consumidores sobre peças criativas, assentes em inteligência artificial (IA)”, diz Phillipe Infante.
Este responsável salienta como novidades os ‘scores’ de atenção por área, que diferenciam logótipo, produto e mensagem; a análise da envolvência para perceber os ganchos de atenção na área circundante ao equipamento onde está a campanha; e o ‘score’ associado a outras variáveis, como o ‘engagement’, a cognição e a clareza da informação como um todo.
A entrega de uma campanha em função do KPI contratado terá o Proof of Play, comprovativo certificado por terceiros, a lançar em 2025
A Data Management Platform (DMP) é outra das ferramentas que destaca. “Trata-se de uma plataforma tipicamente associada ao digital e à venda programática, mas que hoje já usamos também no OOH, aplicada tanto ao digital como ao convencional”, refere, revelando o lançamento em 2025 do Proof of Play, em que as marcas receberão o comprovativo, certificado por terceiros, de entrega da campanha em função do KPI contratado.
“Estas novas ferramentas ajudam-nos a responder à crescente exigência do mercado, com foco em resultados e a definir as tendências no nosso setor. Acreditamos que o futuro não é apenas antecipado, mas moldado a partir das decisões que tomamos hoje. Cada uma destas ferramentas permite antecipar os objetivos dos anunciantes e ajustar as suas campanhas em função dessas aprendizagens”, justifica Phillipe Infante.
O desenvolvimento sustentável é também um elemento central da estratégia para o próximo ano. “Temos vindo a defender que sejam incluídos critérios de avaliação de sustentabilidade nos concursos públicos e a sensibilizar as câmaras municipais para a importância de valorizar requisitos que promovam a sustentabilidade, sempre que é lançado um concurso público. No que toca aos equipamentos, por exemplo, avaliar se utilizam materiais recicláveis e reciclados, ou até se são dotados de funcionalidades como painéis fotovoltaicos/tetos vegetalizados, com flores e vegetação no topo”, avança Phillipe Infante.
Nesta matéria, além das medidas já adotadas nos últimos anos, a JC Decaux Portugal instalou recentemente um recuperador de águas pluviais, que serão utilizadas tanto nas instalações da empresa como na manutenção e limpeza dos equipamentos. A nível global, a JC Decaux está a lançar o Eco Design Index, ferramenta para avaliar e comparar o desempenho ambiental dos seus produtos, em duas áreas principais: a conceção e o fabrico, e a operação e a utilização.