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Criatividade que não se limita à mensagem

‘Dumb Ways to Die’ (na foto) da McCann Erickson Melbourne é a campanha que Tiago Mesquita gostaria de ter feito. A ‘Heart – The Art of Living’ é a que faz e mais concretiza o supervisor criativo da i-Brothers, revela na rubrica do M&P Como É Que Não Me Lembrei Disto?

Daniel Monteiro Rahman
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Criatividade que não se limita à mensagem

‘Dumb Ways to Die’ (na foto) da McCann Erickson Melbourne é a campanha que Tiago Mesquita gostaria de ter feito. A ‘Heart – The Art of Living’ é a que faz e mais concretiza o supervisor criativo da i-Brothers, revela na rubrica do M&P Como É Que Não Me Lembrei Disto?

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Daniel Monteiro Rahman
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A forma como um tema pesado – como os acidentes de pessoas em linhas férreas – é abordado com humor, leveza, animação e musicalidade, faz com que a campanha ‘Dumb Ways to Die’, da McCann Erickson Melbourne, seja uma fonte de inspiração para Tiago Mesquita.

São muitas as campanhas de que se orgulha ter feito, mas é um projeto pessoal que mais o concretiza. Quando está sem ideias, o supervisor criativo da i-Brothers gosta de se desligar, pois não acredita que martelar num pensamento o torne mais criativo, mas também acredita que o entusiasmo é a melhor fonte de inspiração, revela ao M&P na rubrica Como é Que Não Me Lembrei Disto?, dedicada à criatividade.

Qual é a campanha que gostaria de ter feito?

A campanha com a qual mais me identifico, e que, por outro lado, mais gostaria de ter feito, é a campanha ‘Dumb Ways to Die’ da McCann Melbourne, antiga McCann Erickson Melbourne, para a Metro Trains, na Austrália.

Quais são as razões dessa escolha?

Destaco a relevância e o humor presentes numa animação simples, mas muito atrativa. A música tornou-se num êxito que perdura até aos dias de hoje. A ‘silliness’ que se combina com uma mensagem muito clara e distinta, torna a campanha em si numa obra de arte que admiro bastante. Tendo crescido com as animações dos Happy Tree Friends, das quais também sou bastante fã, é mesmo um daqueles casos em que digo: “caramba, como é que não me lembrei disto?”.

Qual é o ‘insight’ e como é materializado?

Muitas vezes, o ‘insight’ provém de uma verdade. A partir daí, conseguimos compreender verdadeiramente o problema e, assim, criar a melhor solução. Neste caso, a abordagem utilizada foi a de falar de um tema ‘pesado’ [mortes nas linhas de comboio/metro] de forma inovadora, não com o intuito de chocar as pessoas, mas sim de as educar.

Em teoria, este processo parece simples: o ‘insight’ é tanto um ponto de partida como uma etapa no processo criativo. Acreditando neste objetivo, a forma encontrada para o materializar foi uma comunicação sobre um tema de sensibilização, com um tom humorístico e viral. A música, tendo esse potencial, foi o formato que melhor representou este objetivo, sendo que a solução encontrada e os seus resultados falam por si.

O que é que lhe chamou mais à atenção? O texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha?

A musicalidade e o tipo de animação tornam a mensagem tão simples, mas tão impactante, que é difícil não gostar dela. Acresce que a sua capacidade de adaptação e reutilização mostram que a criatividade envolvida nesta campanha é forte e não se limita àquela mensagem. De facto, mais tarde, a campanha foi usada para abordar outros temas de segurança e em diferentes contextos culturais.

Esta campanha inspirou-o a nível criativo? 

De certa forma, sim. Mostra que podemos abordar assuntos sérios e importantes de forma astuta, com leveza e humor. Mostra que não é necessário dramatizar os temas sérios e que, por vezes, podemos reinventar a forma como comunicamos.

Tiago Mesquita acredita que a criatividade se tenha tornado mais imaterial, por estarmos numa era mais digital

Até que ponto a banda sonora de uma campanha pode contribuir para o seu sucesso?

A banda sonora pode contribuir muito para o sucesso, pois confere emoção e permanência na memória. Lembro-me, até hoje, da canção “Boa noite, Vitinho”, pela emoção que me despertava sempre que passava na televisão.

E essa emoção perdura na minha memória até aos dias de hoje, pela forma como me fazia sentir sempre que a ouvia. Acredito que muitas pessoas da minha geração ainda se lembram da letra da música, pois foi um jingle muito acarinhado por todos.

Qual é a campanha que mais o concretizou profissionalmente?

Tenho várias ideias de que me orgulho e que me fazem sentir concretizado profissionalmente, mas a que melhor me representa é a que fiz para mim mesmo: o projeto ‘Heart – The Art of Living’. Essencialmente, implantei um chip junto ao meu coração, que me permite guardar tudo o que amo. Foi um projeto pessoal de vida, no qual continuo a investir até hoje, para poder recordar mais tarde.

Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?

Após ter sido operado ao coração há alguns anos, passei a interessar-me pela inteligência emocional e pela forma como vivemos a vida. Quis dar maior significado aos momentos que vivo e, por fim, queria muito guardar as coisas de que gosto junto ao meu coração (literalmente).

Ao partilhar a ideia com amigos e colegas da área, apercebi-me do seu potencial criativo e de como esta ideia me poderia destacar no mercado. Acredito que a criatividade vai além da profissão – é uma forma de estar e viver.

O projeto cresceu e, para além do chip criado em parceria com a Dangerous Things, desenvolvi um site para partilhar, em tempo real, o que guardo no meu coração. Produzi também um vídeo para apresentar o projeto e promovê-lo nas redes sociais, que resultou numa exposição viral.

Acabei por ser entrevistado por vários órgãos de comunicação social e por participar na Bienal dos Jovens Criadores, em Milão, em 2015, onde fiz uma pequena exposição do projeto. Além disso, o projeto foi inscrito nos Prémios CCP 2015, tendo conquistado o Bronze na categoria de autopromoção, e foi selecionado para competir no Cannes Lions do mesmo ano.

As campanhas estão mais ou menos criativas?

A criatividade é cíclica. Costumamos procurar tendências do passado para as reavivar. Por estarmos numa era mais digital, acredito que a criatividade se tenha tornado mais imaterial. Atualmente, não vejo tantas campanhas de guerrilha como acontecia há alguns anos. E nesse aspeto, penso que a criatividade não se tenha tornado menos ou mais criativa, mas sim mudado de forma.

O que é que faz quando não tem ideias?

Desligo. Deixo de pensar e faço outras coisas. Muitas vezes, sinto que tenho mais lucidez após um passeio ou uma corrida, pois sinto que me afastei do ‘briefing’ e consegui ter uma visão mais ampla do problema. Não acredito que estar a martelar num pensamento me torne mais criativo.

Ter essa capacidade de desligar e depois voltar com a cabeça limpa torna-me muito mais eficaz na procura de ideias melhores. Outro fator que me inspira a criatividade é o entusiasmo. Sempre que estou entusiasmado por algo, tenho também as melhores ideias.

Parte desse entusiasmo não se deve apenas à minha capacidade emocional no momento, mas também às pessoas com quem tive o prazer de trabalhar e à forma como sou tratado. Em parte, acredito que esses são os aspetos mais importantes que, para mim, fazem a diferença.

Ficha técnica

Campanha Dumb Ways to Die
Cliente Metro Trains
Agência McCann Erickson Melbourne
Diretor criativo executivo John Mescall
Diretor criativo Pat Baron
Redator John Mescall
Diretor de arte Pat Baron
Ilustração Julian Frost
Banda sonora Ollie McGill
Digital Huey Groves e Christian Stocker
País Austrália
Ano 2012

 

Ficha técnica

Projeto Heart – The Art of Living
Diretor de arte Tiago Mesquita
Redator Ivo Martins
Edição de vídeo Filipe Varela
Web designer Juliana Freitas
País Portugal
Ano 2014

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Filipe Rodrigues é o novo diretor digital da Havas Media Network

“Há um desafio claro de apoiar os nossos clientes na sua jornada de evolução e transformação digital, de os ajudar a inovar e fazer crescer os seus negócios”, diz Filipe Rodrigues (na foto), até aqui diretor de digital e de inovação da Arena Media

Filipe Rodrigues é o novo diretor digital da Havas Media Network, assumindo a gestão e transformação digital das agências de media do grupo e respetivos clientes.
“Assumir a liderança de uma área que é fundamental nas estratégias de comunicação das marcas, num grupo de agências que é líder de mercado, mas que nem por isso deixa de inovar e de se preparar para o futuro, é um enorme privilégio e orgulho, que vem acompanhado com um também enorme sentido de responsabilidade”, salienta Filipe Rodrigues, citado em comunicado de imprensa.
Licenciado em publicidade e marketing pela Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) e com um curso de criatividade publicitária na Restart Creative Education, ao longo da carreira desempenha funções no WPP e na Havas Media Network, tendo sido diretor de digital e de inovação da Arena Media nos últimos quatro anos.
“Há um desafio claro de apoiar os nossos clientes na sua jornada de evolução e transformação digital, de os ajudar a inovar e fazer crescer os seus negócios, mas também de capacitar da melhor forma as nossas equipas para responder aos desafios estruturais que a área digital atravessa”, esclarece Filipe Rodrigues.
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Marketing

Marcas de luxo exploram potencial do digital, mas não descuram lojas físicas

A transmissão de desfiles de moda de marcas de luxo no LinkedIn quintuplica em três anos, com marcas como Dior (na foto), Balenciaga e Louis Vuitton a procurar atrair os utilizadores de redes sociais. A abertura de lojas nas principais artérias comerciais europeias é outra das estratégias, que inclui Lisboa

As marcas de luxo, a braços com quebras nas vendas que se acentuam depois da pandemia, estão a recorrer cada vez mais ao LinkedIn para transmitir os desfiles de moda e às redes sociais para mostrar as novas coleções, procurando atrair as novas gerações de consumidores e os utilizadores destas plataformas. A abertura de lojas nas principais artérias comerciais europeias é outra das estratégias para recuperar o negócio.

De acordo com um estudo realizado pela rede social profissional, entre 2021 e 2024 as transmissões de desfiles de moda em direto quintuplicaram, com marcas como Dior, Balenciaga e Louis Vuitton a procurarem conectar-se com consumidores com um perfil económico mais elevado. Segundo a análise, 85% das marcas de moda de luxo estão presentes no LinkedIn, usando a rede para divulgar produtos, não se ficando apenas pelas publicações corporativas.

“A moda de alta qualidade, outrora reservada para revistas de luxo e montras exclusivas, está agora a dar passos ousados ​​para o mundo profissional, exatamente onde os marcos de carreira e as compras de luxo colidem, com 67% dos utilizadores a comprar roupa depois de serem promovidos”, sublinha Stephanie Barret, diretora global de luxo do LinkedIn, citada no estudo.

À semelhança do que fazem no Instagram, a Cartier, a Chanel e a Jacquemus exibem muitas das novas criações na rede social profissional. No entanto, de acordo com a análise, a transmissão dos desfiles no LinkedIn Live, onde ficam disponíveis, gera um envolvimento maior.

Os quatro primeiros desfiles da Louis Vuitton, um dos exemplos apontados, fazem o número de seguidores da marca crescer 45%, passando dos 940.000 para os 1,36 milhões e evoluindo para os atuais 2,8 milhões, em cinco anos.

27% dos produtos de luxo são comprados nas redes sociais

Entre 2023 e 2024, segundo o LinkedIn, o número de seguidores das dez maiores marcas de luxo cresce 17%. Numa altura em que 27% dos consumidores que adquirem produtos de marcas de luxo através das redes sociais usam sobretudo o Instagram e no TikTok, o LinkedIn procura atrair uma nova vaga de influenciadores digitais com a transmissão dos desfiles de moda.

No Reino Unido, segundo o relatório ‘Beyond the Runway’, elaborado pelo grupo WPP, cerca de 40% dos consumidores que têm tendência a deixarem-se influenciar revelam ter em conta as opiniões pessoais dos influenciadores digitais, incluindo as posições políticas que muitos reservam para o LinkedIn e o X, antes de comprarem os produtos de beleza e moda de luxo que promovem.

“As marcas devem adaptar-se a este cenário em evolução, dando prioridade a parcerias autênticas com influenciadores e criando experiências de compra perfeitas que correspondam às expetativas ‘on-demand’ dos consumidores de luxo de hoje”, recomenda Rahul Titus, diretora de marketing de influência global da Ogilvy, citada no estudo.

Marcas de luxo investem em localizações privilegiadas

Apesar da aposta nas redes sociais, as marcas de luxo continuam a investir em lojas físicas, procurando concentrar as aberturas nas principais artérias comerciais. De acordo com o estudo ‘European Luxury Retail – Report 2025’, realizado pela Cushman & Wakefield, a Avenida da Liberdade, em Lisboa, regista a abertura de lojas de cinco marcas de luxo em 2024.

Além da marca de moda italiana Paul & Shark, que abre uma loja de 190 metros quadrados no edifício Liberdade 242, a marca de design de mobiliário Molteni&C inaugura a primeira ‘flagship’ em Lisboa. A Patek Philippe, em parceria com a David Rosas, abre a primeira boutique no edifício Liberdade 12. A IWC Schaffhausen, em parceria com o Grupo Tempus, também se estreia com uma boutique própria, na mesma avenida.

Após uma extensa renovação, a Cartier reabre em Lisboa em 2024 e a loja do antigo edifício do Diário de Notícias está arrendada “a uma marca a divulgar brevemente, com abertura prevista para este ano”, revela a Cushman & Wakefield em comunicado de imprensa.

“A Avenida da Liberdade é o destino por excelência das marcas de luxo internacionais, e o facto de estar no prime CBD [Central Business District] – onde se localizam as sedes das grandes empresas e hotéis de cinco estrelas – cria o habitat perfeito para estas marcas. Alguns edifícios têm boas fachadas e áreas que vão ao encontro dos requisitos das marcas, mas o grande desafio continua a ser o número de unidades disponíveis”, comenta Maria José Almeida, associada da Cushman & Wakefield Portugal e especialista em retalho de luxo.

A análise da consultora internacional revela que 83 novas lojas de comércio de luxo abriram nas 20 principais artérias da Europa em 2024, face às 107 identificadas na edição do estudo referente a 2023. A Via Montenapoleone, em Milão, é apontada como o destino de retalho mais caro do mundo, devido ao valor das rendas.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Sugestões para ler, ver e escutar da edição 975 do M&P (com vídeos)

O livro ‘Construir uma Storybrand — Crie Mensagens Claras e Atraia a Atenção dos Seus Clientes’, de Donald Miller, a minissérie ‘Jerry Springer: Lutas, Câmara, Ação’, do realizador Luke Sewell para a Netflix e o podcast Guess Who Talks, da Guess What, são alguns dos destaques

Ler

Construir uma Storybrand — Crie Mensagens Claras e Atraia a Atenção dos Seus Clientes

O livro Construir uma Storybrand, de Donald Miller, fundador e CEO da empresa de construção de marca StoryBrand, é dedicado a empresas e profissionais que desejam comunicar mensagens de forma clara e cativante, através do ‘storytelling’. Partindo do princípio de que uma mensagem clara e distinta melhora a forma como se estabelece uma ligação com os clientes, o autor explora sete elementos universais do ‘storytelling’ que fornecem uma vantagem competitiva na construção de uma marca.

Com exemplos práticos e estratégias aplicáveis a qualquer setor, o autor ensina a simplificar a mensagem de uma marca, para que esta seja facilmente compreendida e a criar mensagens mais eficazes para os diferentes canais de comunicação. Esta obra é uma referência essencial para quem quer criar uma identidade forte, comunicar com impacto, fortalecer o relacionamento com os clientes e destacar-se num mercado de narrativas saturadas.

Autor Donald Miller
Editora Self
Lançamento Junho de 2022
Páginas 224
Preço €17,98

A Arte de se Destacar — 7 Passos para Ser a Pessoa em Quem os Outros Apostam

Nesta obra, Suneel Gupta, empreendedor e apresentador de televisão norte-americano, partilha os segredos há muito guardados por produtores de filmes vencedores de Óscares, congressistas norte-americanos, líderes militares, estrelas da culinária, capitalistas de risco, fundadores de startups e executivos de empresas, para explorar como conquistar credibilidade e captar a atenção num mundo competitivo através de uma estratégia de sete passos.

Com uma abordagem acessível, o livro ensina a construir uma influência autêntica, demonstrando que não basta ser talentoso e que é fundamental saber comunicar valor.

Autores Suneel Gupta e Carlye Adler
Editora Vogais
Lançamento Fevereiro de 2025
Páginas 240
Preço €16,65

Ver

Jerry Springer: Lutas, Câmara, Ação

Esta série documental composta por duas partes revela os bastidores do polémico programa norte-americano The Jerry Springer Show. Através de depoimentos de produtores e ex-convidados, o documentário revela como o ‘talk show’ incentivava confrontos explosivos e comportamentos extremos para aumentar as audiências e apresenta uma análise instigante sobre os limites da ética no entretenimento televisivo.

Formato Documentário em minissérie
Realizador Luke Sewell
Estúdio Minnow Films
Distribuidora Netflix
Plataforma Netflix
Lançamento Janeiro de 2025

O Atentado de 5 de Setembro

 

Este filme retrata o atentado terrorista durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, através da perspetiva da equipa de transmissão desportiva da ABC. Destaca ainda a tensão e os dilemas éticos enfrentados pelos jornalistas, ao cobrir em tempo real a crise dos reféns israelitas. Esta acaba por ser a primeira transmissão de sempre de um atentado em direto, com audiências que chegam quase a mil milhões de pessoas, testemunhando o impacto dos media em eventos históricos.

Formato Thriller/Drama
Realizador Tim Fehlbaum
Estúdio Paramount Pictures
Distribuidoras Paramount Pictures e Constantin Film
Plataforma Apple TV+
Lançamento Fevereiro de 2025

Escutar

Guess Who Talks

 

Guess Who Talks é o novo podcast da Guess What dedicado ao papel e impacto da comunicação. Mensalmente, convidados de vários setores abordam temas como a comunicação na área da saúde, igualdade, liberdade, literacia mediática e sustentabilidade, entre outros. No primeiro episódio do podcast da agência de comunicação e relações públicas do grupo GW, Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM, analisa as principais tendências no setor da comunicação e alguns dos desafios para 2025.

The Science of Social Media

 

The Science of Social Media é um podcast criado pela plataforma de gestão de redes sociais Buffer, que oferece uma visão aprofundada do marketing nas redes sociais. Semanalmente, a equipa da Buffer responde a perguntas e explora estratégias e táticas de marketing para ajudar as empresas a crescer através das redes sociais. O podcast abrange uma série de tópicos, desde a análise à estratégia, e inclui entrevistas com especialistas do setor.

Perpetual Traffic

 

Neste podcast são exploradas e apresentadas diferentes estratégias de marketing digital, com destaque para o tráfego pago. Criado pela equipa da DigitalMarketer, plataforma de desenvolvimento de competências de marketing, este podcast fornece informações sobre como aumentar o número de ‘leads’ e vendas, bem como ensina a criar campanhas publicitárias eficazes em plataformas como o Facebook, o Google, o TikTok e o Instagram.

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Digital

YouTube lança subscrição mais acessível para concorrer com Netflix

Com um preço de 7,99 dólares por mês, o Premium Lite disponibilizar a maioria dos vídeos da plataforma sem anúncios, à exceção dos vídeos de música. Até recentemente, a forma como o YouTube e a Netflix obtêm receitas não se cruza, mas a situação está a alterar-se

O YouTube está a lançar um novo plano de assinatura nos Estados Unidos. Com um preço de 7,99 dólares por mês (€7,40), a subscrição Premium Lite disponibiliza a maioria dos vídeos sem anúncios, à exceção dos vídeos de música. À medida que compete pelo setor do vídeo online, o YouTube está a rivalizar com a Netflix em termos de audiência.

Para verem vídeos de música sem anúncios, os utilizadores continuam a ter de subscrever o atual plano Premium, com o custo de 13,99 dólares (€12,95), que também permite fazer transferências offline e reproduzir vídeos em segundo plano. “Nas próximas semanas, também vamos disponibilizar o Premium Lite a todos os utilizadores nos nossos atuais países piloto: Tailândia, Alemanha e Austrália”, avança o YouTube no blogue oficial. O Premium Lite é alargado a outros países ainda em 2025, noticia o The Information.

Até recentemente, a forma como o YouTube e a Netflix obtêm receitas não se cruza, contudo, essa situação está a alterar-se. A Netflix é o maior serviço de ‘streaming’ por número de subscritores e está a tentar tornar-se um intermediário publicitário relevante, enquanto o YouTube é o principal operador de publicidade em vídeo e que está a tentar expandir o serviço das subscrições.

Ao anunciar o novo plano de subscrição, o YouTube alega ter 125 milhões de subscritores a nível mundial para o YouTube Premium e o YouTube Music, um número inferior aos 300 milhões de subscritores da Netflix, ainda que o YouTube seja uma plataforma gratuita em primeiro lugar.

Resta saber se a aposta num modelo de negócio mais orientado para subscrições faz sentido. Ao subscreverem uma assinatura sem anúncios no YouTube, os utilizadores deixam, por definição, de estar disponíveis para ver anúncios. Se o número de pessoas que subscreverem os planos de assinatura for elevado, o negócio de publicidade do YouTube será prejudicado.

A administração do YouTube está ciente dessa possibilidade, de acordo com o The Information, mas a lógica por trás da medida é que existem demasiados vídeos para o valor praticamente ilimitado de investimento publicitário disponível.

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Morreu José António Saraiva, fundador do Sol e ex-diretor do Expresso

“Nunca me senti jornalista. No jornal as pessoas mais velhas tratavam-me por ‘Zé António’ e as mais novas por ‘arquiteto’ ou ‘diretor’. Como arquiteto senti-me um deus”, escreve José António Saraiva no início da última crónica no Sol, a 28 de fevereiro, intitulada ‘Não é uma despedida’

José António Saraiva, um dos fundadores do Sol e conselheiro editorial do jornal, e ex-diretor do Expresso, morreu esta quinta-feira, 6 de março, aos 77 anos, vítima de um cancro fulminante, noticia o jornal onde assina a última crónica, a 28 de fevereiro.

“Nunca me senti jornalista. No jornal as pessoas mais velhas tratavam-me por ‘Zé António’ e as mais novas por ‘arquiteto’ ou ‘diretor’. Como arquiteto senti-me um deus. Ver um sítio e imaginar para ali uma construção, desenhá-la, acompanhar a edificação, ver um edifício onde antes não havia nada e saber que vai ali ficar por umas dezenas de anos. Um jornal compra-se e deita-se no caixote do lixo no dia seguinte. Um jornalista é um funcionário que pode influenciar pessoas, mas não deixa uma marca, um marco no lugar”, escreve José António Saraiva no Sol, no parágrafo de abertura da crónica intitulada ‘Não é uma despedida’.

Na última crónica, José António Saraiva resume o seu percurso, contando que começa a escrever nos jornais com 17 anos, pelas mãos de Mário Castrim, no Diário de Lisboa Juvenil. Colabora depois com o Diário de Lisboa, A Bola, o Espaço T Magazine, A República, o Portugal Hoje, “até que um dia, em plena Praça do Rossio, em Lisboa”, Vicente Jorge Silva o convida para ser colaborador do Expresso, onde chega a diretor, cargo ocupado durante 22 anos, até à saída para ir fundar o Sol.

José António Saraiva é filho do ensaísta, historiador e crítico literário António José Saraiva e sobrinho do historiador José Hermano Saraiva. Completa o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1973, profissão que exerce entre 1968 e 1983, quando colabora com Manuel Tainha. Passa no Centro de Formação da RTP como professor de Escrita para Televisão, entre 1977 e 1980, e realiza o documentário ‘O 25 de Abril – Três Anos Depois’.

É diretor do Expresso de 1983 a 2005, fundador e diretor do semanário Sol entre 2006 e 2015 e ganha o Prémio Luca de Tena de jornalismo ibérico do diário espanhol ABC, em 2005. É também professor convidado da Universidade Católica no Instituto de Estudos Políticos, onde leciona entre 2000 e 2015 a cadeira de Política Portuguesa, tendo publicado livros de política e história, e quatro romances. Uma das obras mais polémicas é o ‘Eu e os Políticos’.

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Receitas da Havas crescem 1,5% para €2,73 mil milhões

A perda da conta da Pfizer nos Estados Unidos, no início de 2024, é a principal causa do decréscimo de 0,8% das receitas orgânicas, que não contabilizam novas aquisições, e da queda de 6,6% na faturação na América do Norte

As receitas de faturação da Havas aumentam 1,5% em 2024, para €2,73 mil milhões, face aos €2,69 mil milhões registados em 2023, revelam os primeiros resultados anuais da ‘holding’ francesa de agências, desde que se separa da Vivendi. Os lucros da empresa liderada por Yannick Bolloré aumentam 2,7% para €189 milhões, face aos €184 milhões registados no período homólogo.

Em termos de receitas por região, a Havas apresenta uma tendência de aumento na maioria dos mercados, com um crescimento de 1,2% na Europa, 14,7% na América Latina e 1,1% na Ásia-Pacífico e África. No entanto, na América do Norte, a empresa regista um decréscimo de 6,6% face ao ano anterior, devido à perda da conta da Pfizer nos Estados Unidos, no início de 2024.

“Excluindo este cliente, o crescimento orgânico teria sido superior a 2%”, revela Yannick Bolloré, CEO da Havas, citado na Reuters. Esta perda é a principal causa de um decréscimo de 0,8% das receitas orgânicas, que não contabilizam novas aquisições, registado pela ‘holding’, dado que o setor da saúde é o mais rentável, representando 29% das receitas totais.

“A Havas cumpriu integralmente as expetativas para 2024. Estamos empenhados em impulsionar o lucro e aproveitar as oportunidades em áreas de rápido crescimento, como o digital, o retalho, a experiência do cliente, o design e a consultoria estratégica, ao mesmo tempo que aumentamos os nossos investimentos em dados, tecnologia e inteligência artificial (IA) e fortalecemos a nossa rede global de conteúdos”, declara Yannick Bolloré, em comunicado de imprensa.

Quanto às receitas segmentadas por área de negócio, a Havas Media representa 38%, a Havas Creative 40% e a Havas Health 22%. Após a separação da Vivendi, em dezembro de 2024, a ‘holding’ entra na bolsa Euronext Amesterdão, tendo as ações desvalorizado cerca de 27% desde a entrada em bolsa.

Para 2025, a Havas prevê um crescimento de 2% das receitas de faturação, mantendo o foco em dados, tecnologia e IA, ao continuar com a estratégia ‘Converged’, que prevê um investimento de €400 milhões até 2027 nessas áreas, bem como numa estratégia de fusões e aquisições. “Tendo concluído seis aquisições em 2024, continuamos a seguir uma estratégia dinâmica de fusões e aquisições, com três novas aquisições em áreas-chave de crescimento desde o início do ano”, salienta Yannick Bolloré.

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ModaLisboa transmite desfiles nos ecrãs digitais da MOP (com vídeo)

“Vamos aproveitar o posicionamento e o contacto que temos diariamente com toda a população para, por vezes, além da publicidade, comunicarmos conteúdos interessantes”, adianta Vasco Perestrelo, CEO da MOP. Alguns dos múpis têm decorações especiais (na foto)

Os desfiles da 64.ª edição da ModaLisboa, que decorre de 6 a 9 de março, são transmitidos em direto nos écrãs digitais da MOP, nas ruas e nas principais estações de comboio e metropolitano, sendo a primeira vez que os suportes são usados para difundir conteúdos e não para os normais anúncios publicitários.

“Na MOP, sempre procurámos ter uma visão e um posicionamento que não se limite apenas a um canal publicitário. Vamos aproveitar o posicionamento e o contacto que temos diariamente com toda a população para, por vezes, além da publicidade, comunicarmos conteúdos interessantes, que possam oferecer bons momentos às pessoas”, explica Vasco Perestrelo, CEO da MOP, citado em comunicado de imprensa.

Os múpis da MOP nas estações do Cais do Sodré, Restauradores, Avenida, Marquês de Pombal e de São Sebastião exibem, no interior, objetos e roupas que criam bonecos e fornecem informações sobre o evento. O vídeo que mostra os bastidores da montagem das figuras está a ser divulgado nas redes sociais da empresa de publicidade exterior.

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Marketing

André Folque gere nova área de negócio do GroupM

“A Choreograph representa a convergência estratégica das capacidades do GroupM nas áreas de análise, gestão e ativação de dados, consolidando uma oferta única para todas as agências e clientes do grupo”, explica André Folque (na foto), diretor executivo da empresa

O GroupM está a lançar a Choreograph, empresa de dados e tecnologia do grupo WPP , que tem André Folque como diretor executivo e equipas do grupo multinacional dedicadas a dados, ‘nuvem’, análise, ‘business intelligence’, ‘insights’ e consultoria.

“A Choreograph representa a convergência estratégica das capacidades do GroupM nas áreas de análise, gestão e ativação de dados, consolidando uma oferta única para todas as agências e clientes do grupo. Este passo reforça o compromisso do WPP com a inovação em ‘data’ e inteligência artificial, colocando estes dois elementos no centro das estratégias de crescimento das marcas. Liderar esta transformação é um privilégio e uma oportunidade para impulsionar um impacto significativo no mercado”, refere André Folque, citado em comunicado de imprensa.

O novo diretor executivo da empresa tem uma carreira de cerca de 16 anos no setor, nove dos quais como diretor de digital e sócio-gerente da EssenceMediacom, tendo também passado pela Licor Beirão e Publicis, onde assume a gestão da transformação de negócio. Em 2024, regressa ao grupo WPP para integrar a equipa de liderança da VML, enquanto responsável pelas áreas de experiência do consumidor, dados e tecnologia.

“O WPP tem o privilégio de contar, em Portugal, com mais de 900 colaboradores de 40 nacionalidades, o que nos dá uma capacidade única para servir os nossos clientes. Quer pela diversidade do nosso talento, quer pelas suas capacidades únicas e diferenciadas, que aliam um conhecimento profundo sobre a realidade portuguesa à experiência de servir globalmente, a partir de Portugal, marcas que operam num mercado extremamente competitivo. A Choreograph é o espelho de tudo isto”, argumenta Francisco Teixeira, CEO do grupo WPP em Portugal.

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Duarte Elvas elege a série 'Nós Tivemos Sorte', da Disney+, como o trabalho que mais o marca recentemente FOTO DR
Media

“Trago uma perspetiva europeia aos projetos”

Duarte Elvas, diretor criativo do estúdio de design e pós-produção Sarofsky, está a desenvolver projetos para a Amazon, o A24 e a Max. Em Chicago, onde vive e trabalha, diz ter mais tempo para pensar e calma para criar, revela ao M&P na rubrica de Portugal Para o Mundo

Além de ter desenvolvido anúncios para as marcas Nike, Apple, Jeep, Absolut e Spotify, Duarte Elvas, diretor criativo do Sarofsky, estúdio de design e pós-produção publicitária e audiovisual, também tem o nome nas fichas técnicas de filmes como ‘Capitão América: O Soldado do Inverno’ e de séries ‘Brooklyn Nine-Nine’, ‘Animal Kingdom’ e ‘Beef’.

Nos Estados Unidos, onde vive e trabalha há 12 anos, a capacidade de trabalho que adquiriu em Portugal tem-se revelado uma mais-valia. Duarte Elvas partilha com o M&P a experiência enquanto profissional expatriado, na rubrica De Portugal Para o Mundo.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou houve uma circunstância a determinar a saída?

Trabalhar nos Estados Unidos era uma ambição que tinha desde muito novo. A minha família sempre viajou bastante e apercebi-me cedo que o mundo não é assim tão grande e que queria conhecer mais.

No secundário, tive a oportunidade de ir estudar um ano para os Estados Unidos, não olhei para trás e a minha família sempre me apoiou. Licenciei-me em cinema e televisão, no Savannah College of Art and Design, antes de voltar para Portugal, em 2011. É aí que começa a minha carreira como ‘motion designer’.

Onde é que trabalhou em Portugal?

Trabalhei principalmente para a D&D Audiovisuais, para a Iniziomedia e para a SP Televisão, mas também com outros estúdios em projetos pontuais. A certa altura, senti necessidade de aprender mais e de dar um passo maior na minha carreira. Foi então que, em 2013, decidi voltar aos Estados Unidos para fazer um mestrado em ‘motion design’ e fiquei cá.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar em Portugal e nos Estados Unidos?

A maior diferença tem a ver com os orçamentos. Há um investimento maior por parte dos clientes, o que permite o acesso a mais e melhores recursos, tanto a nível de equipamento como de talento. Em Portugal, fazem-se milagres com os orçamentos disponíveis, o que pode ser muito gratificante, por vezes. Contudo, sinto que a maior parte das produções aqui nos Estados Unidos são pensadas com mais tempo e sem requerer tantas horas extraordinárias.

Há menos stresse?

Sim. Noto aqui, no geral, uma boa disposição e uma atitude positiva que fazem com que ir trabalhar se torne um pouco mais fácil, mas isto também pode ter a ver com o estúdio onde trabalho.

O diretor criativo do estúdio de design e pós-produção Sarofsky vai para os Estados Unidos para estudar cinema, televisão e ‘motion design’ FOTO DR

Quais são as mais-valias e os obstáculos que ser português tem no seu trabalho?

Nunca senti que a minha nacionalidade tenha causado qualquer obstáculo a nível profissional. Mas as mais-valias são bastantes. Sinto que trago uma sensibilidade diferente, uma perspetiva europeia, aos projetos. Por ter trabalhado em Portugal, aprecio mais certas coisas que são banais para alguém que só conhece esta forma de trabalhar. Isso torna-me mais resiliente e ajuda-me a relativizar em situações que, por vezes, são complicadas.

Isso tem também a ver com o facto de ter começado a viajar cedo?

Viajar é fundamental para quem trabalha em atividades criativas. Vir de um sítio diferente é, por si só, uma mais-valia. O facto de não conhecer ninguém quando vim morar para Chicago obrigou-me a concentrar-me mais no trabalho e a dedicar-me à minha atividade profissional sem qualquer distração, pelo menos nos primeiros anos.

Quais são as particularidades da sua área de atividade, em termos de desafios e de diferenças, em relação ao mercado português?

O ‘motion design’ é uma indústria que só se tornou ‘mainstream’ há pouco tempo. Tem crescido a um ritmo alucinante e há cada vez mais jovens designers a interessar-se e a explorar este meio. Há talento fenomenal em Portugal e no resto da Europa a criar trabalhos incríveis. O trabalho que fazemos pode ser visto em ‘spots’ publicitários, filmes, séries, documentários, vídeos musicais, instalações e em muitas outras formas de expressão artística, tanto em Portugal como nos Estados Unidos.

Sendo mercados distintos, o trabalho que vos pedem também é muito diferente?

O grande desafio e a grande diferença é a escala e a quantidade de projetos americanos, que são gigantes e numerosos, quando comparados com os do mercado português. Pesa um pouco a responsabilidade de trabalhar num filme ou numa série que vão ser vistos por milhões de pessoas em todo o mundo. Mas, ao mesmo tempo, também é extremamente gratificante vermos o nosso trabalho reconhecido por tanta gente. Parte da razão por que decidi vir para este lado do mundo foi para encontrar oportunidades que me pareciam impossíveis em Portugal, na altura. Hoje, com a possibilidade de trabalho remoto, é possível estar em qualquer parte do mundo com acesso à internet e encontrar as mesmas oportunidades.

Ter ido morar sozinho para Chicago obriga Duarte Elvas, que entra para o estúdio Sarofsky como estagiário, a focar-se no trabalho FOTO DR

Qual é o momento que o mercado norte-americano atravessa na sua área de atividade?

Durante a pandemia, houve um grande ‘boom’ no meio dos ‘motion graphics’. Não podendo haver filmagens, muitas marcas recorreram à tipografia e à animação para contar histórias. Depois da euforia dos últimos anos, perante a incerteza que se sentia no clima económico, houve uma queda na procura e muitos estúdios fecharam. Essa situação levou muitos designers a tentar a sorte como freelancers, o que levou a uma saturação do mercado. Lentamente, a situação está a melhorar.

Mesmo com o crescimento inteligência artificial (IA)?

Sim, a IA está a mudar a forma como trabalhamos. Não tenho uma visão fatalista e penso que vai ter de haver uma adaptação. Aconselho todos os profissionais da minha área a aprender a usar a IA, pois os que a souberem utilizar vão ter uma enorme vantagem sobre os outros. Esta grande revolução não nos deve impedir de nos focarmos na nossa humanidade, no que nos une e diferencia das máquinas. Estas mudanças irão afetar a nossa linguagem visual e criar novos estilos e tendências, o que me parece estimulante.

Que funções desempenha atualmente e que projetos tem em mãos?

Sou líder criativo no estúdio de design e pós-produção. Comecei como estagiário há cerca de 12 anos, depois de ter terminado o mestrado. Fui crescendo profissionalmente e, neste momento, estou a trabalhar em duas longas-metragens, uma para a Amazon e outra que irá estrear no verão, além de estar a colaborar em duas séries, uma para a A24 [estúdio de cinema independente norte-americano fundado por Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges] e outra para a Max.

Estou também a desenvolver gráficos para uma conferência. É normal ter vários projetos em simultâneo, mas dependo muito dos produtores, que gerem as entregas e que não deixam que os vários projetos interfiram uns com os outros.

Qual foi a experiência profissional que teve nos Estados Unidos que mais o marcou?

Houve, até hoje, vários trabalhos que me marcaram, todos por razões muito diferentes. A série ‘Brooklyn Nine-Nine’ marcou-me por ser o meu primeiro ‘main title’ a ser emitido nos Estados Unidos e a longa-metragem ‘Capitão América: O Soldado do Inverno’, por ser o primeiro filme da Marvel em que colaborei.

A série ‘Animal Kingdom’ marca a minha primeira vez a realizar para a Sarofsky. Destaco ainda ‘Beef’, pela surpresa que foi ver esta maravilhosa série ganhar vida.

Há um projeto que o tenha marcado mais?

Não consigo eleger só um. Ultimamente, a série ‘Nós Tivemos Sorte’ [disponível em Portugal no Disney+] foi a que mais me marcou. Não só pelo resultado, de que muito me orgulho, mas por todo o processo desde que começámos o conceito, nomeadamente o ‘pitch’ com alguns dos melhores designers e ilustradores do mundo, as amizades que se formaram e a colaboração com os produtores da série e com os descendentes da família retratada.

Tudo isto, aliado à própria história, que é incrível, tornou este projeto numa grande responsabilidade, resultando numa experiência única e inesquecível.

Do que é que tem mais saudades, em relação ao mercado português?

Apesar de preferir trabalhar no mercado norte-americano, sinto muitas saudades das pessoas com quem trabalhei em Portugal. Gostava de ter trazido comigo várias delas. É incrível o nível e a qualidade que conseguimos atingir com tão poucos recursos. A dedicação, a paixão e o esforço da nossa comunidade criativa são inigualáveis.

Pensa regressar?

Penso frequentemente em regressar. Gosto tanto de trabalhar nos Estados Unidos como de viver em Portugal. Quando vou a Portugal, fico perto da praia, nas Azenhas do Mar, um local que para mim é o paraíso. Sonho com o dia em que possa voltar e ficar mais tempo perto das pessoas mais importantes, do mar e da nossa comida, que é deliciosa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Maria Oliveira assume direção de marketing da Heineken em Espanha

“Estou entusiasmada por poder dar o meu contributo num mercado como o espanhol e por poder trabalhar com um portefólio de marcas tão amplo e atrativo”, salienta Maria Oliveira (na foto), ex-diretora de marketing da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas

Maria Oliveira acaba de ser anunciada como a nova diretora de marketing da Heineken em Espanha. Cerca de quatro anos depois de ter assumido a direção de marketing da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, a ‘marketer’ portuguesa troca Lisboa por Madrid.

“Estou entusiasmada por poder dar o meu contributo num mercado como o espanhol e por poder trabalhar com um portefólio de marcas tão amplo e atrativo”, revela Maria Oliveira, citada em comunicado de imprensa. A diretora de marketing reporta diretamente a Etienne Strijp, presidente da Heineken Espanha.

Além da Heineken, vai trabalhar marcas como Cruzcampo, Amstel, El Águila, Desperados, El Alcázar, Ladrón de Manzanas, 18/70, Paulaner, Guinness, Lagunitas e Affligem. “Estou convencida que, juntamente com a fantástica equipa com que conto, conseguiremos grandes resultados em matéria de inovação”, refere Maria Oliveira, que ocupa o cargo deixado vago por Lucía López-Rúa, a nova diretora regional de comercio para o continente americano.

Formada em economia pela Universidade Nova de Lisboa, a ‘marketer’ inicia a carreira profissional na Unilever, em 2001, transitando em 2012 para a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas. Em 2021, assume a direção de marketing da empresa, sendo responsável pelas estratégias promocionais das marcas Sagres, Bohemia, Heineken, Luso, Castello, Desperados, Affligem, Guinness, Strongbow e Bandida do Pomar.

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