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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

Pedro Durães

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

A evolução do investimento publicitário está cada vez mais difícil de prever mas há pelo menos uma certeza: o digital vai continuar a crescer muito acima dos restantes meios e o crescimento global do investimento no mercado português não deverá oscilar muito face ao registado este ano durante os próximos três a quatro anos, até 2021. Após um 2017 em que as previsões optimistas iniciais tiveram de ser revistas em baixa e se aponta para um crescimento de apenas 2,5 a três por cento, aquém do crescimento registado no ano, essa parece ser a única garantia a resultar do painel “Para onde vai o investimento em 2018?”, promovido pelo M&P no âmbito da conferência Marketing em Debate.

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“Não é o que se passou exclusivamente este ano, é o que se vem passando de há uns anos para cá, já não temos o mesmo nível de informação, as coisas já não são tão lineares com eram há alguns anos atrás, já não são tão estáticas”, começou por explicar Fernanda Marantes, o que justifica, nas palavras da CEO do Havas Media Group, a dificuldade das agências em fazer previsões sobre a evolução do investimento publicitário. “Hoje já não há previsões”, concorda Nuno Frazão, lembrando, por um lado, que “há uma parte do digital dos grandes players Google e Facebook que não é vista” e, por outro, “não conseguimos fazer uma previsão dos investimentos porque o próprio modelo de investimento mudou muito”. “É muito difícil antecipar investimentos quanto há tantas variáveis e com tantos valores que não estão a ser devidamente auditados”, afirma o CEO do grupo Dentsu Aegis.

“É verdade que hoje é muito mais difícil fazer previsões, o investimento mudou e é muito mais complexo, abarca muito mais do que o investimento tradicional”, reforça Alberto Rui Pereira, para quem o mais importante é que “pelo menos o investimento vai crescendo, estamos melhor do que há uns anos, em que perdemos metade do investimento publicitário”. Relativamente ao crescimento a rondar apenas três por cento, e que deverá manter-se nesta linha em 2018 segundo apontaram todos os profissionais presentes, o CEO do grupo IPG Mediabrands Portugal confirma que “a menos que haja alguma alteração na economia que não seja expectável neste momento, é com isto que vamos ter de conviver nos próximos anos”. No entanto, considera, “isto não é necessariamente uma má notícia, o investimento está a crescer”, volta a sublinhar, recordando que “a nível mundial também está a crescer pouco e, mesmo nos países emergentes, onde cresce mais, está a crescer sete por cento e nós não somos um país emergente”.

“Não considero que tenhamos tido um mau ano”, afirmou também Luís Mergulhão, salientando que “as marcas estiveram muito presentes, com muita activação que é também investimento em comunicação”. “O mercado terá crescido cinco por cento líquidos este ano, no tradicional, mas se contarmos com tudo isto, com a comunicação das marcas em sentido mais alargado, facilmente terá chegado aos sete por cento”, adianta o CEO do Omnicom Media Group.

 

Por onde andará o investimento no próximo ano?

Quando a questão recai sobre quais os meios que vão evoluir de forma mais positiva, após um ano em que a televisão em sinal aberto tem estado a perder investimento pela primeira vez desde 2013, com crescimentos do lado da Pay TV e digital, além de desempenhos interessantes na rádio e outdoor, a dificuldade em fazer previsões mantém-se mas o certo é que o digital continuará a ganhar quota. “A tendência é para vermos o digital e as plataformas que giram em torno do digital continuarem a crescer porque ainda representa apenas 20 por cento do investimento em Portugal e a media mundial já está nos 40 por cento. Ainda há muito para crescer e é natural que se cavalgue aí”, aponta Alberto Rui Pereira. Opinião partilhada por Nuno Frazão, para quem “o digital tem hoje um protagonismo muito maior mas já tem um valor muito superior nos hábitos de consumo em comparação com aquele que é traduzido no investimento”.

“As alterações são mais complicadas de perspectivar porque a televisão ainda ocupa um grande share do investimento e qualquer espirro na televisão generalista dá uma grande constipação no mercado”, analisa Manuel Falcão. O director-geral da Nova Expressão explica que “as pessoas estão a consumir menos televisão generalista, estão a ir para o cabo e para o não linear, e há alguma dificuldade de alguns generalistas em entregarem as audiências acordadas com as agências e anunciantes”, motivos por que “é muito complicado falar do futuro porque depende muito de como vai evoluir o mercado de televisão”. Além disso, diz, o investimento digital já será muito superior a esses 20 por cento já que, actualmente, “se juntarmos o investimento feito nas grandes plataformas internacionais ao investimento de cá, o bolo digital já deve estar muito próximo daquele que é investido na televisão generalista e isso vai mudar muito o paradigma da comunicação e do investimento”.

“As marcas estão a tentar encontrar a sua perspectiva de comunicação, a criatividade continua a ter um papel preponderante, mas as marcas estão a conseguir pela primeira vez, de forma consistente, utilizar os dados digitais para criar comunicação mais eficaz”, refere Luís Mergulhão. E se esta capacidade de obter mais eficácia explica a tendência para as marcas investirem mais no digital, com a pressão a ser maior sobre a imprensa, o responsável sublinha que é preciso “investir de forma correcta e ser capaz de potenciar a comunicação”. “O nosso mercado tem imenso potencial porque este investimento tem crescido”, considera Luís Mergulhão, referindo ainda que os meios estão a realinhar-se para o digital mas que “a oferta está muito concentrada, dois grupos de media concentram 45 por cento do investimento”. “Há uns que fazem investimentos e há ainda um conjunto de meios que está a hibernar e isso pode ser bom para recuperar e ter novas dinâmicas, são grupos que estão a evoluir a sua migração para o digital”, considera, sublinhando que utiliza a palavra no sentido positivo de os grupos prepararem os seus ecossistemas para um novo fôlego já em realinhamento com o digital. Mas, considera, é difícil prever como vai evoluir o investimento digital. “O Facebook já não tem operação em Portugal, foi deslocado para Espanha, o Google não se sabe durante quanto tempo terá operação em Portugal”, deixou no ar Luís Mergulhão, explicando que “a nossa escala é tão pequena que a capacidade que eles têm de acompanhar clientes de pequena e média dimensão é nula, não tem autorização, e prever o mercado é difícil porque está dependente destas variáveis e de coisas difíceis de prever”.

Opinião partilhada por Alberto Rui Pereira, que, sobre se Google e Facebook são aliados ou inimigos dos media, frisa o facto de que “as plataformas estão aqui, não vale a pena ignorar isso, mas temos pouca escala e temos de tirar partido do facto de essas plataformas estarem aqui porque eles têm escala e têm a tecnologia”. “Não é só em Portugal que isto se passa, mas essas plataformas precisam de quem produza os conteúdos e, para nós, o mais importante é ganhar escala”, reforça. “Os conteúdos locais são necessários e valorizados, prova disso mesmo é que essas plataformas globais estão a fazer um esforço para fechar acordos com os publishers locais”, concorda Luís Mergulhão, deixando claro que “não é possível ter um wonderland e não ter lá atracções, assim não se vendem bilhetes”. “Do ponto de vista dos publishers, é determinante a valorização da oferta, e do lado das marcas a capacidade de diferenciação e de perceber o que é ou não relevante para a marca”, aponta o CEO do Omnicom Media Group.

No mesmo sentido, Manuel Falcão sublinha que “a importância das marcas locais tem a ver com os hábitos de consumo de media da audiência local, com sentir o local, a proximidade, pelo que as marcas locais os nossos melhores touchpoints para as marcas que querem trabalhar em Portugal são as marcas de comunicado e informação portuguesas”. Contudo, o director-geral da Nova Expressão chama a atenção para o facto de que “os conteúdos estão integrados nas plataformas globais e, com isso, estas deixaram de ser apenas tecnológicas e passaram a ser também plataformas de informação, por isso tem de haver regulamentação”. “Há um laxismo muito grande dos governos em relação a este tipo de empresas que têm já uma actividade muito grande de publishing”, considera Manuel Falcão. Alberto Rui Pereira, embora afirme que já alguma regulamentação, refere também que “a tecnologia anda sempre mais depressa do que a regulamentação e é preciso adaptação”. No entanto, ressalva, “as marcas nacionais têm de coexistir com os grandes plataformas, o esforço que tem sido feito é positivo para ambos”. Também Nuno Frazão considera que “as marcas portuguesas e aqueles que querem comunicar em Portugal precisam de conteúdos em português, feitos por portugueses e para portugueses”, destacando que “o esforço foi feito pelos publishers, alguns até tendo a coragem de fechar publicações porque não tinham escala ou focando em nichos”. “Hoje olhamos para o cenário da oferta dos publishers e há valor”, acredita o CEO do grupo Dentsu Aegis.

Olhando para um dos meios tradicionais que melhor tem resistido à transição para o digital, a rádio, desde logo porque aproveitou o online para suavizar a quebra após o prime time da manhã continuando a ter audiência ao longo do dia, como explicou Manuel Falcão, que lições pode a imprensa retirar? “A rádio não perde investimento porque soube reposicionar-se a tempo, numa altura em que era possível aproveitar a oportunidade, por isso deixo o desafio aos publishers para reconsiderar estratégias e até fazerem algum investimento para melhorar a oferta e os conteúdos”, incentivou Fernanda Marantes. A previsão da CEO do Havas Media Group é que “o investimento em 2018 vai para quem conseguir saber aproveitar essa oportunidade e fazer esse reposicionamento” uma vez que “sem grandes conteúdos não será possível ter uma oferta capaz de captar investimento”.

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Mafalda Campos Forte e Diogo Queiroz de Andrade saem da Global Media (em atualização)

Em declarações ao M&P, os administradores demissionários justificam a saída com “motivos pessoais”

Catarina Nunes

Mafalda Campos Forte (na foto) e Diogo Queiroz de Andrade estão da saída da administração da Global Media, a 31 de dezembro.

Em declarações ao M&P, os administradores demissionários justificam a saída com “motivos pessoais”. Mafalda Campos Forte, administradora da Global Media com o pelouro comercial e de estratégia de negócio, tinha assumido o cargo em abril.

Com o pelouro editorial e tecnológico, Diogo Queiroz de Andrade está na administração da Global Media desde fevereiro.

Sobre o autorCatarina Nunes

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“Os podcasts são o nosso foco”

Em entrevista ao M&P, Rudolf Gruner, diretor-geral do Observador, revela a estratégia para o projeto editorial dar lucro em 2025 e o impacto do aumento de capital. Critica ainda a legislação que limita o crescimento na radiodifusão em FM

No momento em que implementa um sistema de ‘tiered pricing’, com a criação de planos diferenciados para aumentar o número de assinantes, o Observador, que comemora o décimo aniversário em 2024, continua a investir fortemente em áudio. Em entrevista ao M&P, Rudolf Gruner, diretor-geral do projeto, justifica a aposta na rádio e nos podcasts narrativos, revela quanto vale a marca, explica porque é que a empresa não tem interesse em investir em televisão e critica o plano do Governo para os media.

Está no Observador desde o início. Dez anos depois, era assim que o imaginava?

Não. Em alguns aspetos, a evolução corresponde àquilo que imaginávamos, noutros não. Tínhamos o ideal de o afirmar como um projeto sério, independente e premium, com a ambição de fazer trabalhos jornalísticos que, muitas vezes, não se conseguem fazer por falta de recursos. Desse ponto de vista, corresponde ao imaginário que tínhamos.

O que é que aconteceu que não antecipavam?

Não estava na nossa ideia fazer uma rádio nem investir em áudio. Também não tinha uma ideia muito clara em relação às assinaturas, que em 2014, não tinham grande relevância. Não nos fazia sequer sentido começar a pedir às pessoas para pagarem para aceder ao Observador, que não conheciam.

O que vos leva a avançar em 2018?

Avançámos quando achámos que já tínhamos maturidade, reputação e qualidade para isso, e a verdade é que correu bem. Hoje, em Portugal, existem três marcas que, juntas, têm mais de 80% do mercado de assinaturas. O Observador é uma delas. A nossa ambição é liderar.

Qual é a quota de mercado do Observador?

Os números que temos dizem que existirão à volta de 150 mil assinaturas de jornais digitais. Não são exatamente 150 mil pessoas, porque, segundo os nossos dados, algumas pessoas têm mais do que uma. Dessas, 120 mil a 130 mil são partilhadas por três marcas, sendo o Observador uma delas. A nossa quota de mercado andará à volta de 20%.

São o terceiro jornal com mais assinantes?

Sim. A seguir a nós, há uma distância enorme para o quarto. Os restantes 20% estão divididos por várias marcas, que não conseguem ter expressão no digital nem nas assinaturas. Infelizmente, as vendas de papel têm vindo a descer, mas as marcas que hoje ainda vendem em banca em termos de jornais diários, como é o caso do Correio da Manhã e do JN, não têm expressão no mundo digital, que é o que vai contar no futuro.

A aposta no áudio e nas assinaturas surge com a evolução do negócio?

Sim, não tínhamos previsto inicialmente investir nessas áreas. Foi uma evolução natural. No mundo em geral e nesta indústria em particular, as coisas acontecem a uma velocidade muito rápida. No início, o Facebook valia 40% do tráfego do Observador. Hoje, vale apenas 5%. Em dez anos, recuou 35%. A questão do áudio surgiu nas discussões internas e revelou-se uma aposta certeira.

Nas outras redes sociais, de onde é que vem o tráfego?

O Facebook, que sempre foi a rede social com o desenho mais pensado para gerar tráfego, através de publicações com ligações clicáveis, está em declínio. Hoje, a rede predominante em termos de consumo é o Instagram. Os mais novos estão a ir para o TikTok e para outras plataformas. O problema destas duas redes sociais é que o consumo acaba ali. Como não estão desenhadas para gerar tráfego para os ‘publishers’, não conseguimos monetizar. Fazemos um esforço para lá estarmos mas não geramos receita.

Por que razão continuam a investir?

Fazemo-lo porque a concorrência está lá e, portanto, também temos de estar. Se não, não será bom para nós. Se os nossos leitores, que também estão no Instagram e no TikTok, não nos encontrarem lá, vão ficar com pior imagem nossa e isso vai traduzir-se numa pior relação de afinidade com a nossa marca.

Só por isso?

Não. Há alguns segmentos, em particular o dos jovens, que não vêm facilmente ter connosco pelo modo tradicional, através do site, mas acompanham-nos nas redes sociais. Estamos a tentar criar uma relação com eles nas redes onde eles estão, para que um dia, quando forem mais velhos, nos procurem através dos nossos canais de distribuição normais. No limite, até podem vir a tornar-se assinantes. Este esforço é, por vezes, um pouco frustrante.

Frustrante?

Sim, porque estar bem nas redes sociais é trabalhoso. No início, era uma coisa relativamente simples. Fazíamos uma notícia para o jornal, para o site, e só tínhamos de a publicar nas redes sociais. Nem sequer podíamos mudar o título ou a fotografia. Hoje, temos de fazer formatos de vídeo, em formato vertical, com legendas, com animações e/ou com gráficos. Há todo um esforço adicional à nossa operação de redação, que nos obriga a ter recursos especializados e pessoas dedicadas.

Parte do investimento publicitário é canalizado para outras áreas digitais, como o marketing de influência e as redes sociais. O que é mais desafiante para o Observador?

Há pouco falámos da velocidade da mudança e, do lado da receita, dos ‘revenue streams’, a mudança é incrível. Em 2014, a publicidade programática não tinha grande expressão em Portugal e, no início, rejeitámo-la um pouco. Rejeitar não será a palavra, mas fomos empurrando com a barriga, digamos. Como achávamos que tínhamos uma monomarca, não éramos um ‘publisher’ com um portefólio grande de marcas e audiências, nem de inventários de ‘display’ incríveis, pensámos que podíamos adiar um pouco a programática.

Porquê?

Há aqui uma coisa importantíssima que se perde no programático, uma vez que o contexto deixa de ter importância. Um ‘outdoor’ 8×3 no Marquês de Pombal não vale o mesmo que um em Sacavém. A quantidade e o perfil das pessoas que veem um e outro são diferentes. Pôr um anúncio no Observador não é a mesma coisa do que colocá-lo num site de pesca, onde só vão 100 pessoas por mês. No programático, o foco está nos ‘eyeballs’, em quem está a ver.

A comunicação torna-se mais direcionada?

Sim, se quero falar com um leitor, que é casado, tem dois filhos, conduz um carro do tipo XYZ, vive não sei onde e vai ao Observador, mas, a seguir, vai ao tal site de pesca e é mais barato apanhá-lo lá, não vou pagar um anúncio mais caro para estar no Observador.

O que é que a programática muda?

Veio mudar completamente as regras de jogo. Os preços baixaram, os anunciantes têm todos, pouco a pouco, migrado para a programática. Isto é o lado mau. O bom é que os ‘players’ ajustam-se a esta realidade. Foi o que aconteceu com o ‘branded content’, que passa a ter um peso muito maior no negócio. Começámos a focar-nos muito mais no ‘branded content’, ativações, conferências e eventos do que os ‘publishers’ conseguem oferecer, ao contrário do que sucede com os sites de pesca, o Google e as plataformas programáticas. A área de ‘branded content’ já representa 50% da receita publicitária do Observador.

Um estudo da Havas Media Network revela que 66% dos portugueses consideram o formato irrelevante. São só os anunciantes que o valorizam?

Isso não é verdade. O melhor estudo é ver o comportamento efetivo das pessoas. Uma das televisões da redação está sempre no Chartbeat, uma espécie de Google Analytics que mostra, em tempo real, o que é que está a ser mais lido. E posso dizer que temos muitas vezes artigos de ‘branded’ nas posições de topo. Não é a redação que os faz, há uma equipa específica. Temos um critério de qualidade muito exigente, o preço a que vendemos também não é barato, mas tem retorno. Percebemos o valor e a importância desses trabalhos para o negócio, temos vindo a produzir cada vez mais e não baixámos preços.

Qual é a percentagem da programática no negócio?

Representará mais de 20% da parte de publicidade de ‘display’. Sendo que essa parte de anúncios, como um todo, já só vale 50% da receita publicitária. O resto está no ‘branded content’ e nas ativações.

O ano do aniversário coincide com a entrada de um novo acionista e um aumento de capital de €2,4 milhões. O que é que isto muda no negócio e na estratégia?

Não muda nada, estruturalmente. Uma das coisas que o Observador tem de bom, e até um pouco atípico na nossa indústria, é a estabilidade. Tínhamos 20 acionistas em 2014 e mantivemos os mesmos 20 acionistas até 2024. Houve algumas alterações de participação, mas foram coisas pequenas. Este ano, fizemos um aumento de capital mais significativo, de €2,4 milhões, e entrou um novo acionista, o Recheio.

Entra com que participação?

Com uma participação de 5%. Não há aqui uma posição de controle, nem um acionista que pretenda ter uma interferência, um papel especialmente ativo. Este aumento de capital teve uma característica interessante: teve, pela primeira vez, um prémio no preço. O preço por ação foi de €1,20, ao contrário dos que tínhamos feito até aí, sempre de €1. Há uma valorização do projeto, que foi aceite tanto pelo novo acionista como pelos outros 20.

A estratégia não se altera em nada?

Não muda significativamente na nossa vida nem no nosso caminho. É um aumento de capital mais robusto, mas não vamos mudar o perfil da empresa nem entrar em aquisições, não vai acontecer nada de substancialmente diferente. É um aumento de capital que nos permite financiar o plano de negócio que temos para os próximos anos e continuar a fazer aquilo que temos feito até agora.

Estão previstos investimentos?

Sim, vamos investir e continuar a reforçar a nossa rede de FM, em que temos sete frequências. Temos vindo, ao longo dos cinco anos da rádio, a expandir a cobertura. Precisamos de continuar a fazê-lo. Já estamos a chegar a uma fase de maturidade em que vamos começar a ser muito seletivos com as próximas oportunidades, mas ainda estamos numa fase de crescimento e é preciso capacidade de investimento para isso. Este aumento de capital permite-nos também olhar para algumas coisas na área da inteligência artificial (IA).

O que é que pretendem fazer?

Ainda não posso revelar muito, mas a IA é uma área para a qual estamos a olhar com muita atenção. Neste momento, é uma ‘buzzword’ sexy. Toda a gente fala na IA, mas a verdade é que há aqui um conjunto de oportunidades que temos de analisar e de considerar para o negócio.

Quanto é que vale o Observador?

No mundo da gestão, o critério mais habitual é o múltiplo de EBIDTA, por três, cinco, sete ou dez, dependendo do negócio ou do estado do setor. No nosso caso, esse cálculo não é possível, porque ainda nem sequer temos um EBITDA positivo. Aproximamo-nos a passos largos desse objetivo.

Quando é que preveem atingi-lo?
Em 2024, vamos ficar próximos desse objetivo, mas não vai ser atingido este ano. O nosso plano é conseguir atingi-lo no ano que vem.

Acabou por não responder. Quanto é que vale a marca Observador?
Como não se pode ir pela lógica de múltiplo de EBIDTA, outra forma de apurar o valor é através do dinheiro que foi investido no projeto. Até agora, esse valor andará entre os €14 milhões e os €15 milhões, se contarmos todos os aumentos de capital e as prestações suplementares alocadas. Até valerá mais, mas é uma conta que não fazemos, não é um número que nos preocupe porque não estamos vendedores.

Como é que o negócio evoluiu em 2024?

Tem sido um ano muito bom para o Observador. Não só conseguimos fazer aquilo que temos feito nos outros anos, do ponto de vista da marca e do produto e da reputação, como continuamos a evoluir e a avançar. Isto nota-se talvez mais na rádio, que tem vindo a conquistar mais ouvintes. Do ponto de vista financeiro está a correr bem, ao contrário de 2022 e 2023.

Consegue encontrar uma explicação para isso?

2022 e 2023 são anos de guerra e por causa dela sofremos um bocadinho. Não do ponto de vista da audiência e do produto, mas do ponto de vista financeiro. Na programática, há outra ‘buzzword’ associada, que é a ‘brand safety’. Hoje, podem-se fazer coisas tão exóticas, esotéricas ou estranhas – nem sei que palavra usar – como publicitar no Observador, mas não estar associado a conteúdos que tenham palavras como guerra ou guerras, foguetes, bombas, mortes, Zelensky, Putin, Rússia e Ucrânia.

No caso do Observador, que acompanha a atualidade em permanência, isso é possível?

Exclui 80% dos nossos conteúdos. É um dos aspetos maus do digital. É possível fazer tanta segmentação, tanto ‘profiling’, que às tantas prejudica-se o negócio. Isto não aconteceu só no Observador. Todas as marcas de informação mais puras têm sido penalizadas por causa disso. Para responder finalmente à pergunta, 2024 foi um ano de inversão para nós. O impacto negativo que sentimos nos outros dois anos foi ultrapassado.

Como é que o conseguiram?

Fizemos algumas alterações organizacionais, ao nível da equipa comercial e da operação. Também tivemos o nosso décimo aniversário, que foi uma operação muito bem pensada e estruturada logo desde o ano anterior. Fizemos um conjunto de iniciativas, inaugurámos a 7 de novembro uma exposição de fotografia retrospetiva.

Não é a última ação deste ano, mas já estamos a chegar ao fim desse processo. Pela qualidade das iniciativas que pensámos e pela forma como a equipa comercial as trabalhou, conseguimos uma boa alavancagem financeira que potencia as contas e o impacto financeiro deste ano.

Já sabem quanto é que vão crescer este ano?

O ano passado tivemos um EBITDA negativo, à volta dos €900 mil. Este ano, ainda não vai ser positivo. Acredito que, no próximo ano, já o seja. Este ano, o valor negativo já será bastante baixo. Não o vou revelar agora, porque não me quero precipitar. Ainda faltam dois meses para o fim do ano, e são dois meses importantes do ponto de vista da sazonalidade do negócio, mas vamos melhorar muito o resultado.

A taxa de penetração das assinaturas de jornais e revistas em Portugal anda à volta de 1,5%. Há países europeus onde já atinge os 10% e os 15%. Acredita que pode duplicar nos próximos dois anos?

Sim. O Observador tem quase 30 mil assinantes. Num país que tem 150 mil assinaturas, os 20% de quota que temos são um valor muito baixo. O mercado português devia ter o dobro ou o triplo dos assinantes. Quando comparamos com os países nórdicos, a diferença é muito grande. Há uma oportunidade muito grande para crescermos. O lado bom do digital é que tudo se mede, tudo se analisa e vemos, todos os dias, que há dezenas de milhares de leitores a chocar com a nossa ‘paywall’.

Procuram converter esse interesse em assinaturas?

É muito difícil. Os últimos 12 meses foram um período difícil para as assinaturas no mundo inteiro. Com a inflação e as taxas de juro, os orçamentos familiares encolheram. As pessoas tiveram de cortar nalgum lado e, nessa cadeia de valor, as assinaturas digitais de jornais são das coisas mais fáceis de cortar, do que a Sport TV, a Netflix ou o Spotify.

Houve um período em que estávamos habituados a crescimentos anuais de dois dígitos. Depois estabilizou e ninguém estava preparado para isso. Nos últimos três meses, sentimos sinais de recuperação. Voltámos a ter crescimento.

O que fizeram para inverter a situação?

Estamos a lançar uma coisa pioneira em Portugal, que é o ‘tiered pricing’, com planos de preços diferenciados, em vez de uma assinatura igual para todos os assinantes. Temos três novos planos mensais, Low Cost (€3,99), Standard (€6,99) e Premium (€9,99). É uma coisa que já tínhamos visto noutros países, que estudámos e percebemos que fazia sentido aplicar.

O que é que os distingue?

O plano Low Cost garante o acesso a todos os artigos, exceto os de opinião, mantendo a publicidade. O Standard é a versão que tínhamos antes, agora com o impacto da publicidade um pouco diminuído ao nível dos formatos mais intrusivos. Este plano intermédio garante o acesso aos artigos de opinião e a todos os podcasts em primeira mão. O Premium tem como grande benefício não ter publicidade, permitindo uma experiência de leitura completamente limpa.

Como está a ser a recetividade?

Lançámo-los há três semanas. Ainda é cedo para avaliar os resultados, mas fazia sentido criar um patamar de entrada mais fácil. Ainda é muito difícil, para muitas pessoas, tomar a decisão inicial de fazerem uma assinatura. Ao baixarmos o preço, estamos a tentar democratizar o acesso, na esperança de que, com o tempo, percebam que faz sentido evoluir para uma versão superior. Estamos a replicar o racional das plataformas de ‘streaming’ para o nosso modelo de assinaturas.

Os portugueses têm dificuldade em pagar por serviços que podem ter gratuitamente. O que é que estão a fazer para os convencer, além do lançamento dos novos planos?

Temos imensas discussões internas sobre isso. Neste tipo de negócios, analisamos muito outra ‘buzzword’, a ‘churn rate’, que é a taxa de desativação. É mais difícil angariar uma pessoa nova do que reter quem já cá está. Esta estratégia visa mantê-las connosco porque, quando as vemos sair, é uma dor de alma, significa que não fizemos bem o nosso trabalho. Em termos de racional de consumidor, também é o que sinto quando chega a altura de renovar a Sport TV ou a Netflix.

Há uma análise de valor que tem de ser justificada?

Faço sempre essa reflexão para perceber se, para mim, o serviço continua a justificar que o pague. Se há um leitor que pagou uma assinatura anual e, nas semanas que antecedem a renovação, vai ao site poucas vezes, a probabilidade de o perdermos é grande.

A não renovação pode ser porque deixaram de ter tempo para ler notícias. Por que razão assume que é por não se reverem no produto?

Essa é uma falsa questão. Porque as pessoas têm tempo. As pessoas podem passar uma hora por dia no Instagram e não irem uma única vez ao Observador. Se isso acontece, é porque não estamos a conseguir fazer bem o nosso trabalho, não estamos a demonstrar valor. O dinheiro que pedimos tem de justificar a permanência. Inevitavelmente, concluímos que precisamos ter mais conteúdos de profundidade, mais transversalidade e mais exclusivos. Agora, isso é caro.

Acredita que consegue duplicar o número de assinantes até 2026, aproximando-o dos 60 mil?

É um objetivo ambicioso, baixava-o para os 50 mil. Vamos trabalhar para isso. Mas não acreditamos num mundo só de assinaturas. Vamos ter sempre um mix de assinaturas e publicidade, que tem de ser harmonioso e equilibrado. A nossa expetativa é que as assinaturas ganhem mais peso na receita total nos próximos anos.

O formato de vídeo está a ser o preferido. É uma aposta vossa?

O vídeo é um desafio muito grande. Além de transmitirmos os programas de rádio em FM, também os estamos a filmar e a exibir em vídeo. Porque é que as pessoas querem vê-los em vez de os ouvirem? A verdade é que cada pessoa tem as suas preferências. Há pessoas que gostam de os ouvir através do YouTube, ainda que não estejam a vê-los. Por alguma razão, aquilo faz-lhes sentido e não temos forma de interferir com isso, são opções.

Está a equacionar a evolução do Observador para um canal de televisão digital?

Não há planos nesse sentido. Não é uma coisa em que estejamos ativamente a trabalhar.

Já houve essa discussão internamente?

Já falámos muitas vezes e quando avançámos para a rádio, em 2018 2019, houve essa discussão. Mas, para nós, faz mais sentido apostar no áudio.

Porquê?

O caminho futuro da evolução da rádio e do áudio parece-nos muito mais claro, ao contrário do da televisão e do vídeo. Assistimos a uma tendência estrutural de queda do consumo linear em televisão. Há dez anos, a SIC e a TVI tinham 20% de quota de audiência, agora têm 15%. Levou dez anos, não levou dez meses, mas se calhar daqui por dez anos vão estar nos 10% e, dez anos depois, vão estar nos 5%. Os custos para fazer esse tipo de televisão são incomportáveis.

A culpa é da fragmentação das audiências causadas pelo digital?

As pessoas não passam menos tempo à frente de ecrãs do que passavam antes, mas dividem o tempo entre o ecrã grande da sala e o ecrã pequeno do telemóvel. Já não se sentam num sofá e ficam especadas a ver. Vejo isso em minha casa. Tenho três filhos adolescentes e quando ligo a televisão, o que está por defeito é o YouTube. E dou por mim a ficar lá a ver conteúdos, inclusive do Observador.

Há um racional de custos a condicionar essa opção?

Sim, ainda não temos uma visão muito clara do que vai ser a televisão do futuro. A de hoje é muito cara de fazer. Tem uma concorrência gigante e tem uma tendência estrutural de quebra. Não nos parece fazer sentido apostar nesse modelo. Fazer vídeo é caro, especialmente quando não se tem uma televisão por trás. Sabemos isso por experiência própria.

Todos os dias, produzimos 200 conteúdos no Observador, a maioria em texto. Temos muitos áudios, porque saem da rádio. Vídeos produzimos apenas quatro a seis. A produção leva mais tempo, requer mais recursos mais especializados e concluímos que os consumidores preferem vê-los fora do nosso site, nas plataformas. Mas é uma área de atenção permanente para nós. Do ponto de vista do mercado publicitário, é o formato mais valioso. Mas, neste momento, temos um foco muito grande no áudio, que ainda está na fase inicial.

Portugal só representa 10% da indústria de áudio em português. Há margem para crescer, apesar da dimensão do mercado nacional?

Há uma boa notícia para o meio áudio em Portugal. Brevemente, irá haver um ranking de podcasts nacional, com os maiores ‘players’. Quando falamos com uma agência ou com uma marca, dizemos-lhes quais são os números que os nossos podcasts fazem, mas não há um ranking nem uma auditoria a esses números.

A divulgação da listagem vai ajudar muito o mercado a crescer. Nos Estados Unidos, esse mercado vale biliões de dólares. Em Portugal, o consumo já existe e é tremendo. Os nossos podcasts geram três milhões de ‘downloads’ por mês, mas o investimento publicitário não acompanha os números.

O Independente regressa em 2025 como jornal em vídeo. Há mercado em Portugal para mais jornais, impressos, digitais e/ou em vídeo?

É uma boa pergunta. Só sabemos o que lemos na imprensa, mas pelo que percebemos não é um projeto com uma ambição muito grande. Vai ter recursos relativamente limitados. Fazer vídeo é difícil e caro, e há o problema das plataformas de consumo. Houve outros jornais que apareceram em Portugal, nos últimos anos, não foram muitos. Provavelmente, quem tem dinheiro para investir sente que não é o melhor sítio para o fazer.

Há espaço para mais títulos?

Há, se forem projetos com uma diferenciação clara, como procurámos ter quando entrámos no mercado, com uma base acionista sólida e de médio a longo prazo. Não pode ser alguém que invista agora à espera de ter retorno num ano ou dois. Não sei se há investidores disponíveis para isso. Se me perguntar se prevejo que, nos próximos dois, três ou cinco anos, apareçam outros projetos em Portugal com impacto e sucesso, diria que não.

A Rádio Observador chegou a Leiria em julho. Há planos de expansão para outras regiões?

Sim, avançámos em setembro para Tondela, no distrito de Viseu. É a nossa sétima frequência e foi a primeira em que fomos, entre aspas, obrigados a fazê-lo de maneira diferente. A atual Lei da Rádio só permite que haja seis rádios locais em associação, transmitindo todas o mesmo sinal ao mesmo tempo.

A partir desse número, a transmissão tem de ser feita num modo que, tecnicamente, é chamado de parceria e que implica ter oito horas de programação local, que não faz sentido nenhum. A lógica desta lei, que já tem muitos anos, era tentar defender a existência de rádios locais, o que não resulta. Somos abordados todos os dias por rádios locais a perguntarem-nos se lhes queremos comprar as frequências.

Porquê?

Porque estão aflitos, não têm dinheiro nem capacidade de investimento. Têm um produto completamente miserável. No mundo atual, a legislação vigente também não faz muito sentido. Temos pessoas de Viseu a mandar emails e mensagens a perguntar porque é que não podem ouvir o programa X às X horas, que ouvem online na Rádio Observador. Estão lá a levar com programas que estamos a criar para a comunidade local. Estamos a ser obrigados a fazê-lo por causa de uma Lei da Rádio que está completamente desatualizada.

Há perspetivas de a situação mudar?

Houve uma boa notícia aquando da divulgação do plano de apoio do Governo aos media. Uma das 30 medidas apresentadas é a introdução de um novo código para a comunicação social, no prazo de seis meses. Temos de esperar para ver, mas a ambição é boa. O que pretendem fazer, segundo percebemos, é um novo código que substitua as três leis existentes, a Lei da Imprensa, a Lei da Televisão e a Lei da Rádio, e que também integre o digital.

O digital tem sido esquecido?
O digital ficou esquecido. Podemos lançar um podcast com as maiores ordinarices do mundo que a ERC não está nada preocupada, mesmo que tenha um milhão de pessoas a ouvir. Mas, se o Observador quer estender a cobertura FM para Viseu, já tem de fazer oito horas de produção local. São coisas que não fazem sentido.

Esta lógica dos silos também está ultrapassada. O que é que é televisão? O que é que é rádio? O que é que é digital? Às vezes, leio notícias a dizer que o site líder das rádios é o site X, Y ou Z. O que é um site de rádio? O site do Observador é um site de rádio ou de um jornal? Temos vídeo, temos texto, os sites das rádios também têm texto e vídeo. Esta distinção é uma coisa que já não existe.

O que é que faz sentido em termos de legislação?

Faz muito sentido criar um novo código. Moderno, atual, com uma perspetiva de futuro e que integre todos os meios, que uniformize um bocadinho o setor. Uma legislação que acabe com alguns dos disparates que existem nas leis antigas, que já não fazem sentido nenhum.

Estamos muito expectantes para ver se esta nova lei vai simplificar e até permitir que o setor tenha mais inovação e atividade. Se fosse investidor, hesitava muito em investir no áudio e na rádio por causa das limitações que existem. Sabemos bem o que temos sofrido para conseguir expandir o nosso projeto.

A expansão da cobertura é para continuar?

Sim, não estamos parados à espera. Estamos a olhar para novas localizações. Como já temos uma presença geográfica bastante boa, não sentimos a necessidade de continuar a crescer a um ritmo muito acelerado, mas ainda há alguns sítios que são importantes. Não vou revelar quais, mas são locais nos quais ainda não temos presença e estamos a olhar para eles.

A Rádio Observador tem a ambição de ultrapassar a TSF e de roubar ouvintes às rádios de música. Como?

O ranking de podcasts vai ser um passo muito importante, porque as audiências hoje são medidas através do estudo Bareme Rádio da Marktest, que se baseia em entrevistas, não em audiência.

É um estudo de ‘top of mind’ e por isso é que vemos os dois líderes, a Comercial e a RFM, a fazerem muita publicidade em televisão e nas traseiras dos autocarros. Quando alguém recebe um telefonema a perguntar-lhe que rádio ouviu no dia anterior, diz o que lhe vem à cabeça, não necessariamente aquilo que é a verdade. Não faz sentido medir audiências dessa maneira.

As audiências atuais não são fiáveis?

A alternativa é ter dispositivos a fazerem uma escuta permanente. Em Portugal, provavelmente, não haveria capacidade de investimento para um estudo desse género, mas a verdade é que a forma como essas audiências se medem em Portugal é muito prejudicial para marcas como o Observador e a TSF, pelo perfil que têm. Duvido que os nossos ouvintes respondam a um questionário telefónico de mais de 20 minutos dizendo que a rádio que mais ouvem é a nossa.

Como é que o ranking de podcasts pode clarificar essa situação?

As pessoas que ouvem a Rádio Observador são profissionais ativos, que não têm tempo para responder a inquéritos. Supostamente, as audiências do Bareme Rádio medem todo o consumo, FM e online, ‘live’ e ‘on demand’, mas quando vemos que o consumo real que medimos só de um podcast é muito superior à totalidade da audiência que esse estudo nos dá, sabemos que está profundamente errado.

Defende um novo tipo de medição?

Este existe há muitos anos e tem sido muito difícil de alterar. Acho que um ranking de podcasts pode introduzir aqui alguma mudança, porque o consumo passa a ser medido com base em consumos reais, como é feito na internet com o estudo da netAudience. A Marktest vai ter acesso a dados reais detalhados do consumo que é feito, elaborando depois rankings, que não são especulativos, o que muda tudo.

Esses rankings vão dar mais confiança ao mercado?

Sim, darão muito mais confiança aos atores do mercado. Aí, as coisas podem mudar, de facto. Mas, para responder à pergunta que me fez anteriormente, a Rádio Observador tem vindo a crescer, devagarinho. O aumento da cultura geográfica está relacionado com isto. O primeiro passo é ultrapassar a TSF. Ainda falta um bocadinho, mas vamos lá chegar.

Em Portugal, ouve-se mais rádios de música do que de palavra. Isso dificulta a vossa estratégia?

Em Portugal, há muito consumo de rádios de música e pouco consumo das de palavra. Em Espanha, as que dominam são as de palavra. Muitos dos ouvintes da Rádio Observador dizem que é a que ouvem quando andam de carro. Estamos a transformar um tempo vazio num tempo útil. Preenchemos uma lacuna. Mas não vamos ficar satisfeitos por sermos a rádio de informação mais ouvida. A intenção é sermos a rádio número um.

A estratégia de crescimento em FM passa também pela aquisição de outras emissoras?

Sim, não há outra maneira, porque as frequências estão todas atribuídas. Uma das coisas de que se tem falado é o DAB [Digital Audio Broadcasting]. Portugal é um dos poucos países na Europa, além da Hungria e da Finlândia, que não têm DAB. Houve uma tentativa há 25 anos, que não correu bem. Mas temos de avançar.

A grande vantagem é que o DAB vai liberalizar o mercado, apesar de poderem aparecer concorrentes mais facilmente. Hoje, temos de comprar frequências, porque não há leilões novos, não há licenças disponíveis. Se aparecer uma coisa como o DAB, abrem-se grandes oportunidades.

Ouve-se cada vez mais rádio no telemóvel e no computador. A difusão em FM ainda é relevante?

É uma boa pergunta. Quando começámos a pensar na rádio, em 2018, nunca imaginámos que iríamos ter que avançar tanto com a cobertura FM, através de parcerias de frequências e de aquisições, como temos vindo a fazer. Passaram cinco anos e ainda andamos a expandir a nossa cobertura FM.

A evolução das redes móveis vai fazer com que se salte do FM para o digital, não sei se em cinco ou em dez anos. Os podcasts já têm um peso muito grande no consumo ‘on demand’, mas quando falamos de rádio ao vivo, o FM ainda tem um peso importante e vai continuar a tê-lo por mais uns anos.

A Medialivre acaba de relançar a CM Rádio. Há mercado para mais rádios em Portugal?

Há quem olhe para a concorrência como uma coisa dramática, nós não. Temos uma perspetiva muito liberal do mercado. Por um lado vai dinamizá-lo, tal como o Observador dinamizou numa altura em que não apareciam rádios novas. Nesse aspeto, é positivo. Creio que vai ser muito uma extensão da CMTV, que é um produto popular, com um posicionamento muito específico. Não é nosso concorrente, verdadeiramente, mas ficamos espicaçados.

Mais de 40% dos portugueses ouvem podcasts com regularidade. O Observador tem feito sucesso com os podcasts narrativos. Vai haver novos títulos?

No início de dezembro, vamos ter um novo no Podcast Plus. Já fizemos seis e vamos continuar a fazê-los. Temos tido uma adesão incrível, mas é um formato de grande investimento, muito trabalhoso. É um trabalho hercúleo, para ser consumido ‘on demand’.

O que é que estão a preparar para 2025?

Não revelamos os nossos planos, para não dar essa vantagem aos nossos concorrentes, mas, sim, procuramos manter o espírito do arranque. Ao fim de dez anos, com 150 pessoas em vez de 40, procuramos desafiarmos permanentemente. O Votómetro foi um grande sucesso.

Tivemos um milhão de pessoas a procurar saber se pendiam mais para a esquerda ou para a direita, inclusive adolescentes com menos de 18 anos, o tal público jovem que é muito difícil de trazer para a informação, a fazer o teste. Para a frente, temos outras ideias, mas não vou revelá-las para já, para criar surpresa.

O Observador edita a revista Observador Lifestyle. Há mercado para revistas em papel?

Estamos agora a decidir o que fazer para o ano que vem, mas em princípio a lógica é dar-lhe continuidade. Temos quatro edições anuais. Não vamos cair na tentação de a passar a mensal ou semanal. É um projeto importante para o Observador, porque já se fala no ‘screen avoidance’. Muitas pessoas chegam ao fim de semana e largam os ecrãs.

Os jornais diários têm um futuro muito difícil, porque não acrescentam valor, mas uma revista de boa qualidade, com boa fotografia e bom papel, é uma coisa muito agradável. Os telemóveis não vão perder importância, mas as pessoas vão procurar outras coisas para se entreterem. Para nós, que somos uma marca digital, ter a possibilidade de estar na mesa de um café ou de uma sala de estar, é uma vantagem acrescida do ponto de vista da construção da marca.

As vendas da revista têm crescido?

A primeira revista foi lançada a €2,90. Atualmente, custa €7,90, mas não vende menos do que vendia antes. Como fomos otimizando as tiragens, tem sido rentável desde o início. Vendemos à volta de quatro mil, com tiragens já abaixo dos dez mil, portanto o rácio de otimização é muito bom. Apesar de se poder dizer que é um produto de nicho, está nas bancas, pelo que o número das pessoas que são impactadas nos pontos de venda é muito superior ao dos que a compram.

O que espera do plano do Governo para os media?

A medida do plano que teve maior impacto foi a da RTP. Não vou comentar, mas vou chamar a atenção para o facto de a contribuição audiovisual (CAV), que foi de €190,1 milhões em 2023, ser canalizada para uma única empresa de comunicação social, que é a RTP. Não queria estar a dizer mal. mas este plano com 30 medidas aloca-lhes €55,2 milhões.

Parece-me pouco e desproporcionado. Estruturalmente, temos a opinião de que o Estado não deve interferir na comunicação social. Portanto, à partida, olhamos sempre para estas coisas com afastamento e cautela. Temos sempre muito receio que possa querer vir a interferir e prejudicar.

Das 30 medidas, há uma que é estrutural e que pode ser verdadeiramente reformadora, que é a do código que referi. Vamos ver se avança e em que termos, porque é muito ambiciosa. As restantes são medidas pequeninas, tenho algum receio que não venham a ter um impacto muito significativo na indústria, como um todo.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Sephora ganha nas interações nos vídeos no Instagram

As quatro marcas nacionais no top 10 do Reels são todas para profissionais e apenas uma não está focada no design de unhas, revela a análise da Snack Content Portugal ao ‘engagement’ com vídeos de marcas de beleza e cosmética

Catarina Nunes

A Sephora (@sephoraportugal) é a marca de beleza e cosmética cujos vídeos no Instagram em Portugal têm o maior número médio de interações (729), por Reel. Surge com uma diferença inferior a cem interações do número dois do ranking da Snack Content Portugal, a O Boticário Portugal (@oboticario.pt), que soma uma média de 683 interações por vídeo, entre gostos, comentários e partilhas.

Apesar de o setor da beleza e cosmética ser dos que mais investe em comunicação e publicidade, bem como no lançamento regular de novos produtos, os vídeos no Instagram da marca com melhor desempenho no formato Reels, entre 1 de janeiro e 5 de novembro, não chegam sequer às mil interações, em média por vídeo, de acordo com a análise da Snack Content Portugal, em exclusivo para o M&P.

“Em geral, os resultados das marcas são sempre mais baixos do que os dos criadores de conteúdos digitais, entre os quais, na beleza e na cosmética, há vários com números melhores”, explica Inês Ramada Curto.

A sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal revela que as análises que tem feito aos conteúdos digitais em Portugal indicam que “as marcas investem em media para os conteúdos e, depois, só têm alcance. O ‘engagement’, ou seja, os gostos, comentários e partilhas, fica muito aquém”.

A análise dos conteúdos em vídeo no Instagram em Portugal, que dá à Sephora a liderança no ranking de interações com marcas de beleza e cosmética, é elaborado através da ferramenta Tubular. Além de incluir os vídeos publicados nos perfis das marcas em causa, contabiliza também os que são publicados em colaboração com outros perfis de Instagram, como influenciadores, desde que tenham sido publicados diretamente no perfil da marca.

Conteúdos com superestrelas

No caso do desempenho dos vídeos da francesa Sephora, que tem 334 mil seguidores no Instagram, Inês Ramada Curto destaca os “vídeos com Selena Gomez a testar produtos da sua linha de maquilhagem e hidratantes, a Rare Beauty”. A cadeia de lojas multimarca, que também tem marca própria, aposta ainda em conteúdos com Milley Cyrus, “numa apresentação épica sobre maquilhagem, em pleno concerto, para quem quiser copiar o look”, refere como outro exemplo.

Com uma média de ‘engagement’ ligeiramente abaixo da Sephora, a marca brasileira O Boticário ocupa a segunda posição do ranking, com 683 interações em média por vídeo e 189 mil seguidores. “O maior destaque é o vídeo de lançamento de um perfume da marca com o ator José Condessa”, aponta Inês Ramada Curto, enfantizando também “os vídeos da Nativa SPA, que recorrem a efeitos especiais, outros de divulgação promocional e campanhas emotivas para o Dia da Mãe e para o Dia da Mulher”.

Conteúdos com Miley Cyrus são uma das apostas da Sephora

A partir da terceira posição, que é ocupada pela Isdin (@isdinportugal), os resultados de ‘engagement’ dos vídeos de marcas de beleza e cosmética caem drasticamente. Com 88,6 mil seguidores no Instagram, a marca de origem espanhola obtém uma média de 288 interações em média por vídeo. Em termos de conteúdos, “aposta, na maioria, em Reels que recorrem a uma linha estética com estimulação sensorial e a conteúdos com o médico e humorista Carlos Vidal, em campanhas de consciencialização no combate aos fungos nas unhas”, avança Inês Ramada Curto.

Com menos cem interações do que a Isdin, em média por Reel, a marca portuguesa Pluricosmética (@pluricosmetica) ocupa a quarta posição, com 187 de ‘engagement’, face a 131 mil seguidores no Instagram. “Esta marca retalhista de cosmética profissional multimarca, focada em cabelos, unhas, estética e maquilhagem, tem como conteúdos com maior interação aqueles em que mostra os benefícios e como se aplicam os produtos de forma direta”, revela a codiretora executiva da Snack Content Portugal.

As cinco primeiras posições são fechadas com a Purple Professional (@purpleprofessional), que, com cerca de 150 mil seguidores no Instagram, alcança uma média de 184 interações por vídeo. A marca, também nacional e dirigida a profissionais de beleza, cosmética e cuidados pessoais, é fundada em Portugal em 2012 e destaca-se por ser livre de crueldade contra animais. “Na Purple Professional, os conteúdos focam-se essencialmente nos vernizes e nas suas cores sensoriais ou inspiradas no universo da maternidade”, diz Inês Ramada Curto.

Marcas nacionais? Só profissionais

Num ranking que analisa todas as marcas de beleza e cosmética com Instagram em Portugal, dominam marcas que, sendo nacionais, são também para o segmento profissional. Em dez, quatro têm este perfil, destacando-se por se focarem no design e na pintura de unhas, exceto a Pluricosmética, que tem uma abordagem mais abrangente e multimarca.

Além das duas que ocupam o top 5 (Pluricosmética e Purple Professional), outras duas encontram-se ligeiramente mais abaixo, a Inocos Cosmetics e a Urban Design Care, na sétima e na oitava posição, respetivamente. Mas já lá vamos. França é o segundo país mais representado, com três marcas, à frente do Brasil (O Boticário), Espanha (Isdin) e Coreia do Sul (Erborian).

Na Pluricosmética reinam os vídeos sobre produtos

O sexto lugar na tabela das marcas em Portugal com mais ‘engagement’ em conteúdos no formato Reels é ocupado pela Filorga (@filorga_portugal), com 168 interações em média por vídeo. Com 48,6 mil seguidores no Instagram, o laboratório francês de medicina estética destaca-se pelos conteúdos em que recorre ao “uso da tendência de efeitos especiais em torno dos produtos”, refere a responsável da Snack Content Portugal.

Focada em cosméticos anti-envelhecimento, a Filorga “tem como principais publicações vídeos em que profissionais ligados à estética indicam vários produtos da marca e os seus melhores usos e benefícios”, salienta Inês Ramada Curto. Recorre também a colaborações com figuras públicas, como Catarina Furtado, farmacêuticas ou médicas de medicina estética, que publicitam os alegados benefícios dos produtos da marca.

Ligeiramente abaixo da Filorga, com 163 interações, a portuguesa Inocos Cosmetics (@inocoscosmetics) ocupa a sétima posição da tabela e, por seu lado, “usa muito vídeos com humor e outros com referências cinematográficas”, analisa a sócia da Snack Content.

Na marca de produtos para manicure, pedicure e estética corporal, destacam-se os vídeos dirigidos a manicures profissionais, com sugestões de desenhos a fazer nas unhas com os vernizes Inocos. Com 51 mil seguidores no Instagram, promove também as parcerias que faz com outras marcas, como o Chá Gorreana, por exemplo, que dá o mote a uma coleção de vernizes.

Muitos conteúdos, mas pouco interessantes

O oitavo lugar é ocupado por outra marca nacional dedicada às profissionais de manicure e pedicure, a Urban Design Care, que com 60 mil seguidores no Instagram alcança 157 interações em média por vídeo. Fundada em 2014, em Santa Maria da Feira, a Urban Design Care (@urbandesigncare) tem como compromisso a inovação no estilismo de unhas, com produtos de marca própria bem como lojas.

À semelhança da Purple Professional, salienta-se ainda por não recorrer a testes com animais. Nos vídeos no Instagram apresenta tutoriais de unhas de gel, novos lançamentos e passatempos.

Na cauda do ranking das dez marcas de beleza e cosmética com mais interações no Reels em Portugal, a Uriage e a Erborian, na nona e na décima posição respetivamente, não chegam sequer às 150 interações por vídeo. A marca francesa Uriage (@uriageportugal) tem 59,4 mil seguidores no Instagram, mas não vai além das 145 interações.

A Purple Professional foca-se nos vernizes

Tendo como argumento de diferenciação o facto de ser uma marca de produtos dermatológicos e para peles sensíveis baseados em água termal, “tem entre os Reels com mais interações os vídeos de ‘unboxing’, em que mostra os benefícios dos produtos, seja para peles com vermelhidão, queimaduras superficiais, cicatrizes recentes ou tatuagens”, diz Inês Ramada Curto.

No décimo e último lugar, a Erborian Portugal (@erborian_portugal) tem uma média de 143 interações por vídeo, face a 24,3 mil seguidores no Instagram. A marca inspirada na cultura da beleza coreana nos cuidados de pele, “nos vídeos foca-se principalmente em testar os próprios produtos recorrendo a efeitos especiais”, diz a codiretora executiva da Snack Content.

Entre os conteúdos da Erborian Portugal no formato Reels, encontram-se os anúncios de parcerias com influenciadoras, como as maquilhadoras Inês Franco e Joana Moreira, por exemplo.

De forma transversal, Inês Ramada Curto observa que “quase todas estas marcas até têm volumetria de conteúdos e frequência nas publicações, mas são conteúdos pouco interessantes: ‘motions’, conteúdo muito publicitário e com poucas características de Instagram. Quase não têm conteúdos nativos. Não é de espantar que tenham números baixos de interações”.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Global Media acusa Lusa de boicote por cortar acesso ao DN

“Não existe boicote, foi uma decisão de gestão dado o incumprimento contratual e a ausência de resposta, face aos vários pedidos de reunião e recuperação da dívida que tínhamos feito”, declara Joaquim Carreira, presidente do conselho de administração da Lusa

O Global Media Group (GMG) está a acusar a Agência Lusa de boicotar o Diário de Notícias (DN), por bloquear unilateralmente o acesso do jornal aos serviços informativos da agência. A dona do DN refere, em comunicado de imprensa, que a decisão é um “ataque à informação livre e ao jornalismo produzido pela equipa editorial do DN”. Em causa estão alegadas dívidas pendentes à Lusa por parte do GMG.

Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da Lusa, Joaquim Carreira, diz que esta foi uma decisão de gestão em resposta a vários meses de dívida, em que o GMG não respondeu adequadamente aos contatos feitos pela Lusa para encontrar uma solução. “Não existe boicote, foi uma decisão de gestão dado o incumprimento contratual e a ausência de resposta, face aos vários pedidos de reunião e recuperação da dívida que tínhamos feito”, declara Joaquim Carreira.

Em comunicado de imprensa, a Global Media revela dados financeiros que considera necessários, “em nome da transparência e para dar contexto à situação atual”. É salientada a compra por parte do GMG de 23,36% do capital da Lusa em 2013 por €1,426 milhões e a venda da mesma percentagem em 2024 por €1,276 milhões. Quanto à dívida, o GMG revela que a dívida acumulada era em janeiro de 2024 de €905 mil e que “em nenhum momento foi o serviço suspenso ou sequer posto em causa”.

“Com o negócio em que o Estado adquiriu as participações do GMG e da Páginas Civilizadas na Lusa [por €2,49 milhões, no final de julho] a dívida anteriormente acumulada pelo GMG ficou limpa”, alega Joaquim Carreira, presidente do conselho de administração da Lusa. O que se passou entretanto, explica, é que “não foi paga nenhuma fatura desde agosto”.

“Agosto, setembro e outubro estão vencidas”, garante Joaquim Carreira, acrescentando que “o que veio a prejudicar ainda mais a situação é que tentámos várias vezes o contato com a administração, chamando a atenção para o agravamento da situação, e não tem havido resposta”, sublinha.

Quanto ao facto de haver outros títulos que também têm dívidas à Lusa, e que não têm o serviço cortado, Joaquim Carreira afirma que “a grande diferença é que os outros títulos têm valores em dívida mas pagaram alguma coisa”, acrescentando que o que está em causa é “uma situação extrema de uma empresa que não fez qualquer liquidação de faturas”.

O GMG considera, por seu turno, que “sofrer este ataque ao fim da tarde de uma sexta-feira, numa altura em que a equipa acionista e a administração estão empenhadas em salvar o título histórico que se presta a cumprir 160 anos de vida, é revelador sobre a forma como a informação livre é vista neste país”.

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Campanha de Natal da Meo promove igualdade entre culturas (com vídeo)

O filme publicitário conta a história de um pai que se revela desconfortável com a proximidade entre a filha e uma colega de escola que é imigrante (na foto). Com planeamento de meios da OMD, a campanha inclui televisão, rádio, OOH, imprensa, digital, redes sociais e pontos de venda da Meo

A campanha de Natal da Meo celebra a diversidade e promove a igualdade entre comunidades, mostrando que em cada tradição, cor ou cultura, há espaço para todos. ‘Somos uma família’ é a mensagem da campanha criada pela Dentsu Creative, representando a união e a amizade, sem fronteiras, das duas crianças que, livres de barreiras, diferenças e preconceitos, são as protagonistas.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”, refere a marca em comunicado de imprensa. Este, que é o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, serve também de inspiração para a narrativa da Meo, que pretende relembrar a sociedade da importância da união e aceitação mútua entre pessoas de diferentes origens e culturas.

O filme publicitário conta a história de um pai que, em vários momentos, se revela desconfortável com a proximidade entre a filha e uma colega de escola, imigrante. No dia da festa de Natal da escola, as crianças preparam-se para a peça de teatro, mas os pais da menina portuguesa não conseguem chegar a tempo e quando entram na sala, o palco está a ser desmontado. Para surpresa dos pais, as duas meninas brincam perante o olhar carinhoso da mãe imigrante. O pai português e a mãe imigrante trocam olhares de cumplicidade. Em casa, o pai recebe uma mensagem de um número desconhecido e, ao abri-la, assiste ao vídeo da atuação das crianças na festa, filmado pela mãe imigrante que assina a mensagem com ‘Boas Festas’.

O filme é produzido pela Garage Films, com produção executiva de Miguel Varela e realização de João Nuno. A direção criativa executiva da campanha é de Ivo Purvis, com redação de Cristina Amorim e direção de arte de Orlando Gonçalves. A banda sonora do filme é um ‘cover’ da música “I’d do anything for love”, de Meat Loaf, interpretado por Marta Rodrigues. A campanha, cujo planeamento de meios é da OMD, é divulgada em televisão, na rádio, em redes de publicidade exterior, imprensa, meios digitais e redes sociais, e nos pontos de venda da Meo.

“Para a Meo, o Natal é uma oportunidade única para despertar consciências e inspirar uma reflexão profunda sobre os valores que realmente importam. Esta campanha resulta do nosso firme compromisso com causas sociais. Somos realmente uma só família, uma família que abraça muitas outras, com apelidos e histórias de todas as partes do mundo. O que a história destas duas crianças nos vem dizer é que não importa como cada um celebra a quadra. O importante é a alegria, a partilha e o sentimento de união que nos aproxima quando nos (re)encontramos”, enfatiza Luíza Galindo, diretora de marca e comunicação da Meo, em comunicado de imprensa.

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Já são conhecidos os vencedores do ranking do CCP

Os profissionais estão distribuídos por 31 categorias, entre agências criativas, agências de meios e produtoras, num ranking dominado por homens, com apenas nove mulheres premiadas e um empate em UI Designer

O Clube da Criatividade de Portugal (CCP) revelou os vencedores em cada uma das 31 categorias do Ranking Nacional da Criatividade, durante a festa de premiação a 29 de novembro, no Bar A Barraca, em Lisboa.

Os profissionais distinguidos estão distribuídos entre agências criativas, agências de meios e produtoras, num ranking dominado por homens, com apenas nove mulheres premiadas e um empate em UI Designer. A classificação é individual e baseada nos prémios atribuídos no 26º Festival CCP 2024.

Os resultados do Ranking Nacional de Criatividade são apurados através das fichas técnicas dos trabalhos inscritos no Festival CCP. O top 5 dos profissionais é o resultado da soma dos pontos conquistados por cada trabalho premiado com Ouro, Prata, Bronze e ‘shortlist’. Este apuramento é feito com o apoio dos auditores e consultores da BDO.

Vencedores

Profissionais de Agências

Diretor Criativo Executivo – Hellington Vieira

Diretor Criativo – Miguel Durão

Diretor de Arte – Luís Ferreira Borges

Designer – Cesária Martins

Produtor – Hugo Pacheco

Arte Finalista – Vanessa Alves

UI Designer – Duarte PiresTomás Almeida (empate)

UX Designer – Duarte Pires

Programador – Pedro Santos

Redator – Miguel Durão

Motion Designer – Sebastião Teixeira

Ilustrador – Jan Carr

Diretor de Estratégia – João Ribeiro

Marketer – Teresa Rio

Estratega – João Ribeiro

Executiva de Contas – Catarina Moreira

Diretor de Contas – Hugo Pacheco

Social Media Manager – Débora Rebello

Diretor geral – João Ribeiro

Profissionais de Agências de Meios

Planeadora de Meios Digitais – Joana Pereira

Planeadora de Meios – Marta Barreiros

Diretora de Contas de Meios – Ana Oliveira

Profissionais de Produtoras

Realizador – Marco Martins

Assistente de Realização – Luís Lisboa

Diretor de Fotografia – Bernardo Infante

Diretora de Arte Cinematográfica – Sofia Pereira

Produtor Executivo – Alberto M. Rodrigues

Editor – Marco Miguel

Fotógrafo – Rui Carvalho

Compositor – Fred Pinto Ferreira

Designer de Som – André Almeida

Em breve, o CCP irá revelar o top 20 dos Melhores Profissionais e o top 20 das Melhores Empresas, de 2024, uma classificação que distingue os melhores do mercado, com base nos prémios ganhos no 26º Festival CCP 2024.

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O que pode ler na edição 970 do M&P

O setor do ‘outdoor’, a ativação de marca da Renova em Madrid e as opiniões de Marco Pacheco, Miguel Moreira Rato e Pedro-Filipe Santos são parte da edição

Na edição 970, o M&P foi saber as posições dos líderes das empresas protagonistas das mais recentes movimentações no OOH, em relação aos temas que afetam o setor.
A Renova junta arte e cor numa ativação de marca em Madrid, que leva o papel higiénico preto e vermelho numa visita privada no museu Thyssen, orientada por obras de arte com estas cores. O objetivo da ativação para 30 convidados é “precisar um território de marca em Espanha, onde estamos há 25 anos”, explica Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, em declarações ao M&P, em Madrid.
Inês Rubio, da Ogilvy Singapura, é a protagonista da rubrica dedicada a profissionais expatriados, De Portugal Para o Mundo
Na coluna Silicon Wood, Pedro-Filipe Santos, sócio e codiretor executivo da Snack Content Portugal, questiona se o TikTok é mesmo o novo Google da geração Z.
Na opinião, Miguel Moreira Rato, diretor-geral da Adagietto, diz que quase todos concordam que o anúncio da Coca-Cola, feito inteiramente com IA, não é minimamente natalício.
Na crónica Profissão: Idiota, Marco Pacheco, diretor criativo executivo da BBDO e escritor, escreve que o ‘networker’ é um influenciador de si próprio: a única marca com a qual trabalha é ele mesmo.
O dossier especial é dedicado ao marketing de desempenho.
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Decisão do julgamento da Google só em 2025

Nos argumentos finais, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos alega que a Google abusa da posição na tecnologia publicitária, para prejudicar os concorrentes. Se for considerada uma empresa monopolista, um segundo julgamento determinará as medidas a tomar

Os argumentos finais do julgamento da Google nos Estados Unidos, referente ao domínio da empresa no mercado da tecnologia publicitária, já foram apresentados, mas a decisão final, que se previa que seria em novembro, está marcada para depois do primeiro trimestre de 2025.

Nos argumentos finais, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos alega novamente que a Google abusou da posição no mercado da tecnologia publicitária, ao manipular as regras para favorecer os seus produtos e prejudicar os concorrentes. A entidade norte-americana argumenta ainda que a gigante tecnológica monopolizou três segmentos fundamentais do ecossistema de tecnologia publicitária: os servidores de anúncios das empresas editoriais, as redes dos anunciantes e as plataformas que ligam os anunciantes às empresas editoriais.

A defesa da Google centra-se no argumento de que o Departamento de Justiça possui uma definição incorreta do mercado, que se centra estritamente na publicidade na internet e ignora a concorrência da empresa nos telemóveis, nas redes sociais e na ‘connected TV’, onde enfrenta a concorrência de empresas como a Meta e a Amazon.

A Google alega também que os seus produtos de tecnologia publicitária não são monopolistas, mas sim parte de um panorama competitivo, e que a integração das suas ferramentas beneficia os anunciantes e as empresas editoriais, ao simplificar as operações.

A empresa norte-americana de tecnologia considera que as provas apresentadas pelo Departamento de Justiça são seletivas e que o processo do Governo carece de provas substanciais de danos anticoncorrenciais. O Departamento de Justiça, por seu lado, critica a Google por não ter preservado provas, uma vez que apagou mensagens que poderiam ter revelado intenções anticoncorrenciais.

Leonie Brinkema, a juíza federal do distrito de Virginia responsável pelo caso, afirma que a decisão não vai ser tomada antes do primeiro trimestre de 2025, mas elogia a qualidade dos argumentos de ambas as partes. Se a Google for considerada uma empresa monopolista, um segundo julgamento determinará as medidas a tomar.

Entre as medidas propostas pelo Departamento de Justiça para quebrar o monopólio de pesquisa da Google, estão a venda do navegador de internet Chrome e uma proibição que impede a gigante tecnológica de fazer parte do mercado dos programas de navegação durante cinco anos. A entidade governamental também pretende proibir a Google de assinar contratos de exclusividade com empresas como a Apple e a Samsung, para ser o motor de pesquisa por defeito dos dispositivos das empresas.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Judite Mota deixa VML. Sara Soares promovida a diretora criativa executiva

Judite Mota (na foto, à esq.) deixa o cargo de diretora criativa executiva da VML depois de duas décadas ao serviço de agências criativas do grupo WPP. Sara Soares (à dir.) ocupa a posição

Ao fim de duas décadas ao serviço de agências criativas do grupo WPP, Judite Mota, até agora diretora criativa executiva da VML, deixará o cargo, após liderar a integração das equipas criativas da VMLY&R e da Wunderman Thompson.

Sara Soares é promovida a diretora criativa executiva da VML, assumindo a liderança do departamento criativo da agência.

Judite Mota refere, em comunicado de imprensa, que “20 anos passam a correr, quando fazemos o que nos apaixona e com as pessoas de quem gostamos. Esta viagem não foi feita a solo e agradeço a todos os que me acompanharam. Acaba um ciclo, começa outro e espero ser tão feliz nesta nova etapa como fui aqui. À Sara desejo toda a sorte do mundo, embora sabendo que ter a incrível equipa criativa da VML já é uma enorme sorte”.

Nuno Santos, CEO da VML Portugal, diz, por seu lado, que “estamos imensamente gratos à Judite pela sua dedicação e liderança, durante um período de significativa mudança, tendo ajudado a construir uma base que nos servirá para crescimento nos próximos anos”.

“Estamos também entusiasmados por dar as boas-vindas à Sara Soares no novo cargo de diretora criativa executiva. A energia criativa e a visão da Sara serão fundamentais para impulsionar o sucesso contínuo e crescimento da agência, e entregar um trabalho cada vez mais extraordinário aos nossos clientes”, refere Nuno Santos.

Licenciada em estudos de media e publicidade pela Universidade Católica Portuguesa e mestre em ‘design leadership’ pela Executive London Academy, Sara Soares foi redatora em diversas agências criativas em Portugal e no Reino Unido, como a McCann Erickson, Fullsix e Leo Burnett, entre outras. Mais recentemente foi diretora criativa da VML em Londres e, até agora, era diretora criativa da VML Portugal.

“Depois de 12 anos a viver e a trabalhar em Londres, posso dizer que não foi o sol, a praia ou a proximidade ao estádio do Sporting que me convenceram a voltar e a fazer de Portugal a minha casa. Foram as pessoas com quem tive o prazer de trabalhar durante estes dois anos e com quem vou continuar a trabalhar, agora como diretora criativa executiva”, assume Sara Soares.

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Ricardo Costa na administração da Impresa. Bernardo Ferrão é o novo diretor de informação da SIC

Ricardo Costa (na foto, à esq.) passa a administrador com o pelouro editorial e com responsabilidade sobre os conteúdos do Expresso e da SIC. Bernardo Ferrão (à dir.) assume o cargo de diretor de informação da SIC e de diretor da SIC Notícias

Ricardo Costa assume, a partir de 6 de janeiro, o cargo de diretor de conteúdos da Impresa, passando a fazer parte da comissão executiva do grupo. Bernardo Ferrão é o novo diretor de informação da SIC, cargo que acumulará com o de responsável máximo da SIC Notícias.

Ricardo Costa passa a ser “administrador com o pelouro editorial” e terá “responsabilidade sobre os conteúdos do Expresso e da SIC, quer na área de informação, quer na área de entretenimento”. A partir dessa data, “Bernardo Ferrão assume o cargo de diretor de informação da SIC e de diretor da SIC Notícias, tendo já sido ouvido o Conselho de Redação da SIC”, refere a Impresa em comunicado de imprensa.

Ricardo Costa está no Grupo Impresa desde 1989. Começa na secção de política do Expresso, tendo sido repórter da SIC a partir de 1992, editor de política entre 1998 e 2001, diretor-adjunto de informação desde 2001 e diretor da SIC Notícias a partir de 2003. Em 2009, ocupa o cargo de diretor-adjunto do Expresso, assumindo a direção do Expresso de 2011 a 2016, função que acumulava com a direção de informação da SIC e da SIC Notícias.

“Ricardo Costa é uma das pessoas com melhor visão estratégica sobre o setor e que melhor conhece o grupo, no qual trabalha há 35 anos. É por isso natural que com a entrada em vigor de um novo plano estratégico, para o triénio 2025-2027, que reforçará a área editorial na estrutura de ‘governance’, Ricardo Costa seja promovido a administrador da Impresa. Contamos com a sua visão, capacidade de liderança e experiência, agora na comissão executiva, para continuar a ajudar o grupo”, diz Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, em nota de imprensa.

Bernardo Ferrão, que é licenciado em comunicação e estudos mediáticos pela Universidade Fernando Pessoa, integra a redação da SIC em 1999, como jornalista de política. Em 2014, passa a ser editor de política do Expresso, de onde sai dois anos depois, para assumir o cargo de subdiretor de informação da SIC e da SIC Notícias. Até agora ocupava as funções de diretor-adjunto de informação da SIC e da SIC Notícias.

“Bernardo Ferrão, pelo rigor, pelas provas dadas na gestão de equipas e pela forma como representa os valores da estação e do grupo, uma casa onde está há 25 anos, é a pessoa certa para assumir a direção de informação da SIC e da SIC Notícias”, justifica o CEO da Impresa, acrescentando que “estamos convictos de que estas alterações nos aproximarão ainda mais dos nossos espetadores, fortalecerão as nossas marcas e darão continuidade ao respeito pelos princípios jornalísticos que nortearam a criação do grupo”.

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